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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

IFBA – CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA


DIRETORIA ACADÊMICA – DAC
TURMA 2023.1

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I:

ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE PERÍODO DE OSCILAÇÃO E COMPRIMENTO DE


CORDA NO MOVIMENTO DE PÊNDULO SIMPLES

Aelton Dias Teles


Kevin Neves Correia
Myllena Souza de Jesus
Nilton Harlei Damasceno

Vitória da Conquista - BA
19/04/2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 3
3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 4
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................. 5
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 5
4.1. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO:..................................................................... 5
4.1.1. ESCOLHA DOS MATERIAIS: ............................................................................. 5
4.1.2. MEDIDAS DIRETAS ............................................................................................ 7
4.1.3. MEDIDAS INDIRETAS ........................................................................................ 7
4.1.4. ANÁLISES ............................................................................................................. 8
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 9
6. CONCLUSÕES....................................................................................................... 12
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 12
1. INTRODUÇÃO

O movimento de pêndulo simples é estudado desde o século XVI, quando Galileu


Galilei, observando as oscilações de uma lâmpada no Domo de Pisa, conjecturou que o
tempo de oscilação permanecia o mesmo independente do arco pelo qual oscilava (DRAKE,
1981, p.59 apud MENDES e LOURDES, 2014). A partir disso, novos estudos sobre a
natureza deste movimento surgiram, sendo um dos mais importantes publicado por Christian
Huygens em 1673 sob o título Horologium Oscilatorium, dando origem ao primeiro relógio
pendular (MENDES E LOURDES, 2014).

Desde então, o estudo do movimento de pêndulo simples gerou grandes contribuições


para a humanidade, sendo usado para medir indiretamente a longitude durante as navegações
no sec. XVIII (Lage, 2018), na medição da aceleração da gravidade, foi também utilizado
por Newton para estudar as leis de conservação da quantidade de movimento e da energia
mecânica nas colisões, entre outras diversas aplicações.

Em vista da relevância no estudo do movimento de pêndulo simples, o presente


trabalho se propõe a analisar as relações observadas por Galileu ainda no séc. XVI, isto é, a
relação entre período de oscilação e o comprimento de corda.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Existem inúmeros pêndulos estudados por físicos, já que estes os descrevem como um
objeto de fácil previsão de movimentos e que possibilitou inúmeros avanços tecnológicos.
Alguns exemplos deles são os pêndulos de torção, cônicos, de Foucault, Karter e entre outros
tipos diversos no campo da ciência. O modelo mais utilizado é chamado de pêndulo simples,
caraterizado por um sistema composto por um corpo de massa suspenso por um fio
inelástico, preso a um suporte. Quando ele é afastado de sua posição de equilíbrio, a força
restauradora causada pela gravidade atua sobre o corpo fazendo com que o mesmo entre em
um movimento oscilatório. (RESNICK; HALLIDAY, 2016).

O pêndulo simples é um sistema físico que consiste em uma massa suspensa por um fio
ou haste fixa em um ponto de apoio. Ele é uma das mais simples e importantes ferramentas
utilizadas para estudar a dinâmica de oscilações em sistemas físicos.
O movimento do pêndulo simples é descrito pela equação do movimento harmônico
simples (MHS), que pode ser derivada a partir da segunda lei de Newton. Essa equação
relaciona a aceleração do pêndulo com sua posição e é dada por:

𝑎 = −𝜔²𝑥 (1)

Onde a é a aceleração, x é a posição do pêndulo em relação à posição de equilíbrio, e ω é a


frequência angular da oscilação. A frequência angular é dada por:

𝑔
𝜔 = √ (2)
𝑙

Onde g é a aceleração da gravidade e l é o comprimento do fio ou haste.

O período de oscilação do pêndulo simples é dado por:

𝑔
𝑇 = 2𝜋√ (3)
𝑙

Onde T é o período e l e g são as mesmas variáveis definidas anteriormente.

O pêndulo simples é um sistema que possui uma série de aplicações práticas, tais
como a medição de tempo, como um componente de relógios, e em experimentos que
envolvem a medição de forças e movimentos harmônicos. É possível utilizar o pêndulo
simples para investigar diferentes propriedades da oscilação, como a influência da massa e
do comprimento do fio na frequência e no período da oscilação.

3. OBJETIVOS

Determinar a relação entre período de oscilação e o comprimento de corda no movimento


de pêndulo simples.
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Construir um gráfico de L x T², onde L é o comprimento de corda e T o período de


oscilação.
II. Analisar os resultados obtidos através do gráfico, determinando seu coeficiente
angular e as incertezas associadas ao processo experimental.
III. Determinar o valor da aceleração da gravidade.
IV. Analisar as relações de dependência entre L e T.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Para estudar o movimento de um pêndulo simples, se fez necessário a utilização de


diversos materiais e métodos durante o experimento, neste tópico detalharemos tais materiais
bem como como os métodos experimentais.

4.1. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO:

4.1.1. Escolha dos materiais:

Os materiais utilizados para realização do experimento estão listados abaixo:

• Peso preso a um fio;

• Cronometro digital;

• Tripé e haste de sustentação;

• Micrometro;

• Transferidor.
Figura 1: Micrometro

Fonte: Autor

Figura 2: tripé, haste de sustentação e transferidor

Fonte: Autor
Figura 3: Peso preso a um fio

Fonte: Autor

4.1.2. Medidas Diretas

Para iniciar os procedimentos fora medido o comprimento L do pêndulo levando-se em


consideração o centro de massa do peso. Com a posição de equilíbrio determinada e testada
foi determinado um valor de θ para o qual o limite sen θ ≈ θ ainda seja valido, portanto,
tendo cuidado para que o valor de θ não superasse 15°. Posicionou-se o peso ligado ao fio
no ponto escolhido e ligou-se o cronômetro digital imediatamente após liberar o peso, o
desligando assim que o peso retornasse à posição inicial. Mediu-se 5 vezes o tempo gasto
pela massa para percorrer o período do movimento. Tais procedimentos foram repetidos para
outros 9 valores de L, procurando manter o ângulo inicial constante.

4.1.3. Medidas Indiretas

As medidas indiretas são aquelas obtidas através de cálculos, neste caso a maioria das
medidas indiretas foram utilizadas para saber a quantidade de erros que este experimento
pode apresentar. Após obter todas as medidas diretas, fizemos a média do tempo gasto para
cada massa através da seguinte fórmula:

1
𝑋̅ = ∑𝑛𝑖=1 𝑥𝑖 (4)
𝑛
Obtendo o valor mais provável do tempo.

Após o cálculo das médias dos valores encontrados seguimos com a determinação do
desvio padrão dos dados, o que nos informa a taxa de dispersão das medidas realizadas.
Fórmula para o cálculo de desvio padrão:

1
σ𝐴 = √ ∑𝑛𝑖=1(𝑥𝑖 − 𝑋̅) (5)
𝑛−1

Com o desvio padrão e o erro de escala podemos determinar o Erro Total (σC) definido
pela fórmula:

σ𝐶 = σ𝐴 + σ𝐵 (6)

Obtidas as medidas indiretas pudemos encontrar o resultado final dado pela Média ± Erro
Total.

4.1.4. Análises

A partir das medidas diretas e indiretas se fez necessário a realização de análises para melhor
compreensão do experimento e do assunto abordado. Desta forma, primeiramente
construímos um gráfico de L x T 2 e com ele pudemos comparar o resultado teórico (que
esperávamos obter) com o resultado obtido. Seguindo com a análise, fora determinado
graficamente o valor do coeficiente angular e sua incerteza, sendo utilizado para determinar
o valor da aceleração da gravidade, o qual comparamos com o valor teórico de g =9,78 m/s².
Por fim, através dos resultados pudemos concluir nossas observações em relação a
dependência funcional entre T e L.
Salientamos que as fórmulas utilizadas no presente trabalho foram retiradas da ABNT
NBR ISO 3534-1:2010 e do Guia Para Expressão da Incerteza de Medição 1, além do livro
Fundamentos de Física, volume 1, de Halliday & Resnick

1
INMETRO, SBM. Guia para expressão da incerteza de medição. ABNT, Rio de Janeiro. (1998)
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Visando um maior comprometimento com o experimento as unidades de medidas


foram postas de acordo com o sistema internacional de medidas (SI). A seguir estão dispostas
as tabelas obtidas em conformidade com os processos anteriormente descritos, seguido de
suas respectivas analises.

Tabela 1 – Dados do Experimento

Fonte: Autor

Tabela 2 - Media dos Dados Obtidos e Erros Acumulados

Fonte: Autor

Os valores obtidos durante a realização do experimento, quando tabelados, mostram


uma devida imprecisão na média do tempo da medida L7, que corresponde a 0,366 metros.
Sendo a tabela configurada do menor comprimento ao maior, também há de se esperar uma
certa correspondência nas medias de tempo, o que não se verifica para a medida, posto que
é inferior à média do tempo anterior (L6).

Tabela 3 - Dados para T²

Fonte: Autor

Gráfico 1 – Gráfico de L x T²

Fonte: autor
Conforme observado, quando plotados os pontos há uma progressão linear. Por
menor que seja o “σT² (s²)”, ele ainda se faz presente no gráfico, sendo mais visível como
um segmento de reta vermelho, no penúltimo ponto (L9), por possuir a maior propagação de
erro das medidas.

Obtido a função que determina a progressão linear do gráfico, é possível através de


cálculos determinar a gravidade experimental e compara-la com o valor teórico de 9,78 m/s².

𝑙 4𝜋² 4𝜋²
𝑇 = 2𝜋√ → 𝑇 2 = 𝑙 → 𝑓(𝑥) = 𝑥 (7)
𝑔 𝑔 𝑔

Igualando o coeficiente da função obtido no gráfico 1, juntamente com o coeficiente


algébrico encontrado anteriormente pode-se encontrar a gravidade experimental, conforme
se segue:

4𝜋² 4𝜋²
2,62 = →𝑔= → 𝑔 = 15,068 𝑚/𝑠² (8)
𝑔 2,62

Nota-se uma enorme discrepância, no valor teórico da gravidade e o valor obtido no


experimento, tal diferença se dá pelas limitações dos métodos adotados para a obtenção dos
valores, sendo a principal, o limite humano de percepção. Observou-se que ao tentar parar a
contagem do cronometro no tempo certo, poucos centésimos de segundo eram perdidos, o
que, por conseguinte, resultou na obtenção de uma força gravitacional experimental maior,
evidenciando a necessidade do uso de aparelhos mais precisos para a prática.

Em conformidade com a tabela 2, lembrando da escolha da configuração do menor


comprimento (L1) para o maior comprimento (L10), nota se uma dependência funcional
entre T e L, de modo que quanto maior o comprimento, maior o tempo necessário para a
conclusão de um período.

É digno de nota que as tabelas corresponderam às expectativas do grupo, visto que,


como apresentado no parágrafo anterior, esperava se uma correspondência, sendo essa
suprida uma vez que é possível verificar a relação de dependência entre T e L (com exceção
do L6). Quanto ao valor da gravidade, apesar da acentuada discrepância, esta já era esperada
posto as limitações dos métodos adotados para a realização do experimento.
6. CONCLUSÕES

Através do estudo pudemos verificar que as primeiras postulações de Galileu Galilei


no séc. XVI apresentaram imprecisões, o que corrobora com os posteriores estudos
realizados por Christian Huygens (1673) que vieram a demonstrar que a relação existente
entre o comprimento de corda e o período de oscilação é tal que quando maior o
comprimento de corda, também maior será o período de oscilação.

Salientamos ainda que os resultados obtidos não são precisamente representativos da


realidade, conforme se observou no decorrer do estudo. A fim de se obter resultados que
possam evidenciar com maior certeza as relações estudadas, faz-se necessário o emprego de
equipamentos de precisão postos em condições que evitem ao máximo fatores externos e de
erro humano.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MENDES, Gabriela; LOURDES, Irinéa; SÍNTESE HISTÓRICA DA


MATEMATIZAÇÃO DO PÊNDULO SIMPLES. Campo Mourão: XII EPREM, 2014.

HUYGENS, Christiaan. Horologium oscillatorium sive de motu pendulorum ad


horologia aptato demonstrationes geometricae. Paris: F. Muguet, 1673.

Lage, E. Pêndulo simples vol. 6. Revista de Ciência Elementar, Universidade do Porto:


2018.

NORMA BRASILEIRA ABNT NBR ISO 3534-1 Estatística -Vocabulário e símbolos


Parte 1: Termos estatísticos gerais e termos usados em probabilidade Statistics -
Vocabulary and symbols Part 1: General statistical terms and terms used in
probability. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://www.ipen.br/biblioteca/slr/cel/N3129.pdf>. Acesso em: 07 março 2023.

INMETRO, SBM. Guia para expressão da incerteza de medição. ABNT, Rio de


Janeiro. (1998)

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; KRANE, K. S. Fundamentos de Física Vol. 2. 9. ed.,


Rio de Janeiro: LTC, 2012.

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