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Forças Dissipativas
Resumo. Para qualquer corpo que se movimente em um fluído (ar ou líquido) existirá
uma força contrária ao movimento, a força de arrasto. O experimento realizado no
laboratório consiste em comprovar a existência e a influência desta força em relação
ao movimento de um carrinho sobre o trilho de ar. Os objetivos do experimento são:
observar e medir o arrasto hidrodinâmico; efetuar medidas primárias de deslocamento,
tempo e massa; derivar medidas secundárias de velocidade e aceleração; compreender
e explicar as equações de movimento e construir e analisar gráficos de grandezas
cinemáticas.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS carrinho. Sua faixa nominal é de 0g a
5100g, tem precisão de 1g e erro de 0,5 g;
- Quatro massas de 10g e duas
2.1 Materiais
massas de 5g para serem utilizados como
lastro do carrinho;
Os materiais utilizados nessa - Um anteparo de papelão, o qual
experiência foram: foi inserido em lugar do pino que aciona
- Um trilho de ar metálico de 2 o sensor óptico no carrinho. Esse
metros de comprimento, o qual serviu anteparo foi o responsável por causar o
como trajetória para o carrinho no arrasto hidrodinâmico, analisado por esse
experimento. Ele possuía saídas de ar em relatório;
sua parte superior, para que o atrito - Trena, que não estava acoplado
tivesse seu efeito minimizado durante a ao trilho e que foi utilizada na medição do
realização das medições; da altura do calço de madeira, marca:
- Compressor de ar, este estava Starrett, faixa nominal: 0 a 5000 mm,
acoplado ao trilho de ar; precisão: 1mm, erro adotado: 2mm.
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utilizada como massa do lastro do inclinação e consequentemente o ângulo,
carrinho no primeiro ensaio. utilizando a Equação 2. Assim, o valor
encontrado para o sen(θ) foi 0,022 +
Depois disso, posicionaram-se os
0,002
sensores ópticos nas posições 15 e 30 cm
do trilho. O carrinho foi solto do topo do 𝒉
𝒔𝒆𝒏(𝜽) = (2)
trilho sem qualquer impulso. Através do 𝑳
cronômetro digital acoplado aos sensores, Depois disso, com uso da balança
mediu-se o intervalo de tempo em que o digital, foram medidas as massas a massa
carrinho passou entre os sensores. Em do carrinho (mc) e a massa do carrinho
seguida, repetiram-se as mesmas coletas com a vela (mcv). Encontrou-se mc =
de medidas, porém com os sensores nas 189,00 ± 0,05g e mcv = 229,00 ± 0,05g.
posições 30 e 45 cm, 45 e 60 cm e assim Fazendo a diferença desses valores,
seguiu-se, sucessivamente, até que o encontramos 40,00 ± 0,07g. Este valor
primeiro sensor alcançasse a posição 170 aproximado foi usado como lastro do
cm. Com esses dados construiu-se a carrinho. Dessa maneira, colocaram-se
primeira tabela. dois pesos de 10g cada, em ambos os
lados do carrinho. Atenta-se ao fato, de
Após esse primeiro ensaio,
que esse lastro foi usado apenas durante o
colocou-se o anteparo de papelão no lugar
primeiro ensaio.
do pino de metal no carrinho e então,
repetiu-se o processo feito anteriormente. Em seguida, realizou-se a primeira
Os dados coletados foram utilizados para parte do experimento, no qual não houve
a construção da segunda tabela. efeito notório da força do arrasto
hidrodinâmico. Os dados do tempo
Depois disso, analisou-se
(Δt(s)) foram coletados com o cronômetro
graficamente os dados coletados,
digital e do espaço (Δs(m)) com a trena
utilizando o programa SciDavis. Com ele
acoplada ao trilho. Com isso, construiu-se
encontraram-se os coeficientes que foram
a Tabela 1. Para o cálculo do tempo
relacionados às equações envolvidas.
mediano, utilizou-se a Equação 3 e para a
velocidade média, utilizou-se a Equação
2.3 Obtenção dos Dados 4.
∆𝒕𝒊
𝒕𝒎𝒆𝒅,𝒊 = + ∑𝒊−𝟏
𝒋=𝟏 ∆𝒕𝒋 (3)
𝟐
O presente experimento foi ∆𝑺
𝒗𝒎 = (4)
realizado às 13h30, no dia 29 de setembro ∆𝒕
de 2016, no Laboratório de Física I da Na segunda parte do experimento,
Universidade Federal de Itajubá. fez-se o mesmo processo anterior, porém
Primeiramente, utilizando a trena utilizando o anteparo de papelão no lugar
que não estava acoplada ao trilho, fez-se a do pino. Para o cálculo do tempo mediano
medição da aresta de menor tamanho do e da velocidade média, também se
calço de madeira. A qual foi h = 2,2 ± 0,2 utilizou das mesmas fórmulas usadas na
cm. Em seguida mediu-se, com o auxílio Tabela 1. As medições estão expressas na
da trena, porém desta vez a que estava Tabela 2.
acoplado ao trilho, a distância entre os
apoios. Encontrou-se L = 100 ± 0,2 cm.
Tendo esses dados calculou-se o seno da
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Tabela 1 – Ensaio sem o anteparo de papelão
Δt(s) Δs(m) tmed(s) vmed(m/s)
0,51445 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 0,25722 ± 0,00002 0,292 ± 0,005
0,36715 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 0,69802 ± 0,00004 0,409 ± 0,008
0,30260 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 1,0329 ± 0,0001 0,496 ± 0,010
0,27275 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 1,3206 ± 0,0001 0,550 ± 0,011
0,24425 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 1,5791 ± 0,0001 0,614 ± 0,012
0,21955 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 1,8110 ± 0,0001 0,683 ± 0,014
0,21610 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 2,0288 ± 0,0001 0,694 ± 0,014
0,19485 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 2,1369 ± 0,0001 0,756 ± 0,015
0,18640 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 2,3317 ± 0,0001 0,805 ± 0,016
0,17580 ± 0,00003 0,150 ± 0,003 2,6060 ± 0,0001 0,853 ± 0,017
Fonte: Dados experimentais obtidos em Laboratório de Física I – UNIFEI
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Usando a equação anterior como 0,82 ± 0,05; B = -0,65 ± -0,04; e C = -
base, encontraram-se os coeficientes A = 0,62 ± -0,10.
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e com isso a força resultante será menor e aproximar de zero, tornando o movimento
a aceleração também, condizendo com o próximo do uniforme. A velocidade só,
estudo de força de arrasto. A partir de um efetivamente será constante, quando
momento, a aceleração começa a se atingir a velocidade limite.
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tende ao infinito e está expressa na
Comparando a aceleração teórica Equação 8.
com a real, podemos observar que a 𝒔𝒆𝒏(𝜽)
𝒗∞ = [𝒎. 𝒈. ] (8)
aceleração teórica foi levemente 𝒃
discrepante do valor encontrado pelo Através do ajuste linear feito no
ajuste do gráfico. No entanto, percebe-se programa SciDavis, podemos associar os
que os valores são condizentes, pois estes termos da Equação 7 aos coeficientes
ainda estão dentro da faixa do erro encontrados. Dessa forma, A corresponde
calculado. a v∞ e é dado por 0,82 ± 0,05 m/s; B
Com relação ao segundo ensaio, corresponde a (v0 - v∞) e, portanto, v0 é
em que houve a adição de um anteparo de igual a 0,17 ± 0,06 m/s; C corresponde a
papelão, causando o arrasto (–b/m), dessa maneira o coeficiente de
hidrodinâmico, podemos observar o arrasto b tem o valor de 0,14 ± 0,02.
diagrama de forças na Figura 2. Em que a Assim, o movimento se torna
força Fa corresponde a força de arrasto e uniforme quando se aproxima de 0,82 ±
é dada pela Equação 1. 0,05 m/s. O que pode ser percebido no
Gráfico 3.
4. CONCLUSÕES
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acurados. Além disso, repetições do
experimento poderiam ter sido feitas para
se comparar os resultados e perceber
quais são os mais próximos dos reais, que
seriam aqueles que se repetiriam mais
vezes. Outro fator que influenciaria na
melhoria da medida encontrada seria a
utilização de mais sensores no
experimento, além da medição separada
da massa do lastro do carrinho.
5. REFERÊNCIAS