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Relatório de Física Experimental

Movimento Oscilatório de um Pêndulo Físico


Jordana Portilho Neves¹, Lucas Barreto², Pedro Henrique Jesus³
Laboratório de fluídos, ondas e calor, Engenharia Civil - Prof. Leonardo Marengão
Departamento de Áreas Acadêmicas III, Instituto Federal de Goiás, Goiânia, GO
E-mail: jordanapn@hotmail.com¹, lucas_vbs_16@msn.com², pedrohdj@outlook.com³
Submetido em 19/08/2016
Resumo
Esse experimento tem como objetivo estudar o Movimento Oscilatório de um Pêndulo Físico
para posterior constatação do comportamento dinâmico de um corpo suspenso, bem como para a
análise das medidas de grandezas físicas. Foram utilizados dados obtidos pelo sensor que captura as
oscilações do pêndulo, calculando a partir desses a aceleração gravitacional local.

Palavras-chave: Movimento Harmônico, Pêndulo Físico, Aceleração da Gravidade.

O Pêndulo Físico é usado para medidas precisas


1. Introdução
da Aceleração da Gravidade (g).
Seja um sistema em situação de equilibro
A relação do período do pêndulo pode ser usada
estável. Quando esse sistema é levemente
também para determinar o momento de Inércia
afastado dessa situação e liberado, passa a
de qualquer formato. As demais grandezas devem
executar um movimento periódico ou oscilatório
ser conhecidas ou medidas apropriadamente.
em torno da posição de equilíbrio, chamado de
Movimento Harmônico Simples (MHS), se não O momento de Inércia (I) em torno de um eixo
existirem forças dissipativas. passando por P, paralelo ao eixo que passa pelo
cento de massa que, por sua vez, é perpendicular
Chama-se Pêndulo Físico, qualquer corpo
à peça retangular, é dado pelo Teorema do Eixo
rígido de massa M, suspenso por um ponto P, que
Paralelo, cuja equação é:
realiza um movimento oscilatório num plano
vertical, em torno de um eixo horizontal passando 𝐼 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝑀𝑑2
por P. Na posição de equilíbrio, o eixo que o (2)
suspende (em O), e o centro de massa (CM) do
corpo estão na mesma linha vertical. Onde:

Para pequenas oscilações um Pêndulo Icm – momento de Inércia em torno de um eixo


Físico realiza um movimento periódico. A perpendicular ao plano do objeto e que passa
expressão abaixo mostra que o Período da pelo seu Centro de Massa;
Oscilação (T) está relacionado como movimento
M – massa da placa usada;
de Inércia (I) do corpo em relação ao eixo de
rotação, à massa total (M) e a distância (d) entre o D - distância entre o ponto de apoio e o centro de
ponto de suspensão e o centro de massa (CM). massa.

𝐼
𝑇 = 2𝜋
𝑚𝑔𝐷
(1)
oscilar, o pêndulo foi solto enquanto o sensor
fotoelétrico captava os tempos em 10 oscilações,
obtivemos o período de oscilação, repetimos este
procedimento para os 4 primeiros orifícios e
então fizemos as médias dos valores de Período
encontrados para cada orifício.

O procedimento experimental foi


realizado da seguinte forma:
Figura 1 – Pêndulo Físico
1) Com o auxílio de uma trena
milímetrada mediu-se o comprimento
2. Objetivos total da barra e a distância entre cada
- Medir a aceleração da gravidade local. orifício e o centro de massa.

- Comparar o valor medido com os valores 2) Pendurou-se o pêndulo pelo furo mais
teóricos da gravidade, calculando o erro relativo próximo ao centro de massa a oscilar
percentual. numa amplitude pequena.

Comprimento (m) = 0,408


3. Material e Métodos Massa (Kg) = 0,1736
Largura (m) = 0,024
Relação de materiais
1º Orifício 2º Orifício
 Tripé D1 (m) = 0,20 D2 (m) = 0,1975
I1 (Kg/m²) = 0,00936 I2 (Kg/m²) = 0,00919
 Haste 3º Orifício 4º Orifício
D3 (m) = 0,1725 D4 (m) = 0,1475
 Grampo I3 (Kg/m²) = 0,00758 I4 (Kg/m²) = 0,00619

 Pino de sustentação Tabela 1 - Dados do Pêndulo Físico

 Barra metálica homogênea perfurada A tabela 1 apresenta os dados experimentais


obtidos a partir do Pêndulo Físico; e assim foi
 Cronômetro digital micro controlado
realizado o cálculo do Momento de Inércia do
 Sensor. centro de massa, através da expressão:
𝑚 2
Descrição do procedimento 𝐼𝑐𝑚 = (𝑎 + 𝑏 2 )
12
O equipamento utilizado nesse (3)
experimento é um suporte com eixo horizontal, O momento de inércia mede a distribuição da
no qual é pendurado uma barra metálica massa de um corpo em torno de um eixo de
perfurada, com 17 furos, sendo o centro de massa rotação. Quanto maior for o momento de inércia
o 9º furo e tendo entre eles uma distancia de de um corpo, mais difícil será fazê-lo girar.
aproximadamente 2,5 cm cada furo. A distância
do CM até o primeiro furo analisado é de 20,0 cm. Com o cálculo do Momento de Inércia realizado
(3), utilizamos a expressão abaixo para calcular o
O tubo é levemente afastado de sua valor médio da aceleração da gravidade
posição de equilíbrio, liberamos o mesmo para
(ajustando a equação 1 do período- (4)) e o Nº T1 (s) Nº T2 (s)
respectivo erro para cada caso (5) 1 1,035 1 0,994
2 1,036 2 1,007
4𝜋 2 𝐼 3 1,035 3 1,000
𝑔=
𝑚𝐷𝑇 2 4 1,032 4 0,993
(4) 5 1,031 5 0,995
6 1,030 6 0,994
4𝜋 2 4𝜋 2 𝐼 4𝜋 2 𝐼 2𝜋 2 𝐼 7 1,027 7 0,991
𝛥𝑔 = 𝑥∆𝐼 + 𝑥∆𝑚 + 𝑥∆𝐷 + 𝑥∆𝑇
𝑚𝐷𝑇 2 𝑚²𝐷𝑇 2 𝑚𝐷²𝑇 2 𝑚𝐷𝑇 3 8 1,023 8 0,989
(5) 9 1,020 9 0,987
10 1,017 10 0,986
Tmédio = 1,0286 Tmédio = 0,9936
g1 (m/s²) = 10,06 g1 (m/s²) = 10,72

Nº T3 (s) Nº T4 (s)
1 0,980 1 0,973
2 0,982 2 0,972
3 0,979 3 0,969
4 0,978 4 0,968
5 0,978 5 0,965
6 0,977 6 0,961
7 0,976 7 0,960
8 0,975 8 0,954
9 0,975 9 0,952
10 0,974 10 0,945
Tmédio = 9,9774 Tmédio = 0,9619
g1 (m/s²) = 10,46 g1 (m/s²) = 10,31

Tabela 2 – Dados do Período e Aceleração da Gravidade

O erro da aceleração da gravidade foi calculado


através da Equação 5, cujos dados são
apresentados na Tabela 3.

Erro da Gravidade
Figura 1. Esquema da montagem experimental para Δg1 = 0,0853
obtenção do período do pêndulo físico. Δg2 = 0,0919
Δg3 = 0,0962
Δg4 = 0,1026
4. Resultados e Discussão
Com a determinação da Aceleração da Gravidade Δgmédio = 0,0940
(g) através dos dados experimentais, obtivemos gmédio = 10,39 +/- 0,094
os seguintes valores apresentados na Tabela 2, Tabela 3 – Valores da aceleração da gravidade e seus
calculados pela Equação 4. respectivos erros.

Para confirmar este resultado calculou-se o erro


relativo percentual (ERP) entre o valor médio da
aceleração da gravidade encontrada e o valor
teórico da gravidade em Goiânia (9,7820 ±
0,0001)ms-2.
ERP = [(10,39 - 9,7820)/9,7820]x100 = 6,215% 5. Conclusão
A partir da realização deste experimento foi
possível calcular o valor local da aceleração da

gravidade. Com a análise dos dados experimentais


6. Referências
foi possível observar que há uma variação do
Período em relação ao Centro de Massa. Quanto [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth
mais próximo o pivô estiver da metade da S. Física: volume 1. 5ª edição. São Paulo: LTC, 2002.

distância entre a extremidade e o centro de


massa, menor será o Período; ao passar esse
ponto o Período torna a aumentar.

[2] NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica:


Fluidos, oscilações e ondas e calor. 4ª edição. São
Paulo: Edgar Blücher, 2002.

[3] SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W. Física II:


Termodinâmica e ondas. Editora ao livro técnico,
1971.

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