Pêndulo Simples

Graduando Christian Araujo de Souza

Física Experimental I – Engenharia Elétrica
Instituto Federal de Pernambuco – IFPE – Campus Pesqueira
e-mail: christian.araujo96@outlook.com

Resumo. Este relatório tem como objetivo descrever uma prática da disciplina de Física
Experimental I do curso de Engenharia Elétrica do IFPE – Campus Pesqueira. A
atividade proposta teve como objetivo o estudo do Pêndulo Simples, comprovando
matematicamente e experimentalmente seu movimento periódico e, também, demonstrar
que para ângulos pequenos, o movimento do pêndulo é do tipo MHS (Movimento
Harmônico Simples. Para tal, foi utilizado o simulador online PhET.

Palavras chave: Física, Experimental, Pêndulo, Simples, MHS.

Introdução
O pêndulo simples trata-se de um
sistema composto por um fio preso a um
suporte, cuja extremidade contém um
corpo de dimensões desprezíveis,
podendo este mover-se livremente.
Quando o aparelho está parado, sua
posição é fixa. Entretanto, ao deslocar a
massa presa na ponta do instrumento
provoca uma oscilação em torno do
ponto de equilíbrio. O movimento
pendular ocorre com a mesma
velocidade e aceleração nos pontos de
sua trajetória. Vale ressaltar, também,
que o pêndulo simples é utilizado para
determinar a aceleração da gravidade.
Para ângulos menores que 15º,
aproximadamente, o movimento do
pêndulo simples pode ser descrito como
um movimento harmônico simples
(MHS).
O MHS é observado quando um
corpo oscila em torno de sua posição de
equilíbrio, provocada por uma força
restauradora, podendo esta ser do tipo
elástica, gravitacional, entre outras. Tal
força faz com que o pêndulo retorne ao
seu ponto de equilíbrio. A intensidade
desta força pode ser dada por:
𝐹𝑥 = −𝐾 × 𝑥 (1)
Onde:
Fx é a força restauradora, medida
em newton (N);
x é o deslocamento da posição de
equilíbrio, dado em metros (m);
K é a constante de
proporcionalidade, cuja unidade é
newton por metro (N/m).
No MHS não há forças
dissipativas, por isso podemos afirmar
que a energia mecânica do sistema não é
dissipada.
Também podemos afirmar que o
período de um pêndulo simples no
movimento harmônico simples é dado
pela seguinte equação:
𝑇 = 2𝜋√𝑙⁄𝑔 (2)
Sendo,
T é o período do movimento do
pêndulo, dado em segundos (s);
l é o comprimento do fio, medido
em metros (m);
g é a aceleração da gravidade,
medida em metro por segundo ao
quadrado (m/s²).
Desenvolvendo a equação 2,
podemos calcular a gravidade do
sistema, tendo como resultado:
 𝑔 = 4𝜋 2 × 𝑙 × 𝑇 −2
Procedimento Experimental
(3)
Para a realização do experimento,
foi utilizado o Laboratório do pêndulo do
simulador PhET. Nesse simulador online
temos tudo que é necessário para realizar
o experimento proposto. Podemos
configurar o comprimento do fio, a
massa do corpo, a gravidade do
ambiente, entre outros.

Figura 1 - Interface do Laboratório de Pêndulo do PhET

A partir da interface apresentada obtemos os resultados apresentados na

acima, configuramos a simulação com a tabela abaixo
finalidade de responder questões
levantadas pelo docente e que se Tabela 1: Cálculo do período do
encontram presentes no roteiro desta movimento do pêndulo
prática. Análise do período
Comprimento Período do
Resultados e Discussão l do fio (m) movimento (s)
0,2500 1,0030
No primeiro instante, iremos 0,5000 1,4185
analisar o período do pêndulo, conforme 0,7500 1,7373
variamos o comprimento do fio. 1,0000 2,0061
Estabelecendo a massa do objeto em 1 De posse dos resultados acima,
kg, o ângulo do movimento em 10º e a utilizamos o simulador para verificar
gravidade em 9,81 m/s², utilizamos esses experimentalmente os valores
dados na equação 2. Sendo assim, calculados.
Figura 2 - Simulação quando l = 0,25 m

Figura 3 - Simulação quando l = 0,5 m

Figura 4 - Simulação quando l = 0,75 m

 Figura 5 - Simulação quando l = 1 m

Com base nos dados acima, computador do servidor ou do usuário,

iremos calcular o módulo do campo entre outros fatores. Mas, como essa
gravitacional pela equação 3. Os diferença é na ordem de centésimos,
resultados podem ser conferidos na podemos ignorá-la.
tabela 2. Um outro desafio proposto foi
determinar o campo gravitacional de
Júpiter e da Lua. Para realizar tal feito,
Tabela 2: Cálculo da gravidade na iremos adotar os mesmos procedimentos
simulação e parâmetros utilizados quando o astro
Análise da gravidade na simulação analisado era a terra, com exceção do
Comprimento Período Gravidade valor da gravidade. Portanto, para
(m) (s) (m/s²) Júpiter, temos os seguintes resultados:
0,2500 1,0049 9,7736
0,5000 1,4212 9,7728 Tabela 3: Cálculo do movimento do
0,7500 1,7406 9,7729 pêndulo em Júpiter
1,0000 2,0099 9,7726 Análise do período
Após calcular a gravidade Comprimento Período do
pegando como base o valor do período l do fio (m) movimento (s)
obtido no PhET, nota-se uma pequena 0,2500 0,6310
diferença quanto ao valor apresentado 0,5000 0,8923
pelo próprio simulador. Isso pode ser 0,7500 1,0929
causado pelo arredondamento na 1,0000 1,2619
simulação, as características do
Figura 6 - Simulação em Júpiter quando l = 0,25 m

Figura 7 - Simulação em Júpiter quando l = 0,5 m

Figura 8 - Simulação em Júpiter quando l = 0,75 m

 Figura 9 - Simulação em Júpiter quando l = 1m

Tabela 4: Cálculo da gravidade de Júpiter encontrado é 24,6949 m/s², enquanto que

na simulação a gravidade de Júpiter é 24,79 m/s².
Análise da gravidade na simulação A seguir, serão apresentados os
Comprimento Período Gravidade dados encontrados quando o astro é a
(m) (s) (m/s²) Lua.
0,2500 0,6322 24,6940
0,5000 0,8940 24,6976 Tabela 5: Cálculo do movimento do
0,7500 1,0950 24,6941 pêndulo na Lua
1,0000 1,2644 24,6940 Análise do período
Comprimento Período do
A diferença encontrada entre o l do fio (m) movimento (s)
período calculado e simulado é mínima, 0,2500 0,6310
podendo então ser relevada. O mesmo 0,5000 0,8923
ocorre com a gravidade encontrada nos 0,7500 1,0929
cálculos realizados com os valores da 1,0000 1,2619
simulação, pois a média entre os valores
Figura 10 - Simulação na Lua quando l = 0,25 m

Figura 11 - Simulação na Lua quando l = 0,50 m

Figura 12 - Simulação na Lua quando l = 0,75 m

 Figura 13 - Simulação na Lua quando l = 1 m

gravidade média encontrada através dos

Tabela 6: Cálculo da gravidade da Lua na valores obtidos em simulação é de
simulação 1,61385 m/s² que é relativamente
Análise da gravidade na simulação próxima ao valor real da aceleração
Comprimento Período Gravidade gravitacional da lua, cujo valor é 1,62
(m) (s) (m/s²) m/s².
0,2500 2,4730 1,6138 O quarto desafio lançado é
0,5000 3,4973 1,6139 calcular a gravidade do planeta X, pela
0,7500 4,2833 1,6139 equação 3, utilizando os valores
1,0000 4,9460 1,6138 encontrados na simulação. Fixando o
valor da massa em 1 kg e variando o
Assim como nos casos comprimento l do fio, iremos obter
anteriores, a diferença entre os valores alguns resultados para o valor da
calculados e simulados são mínimas. A aceleração gravitacional do planeta X.
Figura 14 - Simulação no Planeta X quando l = 0,25 m

Figura 15 - Simulação no Planeta X quando l = 0,50 m

Figura 16 - Simulação no Planeta X quando l = 0,75 m

 Figura 17 - Simulação no Planeta X quando l = 1 m

Tabela 7: Cálculo da gravidade do planeta A gravidade média obtida, de

X acordo com os valores da tabela 7, é
Análise da gravidade na simulação aproximadamente 14,1453 m/s².
Comprimento Período Gravidade O quinto questionamento foi
(m) (s) (m/s²) sobre o que acontece quando g = 0. A
0,2500 0,8353 14,1454 resposta é que, mesmo que coloquemos
0,5000 1,1813 14,1452 um ângulo no pêndulo, não haverá
0,7500 1,4468 14,1450 movimento caso não haja uma
1,0000 1,6706 14,1454 aceleração gravitacional que interaja
com ele.

Figura 18 - Diagrama de força do pêndulo simples

 De acordo com a figura 18, a
componente P.cosθ da força peso se
anula com a força de tração do fio. Sendo
assim, a única causa do movimento do
pêndulo é P.senθ. Então:
𝐹 = 𝑃 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (4)
Também sabemos que a força
peso é dada por:
𝑃 =𝑚×𝑔 (5)
Substituindo (5) em (4):
𝐹 = 𝑚 × 𝑔 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (6)
Por fim, igualando g=0, temos
que:
𝐹 = 𝑚 × 0 × 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝐹=0
Logo, como a força geradora do
movimento pendular é nula, podemos
afirmar que não há movimento do
pêndulo quando g = 0.
Uma outra situação é quando g ≠
0 e há força de atrito no movimento.
Nesse caso, a força de atrito que incide
no objeto vai freando o pêndulo até que
o mesmo estacione em sua posição de
equilíbrio.
O último questionamento
levantado trata sobre a influência da
variação da massa pendular no
movimento. Como podemos observar na
equação 2, o período do movimento do
pêndulo não depende de sua massa,
apenas do comprimento do fio e da
gravidade do ambiente.
Conclusão
O experimento realizado tratou-
se de uma atividade relativa ao Pêndulo
Simples. Devido à realização dos
experimentos no simulador, podemos
assegurar que o sistema em questão é um
dos dispositivos mais simples que
podemos encontrar ou construir para
estudar os conceitos de movimentos
periódicos, conservação da energia,
gravidade e medição do tempo. E,
também, é seguro afirmar que para
ângulos pequenos, o pêndulo simples
descreve um MHS, pois as equações
deste tipo de movimento resultaram em
valores próximos aos encontrados
experimentalmente.
Referências
[1] "Pêndulos Simples" em
Só Física. Virtuous Tecnologia da
Informação, 2008-2020. Consultado em
04/10/2020 às 23:04. Disponível na
Internet em
http://www.sofisica.com.br/conteudos/O
ndulatoria/MHS/pendulo.php
[2] "Pêndulos simples" em
TodaMatéria. Consultado em
05/10/2020 às 09:04. Disponível na
Internet em
https://www.todamateria.com.br/pendul
o-simples/
[3] "Pêndulos simples" em
InfoEscola. Consultado em 05/10/2020
às 09:44. Disponível na Internet em
https://www.infoescola.com/fisica/pend
ulo-simples/