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OS PRIMEIROS
SERES HUMANOS
1ª edição eBook
Abdruschin
“NA LUZ DA VERDADE”
(A voz interior)
INTRODUÇÃO
A Origem do Universo
A origem do Universo! A formação dos astros e os muitos mistérios e
enigmas a isso ligados!
Depois de pesquisar o céu por trezentos anos, os resultados ainda são
muito insignificantes.
Devido a isso existem muitas hipóteses e teorias, porém tão divergentes
umas das outras, que não se pode falar de um saber real. Espera-se agora,
com as novas ciências, como a astrofísica e a física atômica, poder
pesquisar os segredos do Universo. Isto será pouco provável, uma vez que a
solução dos enigmas reside além dos limites da nossa capacidade de pensar.
Como, pois, se formou nosso Universo grosso-material? De onde veio a
matéria do espaço universal da qual os astros se formaram?
Cada corpo celeste de nossa parte do Universo originou-se de uma
estrela-mãe que se formou e se desenvolveu de uma “semente primitiva” no
mundo de matéria grosseira mediana ou mais fina.
O mundo de matéria mais fina, de outra espécie, situa-se além do mundo
visível de matéria grosseira. Ambos os mundos estão, sim, separados um do
outro; ao mesmo tempo, porém, engrenam-se tão perfeitamente um com o
outro, que não existe nenhuma separação entre eles.
Somente do “sedimento” desses astros já existentes e em rotação,
digamos no mundo de matéria fina, formam-se, pouco a pouco, os astros do
nosso Universo visível de matéria grosseira.1
Esse sedimento contém todas as substâncias elementares de construção
que o astro grosso-material, nascido posteriormente, necessita para poder se
desenvolver. São as mesmas substâncias contidas na semente primitiva, da
qual a estrela-mãe se desenvolveu. As mesmas? Sim. Contudo, numa forma
modificada e adaptada à matéria grosseira.
Primeiramente nasceu das sementes primitivas o Universo de matéria
fina com seus bilhões de corpos celestes. Somente depois que isto ocorreu é
que também no denso mundo de matéria grosseira surgiu vida, e nosso
Universo, com seus bilhões de astros, começou a se formar. Passaram-se
com isso longos, muito longos períodos de desenvolvimento, até que
adquirisse densidade e forma…
No Universo fino-material existem estrelas-mãe de tão gigantescas
dimensões, que de sua sedimentação podiam e ainda podem formar-se
constelações inteiras. Existem, porém, inúmeras estrelas-mãe, de cujo
sedimento apenas puderam e podem desenvolver-se estrelas isoladas ou
estrelas geminadas. Os “descendentes estelares de matéria grosseira”
sempre corresponderão à espécie e ao tamanho de uma estrela-mãe! Todos
os corpos celestes surgidos no mundo de matéria grosseira permanecem
dependentes e ligados à estrela-mãe, de cuja sedimentação puderam se
desenvolver. Uma separação ocorre apenas por ocasião de uma dissolução
da mesma. Acontecendo isso, aliás, é chegado também o fim da estrela
grosso-material.
Os Quasares
Os primeiros corpos celestes que se formaram em nosso mundo visível
de matéria grosseira eram astros colossais atuando, segundo sua espécie,
como “estações transformadoras”. Transformam as irradiações vindas da
matéria mais fina de tal modo, que essas, em sua condensação, fornecem o
material para a formação dos corpos celestes de matéria grosseira. São os
misteriosos raios cósmicos, carregados de energia, que traspassam o
Universo.
Astrofísicos com seus instrumentos descobriram, há anos, alguns desses
colossais astros. Desde então eles se empenham a fim de descobrir o
“mistério” desses astros, os quais, vistos da Terra, se movimentam em
distâncias inimagináveis, possuindo uma luminosidade de bilhões de sóis.
Os astros que atuam como transformadores são hoje conhecidos sob o
nome de “quasares”. Quasares existem em muitos pontos do Universo. Eles
eram e são, pois, indispensáveis para a formação de corpos celestes.
Supernovas
Quase simultaneamente com os quasares, outros não menos poderosos
astros adquiriram forma grosso-material. Esses astros são “fontes de rádio”
que emitem aquelas partículas elementares indispensáveis à formação e
conservação do ar, da atmosfera em volta das inúmeras estrelas de seres
humanos… Sua força de luminosidade é tão intensa como a dos quasares.
Contudo, ela é variável. Uma vez mais forte e outra vez mais fraca. Os
astrônomos deram o nome de “supernovas” a esses astros que eles
localizaram com seus “olhos e ouvidos técnicos”…
Os quasares, bem como as supernovas constituem grandes enigmas para
os astrônomos. Além desses já citados existem ainda muitos astros
poderosos desconhecidos, pertencentes aos “primogênitos” do nosso
Universo. Eles eram e continuam sendo os mediadores entre o Aquém e o
Além do nosso Universo…
O Nascimento dos Corpos Celestes
Como é que se apresenta o sedimento, a matéria do espaço universal,
quando se torna visível na matéria grosseira?
De início, ao se condensar a energia em matéria, vê-se apenas uma
configuração, inimaginavelmente fina e delgada, como uma névoa, em cujo
centro se encontra um pequeno ponto reluzente e vermelho. Esse ponto
vermelho é uma espécie de cápsula cheia de sementes, contendo todas as
substâncias elementares necessárias à formação.
Os astrônomos referem-se frequentemente às “nuvens cósmicas”
distribuídas e tão inacreditavelmente finas, como jamais uma matéria
poderia ser distribuída aqui na Terra… A matéria designada como nuvens
cósmicas, visíveis às vezes pelo telescópio, entre os astros, semelhantes a
ilhas, são corpos celestes em formação… Elas não estão vagando sem rumo
e arbitrariamente no Universo, pois acham-se ligadas a uma ou várias
estrelas-mãe, dependendo delas também. Sem estrelas-mãe não existiriam
nuvens cósmicas.
Lentamente, condensa-se a delgadíssima matéria, e o ponto central
destaca-se mais fortemente. O astro em desenvolvimento começa a tomar
forma.
Tão logo é alcançado o grau predeterminado de condensação, a cápsula
“rebenta”. Ela se desfaz em inúmeras fagulhas incandescentes. Violentas
tempestades revolvem a estrela em formação e espalham para longe as
fagulhas, de modo que toda a matéria estelar fica traspassada por elas.
O romper da cápsula de sementes, inicialmente pouco visível, é o
nascimento propriamente dito de uma estrela no mundo grosso-material.2 A
ocorrência aqui descrita refere-se ao nascimento de um “astro solitário”.
Esse processo é algo diferente quando se trata de uma estrela-mãe gigante
de cujo sedimento se originam “famílias de estrelas” inteiras.
Num caso desses, a finíssima camada de matéria estende-se para muito
longe. No centro forma-se uma pequena esfera luzindo em todas as cores.
Chegado o momento e rompida a cápsula, iniciam-se turbulentos vendavais
que provocam aglomerações na matéria amplamente estendida. Essas
aglomerações impregnadas de matérias elementares de formação, pouco a
pouco, são afastadas e expelidas a fim de, longe do ponto central,
desenvolverem-se como astros autônomos. O romper da cápsula produz
sempre fenômenos de irradiações, sobremaneira poderosos, cujas melodias
bramantes anunciam o milagre do processo da Criação!
Almas Estelares
Todos os astros, e naturalmente também as estrelas-mãe, no Universo de
matéria fina, possuem almas! São as “almas estelares” cujas forças
impulsionadoras enteais vivificam, incandescem e dominam os corpos
celestes grosso-materiais que delas dependem.
A alma que insufla vida à nossa Terra é de espécie feminina. Ela tem o
nome de Gäa. Nosso Sol é dominado por um ser masculino de nome Apolo.
Gäa e Apolo possuem, tal como todas as almas de estrelas, uma grande
força de atração e são extraordinariamente belos e imponentes.
A duração da vida de um astro, calculada em anos terrenos, é muito
longa. Cada astro passa por períodos de desenvolvimento de durações
diferentes, alcançando um dia seu ponto final. Pouco antes de entrar nesse
ponto final, a respectiva alma estelar, juntamente com a sua força enteálica
impulsionadora e construtiva, abandona o astro. Acontecendo isso, chegou
o fim. Começa a decomposição. Pois sem a força enteálica impulsionadora
das almas estelares, não existe mais uma continuação de vida para os
“descendentes” grosso-materiais.
Todos os astros, tanto do Universo do Aquém como do Além, são
interligados por estradas. Trata-se de uma gigantesca rede de vias que liga
entre si os corpos celestes, e que ainda circunda separadamente cada astro.
Cada astro está ligado à rede cósmica de estradas num ponto exatamente
predeterminado. Essa rede tem também ligação com o mundo do Além e
com as respectivas estrelas-mãe. A organização na Criação é perfeita. Nada
é deixado ao acaso.
A Importância da Antártida
Na nossa Terra o ponto de ligação situa-se na Antártida. Da Antártida
parte a estrada que tem ligação com a rede cósmica de vias. Por essa razão a
Antártida é o ponto de concentração de muitos e grandes enteais. Entre
esses enteais encontram-se também todos aqueles que são responsáveis pelo
“bem-estar” da Terra. Por exemplo, saindo da Antártida ininterruptamente
são enviadas correntezas de ar, puro e filtrado, ao redor da Terra. Deve-se a
essas correntezas de ar, que renovam a atmosfera, o fato de os seres
humanos ainda poderem respirar em suas cidades poluídas! Não apenas o
ar, mas também todas as águas que no interior da Terra formam a circulação
aquática, são permanentemente renovados partindo da Antártida. Pela
influência de outras forças enteais em atuação na Antártida, também os
campos magnéticos que circundam a Terra são mantidos inalteráveis, isto é,
na mesma intensidade.
No entanto, durante os últimos anos, os cientistas constataram um
enfraquecimento dos campos magnéticos. Eles receiam que, com isso,
possa haver um degelo nos polos da Terra, provocando grandes inundações.
Seus receios certamente se realizarão.
Que a Antártida é de essencial importância para a vida sobre a Terra, os
cientistas já descobriram; contudo, o mistério que eles presumem lá existir
não foi descoberto até agora.
Na “desolada” região da Antártida, como comumente é designada, hoje
vivem cerca de três mil cientistas de diversas nações, a fim de estudar a
vida de lá em suas diferentes formas.
Os Entes da Natureza
Nas estradas dos astros há sempre um grande movimento. Se na
mitologia grega é dito que Apolo corre em grande velocidade num carro de
ouro em volta do Sol, isto, então, não é nenhum mito, mas pura verdade.
Pois Apolo, de fato, viaja num carro puxado por leões vermelhos, dando a
volta na maravilhosa estrada do Sol…
Os entes da natureza! Os incansáveis! Os entes que trabalham com amor,
que criaram para nós, seres humanos, as condições de vida necessárias para
o nosso desenvolvimento na matéria! Custa-me muito mencionar o povo da
natureza que os seres humanos baniram de sua vida por não mais poderem
vê-lo. Pois sei que quase todas as criaturas humanas que se denominam
cristãs e fazem parte da raça branca apenas admitem ainda os enteais como
figuras mitológicas. Sei também que eu, bem como outros, com a nossa fé
nos entes da natureza, apenas estamos colhendo arrogância escarnecedora e
recusa…
Não obstante, não me é possível escrever um livro no qual não mencione
os enteais que prepararam nossa pátria terrena, pois vivemos no mundo
deles, alimentando-nos com suas dádivas. Toda a natureza dá testemunho da
atuação deles! Cada sopro de vento, cada fruta, cada pingo de água, o ar que
aspiramos!…
A ligação com os entes da natureza está interrompida desde muito tempo.
Por isso a descrença e a ignorância! Aqui novamente indico a Mensagem do
Graal, “Na Luz da Verdade”, de Abdruschin. No volume 3, podemos ler na
dissertação Os Planos Espírito-Primordiais IV as seguintes palavras:
A Idade da Terra
Vivemos na estrela dos seres humanos – Terra – ou com outras palavras,
num planeta terrestre destinado ao acolhimento de espíritos humanos.
Nossa Terra assemelha-se a um minúsculo ponto, como uma pequena
estrela sem importância, entre bilhões de astros. Em comparação com
outras estrelas, os planetas terrestres podem realmente ser designados de
pequenos. Insignificantes, porém, nunca são, pois ocupam uma posição
especialmente destacada em todo o Universo!
Já as matérias sólidas com as quais eles foram formados constituem uma
raridade no mundo dos astros. E as temperaturas reinantes nos planetas
terrestres, as quais possibilitam o desenvolvimento de plantas e seres vivos,
como animais e criaturas humanas, são absolutas exceções!
Outros astros apresentam temperaturas de milhões de graus de calor, ou
oscilam entre um frio estarrecedor e um calor incandescente. Sem se falar
de tempestades eletromagnéticas e outros efeitos elementares, aos quais eles
estão sujeitos.
A idade da Terra é hoje indicada como sendo de cinco bilhões de anos.
Esse número poderia estar certo, aproximadamente. O que, no entanto, não
corresponde à realidade é a suposição dos cientistas de que há cinco bilhões
de anos originou-se não só a Terra, mas também todo o Universo.
O Universo é muito, muito mais antigo do que hoje se supõe! Conceitos
humanos de tempo não bastam para perscrutar o surgimento das inúmeras
galáxias. Mesmo com medidas astronômicas não poderia ser constatada a
idade do Universo. Tratando-se de um fenômeno criador, como a
construção de uma parte do Universo, cinco bilhões de anos terrenos
significam muito pouco.
A Terra é relativamente jovem. Ela foi a primeira estrela para seres
humanos que nasceu na parte do Universo Éfeso. Ao acontecer isso, já
existia um número inimaginavelmente grande de sistemas estelares!
Enormes forças elementares, muito antes, já estavam, então, ocupadas com
a ampliação do Universo. Continuamente nasciam novas estrelas, enquanto
outras já estavam em via de desintegração.
Assim como cada ser humano, também cada astro tem um tempo
determinado de vida. Na matéria fina, mediana e grosseira tudo está sujeito
a transformações! Ininterruptamente se realizam essas alterações na
pulsação rítmica do tempo. Sem transformações não haveria nenhum
desenvolvimento.
Desde o início, o espaço celeste está tomado de melodias bramantes do
ritmo da vida, segundo o qual os astros seguem suas órbitas prescritas. Por
toda a parte há movimento. Movimento é uma lei da vida que se efetua na
Criação inteira!
Imponente e inapreensível em sua magnitude e extensão é nosso
Universo! Nele o ser humano é menos do que um grão de areia.
Éfeso
Cada parte do Universo com seus bilhões de sistemas estelares
movimenta-se em volta de uma radiante fonte de energia, em volta de um
centro, de onde é mantida a ordem da respectiva parte do Universo.
Esse centro, que se encontra na matéria grosseira mediana, iguala-se a
um coração que pulsa, emitindo suas ondas de energias vivas – os raios
cósmicos – para as esferas da matéria grosseira. O regente dessa central é
um enteal poderoso. Porta um elmo e uma armadura, ambos de prata. Sua
força de irradiação é tão intensa, que ele próprio, visto de longe, também se
assemelha a uma pequena e brilhante estrela multicor. Os milhões de
enteais que cooperaram na origem, manutenção e decomposição de corpos
celestes da parte Éfeso do Universo – e ainda continuam cooperando –
podem ser denominados como povo desse poderoso enteal. Ele é seu amo e
a vontade dele dirige-os.
“Éfeso” é o nome do regente prateado. Por isso a parte do Universo da
qual ele é o regente também é chamada Éfeso.
Pertencem à parte Éfeso do Universo todas as estrelas visíveis a olho nu
no céu noturno. Mas pertencem a ela também todos aqueles astros que
podem ser percebidos somente por meio de telescópios e outros
instrumentos…
Há pouco tempo dois cientistas calcularam que haveria além da nossa
Via-Láctea um bilhão de estrelas habitáveis. E dessas, segundo a opinião
deles, já um milhão estariam habitadas por seres humanos.
Os dois cientistas, um russo e outro americano, chamam-se Josef
Shumuelowitch e Carl Sagan, respectivamente. A afirmação de ambos é
especialmente notável, visto que a maioria dos cientistas com seu limitado
entendimento é de opinião que entre os bilhões de sistemas estelares apenas
nossa Terra seja habitada…
Aliás, o russo e o americano erram ao transferirem as estrelas habitadas
para além da nossa galáxia, pois nela mesma existem inúmeras.
Gondwana
A estrela dos seres humanos, o minúsculo pontinho no meio dos bilhões
de sistemas estelares, passou por muitas transformações no decorrer do
tempo. A última grande transformação da Terra já foi há muitos milhões de
anos. Por meio dela modificou-se fundamentalmente o aspecto topográfico.
Isto aconteceu quando o continente gigante “Gondwana” se fragmentou,
sendo as partes de terra impelidas para direções diferentes pelas águas do
mar que subiam.
As criaturas humanas enxergam somente os efeitos finais dos fenômenos
naturais, que geralmente passam após curto tempo. Dos longos trabalhos
subterrâneos que precedem cada fenômeno, nada sabem.
Gondwana não se fragmentou arbitrariamente. Nos acontecimentos
naturais não há nenhuma arbitrariedade… Também nada é entregue ao
acaso… As regiões isoladas tinham sido separadas umas das outras, nos
lugares previstos, por forças da natureza responsáveis por isso – os enteais –
de modo que no final bastou um breve tremor para fazer com que o
continente todo se fragmentasse na hora determinada…
Os cientistas denominam hoje Gondwana “o continente misterioso”.
Provavelmente por se saber tão pouco a respeito dele…
Gondwana estendia-se para longe. Os locais hoje por nós denominados
América do Sul, Arábia, África, Austrália e Índia são frações do gigantesco
continente de outrora, chamado Gondwana. Quando esse continente ainda
existia, era possível caminhar por terra firme do Peru até o sul da Arábia…
Muito antes de Gondwana havia ainda outro continente que se
desmembrou em várias partes. Nos círculos científicos denomina-se esse
continente “Laurasia” ou “Laurentia”… A América do Norte e uma parte da
Europa, por exemplo, são frações do continente de outrora, denominado
Laurasia…
A matéria está sujeita a constantes alterações! Alterações, porém,
significam desenvolvimento progressivo!… Desenvolvimento progressivo
em ritmo harmonioso da vida… Agora, no Juízo, mais uma vez ainda a
topografia da superfície terrestre se modificará. Pela última vez!…
1 Vide “Na Luz da Verdade”, Mensagem do Graal, de Abdruschin, vol. 1, dissertação O mundo.
2 Vide o livro “O Nascimento da Terra”, da mesma autora.
OS BERÇOS DOS SERES HUMANOS
Os Babais
Chegara a grande época do desenvolvimento da Criação. Almas humanas
encarnavam-se nos corpos de matéria grosseira dos animais altamente
desenvolvidos!…
Como era então o aspecto desses animais de máximo desenvolvimento,
com capacidade de pensar, denominados “seres humanos primitivos”?
A descrição que aqui segue, origina-se da doutrina dos antigos povos do
Sol que habitavam, muito antes de Cristo, a América do Sul e que haviam
alcançado um elevado grau de maturidade espiritual. Dizia ela:
“Há longos, longos tempos, quando ainda existia uma segunda lua
no céu, viviam animais na Terra que pareciam seres humanos! Não
tinham pelos, tal como as criaturas humanas, e caminhavam eretos.
Sua pele era bronzeada como a dos filhos do Sol.
Eles pareciam-se com seres humanos, contudo não eram. Isso cada
um percebia claramente. Como cada um percebia isso? Eles não
tinham em seus corações a luz azul mas sim a vermelha; por essa razão
também nunca levantavam o olhar para o céu. Seus olhares fixavam-se
no chão ou dirigiam-se lateralmente para os arbustos. Esses animais,
que tinham o aspecto de seres humanos, alimentavam-se com a carne
de pequenos veados e de grandes lagartos, mas comiam também as
frutinhas do arbusto amargo e tomavam o leite das grandes árvores de
nozes… Eles tinham vários nomes. Um desses era ‘juki’…”
Essa descrição é tão verdadeira que apenas pouca coisa terá de ser
acrescentada. Aliás, nem sempre foram chamados jukis, mas sim “babais”
pois era esse seu nome enteálico.
Esses animais que pareciam seres humanos eram muito grandes, muito
ágeis e possuíam corpos bem-proporcionados. Sua pele era de cor dourada
ou bronzeada, muito reluzente e, com exceção de poucos lugares, eram
totalmente sem pelos. Seus braços e mãos eram extraordinariamente
desenvolvidos. Não estavam em proporção com seus belos corpos. Isso,
contudo, tinha a sua razão. Os babais não sabiam trepar muito bem em
árvores. Por isso, com muita habilidade, eles se penduravam em cipós, indo
de árvore em árvore. Seus filhos, quando ainda mal podiam andar, já se
balançavam nas “cordas de cipó” que não se rompiam.
Os verdadeiros “tarzans” foram os babais! Os seres humanos com
corações de animais! É esse o sentido do nome babai…
O Saber Perdido
A origem dos seres humanos, absolutamente, não foi sempre o
impenetrável mistério que é hoje. Os povos dos tempos primitivos
conheciam exatamente as conexões de sua existência terrena. Pelo menos
enquanto sua intuição, o instrumento mais fino que o ser humano possui,
ainda podia receber de modo puro conhecimentos superiores, transmitindo-
os ao cérebro.
Naquele tempo longínquo, que nunca mais voltará, confirmava-se, plena
e integralmente, o dito:
“Aos Seus o Senhor presenteia durante o sono!”
Hoje muita coisa é diferente. Saber, verdadeiro saber que ajuda os seres
humanos em sentido ascendente é uma raridade. Os canais de ligação para o
espírito estão turvos e, na maioria dos casos, até mesmo totalmente
obstruídos. Confunde-se intelecto com espírito! E a verdade?! A verdade
está soterrada sob um entulho de erros e mentiras!
A história da humanidade, ensinada hoje de um modo geral, não apenas é
cheia de lacunas, mas sim inverídica desde a base. Muito do que se refere à
origem e desenvolvimento progressivo do ser humano encontra-se na
Bíblia. Aos intérpretes da Bíblia, no entanto, nunca ocorreu o pensamento
de que as descrições nela contidas se referem a acontecimentos espirituais.
Fenômenos espirituais que se desenrolaram muito distantes do mundo de
matéria grosseira. Os muitos erros surgiram em virtude de os pesquisadores
da Bíblia relacionarem todos os fenômenos nela descritos com a Terra! Pois
procurou-se durante algum tempo o próprio Paraíso nesta Terra grosso-
material!
Primatas
A ciência de hoje nada mais sabe dessa perfeita espécie animal – os seres
humanos primitivos – cujos corpos até hoje servem, com poucas alterações,
ao espírito humano na matéria grosseira.
O aparecimento dos seres humanos na Terra é um enigma para todos os
pesquisadores. A teoria de Charles Darwin, de que o ser humano e o
macaco possuem ambos um ancestral comum e a sua teoria da evolução não
trouxeram nenhuma clareza. Naturalmente existem alguns cientistas com
visão mais ampla procurando pelo elo perdido entre o macaco e o ser
humano…
A teoria de que o ser humano e o macaco possuem ambos um ancestral
comum tornou-se mais aceitável para muitos quando foram encontrados
vários esqueletos humanos disformes, como por exemplo o “homem de
Neanderthal”. Desses achados não poderão ser tiradas conclusões, visto já
se tratar aí de tipos humanos degenerados, que já naquele tempo não eram
mais nenhuma raridade.
Nunca esteve dentro do plano da Criação envolver a vida humana em
mistérios. Pelo contrário! O ser humano poderia hoje ter um saber completo
a respeito de sua existência. O que o impede disso é o raciocínio preso à
matéria mais grosseira…
Os cientistas falam hoje de “primatas”. Entendem, com isso, um ser
primitivo descendente do macaco.
A palavra primata significa “aquele que existiu primeiro”! Isto está
correto. Os primatas foram os primeiros. Essa palavra pode ser aplicada em
relação aos nobres e altamente desenvolvidos animais, os babais, pois eles
foram os primeiros a existir. Só que não descenderam de nenhuma espécie
de macacos conhecidos pelos seres humanos…
Marae
Marae, a maravilhosa Marae!
Situava-se no continente polinésio submerso, do qual, hoje, praticamente
não existe mais nenhuma notícia. Apenas ilhas, frações desse continente,
ainda repontam do mar que hoje encobre o continente gigantesco de
outrora. Nova Zelândia, as ilhas Sandwich, Samoa, Taiti e outras mais são,
apesar das distâncias que têm entre si, partes desse mundo submerso.
Marae era, como todos os berços da humanidade, de uma beleza
indescritível. Havia ali lagos e montanhas das quais as águas se
precipitavam em cataratas, juntando-se em profundas bacias. Nos paredões
das montanhas vicejavam orquídeas das pedras, amarelas e lilases, onde
inúmeros pequenos pássaros nidificavam. Da paisagem, que parecia um
parque, sobressaíam árvores gigantescas com grossas e reluzentes folhas.
Nos troncos dessas árvores e de seus galhos, estendidos amplamente,
pendiam grandes e pesadas frutas. Sobre tudo pairava uma aura de pureza,
proporcionando a toda a natureza um brilho aumentado. Muitas vezes se
ouviam cantos vibrantes e sons de júbilo. Vinham pelas ondas do ar, de
perto e de longe, misturando-se com o cantar de muitos passarinhos e o
zunir de incontáveis insetos. Eram cantos de seres felizes que ecoavam na
atmosfera grosso-material…
Thule
Thule! A região abençoada chamada outrora Thule encontra-se desde a
primeira época glacial soterrada sob muitas camadas de gelo. Sob o gelo do
Polo Norte.
Bosques floridos cobriam grande parte dessa terra. Também as muitas
espécies de árvores frutíferas, que ali cresciam, formavam muitas vezes
florestas inteiras. As frutas que amadureciam sob o calor tropical eram
doces e suculentas. Havia tanta abundância, que o chão sob as árvores
estava constantemente coberto por uma grossa camada de frutas
superamadurecidas. Também a riqueza animal era, tal como a de Marae,
inimaginável. Em Thule vivia uma espécie de cavalo que tinha um chifre no
meio da testa. Eram os assim chamados unicórnios, existentes hoje apenas
nas lendas. Além disso, dragões e aves de incríveis tamanhos voavam
frequentemente sobre o país. Em Thule existiam muitas espécies de
roedores e de cervos. Todos eles lembravam, com seu aspecto e tamanho, os
animais primitivos dos tempos iniciais. O único animal de rapina que se via
na região designada de berço dos seres humanos tinha algo de felino,
embora se parecesse mais com um urso. Era uma espécie de animal já em
via de extinção.
Unicórnios
Unicórnios existiram ainda durante longos períodos. Hoje, esse animal
somente é mencionado em lendas, uma vez que sua existência ainda não
está cientificamente comprovada. O unicórnio, naturalmente, existiu, do
contrário não poderia ter sido descrito em lendas nem mostrado em
imagens. O ser humano por si não pode inventar nada que não exista na
Criação ou que já existiu uma vez…
Todo o saber dos tempos primitivos, não importando do que se tratava,
foi retransmitido de geração em geração. Nada se perdeu, pois tudo que os
seres humanos vivenciaram nos tempos primitivos de sua existência
gravou-se em suas almas inapagavelmente.
A cada nova vida terrena, tudo o que haviam vivenciado em tempos
passados despertava novamente neles. Ou tinham recordações ou
vivenciavam muita coisa no mundo dos sonhos, enquanto dormiam.
Os seres humanos dos tempos primitivos eram pessoas puramente
intuitivas. Pelo menos até a época em que o raciocínio se interpôs,
dificultando. Por esse motivo suas vivências noturnas, seus “sonhos”, eram
claras, nítidas e inequívocas. Existem ainda hoje seres humanos em cujas
almas despertam, aqui e acolá, de relance, mensagens e acontecimentos dos
tempos primitivos. Isto, aliás, é raro, contudo acontece.
Tomemos como exemplo o fato de uma dessas raras pessoas sonhar uma
noite com um unicórnio. Ela vê nitidamente o animal diante de si pulando e
atravessando córregos. Observa como ele rola e de repente sai em disparada
juntamente com centauros que passam galopando…
O sonho é tão nítido, que a respectiva pessoa, ao acordar, lembra-se disso
mais ou menos nitidamente. Também a alegria que sentira ao deparar com o
aspecto do animal ainda permanece nela. Contudo, a noite passou, e o
raciocínio assume novamente o predomínio.
A vivência do sonho é afastada para o reino das lendas, pois não existem
unicórnios e centauros! Embora a respectiva pessoa gostasse de acreditar
nisso, ela “sabe” que tais figuras nunca existiram…
De tais vivências surgiram em sua maioria os contos de fada em que
aparecem entes da natureza. Todos eles encerram a verdade. Os autores
desses contos descreveram ocorrências que talvez já houvessem vivenciado
há muito tempo e das quais se tornaram novamente conscientes por causa
de alguma circunstância. Seja por uma recordação nitidamente sentida
através de sonhos ou outros acontecimentos vivenciais…
Arzawa
Voltemos, depois dessa digressão, para os berços dos seres humanos.
Arzawa situava-se mais ou menos na região da Mesopotâmia e da
Caldeia. Esse grande e florido país de outrora é hoje em sua maior parte
uma região deserta. Há muitos e muitos milhões de anos, bem antes de
Arzawa existir, naquela região as ondas do mar se quebravam contra os
recifes.
Durante milhões de anos existiu ali apenas o mar, um mar sem ilhas.
Vieram então transformações de terra que se repetiam de tempos em
tempos, conforme as leis cósmicas. Elas modificaram o aspecto da Terra. O
fundo do mar ergueu-se, enquanto em outras partes do globo grandes
massas de terra afundavam.
Incontáveis conchas e peixes cobriam o recém-emergido fundo de mar,
transformando-se em pouco tempo em terra fértil. O solo em que Arzawa
deveria florescer fora dessa maneira preparado.
Arzawa era um país rico em florestas. Havia grandes palmeirais onde
cresciam espécies de palmeiras que hoje não mais existem na Terra. Havia
duas espécies predominantes há três milhões de anos. Uma dessas espécies
de palmeiras produzia frutos, aliás nozes, tão grandes e pesadas como a
maior abóbora. A outra espécie, que em decorrência do tamanho e
espessura de seu tronco, mais se assemelhava a árvores de mata virgem do
que a palmeiras, tinha pequenas e macias frutas que lembravam uvas. Só
que essas uvas pendiam das copas das palmeiras em fibras de alguns metros
de comprimento. Além dessas palmeiras cresciam nesse país ainda muitas
outras árvores, nas quais amadureciam saborosas frutas durante quase todo
o ano.
Nas margens dos rios, entre samambaias gigantes, vicejavam bananeiras.
Pelo menos uma espécie semelhante. As bananas pouco se assemelhavam
às frutas por nós hoje conhecidas com este nome. Elas tinham casca
vermelha e uma polpa dura e farinhosa. Não obstante, podem ser
designadas como as antepassadas das nossas bananas.
Nem os babais que ali viviam nem os posteriores seres humanos tocavam
nessas frutas. Por outro lado, eram muito apreciadas pelos animais.
Principalmente os macacos e os lagartos rastejantes e voadores pareciam
preferir essas frutas.
Arzawa tinha água em abundância, por isso havia ali muitas aves
aquáticas. Frequentemente essas aves, de diversos tamanhos, cobriam
quilômetros da superfície dos rios.
Em alguns rios pantanosos viviam crocodilos. Ali também existiam
hipopótamos. Pelo menos os “ancestrais” dessa espécie animal. Viam-se
frequentemente avestruzes. Eram largos e grandes, de modo que dois
homens podiam montar neles comodamente.
A respeito de outros animais, deveriam ainda ser mencionados uma
espécie de antílope de um só chifre e as grandes raposas cinzentas…
Os animais que viviam há três milhões de anos tinham todos ainda algo
de primitivo. Muitas espécies extinguiram-se desde então. Os que
sobreviveram podem ser designados de “pais primitivos” de todos os
animais que hoje vivem na Terra.
Também entre as árvores e demais vegetações havia muitas espécies que
no decorrer do tempo desapareceram da Terra, dando lugar a outras…
Os babais viviam em grupos. Nunca se afastavam muito uns dos outros.
Entre eles e os animais não havia convivência. O abismo que os separava já
era grande demais. Era como se os animais sentissem a distância, e
provavelmente a sentiam mesmo, pois nunca se aproximavam dos babais.
As aves eram diferentes nisso. A timidez de outros animais era-lhes
desconhecida. Os babais que gostavam de longas caminhadas, estavam
sempre rodeados de pássaros. De grandes e pequenos. Os pássaros voavam
em sua direção como que para cumprimentá-los, pousando em suas
cabeças, ombros e braços estendidos. Era visível que reinava um profundo
amor entre os babais e os pássaros.
Arzawa era em todos os sentidos um país de felicidade e uma esfera de
Luz na Terra. Sob esse aspecto todos os sete berços dos seres humanos se
assemelhavam…
Yoni
Chegamos agora à região denominada Yoni.
Yoni! Essa região que brilhava em beleza tropical encontrava-se onde
hoje se estende o deserto de Gobi. Tremores de terra, vulcões e água
destruíram no decorrer do tempo essa florida paisagem de outrora.
Quando Yoni ainda era um dos berços da humanidade e os babais ali
viviam sob a cuidadosa proteção dos enteais, existiam também extensas
florestas e lagos. Havia também regiões onde toda a sorte de árvores
frutíferas cresciam. Entre elas havia muitas espécies de ameixeiras. As
frutas que nelas amadureciam eram em parte transparentes, de cor amarelo-
claro ou vermelho-escuro e lilás… Tinham o feitio de maçãs muito grandes.
Outra espécie de fruta muito apreciada pelos animais e também pelos
seres humanos eram as uvas. Tal espécie de frutas, que se pareciam
realmente com as uvas de agora, crescia em finos cipós que pendiam em
muitas árvores da floresta.
As árvores frutíferas, bem como muitas espécies de outras árvores que
cresciam há três milhões de anos na Terra, tinham-se desenvolvido das
sementes primitivas contidas no “sedimento” do qual a Terra se formou. As
sementes da vegetação, da flora terrena, não germinaram ao mesmo tempo.
Ao contrário! As sementes primitivas eram de tal contextura, que somente
depois de um determinado período, mais ou menos longo, podiam começar
a germinar. Tinha-se a impressão de que até mesmo as sementes se
orientavam de acordo com um mecanismo de relógio que lhes indicava o
tempo em que lhes seria permitido tornar-se ativas…
Yoni, como todas as demais terras e mares, era rica em animais. Dignos
de nota eram as muitas águias e os esquisitos macacos semelhantes a ursos
que ali viviam. As águias tinham o dobro do tamanho das águias que ainda
hoje existem na Terra. Sua plumagem era preta e cinzenta. Os machos eram
bonitos, pois sua cabeça era ornada de penas vermelhas que formavam uma
espécie de coroa…
Nada mais na região centro-asiática, no deserto de Gobi, indica que ali
houvesse existido uma verde e florida paisagem, onde espíritos humanos
vivenciaram seu primeiro nascimento na Terra. Diversas estradas de
caravanas atravessam hoje o deserto, e tribos mongóis vivem nos poucos
oásis.
Avari
Avari, a ensolarada Avari com suas planícies relvadas, suas colinas
cobertas de florestas, seus vulcões, lagos de crateras e vales cheios de água,
estava situada nas proximidades do Havaí, no Oceano Pacífico. É possível
que o Havaí seja uma parte desse país submerso que voltou à superfície.
Com exatidão não se pode mais localizar, visto terem ocorrido desde então
várias transformações de terra e de mar naquela parte do globo.
A região de Avari, em seu resplendor verde-dourado, surgiu outrora das
cinzas dos vulcões. Há três milhões de anos, nada mais lembrava a época
em que os vulcões estavam em atividade. As vastas planícies não estavam
cobertas com os capins hoje conhecidos, mas sim com diversas espécies de
“capim-cereal”. Dessas espécies de capim, cujas sementes se assemelhavam
às do arroz, trigo e até aos grãos de milho, originaram-se todas as espécies
de cereais posteriores. Naquele tempo havia dessas espécies de capim por
quase toda a superfície da Terra.
No meio de verdes planícies erguiam-se grupos de árvores. Eram
principalmente árvores frutíferas. De acordo com suas gigantescas
proporções deveriam originar-se de tempos remotos. As florestas junto aos
lagos eram constituídas geralmente de coníferas que também alcançavam
uma altura extraordinária.
Nos ensolarados vales dos rios cresciam frutas que pareciam melões,
cobrindo vastas regiões. Suas cascas eram vermelhas, contudo sua polpa era
branca e gelatinosa. Essas frutas, que tinham o sabor de peras muito doces,
eram comidas com especial prazer pelos babais dessa região.
Também Avari era muito rica em animais. Havia pássaros de todas as
cores e tamanhos. Naquele tempo ainda existia uma espécie de ave gigante
de cor azul-reluzente. Eram bem maiores do que os avestruzes, tinham
garras vermelhas, bicos compridos e asas atrofiadas de cor vermelha. Essa
espécie de ave extinguiu-se ainda antes da época glacial.
Entre os animais, alguns se distinguiam de modo especial. Cervos
gigantescos, grandes panteras, uma espécie de cavalo de pelo comprido e
ovelhas que alcançavam o tamanho de lhamas.
Além disso, as gigantescas preguiças penduradas em “suas” árvores.
Era visível que os animais pertencentes aos berços dos seres humanos
tinham sido cuidadosamente escolhidos. Pois em parte alguma dessas
regiões havia os grandes sáurios, búfalos, mamutes e outros animais
gigantes que há três milhões de anos ainda existiam… Com relação a
animais pequenos, parecia que os ouriços predominavam em Avari…
Tholo
Tholo. Essa região, com sua exuberância, situava-se no Quênia de hoje
(África). Era um país grande e vasto, parecendo consistir inteiramente em
cores e aromas. É fácil constatar a posição do berço dos seres humanos de
Tholo, pois ali se ergue hoje o Kilimanjaro.
O Kilimanjaro é a montanha mais alta da África. Ele se compõe de três
vulcões extintos. Alguns de seus paredões estão cobertos de geleiras.
Tholo era um país, tal como os outros berços dos seres humanos,
ricamente abençoado com todas as dádivas da natureza. Seus rios
conduziam água abundantemente.
Na terra vicejavam amendoins e tubérculos comestíveis. Frutas
encontravam-se em quantidade e variedade; mesmo as árvores de leite e de
mel não faltavam em parte alguma.
Duas espécies de árvores frutíferas cresciam por toda a parte. As de fruta-
pão e as figueiras. As figueiras tinham troncos que não podiam ser
abraçados por um homem. No decorrer do tempo todas as árvores e suas
frutas se modificaram. Antes de tudo, no que se refere ao tamanho e sabor.
O ar de Tholo parecia consistir exclusivamente em nuvens aromáticas.
As muitas árvores de flores brancas exalavam aromas. Mas também as
muitas orquídeas, os arbustos floridos e as flores dos cipós desprendiam
perfumes… Advinha ainda o forte aroma do capim dos pântanos e dos
cactos floridos do deserto…
Sim, na região de Tholo havia, em contraste com os demais berços dos
seres humanos, pântanos e desertos. Os pântanos situavam-se ao sul e os
desertos ao norte. Contudo, eles não prejudicavam em nada a região onde
os babais viviam, criando seus filhos humanos…
Havia muitos animais em Tholo. Também leões. Leões grandes, de cor
preta e cinzenta, e de pelos compridos, que viviam nas regiões pedregosas
do deserto. Dentro e ao lado dos pântanos viviam inúmeras aves, bem como
outros animais. Nas florestas viam-se toda a sorte de antílopes e animais de
pescoço comprido que se assemelhavam às girafas. Dragões voadores,
pequenos e grandes, eram frequentemente vistos. Eles voavam tinindo
ruidosamente sobre o país, em direção a seus distantes lugares de
nidificação. Às vezes eles retornavam dessa direção… Havia também
muitos macacos. Contudo, apenas espécies menores. Os macacos gigantes
com suas horríveis dentaduras viviam nas florestas montanhosas do outro
lado do deserto.
Existiam muitos lagartos em Tholo. De todos os tamanhos e cores.
Pássaros, morcegos, besouros, borboletas e outros insetos havia não
somente em Tholo, mas também em toda a superfície do globo terrestre, de
espécies tão múltiplas e em tais quantidades como hoje não mais pode ser
imaginado.
Cada animal, até mesmo o ínfimo inseto, tem sua razão de ser no mundo!
Todos eles contribuem, com sua espécie, para que o equilíbrio na natureza
nunca seja perturbado! Também as serpentes – havia outrora muito mais do
que hoje – contribuíam para a manutenção do necessário equilíbrio…
Ratos, camundongos e incontáveis animais pequenos dominariam hoje a
Terra, se as serpentes não tivessem cumprido sua missão desde os
primórdios.
Os animais grandes como os elefantes gigantes da floresta, hipopótamos,
javalis gigantes e muitos outros ainda, nunca se aproximavam da região de
Tholo onde os babais viviam. Os enteais protetores dos babais haviam
determinado fronteiras em volta de todos os berços da humanidade;
fronteiras essas que não podiam ser transpostas por certas espécies de
animais…
Ophir
Chegamos agora ao último berço dos seres humanos: Ophir!
Ophir! Gondwana, o continente, não submergiu de uma só vez. Pelo
contrário, pouco a pouco. Uma das últimas partes a submergir foi o país que
ligava outrora a África com a América do Sul. Esse país chamava-se Ophir!
Esse nome referia-se mais ao ouro do sol do que ao ouro que se encontrava
em grandes quantidades na terra e nas pedras.
Ophir também parecia um jardim paradisíaco que refletia o amor e a
alegria dos povos enteais… Os babais, com seus belos e reluzentes corpos
dourados enquadravam-se bem nesse mundo maravilhoso! Em Ophir ainda
existiam florestas onde cresciam árvores dos tempos primitivos, e
montanhas de onde quedas-d’água se precipitavam em profundos
precipícios. Nos vales dos rios cresciam samambaias gigantes e enormes
plantas ornamentais, cujo aspecto lembrava épocas muito remotas.
O que chamava especialmente a atenção nesse país eram regiões onde o
solo era totalmente coberto por musgo de cor verde-claro. Essa impressão,
contudo, enganava. Não era musgo, mas sim uma relva baixa e espessa,
cujas sementes pareciam grãos de arroz vermelhos. Na época do
amadurecimento desses grãos, juntavam-se incontáveis bandos de pássaros,
principalmente uma espécie grande e colorida, cobrindo todas as áreas
dessas relvas.
Nas “regiões de musgo” crescia uma árvore de espécie extraordinária. As
frutas que se desenvolviam no tronco pareciam grandes melões vermelhos.
Eram muito saborosas e tinham muitos apreciadores no mundo animal. Mas
também os babais e mais tarde os seres humanos comiam-nas com
predileção.
Entre os animais, algumas espécies destacavam-se de modo especial. Os
tatus gigantes e as peludas cabras das montanhas, de cor castanho-
avermelhado, que habitavam principalmente as encostas das montanhas.
Essas cabras possuíam um pelo crespo e tinham o tamanho de cervos.
Também existiam animais de cor cinza-claro com trombas compridas.
Assemelhavam-se aos elefantes, contudo tinham apenas a metade do
tamanho destes. Viviam ainda ali, naquele tempo, animais que eram um
misto de lhama e camelo.
Flores também existiam abundantemente em Ophir. Com razão podia-se
chamar os berços da humanidade de “países das mil fragrâncias”. Pois
nunca, nem antes e nem depois, houve na Terra regiões onde tantas flores,
árvores frutíferas cheias de flores e tantas espécies de arbustos e cipós se
haviam concentrado. Advinha ainda a maravilhosa abundância de flores das
matas virgens que existiam em todos os berços dos seres humanos,
exalando para longe suas nuvens de fragrância…
As Características Raciais
Quando os seres humanos que se desenvolviam nos diferentes berços da
humanidade haviam alcançado a idade de se reproduzirem, eles, de acordo
com a lei da igual espécie, somente atraíam almas correspondentes à sua
própria espécie e raça. Uma mistura era impossível.
Contudo, não mais eram espíritos escolhidos que vinham à Terra, mas
sim espíritos que se haviam desenvolvido na Criação posterior, nos mundos
de matéria fina. Desenvolvidos de germes espirituais saídos outrora do
Paraíso em direção à Criação posterior!
Os germes espirituais apresentam diferentes características raciais, visto
descenderem de várias raças que vivem nos luminosos reinos espirituais. As
diferenças de espécie manifestam-se ao começar o processo de
desenvolvimento nos mundos de matéria fina. Também nesses reinos não
existe mistura de raças. Cada raça vivia e desenvolvia-se em seu mundo.
Pela separação condicionada por lei, podia cada raça individualmente
levar sua própria espécie à máxima florescência… Livre de outras
influências…
Os descendentes dos setecentos seres humanos escolhidos eram,
portanto, em contraste com seus pais, espíritos que se haviam desenvolvido
de germes espirituais na Criação posterior…
As Diferentes Raças
Olhemos agora mais de perto para as raças que se desenvolveram
individualmente nas diferentes partes da Terra.
3 Indicamos aqui a Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade”, de Abdruschin, vol. 3, dissertação
Germes espirituais. Nessa dissertação podemos ler que existem enteais que contêm algo de
espiritual, e que várias divisões podem ser feitas entre eles…
A ÉPOCA ÁUREA
As Crianças
Os novos habitantes da Terra multiplicavam-se muito lentamente no
primeiro período de desenvolvimento, pois só se relacionavam sexualmente
em determinadas épocas. Nesse sentido ainda se assemelhavam a
determinados animais. O período de gestação era um pouco mais longo do
que hoje.
As mulheres grávidas escolhiam muito cuidadosamente os locais para o
nascimento de seus filhos. Tinham de estar próximas de alguma água, para
que pudessem logo se banhar juntamente com o recém-nascido.
Após o parto e o banho, a mãe levava o filho para junto das outras
pessoas. Todos o viam e tocavam nele, depois era deitado no chão. Não
diretamente sobre a terra, mas sim sobre grandes folhas macias, já
estendidas anteriormente por uma das mulheres. Enquanto a criança dormia,
era coberta também com uma dessas folhas.
Essas “folhas para crianças”, que serviam ao mesmo tempo de cama e de
cobertor, cresciam em todos os lugares de berços dos seres humanos.
Pertenciam a uma planta de vários metros de altura e tinham um diâmetro
de mais de um metro. As jovens mães, que mastigavam prazerosamente
essas folhas suculentas com sabor de limões doces, não sabiam que o suco
delas era o melhor dentifrício e antisséptico existente naquela época…
As crianças recém-nascidas eram criadas com muito menos cuidados do
que hoje em dia. Eram alimentadas apenas duas vezes por dia. Ao nascer e
ao pôr-do-sol. O leite materno, aliás, era tão rico em substâncias nutritivas,
que as crianças nem necessitavam mais refeições. Satisfeitas e contentes,
ficavam deitadas em suas duras camas de folhas. Elas gritavam e choravam
muito menos do que as crianças de hoje.
O único “luxo” dessas crianças constituía-se de banhos. Tomavam banho
várias vezes ao dia, uma vez que suas mães as levavam consigo, cada vez
que se banhavam, e isto acontecia com grande frequência.
Apesar das condições de vida algo duras, essas crianças eram muito mais
robustas do que as de hoje. Elas aprendiam a caminhar mais cedo,
tornando-se também mais rapidamente independentes. Após poucos meses
elas recebiam leite e mel das árvores plantadas cuidadosamente pelos seres
da natureza dos sete berços da humanidade… O alimento seguinte das
crianças eram ovos. Ovos de incontáveis aves silvestres e aquáticas
existentes em todos os tamanhos. As crianças mal sabiam andar, e já
buscavam os ovos nos ninhos. Elas mesmas abriam-nos e bebiam o
conteúdo… Carne somente recebiam quando seus dentes eram
suficientemente fortes para mastigá-la…
“Um corpo humano abandonado pelo seu espírito nunca deveria ser
exposto aos animais. Ele teria de ser protegido destes. Protegido com
muita terra amontoada sobre ele, pois ninguém deveria ver como um
corpo morto se dissolve em suas partículas elementares…”
Aos seres humanos era permitido matar outrora tantos animais quantos
necessitassem para o seu sustento. E assim faziam. Contudo, eles matavam
rapidamente e em silêncio, e apenas tanto quanto necessitassem. Mais que
isso, nunca! Essa espécie de caça por instinto de conservação não assustava
as manadas, nem as afugentava.
O prazer dos seres humanos de matar os animais começou com o início
da idolatria na Terra. Isto foi há aproximadamente sete mil anos. Naquela
época os seres humanos excluíram-se do mundo espiritual, de modo que
mais nenhum raio de luz chegava às suas almas. Dependiam
exclusivamente da luz de seu raciocínio, que em contraste com a luz do
espírito, assemelha-se a uma vela bruxuleante…
Cada religião que não encerra a verdade, tem de ser considerada uma
idolatria. Idolatria já houve na Terra há centenas de milênios. Com isso
grandes reinos culturais sucumbiram. Contudo, eram casos isolados. A
partir de sete mil anos atrás, aninhou-se o mal das falsas religiões em todos
os povos, alterando assim fundamentalmente o destino das criaturas
humanas.
As Lacunas da Ciência
Os cientistas da atualidade de um modo geral ainda têm de aprender
muito. Também no que se refere à idade da humanidade! Estão muito
atrasados em relação às suas teorias sobre a evolução da Terra…
Sol, estrelas, Terra, luas… Nenhum dos astros era estranho aos seres
humanos de outrora. Eles sentiam-se como minúsculas partículas
pertencentes ao todo, e a quem era permitido viver e caminhar na
maravilhosa Criação.
A respeito das luas os seres humanos de outrora sabiam o que os lahinis
haviam ensinado aos seus antepassados:
“Existem muitas espécies de luas. Contudo, as luas que
acompanham os planetas de seres humanos são diferentes. Constituem
uma espécie por si. São os chamados ‘planetas verdes’, pois são
cobertos por uma vegetação baixa e verde. Quando um dos planetas
verdes alcança seu apogeu, começa seu declínio, secando a
vegetação… A luz da Lua é luz solar! Contudo, age diferentemente
sobre a Terra. São as forças da Lua que regulam a circulação da água
no interior de nosso planeta… Também participam na distribuição da
água… E são as forças da Lua que seguram a Terra firmemente em
suas órbitas predeterminadas… As forças dos planetas verdes são
magnéticas, elas atraem e seguram, influenciando a temperatura
terrena.”
O Significado do Fogo
O fogo exercia sobre os seres humanos daqueles tempos uma
indescritível fascinação. Eles conheciam-no pelos vulcões que entravam em
atividade de tempos em tempos em todos os continentes. Mas conheciam
também o “fogo caseiro” que tornava mais saborosa a carne, e que alegrava
seus olhos. Com atenção integral, observavam muitas vezes e por horas
seguidas o brincar dos seres das chamas que se torciam, viravam, pulavam e
faiscavam…
Os lahinis, antes de desaparecer, ainda tinham mostrado aos seus
protegidos humanos como poderiam utilizar-se do fogo. Melhor dito,
mandaram mostrar, pois os lahinis haviam solicitado a colaboração dos
elfos das árvores e gnomos das pedras em geral.
Com grande afinco os elfos das árvores mostravam aos seres humanos as
madeiras que se apropriavam à produção de faíscas, esfregando-as umas
com as outras ou furando-as. Mostraram-lhes também cogumelos de
árvores, redondos e duros, que igualmente soltavam faíscas quando certas
madeiras eram friccionadas neles…
Os gnomos, sempre que eram procurados em auxílio, traziam uma porção
de pedras e quartzos, a fim de ensinar aos seres humanos a seu modo. Eles
pegavam as pedras que se prestavam a isso e batiam tão firmemente uma
contra a outra, que logo se desprendiam faíscas incendiando capim seco…
Dessa forma o fogo fez sua entrada na vida dos seres humanos, tornando-
se o centro de sua existência. Cada tribo tinha sua “cova de fogo”, onde o
fogo nunca se apagava.
Com o fogo modificou-se também sua alimentação. Não mais comiam
exclusivamente aves e peixes como até então, mas também diversas
espécies de animais silvestres, dos quais lhes era permitido matar tanto
quanto precisassem para sua alimentação. Abriam a caça, tiravam-lhe a pele
e enrolavam a carne em folhas; depois, envolvida com barro úmido, era
colocada nas já preparadas covas de brasa, coberta de pedras, onde assava
lentamente…
As peles dos “animais de comer” eram secas cuidadosamente, curtidas
com a seiva de determinadas árvores, tornando-se assim duráveis. Sua
utilização era multiforme. Os homens e meninos tinham uma predileção
especial por peles. Faziam saias com elas e uma espécie de camisas como
proteção para o peito. As mulheres utilizavam as peles para tornar as camas
e redes mais macias…
Durante o terceiro período de desenvolvimento os seres humanos
construíam para si casas para dormir, ou melhor dito, barracas, pois
consistiam em três paredes que terminavam em ponta para cima, feitas de
esteiras. A instalação interna das barracas consistia em camas altas ou
redes. O chão era sempre coberto com esteiras.
Essas barracas ou tendas, que serviam exclusivamente para dormir, eram
bem arejadas e plenamente adaptadas ao clima quente que reinava por toda
a parte na Terra.
Cada tribo tinha, de início, a sua cova de fogo. Mais tarde, quando os
seres humanos montavam suas barracas, isso se tornou diferente. Cavavam
diante de cada tenda covas de fogo, geralmente redondas, as quais depois
enchiam com brasa. Meninas e meninos tinham de cuidar para que a brasa e
o fogo nunca se apagassem.
“Fogo caseiro” – assim eram denominadas as covas de fogo diante das
barracas. Muitas vezes as criaturas humanas ficavam sentadas
pensativamente diante delas com inconsciente anseio nos corações, e
jogavam galhos resinosos, sementes ou madeiras aromáticas sobre a brasa.
Depois observavam serenamente a fumaça que se elevava e que desaparecia
nas ondas do ar.
Às vezes acontecia, nessas ocasiões, que surgissem enteais
acompanhadas de pombos. Elas eram do mesmo tamanho dos seres
humanos, tendo grinaldas de flores vermelhas nos cabelos claros. Suas
roupas tinham a cor de chamas alaranjadas… Os seres humanos, contudo,
não viam as roupas, mas sim seus olhos maravilhosos. Olhos transparentes
de cor vermelho-violeta circundados por pestanas constituídas de pétalas de
flor verde-clara…
Esses seres, sempre recebidos com grande alegria, olhavam, geralmente
calados, para as criaturas humanas, sorriam carinhosamente e desapareciam
a seguir. Às vezes, porém, também falavam.
Assim, por exemplo, disseram uma vez para as mulheres:
Os Hábitos de Vida
Uma vida familiar como hoje é conhecida não havia em parte alguma da
Terra. Os seres humanos do terceiro período de desenvolvimento viviam
exatamente assim como haviam vivido seus antepassados. Homens e
mulheres moravam separadamente.
Os homens dedicavam-se à caça, cuidando da necessária alimentação.
Eles não só montavam suas próprias barracas, mas também as das mulheres,
executando todos os trabalhos pesados necessários.
As mulheres também não eram inativas. Pelo contrário. Ocupavam-se
desde cedo até a noite. Preparavam as refeições, teciam, trançavam e faziam
sua “vestimenta”; também sandálias elas fabricavam de peles, o que as
orgulhava especialmente.
As roupas delas ainda consistiam em saias que alcançavam os joelhos.
Aliás, essas saias não mais eram de samambaias, mas sim de um fino tecido
de fibras. Às vezes elas perpassavam as bainhas das saias com penas
coloridas encontradas na floresta, ou com flores. As moças e as mulheres
faziam também grinaldas de folhas e flores, pendurando-as em volta do
pescoço e enfeitando também com elas os cabelos.
Os homens usavam, tal como os plêiades, testeiras. Eram as mulheres
que as confeccionavam. Utilizavam para isso cordões de pele e de fibras, ou
faziam correntes de sementes duras e coloridas. As mulheres teciam,
outrossim, saias para os homens feitas de fibras mais grosseiras e mais
resistentes. Somente as saias de pele eram cortadas pelos próprios
homens…
Mulheres e homens tomavam as refeições juntos. Sentavam-se em
grupos, distribuindo entre si o alimento. Não era apenas carne que eles
comiam. Sempre havia também folhas verdes comestíveis, cogumelos,
bagos e toda a sorte de frutas. As mulheres cuidavam a fim de que nunca
faltassem os “acompanhamentos para a carne”.
Os seres humanos sempre estavam ocupados com algo. Não eram
ambiciosos, porém cheios de energia e alegravam-se como crianças com o
trabalho que executavam. Seus exemplos eram os enteais e a própria
natureza. Por toda a parte viam movimento, desenvolvimento e
crescimento. Não havia estagnação em nenhum lugar. Nenhum deles tinha
consciência de que a mesma impulsionante força criadora da vida, que
mantinha a natureza em eterno movimento, também impulsionava a eles
próprios para o constante e progressivo desenvolvimento…
Por volta do fim do terceiro período de desenvolvimento, as sete raças
existentes na Terra haviam se multiplicado de tal forma, que em diversos
lugares surgiram grandes povoados. Esses povoados, aliás, não tinham a
mínima semelhança com as cidades e vilas de hoje. Pois as moradias não se
situavam lado a lado, mas sempre bem distantes umas das outras. Só isso já
resultava numa grande diferença.
Os seres humanos, geralmente, fixavam-se em regiões que pareciam
parques, ricas em água, e que ainda existiam naquela época em todas as
partes da Terra. Tratava-se de tribos de três mil a cinco mil pessoas que
montavam conjuntamente seus lares, domiciliando-se.
As moradias, utilizadas ainda exclusivamente para dormir, foram
aperfeiçoadas no decorrer do tempo. Aquelas do tipo de barraca ainda
continuavam muito apreciadas. Contudo, não mais eram levantadas com
três, mas com cinco ou ainda mais paredes muito altas. Ao lado dessas,
porém, já havia construções de madeira com tetos espessos de capim e
paredes de esteiras toscamente tecidas. Não havia aberturas para janelas. As
aberturas de porta eram fechadas à noite com esteiras ou cordas de fibras.
Era uma vida paradisíaca, a que os seres humanos levavam na época
áurea. Antes de tudo, porque ainda não existia um único mal na Terra e o
amor unia as criaturas entre si.
O amor que unia os seres humanos e os animais era algo que hoje
dificilmente pode ser imaginado. Para onde quer que os seres humanos se
dirigissem, sempre corriam animais ao seu encontro, pulando e brincando
em volta deles. Tratava-se dos assim chamados animais “selvagens”.
As lendas indonésias, em que aparecem “tigres seguidores”,
correspondiam outrora à verdade. Nos países onde viviam os descendentes
dos povos de Marae e Avari, havia espécies de tigres que seguiam seus
amos e amas como cachorros. Voluntariamente! O mesmo dizia respeito a
grandes e pequenos pássaros. Naqueles tigres até mesmo crianças podiam
montar.
Também os adultos se utilizavam de animais de montaria ao
empreenderem longas excursões de exploração. Os animais eram muito
atentos. Sempre sabiam o que “seus” amos desejavam deles. Dizemos
“seus”, pois eram os animais que escolhiam seu amo, a ele servindo
voluntariamente. Isto soa como um conto de fada, a respeito do qual os
atuais seres humanos, tão inteligentes, contudo tão solitários e infelizes,
sorrirão. Mas também esse conto de fada, como tantos outros, origina-se de
uma época em que ainda eram realidade e em que ainda existiam seres
humanos felizes…
A comunicação com os animais nos tempos primordiais não era nada de
extraordinário, uma vez que os seres humanos ainda possuíam uma ligação
intata com os mundos enteais. Uma separação entre a natureza e o ser
humano ainda não existia. A separação veio somente muito, muito mais
tarde.
Os companheiros das crianças eram por toda a parte os animais. Animais
que viviam nos respectivos continentes e regiões. Podiam ser, por exemplo,
filhotes de leões ou de ursos; também lebres e veadinhos gostavam de se
aproximar das crianças. Em algumas regiões da Terra ainda havia, outrora,
uma espécie de pequenos cavalos primitivos de tamanho não maior do que
os veados. Montar nesses cavalinhos era o maior prazer das crianças…
Além desses ainda havia muitos animais, atualmente desconhecidos e
extintos, que se aproximavam dos seres humanos…
Harmonia e alegria pura reinavam no planeta terrestre dos seres
humanos! Os habitantes da Terra olhavam para o céu, puros como crianças,
na esperança de pelo menos uma vez ver o poderoso senhor5 do monte
Merou, que de lá governa o Universo. Bem que gostariam de ver o
poderoso senhor, o qual não se esquecia deles, os pequenos e insignificantes
seres humanos…
Humildade e modéstia – essas duas virtudes viviam nos corações de
todos os seres humanos. Eram filhos do Sol que viviam na Terra sob o
resplendor da pureza. Não havia tristeza em sua esfera anímica, pois seus
dias eram cheios de brilho e as noites cheias de ditosas vivências de
sonho…
Quão infinitamente distante nos parece essa época! Hoje, conta-se em
segundos… enquanto no ritmo daquela época mesmo mil anos pareciam
insignificantes…
A Transmissão do Saber
O fim do terceiro período da humanidade aproximava-se. A Terra ainda
continuava de uma beleza paradisíaca e a harmonia nela reinante era
perfeita. Sempre de novo havia maiores ou menores fenômenos naturais,
mas os seres humanos que conheciam as conexões sentiam-se seguros e
protegidos no maravilhoso mundo onde lhes era permitido viver.
Todos os habitantes da Terra, não importando a que raça pertencessem,
gostavam do silêncio. Pois somente quando reinava absoluto silêncio em
volta deles, podiam ouvir as vozes dos “outros”, dos “invisíveis”6, que
falavam para suas almas, ensinando. Eles confiavam e acreditavam tão
incondicionalmente nos invisíveis como seus antepassados nos lahinis,
assimilando tudo o que deles ouviam.
Disseram os invisíveis:
“Vossa vida terrena assemelha-se aos dias e noites que se alternam
em ininterrupta sequência! Durante o dia viveis em felicidade sob o
Sol do mundo terrenal. Mas quando o brilhante astro solar desaparece
no horizonte, estendendo-se o fulgor escuro da noite sobre o mundo,
vossas almas deixam os corpos aos quais pertencem. Contudo, não se
perdem um do outro, pois um tênue cordão os liga entre si. As almas
voltam para Astéria, o país situado além da Terra. Ali elas
permanecem ocupadas, passando felizes sua existência, até a hora da
aurora terrena se aproximar, devendo retornar para seus corpos
terrenos. São duas vidas totalmente diferentes que cada pessoa leva,
alternando-se em sequência ininterrupta… Contudo, vida é eterna
transformação!”
A Importância do Raciocínio
Os membros da raça branca, cujos antepassados outrora se haviam
desenvolvido no “berço de Thule” estavam, em seu desenvolvimento, na
dianteira de todas as demais raças. Não por pertencerem, acaso, a uma raça
superior – as sete raças tinham a mesma origem – mas por terem se
familiarizado mais rapidamente com o instrumento terreno, o raciocínio.
Eles logo reconheceram a extraordinária importância do “poder pensar” em
relação a tudo que se referisse à vida terrena…
Tornaram-se inteligentes e engenhosos e isto lhes deu, sem que se
conscientizassem disso, uma posição de supremacia na Terra.
Nos povos de outras raças demorou um pouco mais até que
compreendessem como era útil o raciocínio para a existência terrena. De
início foi para eles difícil formar pensamentos e raciocinar com calma sobre
algo… Mas no decorrer do tempo também se tornaram inteligentes e
circunspectos, aprendendo a utilizar-se do raciocínio…
Segue aqui um trecho da Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade”, de
Abdruschin, volume 2, dissertação O ser humano na Criação:
As Lutas no Além
As sábias mulheres informaram, certo dia, a respeito de lutas que se
desenrolavam no Além. Lutas nas quais participavam enteais que se
pareciam com o radiante senhor do Sol.
“Eles combatiam com espadas flamejantes contra intrusos que
reclamavam aquele mundo para o amo deles.”
“Os olhos dos enteais fulguravam vermelhos de ira e repulsa”, disse uma
das mulheres sábias pensativamente. “O senhor, para quem os intrusos
lutavam, não se via. Contudo, devia tratar-se de uma criatura horrível…”
acrescentou ela baixinho.
A pergunta se os senhores da natureza, faiscantes de ira, tinham vencido,
foi respondida afirmativamente. Uma outra pergunta que se referia ao
senhor dos intrusos não podia ser respondida, uma vez que as sábias
mulheres não tinham ideia nenhuma de quem era esse “senhor” e onde ele
vivia…
Os amigos enteais, perguntados a tal respeito, permaneciam mudos.
Encolhiam-se de medo e pavor, desaparecendo das vistas dos seres
humanos. Eles sabiam que o anjo renegado havia enviado seus servos, a fim
de tomar posse do mundo humano. Sabiam também que os grandes
guardiões, com o auxílio dos titãs, haviam repelido os intrusos para as
profundezas de onde tinham vindo… Nunca mais haveria uma volta para
esses demônios…
Os enteais, geralmente tão confiantes em relação aos seres humanos,
retinham esse saber para si. O “renegado” estava tão longe dos seres
espirituais, que o mundo deles nunca poderia ser conquistado por ele. Os
guardiões chamejantes cuidavam do reino. A sua vigilância era a melhor
proteção…
A notícia das lutas num dos mundos do Além ocupou ainda durante
muito tempo as pessoas que haviam ouvido a respeito. Não apenas isso.
Sentiam-se ameaçadas de um modo indefinido, assim como se perigos
desconhecidos as espreitassem.
O que, no entanto, mais as assustava era o comportamento quase
amedrontado dos enteais. Estes sempre prestimosos entes não haviam
respondido a nenhuma das perguntas, e além disso se haviam esquivado de
quaisquer outras perguntas, desaparecendo simplesmente dos olhos
humanos…
A Utilização do Raciocínio
A vida continuava. As impressões amedrontadoras iam se aplacando, até
desaparecerem por fim totalmente. Também os enteais pareciam ter
esquecido seu medo. Eles novamente se deixavam ver e seus rostos
risonhos e despreocupados afugentavam as últimas sombras que se haviam
estendido sobre as almas humanas.
Felizes e integralmente equilibrados, os seres humanos passavam sua
existência terrena. Dias cheios de trabalho e de alegria revezavam-se com
“sonhos vivenciais” amplamente instrutivos. Desenvolvimento e progresso
eram observados por toda a parte.
Em Tiwat eram construídas as primeiras casas de pedras e troncos de
árvores. As construções eram octogonais. Tinham as portas em direção ao
norte, e nas paredes havia diversas e estreitas aberturas para a luz.
Também as primeiras grandes e sólidas embarcações eram construídas na
costa de Tiwat. Como material se utilizavam de troncos de árvores, junco e
piche da terra. Até uma espécie de vela fazia parte dessas embarcações.
As mulheres também não ficavam ociosas. Elas “costuravam” roupas.
Para tal finalidade teciam e tingiam um comprido pedaço de pano. Pronto o
tecido, faziam uma abertura no meio justamente para dar passagem à
cabeça, depois juntavam as duas laterais com finas e resistentes fibras de
palmeira. Depois de pronta, a roupa parecia-se com um cafetã sem mangas.
Esses cafetãs eram apenas imitações muito precárias das roupas usadas
por algumas das protetoras enteais dos lares. Não obstante, toda a
população feminina se orgulhava deles. Havia muito tempo que desejavam
“panos” que envolvessem o corpo todo…
Utilizavam até panelas e uma espécie de pratos em Tiwat. Caldeiras e
panelas eram geralmente de barro queimado ou também de pedra. Para as
travessas, pratos, jarros e espetos de assar era utilizada madeira. Os
“utensílios de cozinha”, de madeira, eram geralmente decorados com
entalhes coloridos.
Também as espinhas e peles dos peixes tinham sua aplicação. Aliás
somente as de peixes grandes. Eram usadas como pentes e “agulhas de
coser”. Com as peles, os homens confeccionavam correias e cintos…
Desde que os seres humanos tinham o raciocínio à disposição, utilizavam
muito mais cuidadosamente as dádivas da natureza. Tinham, porém, o
cuidado de não tomar mais do que necessitavam. Por exemplo, nunca
tiravam mais frutas de uma árvore do que podiam comer. Isto lhes teria
parecido um roubo perante a natureza e contra os animais, que tinham o
mesmo direito aos frutos da floresta…
Os seres humanos eram modestos e agradecidos por tudo que recebiam.
Nunca teriam tido a ideia de exigir mais do que precisavam para sua vida
cotidiana…
Tiwat, a “primeira cidade” dos seres humanos de raça branca, desde há
muito se acha sob o gelo polar. Que ali outrora existiu um vicejante mundo
tropical, onde viviam seres humanos felizes, será hoje para a maioria das
pessoas inimaginável.
Muitas espécies de animais que existiam ali naquela época se
extinguiram. Fazem parte dos animais extintos os búfalos gigantes de pelo
longo e preto, os ursos da floresta de pelo vermelho que, quando em pé,
apoiados sobre as patas traseiras, superavam homens de dois metros de
altura; e ainda as águias brancas, com asas de envergadura de dez metros, e
as várias espécies de sáurios.
Os sáurios gigantes, que alcançavam um comprimento de trinta metros e
que podiam comodamente comer as folhas e frutas das copas de árvores de
trinta metros de altura, já não mais existiam havia um milhão e meio de
anos.
Entre o ser humano e o animal reinava o amor. Os seres humanos ainda
entendiam a linguagem dos animais, e os animais compreendiam logo o que
se queria deles.
Os homens de Tiwat montavam nos búfalos gigantes, realizando longas
peregrinações no lombo desses animais. Os meninos gostavam das grandes
águias que, como todos os animais daquele tempo, eram muito mansas.
Voar nas águias era seu maior prazer. Eles se agarravam firmemente nos pés
dessas aves, deixando-se carregar por elas para o alto das árvores. Nunca
acontecia que um menino se machucasse. O voar nas águias fortalecia os
músculos, fazendo dos meninos homens corajosos e fortes…
4 Olimpo.
5 Zeus.
6 Guias espirituais.
7 Olimpo.
A DECADÊNCIA DA HUMANIDADE
A vida antes do pecado original era uma festa ininterrupta para os seres
humanos. A Terra era um paraíso, livre de todo o mal. Nada existia que
turvasse a harmonia, a felicidade e a beleza… A vontade de Deus,
exclusivamente, reinava por toda a parte no mundo… Nada acontecia que
fosse contrário a essa vontade sagrada, perturbando a ordem da Criação…
Espírito e raciocínio ainda atuavam em relação certa um com o outro. O
raciocínio transformava tudo o que vinha do espírito de tal forma, que podia
ser aplicado na matéria grosseira. Ao passo que em sentido contrário, as
impressões assimiladas pelo raciocínio na matéria grosseira eram, por sua
vez, retransmitidas para o espírito, contribuindo para o desenvolvimento e
maturação deste.
A época áurea durou, aproximadamente, um milhão e oitocentos mil
anos. Paz reinava nesse tempo sobre a Terra e no Além. Paz, confiança e
felicidade… Depois desse tempo começou a era do raciocínio… e os seres
humanos, os queridos seres do espírito na Criação posterior, transformaram-
se pouco a pouco em temidos “seres do cérebro”…
O Domínio do Raciocínio
A transformação dos seres do espírito em seres do cérebro começou há
mais ou menos um milhão e duzentos mil anos…
Foi nessa época que o ser humano começou a perturbar o equilíbrio
perfeito da Criação e a atuar, dessa forma, em sentido contrário à vontade
de Deus… Isto aconteceu ao submeter-se integralmente ao raciocínio,
colocando-o como “senhor dominante” e não o utilizando como mero
instrumento…
Na Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade”, de Abdruschin, volume 2,
dissertação Pecado hereditário, podemos ler o seguinte sobre isso:
A Propagação do Mal
O desaparecimento dessas criaturas humanas foi idêntico a uma
purificação. Contudo, apenas na Terra, pois o mal que provocara sua morte
prematura continuava. Grudava-se em suas almas e reviveria no Além,
assim como numa vida terrena posterior também voltaria a manifestar-se
maleficamente. A não ser que o autor, nesse ínterim, se modificasse e se
libertasse dele. Isto, contudo, acontecia mui raramente.
Os seres humanos terrenos submetiam-se cada vez mais ao raciocínio
preso à Terra. Com o tempo, todos os povos foram tomados por esse mal.
Ele alastrava-se igual a uma doença contagiosa, que se manifestava
desastrosamente tanto no Aquém como no Além. Quanto mais pessoas se
submetiam ao raciocínio, que excluía a intuição proveniente do espírito,
tanto mais poder recebiam os espíritos luciferianos sobre a Terra. Em pouco
tempo eles dominavam os mundos astrais e, partindo de lá, influenciavam e
guiavam os seres humanos sujeitos a eles.
Os grandes guardiões tiveram de contemplar, sem nada poder fazer, como
os mundos astrais, devido à atuação errada dos seres humanos,
transformavam-se no centro de correntezas, cujas origens se encontravam
no reino de Lúcifer.
Eles não mais compreendiam os seres humanos.
“Por que”, perguntavam a si próprios, “os elevados seres do espírito
escolheram a ruína? Por que permitiram que os espíritos luciferianos
entrassem no mundo que até aí vibrava em pureza?”
Não apenas os grandes guardiões dos mundos astrais perguntavam,
perplexos, por que os seres humanos estavam atuando tão erradamente…
mas também todos os demais enteais que atuavam nos mundos humanos
observavam preocupados a modificação que se procedia com os queridos
seres do espírito. Demorou muito, muito mesmo, até que se tornassem
conscientes de que os seres humanos lenta, porém seguramente, estavam se
transformando em seres do cérebro. Em seres do cérebro que julgavam
poder dominar sua vida unicamente com o raciocínio preso à Terra… O que
os enteais naquele tempo não podiam adivinhar era que a transformação dos
seres humanos um dia ocasionaria consequências trágicas para toda a Terra
e para eles próprios. Aqui seja novamente citado um trecho da Mensagem
do Graal, “Na Luz da Verdade”, de Abdruschin, volume 2, dissertação O
ser humano na Criação, que diz o seguinte:
“Provar da árvore do conhecimento outra coisa não foi senão
cultivar o raciocínio. A separação da matéria fina, que a isso se liga,
foi também o fechamento do Paraíso, como consequência natural. Os
seres humanos excluíram-se por si mesmos, ao se inclinarem
totalmente à matéria grosseira através do raciocínio, portanto
rebaixando-se, e voluntariamente, ou seja, por escolha própria,
forjaram sua servidão.”
O Superpovoamento
Atados firmemente à matéria, muitos deles, principalmente membros das
raças branca e negra, passavam a sua existência. Entre estes havia pessoas
que já tinham tido vinte encarnações terrenas.
O Além, durante o quarto período de desenvolvimento, já estava
superpovoado, pois sempre apenas muito poucos estavam aptos a deixar as
matérias para voltar à sua pátria espiritual. A maioria das almas estava
afetada por alguma mácula que as ligava aos mundos materiais, obrigando-
as a repetidas encarnações terrenas.
Não apenas no Além, mas também na Terra viviam muito mais pessoas
do que fora previsto no plano da Criação, e isso influenciou o movimento
giratório de sua órbita.
A transformação dos radiantes seres do espírito em seres do cérebro não
se limitou apenas aos seres humanos. Ela lançou suas sombras para longe,
causando graves perturbações no Universo, tanto de matéria grosseira como
de matéria fina.
Há oitocentos mil anos havia por toda a parte na Terra povos evoluídos,
naturalmente de acordo com o estado de desenvolvimento da época, os
quais depois de terem alcançado um certo grau de maturidade caíam de sua
altura para um mundo materialista estreitamente delimitado.
Hoje ninguém mais sabe algo sobre os povos que vinham e iam nas eras
primitivas como ondas no ritmo do tempo. Isto é compreensível, pois o
mundo dos “seres do cérebro” tornou-se pequeno. Eles apenas continuam a
enxergar os efeitos mais grosseiros do mundo atual. Por esse motivo todas
as teorias até agora estabelecidas pelos pesquisadores a respeito do
desenvolvimento da humanidade são erradas. Não correspondem à verdade.
A Sobrecarga do Planeta
Apesar da visível decadência de muitas criaturas humanas, em
comparação com a época atual, há oitocentos mil anos havia ainda um
estado bem-aventurado na Terra. Os animais, sim, em algumas zonas,
tinham se tornado mais ariscos, devido ao medo e ao instinto de
conservação, a fim de escapar daqueles que lhes infligiam maus-tratos.
Naquele tempo, lamentavelmente, já havia, entre os adultos e também entre
as crianças, criaturas que tinham especial prazer em amedrontar e maltratar
os animais. Por outro lado, no entanto, os seres humanos, do ponto de vista
da matéria grosseira, ainda não exerciam uma influência destruidora sobre a
natureza.
Sim, os seres humanos daqueles tempos ainda viviam felizes e sem
preocupações. O mesmo não acontecia com os entes da natureza. Gäa, a
senhora da Terra, observava preocupadamente as crescentes massas
humanas que se aglomeravam nos mundos astrais, bem como o número
cada vez maior que voltava à Terra. Que voltava obrigatoriamente, uma vez
que suas almas não mais possuíam a leveza e a pureza a fim de poder
ascender para mundos mais luminosos.
Gäa sabia que tal sobrecarga imprevista teria de perturbar os movimentos
da Terra. Não podia ser de outra forma. Mesmo as almas humanas que se
demoravam nos mundos astrais pertencentes à matéria grosseira mediana
tinham um efeito perturbador sobre a Terra, pois nosso planeta e a matéria
grosseira mediana estão tão estreitamente entrelaçados, que ele é afetado
por tudo o que lá acontece.
Esse processo é como no ser humano. Qualquer sobrecarga anímica
exerce uma pressão sensível sobre o corpo terreno, a qual fatalmente se
manifestará, impreterivelmente, de modo desagradável…
Os outrora tão facilmente compreensíveis seres do espírito haviam-se
transformado, para os enteais, em misteriosas e enigmáticas criaturas. Em
criaturas que, segundo todas as aparências, trabalhavam com afinco pela
autodestruição. Ninguém podia impedi-los nisso, pois como seres humanos
tinham, sim, livre direito de decisão.
Em vão os enteais perguntavam a si próprios por que os seres do espírito,
outrora tão irradiantes, agora se concentravam aos bilhões nas matérias, ao
invés de viver e agir de tal forma que pudessem voltar para o seu glorioso
mundo espiritual.
Sim, tratava-se de bilhões, pois durante os últimos dois milhões de anos
todos os espíritos humanos, destinados à Terra, haviam-se reunido nos
mundos astrais e na própria Terra, a fim de iniciar e terminar o seu
desenvolvimento nas matérias.
Todos eles chegaram em intervalos, de acordo com a lei, e
permaneceram, não tendo, como era previsto, saído depois de um
determinado número de vidas terrenas. Saído rumo à Luz, a fim de
continuar a viver e atuar em mundos superiores. Isto não aconteceu. As
almas humanas concentravam-se em massa nos mundos astrais, resultando
estados caóticos que destruíram pouco a pouco os maravilhosos mundos.
Hoje os mundos astrais não mais estão superpovoados, mas sim, a
própria Terra. Dois terços da humanidade estão em demasia na Terra. Dois
terços que não mais deviam estar nos mundos materiais.
Os mundos astrais, hoje em dia, estão relativamente vazios, uma vez que
as almas humanas que ali se encontravam, em grande parte, foram, através
da ação purificadora do Juízo, afastadas para mundos de onde não existe
mais nenhuma volta…
8 Vide Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade”, de Abdruschin, vol. 2, dissertação Intuição.
A ERA GLACIAL
Tinham-se passado cem mil anos, desde que pela primeira vez todo o
globo terrestre tremera e um trovejante rumor se fizera ouvir de seu interior.
Muito se modificou durante esse tempo. Os sinais de alarme que, desde
muito, vinham rompendo como relâmpagos as cores sonantes da aura
terrestre, tornaram-se mais fortes, sucedendo-se em intervalos mais curtos.
Vendavais seguiam-se quase ininterruptamente em volta do globo terrestre,
e tinha-se a impressão de que as forças da natureza de todas as camadas da
atmosfera se encontrassem em revolução.
Na movimentada esfera solar tornaram-se visíveis entes chamejantes
nunca vistos anteriormente por nenhum ser humano. E mais frequentemente
do que em geral, viam-se nas nuvens, por cima das montanhas, as cabeças
dos gigantes. Por toda a parte desencadeavam-se violentas trovoadas, e
fortes trombas-d’água causavam grandes inundações.
Faz setecentos mil anos que os seres humanos se tornaram nitidamente
conscientes das modificações que se processavam nos reinos da natureza.
Tratava-se, principalmente, dos membros da raça branca que povoavam as
terras do Polo Norte e as pertencentes à Europa de hoje. Mas também todos
os demais seres humanos terrenos sentiam de modo mais ou menos
acentuado que algo estava intervindo perturbadoramente nas suas vidas.
Ninguém adivinhava que eram eles mesmos, os seres humanos, que
haviam trazido as perturbações na obra perfeita da Criação.
A Mensagem de Gäa
Os lahinis, certo dia, estavam novamente presentes. Eles visitavam todas
as grandes e pequenas tribos da raça branca que viviam na região hoje
coberta pelo gelo polar. Os seres humanos que ali moravam no meio da
beleza tropical haviam aumentado extraordinariamente nos últimos cem mil
anos. Esse aumento começou com a “revelação” de uma das “mulheres
sábias” que solicitou aos homens que tivessem mais mulheres para que
finalmente pudessem gerar mais filhos.
Não foi necessário convidar os homens uma segunda vez. A ideia de se
tornarem pais de famílias com muitos filhos agradou a todos…
A presença dos lahinis foi logo percebida, pois apesar do cultivo
unilateral do raciocínio ainda existiam entre a raça branca muitos que
podiam ver os enteais e comunicar-se com eles.
Ninguém conhecia os lahinis. E ninguém, nem mesmo os mais velhos,
podia lembrar-se de alguma vez ter visto entes da espécie destes. Os lahinis,
não obstante, despertaram logo confiança e amor nas pessoas.
Os lahinis olhavam com seus imperscrutáveis olhos para os seres
humanos outrora tão queridos. Entre estes havia vários que eles haviam
protegido e guiado. Mas isto ocorreu quando suas almas ainda eram puras e
sem máculas.
“Trazemos uma mensagem para vós”, disseram os lahinis em tom sério.
“A mensagem é da senhora da Terra. Estamos chegando a vós como
mensageiros dela.”
As pessoas que ouviram essas palavras assustaram-se, pois tinham-se
tornado medrosas. Timidamente deram a entender aos lahinis que a senhora
da Terra estava desgostosa com elas. Sabiam disso através das fadas dos
bosques…
Os lahinis nada responderam. Sabiam que não apenas Gäa, a senhora da
Terra, mas também todos os enteais estavam desgostosos com os seres
humanos. Pelo menos todos que de algum modo estavam em contato com
os seres do espírito e com a Terra.
“Escutai a mensagem:
Muitos Sucumbiram
Após a primeira e catastrófica era glacial que irrompeu há cerca de
setecentos mil anos, seguiram-se, em grandes intervalos de tempo, mais três
que, todavia, nem de longe adquiriram as extensões da primeira.
A primeira era glacial efetivou-se horrivelmente na Terra. A maior parte
dos membros da raça branca, que viviam naquela época, sucumbiu nas
águas do mar que irrompiam. Apenas relativamente poucos encontraram a
morte por congelamento.
A antiga lenda dos tempos primordiais que fala do povo dos
“hiperbóreos” baseia-se em fatos reais. Tratava-se de um povo numeroso
que vivia naquele tempo numa bela península tropical. Hoje nada mais
lembra o país, outrora tão cantado, e o orgulhoso e poderoso povo que lá
vivia e se julgava igual aos titãs. Desertos de gelo cobrem hoje os países
pertencentes outrora ao orgulhoso povo hiperbóreo…
Com o irromper da era glacial muitos seres humanos perderam a vida.
Não apenas os seres humanos do Polo Norte que viviam nos locais hoje
denominados Spitzberg e Groenlândia. Por toda a parte na Terra
sucumbiram seres humanos que por teimosia permaneceram nas regiões em
perigo. Sua morte ocorreu, na maioria dos casos, por erupções vulcânicas,
terremotos, fogo e também por gases venenosos emanados do solo e assim
por diante…
Nenhum país e nenhum povo ficou inatingido pela repentina queda de
temperatura. De algum modo chegaram a sentir a modificação terrena.
Sofrimento e morte, porém, atingiram somente aqueles seres humanos que,
menosprezando, haviam posto de lado todas as advertências, avisos e
intimações dos enteais. Sucumbiram devido à própria presunção.
A Terra Modificou-se
Hoje nada mais é assim como foi outrora. Tudo se alterou depois que os
seres humanos se modificaram. Depois que eles abusaram do direito de
hospitalidade, arrogando-se o domínio sobre o planeta, sem perguntar pelos
direitos de seu verdadeiro Senhor, o todo-poderoso Criador…
Sim, a Terra outrora tão brilhante, com sua maravilhosa natureza e suas
criaturas felizes, modificou-se de maneira assustadora; assim como os
outrora tão puros e belos entes espirituais, os seres humanos, até se
tornarem irreconhecíveis. O ser humano, que viera como hóspede à Terra,
transformou-se, depois do pecado original, em um ente do cérebro que
almeja tudo o que é perecível.
Podemos intercalar aqui um trecho elucidativo da Mensagem do Graal,
“Na Luz da Verdade” de Abdruschin, volume 2, dissertação O Filho do
Homem, a saber:
Por carta
ORDEM DO GRAAL NA TERRA
Rua Sete de Setembro, 29.200 – CEP 06845-000
Embu das Artes – SP – BRASIL
Por Telefone
Tel/Fax: (11) 4781-0006
Por e-mail
graal@graal.org.br
Internet
www.graal.org.br
NA LUZ DA VERDADE
Mensagem do Graal
de Abdruschin
RESPOSTAS A PERGUNTAS
de Abdruschin
Coletânea de perguntas respondidas por Abdruschin no período de 1924-
1937, que esclarecem questões enigmáticas da atualidade: Doações por
vaidade • Responsabilidade dos juízes • Frequência às igrejas • Existe uma
“providência”? • Que é Verdade? • Morte natural e morte violenta •
Milagres de Jesus • Pesquisa do câncer • Ressurreição em carne é possível?
• Complexos de inferioridade • Olhos de raios X.
ISBN 85-7279-024-1 • 174 p.
OBRAS DE ROSELIS VON SASS
A DESCONHECIDA BABILÔNIA
A desconhecida Babilônia, de um lado tão encantadora, do outro ameaçada pelo culto de Baal.
Entre nesse cenário e aprecie uma das cidades mais significativas da Antiguidade, conhecida por
seus Jardins Suspensos, pela Torre de Babel e por um povo ímpar – os sumerianos – fortes no
espírito, grandes na cultura.
ISBN 85-7279-063-2 • 304 p.
TEMPO DE APRENDIZADO
“Tempo de Aprendizado” traz frases e pequenas narrativas sobre a vida, o cotidiano e o poder do
ser humano em determinar seu futuro. Fala sobre a relação do ser humano com o mundo que está ao
redor, com seus semelhantes e com a natureza. Não há receitas para o bem-viver, mas algumas
narrativas interessantes e pinceladas de reflexão que convidam a entrar em um novo tempo. Tempo
de Aprendizado.
Livro ilustrado • Capa dura • ISBN 85-7279-085-3 • 112 p.
OBRAS DE DIVERSOS AUTORES
A VIDA DE ABDRUSCHIN
Por volta do século XIII a.C., o soberano dos árabes parte em direção aos homens do deserto.
Rústicos guerreiros tornam-se pacíficos sob o comando daquele a quem denominam “Príncipe”.Na
corte do faráo ocorre o previsto encontro entre Abdruschin e Moisés, o libertador do povo israelita.
“A Vida de Abdruschin” é a narrativa da passagem desse “Soberano dos soberanos” pela Terra.
ISBN 85-7279-011-X • 264 p.
A VIDA DE MOISÉS
A narrativa envolvente traz de volta o caminho percorrido por Moisés desde seu nascimento até o
cumprimento de sua missão: libertar o povo israelita da escravidão egípcia e transmitir os
Mandamentos de Deus.
Com um novo olhar acompanhe os passos de Moisés em sua busca pela Verdade e liberdade. –
Extraído do livro “Aspectos do Antigo Egito”.
Edição de bolso • ISBN 85-7279-074-8 • 160 p.
BUDDHA
Os grandes ensinamentos de Buddha que ficaram perdidos no tempo…
O livro traz à tona questões fundamentais sobre a existência do ser humano, o porquê dos
sofrimentos, e também esclarece o Nirvana e a reencarnação.
ISBN 978-85-7279-072-7 • 352 p.
ÉFESO
A vida na Terra há milhares de anos. A evolução dos seres humanos que sintonizados com as leis
da natureza eram donos de uma rara sensibilidade, hoje chamada “sexto sentido”.
ISBN 85-7279-006-3 • 232 p.
ESPIANDO PELA FRESTA
de Sibélia Zanon, com ilustrações de Maria de Fátima Seehagen
“Espiando pela fresta” tem o cotidiano como palco. As 22 frestas do livro têm o olhar curioso para
questões que apaixonam ou incomodam. A prosa de Sibélia Zanon busca o poético e, com
frequência, mergulha na infância: espaço propício para as descobertas da existência e também
território despretensioso, capaz de revelar as verdades complexas da vida adulta.
ISBN 978-85-7279-114-4 • 112 p.
LAO-TSE
Conheça a trajetória do grande sábio que marcou uma época toda especial na China.
Acompanhe a sua peregrinação pelo país na busca de constante aprendizado, a vida nos antigos
mosteiros do Tibete, e sua consagração como superior dos lamas e guia espiritual de toda a China.
ISBN 978-85-7279-065-9 • 304 p.
MARIA MADALENA
Maria Madalena é personagem que provoca curiosidade, admiração e polêmica!
Símbolo de liderança feminina, essa mulher de rara beleza foi especialmente tocada pelas palavras
de João Batista e partiu, então, em busca de uma vida mais profunda.
Maria Madalena foi testemunha da ressurreição de Cristo, sendo a escolhida para dar a notícia aos
apóstolos. – Extraído do livro “Os Apóstolos de Jesus”.
Edição de bolso • ISBN 978-85-7279-084-0 • 160 p.
O DIA SEM AMANHÃ
de Roberto C. P. Junior
Uma viagem pela história, desde a França do século XVII até os nossos dias. Vivências e decisões
do passado encontram sua efetivação no presente, dentro da indesviável lei da reciprocidade. A cada
parada da viagem, o leitor se depara com novos conhecimentos e informações que lhe permitem
compreender, de modo natural, a razão e o processo do aceleramento dos acontecimentos na época
atual. – Edição em e-book – nos formatos e-pub e pdf.
ISBN 978-85-7279-116-8 • 510 p.
OS APÓSTOLOS DE JESUS
Conheça a grandeza da atuação de Maria Madalena, Paulo, Pedro, João e diversos outros
personagens. “Os Apóstolos de Jesus” desvenda a atuação daqueles seres humanos que tiveram o
privilégio de conviver com Cristo, dando ao leitor uma imagem inédita e real!
ISBN 85-7279-071-3 • 256 p.
ZOROASTER
A vida empolgante do profeta iraniano, Zoroaster, o preparador do caminho Daquele que viria, e
posteriormente Zorotushtra, o conservador do caminho. Neste livro são narrados de maneira especial
suas viagens e os meios empregados para tornar seu saber acessível ao povo.
ISBN 85-7279-083-7 • 288 p.
Correspondência e pedidos: