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nota = 10

Movimento Rotacional
Alessandra Martins – 2016016758
Ana Carolina Gonçalves – 2016005119
Andreza Cristina Faustino – 2016004695
Luana Fabrete – 2016000248

Resumo. Para se analisar o movimento de corpos reais é necessária à consideração do


movimento de rotação, visto que a energia de movimento linear pode se transferir para
rotação e vice-versa. Para mostrar esse fato, um experimento foi executado com o
objetivo de analisar o movimento rotacional de uma estrutura. Para isso, medidas de
período, velocidade e aceleração angular, momento de inércia e energia rotacional foram
realizadas. Assim, dados foram obtidos com o auxílio de métodos digitais com o software
“CIDEPLABV1”, e posteriormente tabelados e utilizados para construção de gráficos
que relacionam grandezas angulares. A partir desse processo, e considerando os erros
ocorridos durante a experiência, percebe-se que os resultados finais são condizentes com
a teoria sobre o movimento rotacional.

certos intervalos de tempo. Dessa maneira


1. INTRODUÇÃO
temos a velocidade angular média pela
fórmula (2):
Quando se observa os tipos de
movimentos que acontecem na realidade, 𝜃𝑓−𝜃𝑖
𝜔𝑚 = (2)
têm-se situações em que um corpo gira 𝑡𝑓−𝑡𝑖

sobre seu eixo e, portanto, está em Se a velocidade angular em um dado


movimento de rotação. Perante esse instante do corpo também varia em um
cenário, e na tentativa de representar tal intervalo de tempo, tem-se a aceleração
fenômeno, a Mecânica considera para angular média (3):
analise um corpo rígido que não é
deformável e possui a posição relativa de
todas suas partículas constantes

(SERWAY; JEWETT; JOHN, 2011). Há uma grandeza importante na


Sendo assim, o deslocamento do rotação que está relacionada a essa
objeto de estudo a uma distância fixa 𝑟 da aceleração chamada Momento de Inércia
origem passa a ser dado em radiano e é do corpo, que é a medida de quanto o
definido por, onde 𝑠 é o comprimento do objeto resiste aceleração de rotação em
arco relacionado ao ângulo 𝜃 como torno de um eixo, sendo análogo à massa.
mostra (1): Ela é a somatória do produto da massa de
cada partícula pela sua distância em
𝑠
𝜃 = (1) relação ao eixo de rotação do corpo e é
𝑟
dada por (4):
A taxa em que o deslocamento
angular do corpo se dá pode variar em 𝐼 ≡ ∑𝑖 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 (4)

1
A presença dessa aceleração indica 2. MATERIAIS E MÉTODOS
que há, no caso da rotação, forças,
denominadas torque (𝜏), que são
2.1 Materiais
exercidas sobre um corpo rígido
alavancado sobre seu eixo e o fazem girar
Para realização da experiência
sobre tal eixo. De maneira análoga a
foram necessários:
Segunda Lei de Newton para translação, a
resultante dessas forças é dada pela -Disco metálico com eixo
multiplicação do momento de inércia do cilíndrico segmentado onde um fio seria
corpo pela sua velocidade angular fixado e conectado a uma roldana que por
assim como na equação (5): sua vez o ligava ao porta-massas. Tal
disco era acompanhado de estrutura de
∑ 𝜏 = 𝐼𝛼 (5)
apoio
Como também no movimento de -Massa de prova de 10g;
translação, um corpo em rotação possui
energia cinética, pois suas partículas -Sensor de passagem por corte de
seguem trajetórias circulares se movendo. luz e seu suporte de apoio para marcação e
Logo, se o momento de inércia é análogo auxílio na contagem do período de rotação
à massa, temos que a energia cinética de do disco metálico;
rotação relaciona essa grandeza com a
velocidade angular do objeto em estudo, -Trena milimétrica com faixa
como em (6): nominal de 0 a 2000 mm, com precisão de
1 mm e erro de 0,5 mm;
𝐾𝑅 = 2
𝐼𝜔2 (6)
1

-Paquímetro com unidade em


Dessa maneira, partindo desses milímetros de marca Digmers com faixa
princípios, este relatório procura abordar nominal de 0 a 150 mm, com precisão de
os aspectos cinemáticos e mecânicos do 0,05 mm e erro de 0,025 mm;
movimento rotacional e relaciona-los com
-Micrômetro com unidade
o movimento de translação. Para tanto,
também em milímetros de marca
esse trabalho é composto por: Materiais e
Mitutongo com faixa nominal de 0 a 25
Métodos, categoria que descreve os
mm, com precisão de 0,01 mm e erro de
instrumentos utilizados para execução do
0,005 mm;
experimento e a metodologia adotada na
realização das medidas, respectivamente; -Balança Digital com unidade em
Discussão do Método e dos Resultados, gramas para medição das massas
momento em que há análise de tópicos envolvidas no experimento. Sua faixa
importantes ao tema tratado; Conclusões, nominal é de 0 g a 5100 g, tem precisão de
parte no qual se encontra discorrido os 1 g e erro de 0,5 g.
resultados da experiência; e as
Referências. Além disso, foram utilizados os
seguintes softwares: Cidepe LabV1 para
obtenção dos dados das grandezas
rotacionais, como o período de rotação do

2
disco e SciDAVis para a interpretação a base do porta massas ficasse à 20 cm da
desses dados. roldana. Então, segurou-se o disco para
que este ficasse travado, sem girar.
Depois, posicionou-se o sensor
Modelo Metodológico óptico de maneira que o feixe de luz
passasse pelo pedaço de papel colocado no
disco. Então, com a trena, mediu-se a
Primeiramente, houve a altura (h) da base do porta massas em
caracterização dos instrumentos relação ao chão.
envolvidos na coleta dos dados, sendo
Voltou-se para o computador e
eles: a trena, o paquímetro, o micrômetro
acionou-se o programa “CIDEPLABV1”.
e a balança.
Arrumou-se o programa para que ele
Depois, com cuidado, tirou-se o fizesse o desejado e soltou-se o disco.
disco metálico e o eixo de rotação da
estrutura de suporte. Para isso, subiu-se o Aguardou-se as 50 marcações, ou
seja, as 50 voltas do disco terminarem.
apoio superior do eixo e, para separar o
Após isso, formou-se a Tabela dos
disco do eixo, afrouxou-se o parafuso
períodos, a qual foi organizada e salva no
contido embaixo do disco.
computador e no pen drive.
Posteriormente, tarou-se a balança,
Por fim, analisou-se o movimento
mediu-se a massa do disco (MD) e a massa
realizado pelo disco utilizando-se o
do porta massas, juntamente com o lastro
programa SciDAVis.
de 10g, encontrando-se “m”.
Então, mediu-se o diâmetro do
disco (D), utilizando-se a trena. E, com o
paquímetro mediu-se os diâmetros
externos (de) e internos (di), e a altura (a)
do cilindro pertencente ao disco. Então,
através do micrômetro mediu-se a
espessura do disco (eD) e a espessura do
eixo (eE). Esta última é onde o fio estava
enrolado.
Após todas as medidas terem sido
realizadas, recolocou-se o eixo de rotação
no disco, apertando-se bem o parafuso. Fonte: foto obtida no Laboratório
Então, recolocou-se os dois instrumentos de Física 1 da Universidade Federal de
juntos na estrutura de apoio. Arrumou-se o Itajubá- UNIFEI
disco de modo que este ficava na
horizontal e girava de maneira livre.
2.2 Obtenção dos Dados
Depois, ligou-se o computador que
estava na bancada e a interface LAB100 da
Cidepe. Desenrolou-se completamente o
fio do eixo e colocou-se o porta massas O presente experimento foi realizado às
com 10g na outra extremidade do fio. E 13h30, no dia 24 de novembro de 2016, no
arrumou-se o fio de modo que este Laboratório de Física I da Universidade Federal
passasse pela roldana. de Itajubá.

Posteriormente, aos poucos e com Primeiramente, utilizando-se a


balança digital fez-se a medição da massa
cuidado, enrolou-se o fio bem esticado até
do disco (MD) e o valor encontrado foi
(175,30 ± 0,05) gramas. Depois, mediu-se
3
o porta massas, juntamente com o lastro de
10 gramas e o valor encontrado foi m =
(20,20 ± 0,05) gramas.
Posteriormente, mediu-se o
diâmetro do disco (D), utilizando-se a
trena, encontrando-se (20,3 ± 0,2) cm.
Então, utilizando-se o paquímetro,
encontrou-se os valores do diâmetro
externo (de) e interno (di), encontrando-se
(10,100 ± 0,025) mm e (7,000 ± 0,025)
mm, respectivamente. Ainda utilizando-se
o paquímetro, encontrou-se o valor da
altura (a) do cilindro pertencente ao disco,
encontrando-se (16,700 ± 0,025) mm.
Depois, através do micrômetro,
mediu-se a espessura do disco (eD) e a
espessura do eixo (eE), encontrando-se
(1,090 ± 0,005) mm e (6,390 ± 0,005) mm,
respectivamente.
Por último, utilizando-se a trena,
mediu-se a altura (h) da base do porta
massas em relação ao chão, encontrando-
se (79,4 ± 0,3) mm.
Então, após tudo estar preparado,
soltou-se o disco, para que o movimento
realizado pelo mesmo fosse capturado
pelo sensor óptico e analisado pelo
programa “CIDEPLABV1” no
computador. Esperou-se as 50 voltas do
disco.
Através do programa, encontrou-se
os períodos das rotações realizadas, os
quais são dados primários. E, então,
utilizando-se os períodos, encontrou-se os
dados secundários: a soma e o tempo
médio dos períodos, e a velocidade
angular média de cada rotação. Obteve-se,
então, a Tabela 1:

4
Voltas (Período ± 0,0005) s (Tsoma ± 0,0007) s (Tmed ± 0,0007) s (Wmed ± erro) rad/s
1 2,5750 2,5750 1,2875 2,4401 ± 0,0005
2 1,5900 4,1650 3,3700 3,952 ± 0,001
3 1,2690 5,4340 4,7995 4,951 ± 0,002
4 1,0870 6,5210 5,9775 5,780 ± 0,003
5 0,9620 7,4830 7,0020 6,531 ± 0,003
6 0,8740 8,3570 7,9200 7,189 ± 0,004
7 0,8080 9,1650 8,7610 7,776 ± 0,005
8 0,7520 9,9170 9,5410 8,355 ± 0,006
9 0,7100 10,6270 10,2720 8,850 ± 0,006
10 0,6720 11,2990 10,9630 9,350 ± 0,008
11 0,6390 11,9380 11,6185 9,833 ± 0,008
12 0,6130 12,5510 12,2445 10,250 ± 0,008
13 0,5880 13,1390 12,8450 10,69 ± 0,01
14 0,5660 13,7050 13,4220 11,10 ± 0,01
15 0,5480 14,2530 13,9790 11,47 ± 0,01
16 0,5300 14,7830 14,5180 11,85 ± 0,01
17 0,5160 15,2990 15,0410 12,18 ± 0,01
18 0,5010 15,8000 15,5495 12,54 ± 0,01
19 0,4910 16,2910 16,0455 12,80 ± 0,01
20 0,4790 16,7700 16,5305 13,12± 0,01
21 0,4700 17,2400 17,0050 13,37 ± 0,01
22 0,4610 17,7010 17,4705 13,63 ± 0,01
23 0,4510 18,1520 17,9265 13,93 ± 0,02
24 0,4420 18,5940 18,3730 14,21 ± 0,02
25 0,4350 19,0290 18,8115 14,44 ± 0,02
26 0,4250 19,4540 19,2415 14,78 ± 0,02
27 0,4210 19,8750 19,6645 14,92 ± 0,02
28 0,4130 20,2880 20,0815 15,21 ± 0,02
29 0,4070 20,6950 20,4915 15,44 ± 0,02
30 0,4010 21,0960 20,8955 15,67 ± 0,02
31 0,3950 21,4910 21,2935 15,91 ± 0,02
32 0,3900 21,8810 21,6860 16,11 ± 0,02
33 0,3840 22,2650 22,0730 16,36 ± 0,02
34 0,3800 22,6450 22,4550 16,53 ± 0,02
35 0,3750 23,0200 22,8325 16,75 ± 0,02
36 0,3700 23,3900 23,2050 16,98 ± 0,02
37 0,3660 23,7560 23,5730 17,17 ± 0,02
38 0,3620 24,1180 23,9370 17,36 ± 0,02
39 0,3630 24,4810 24,2995 17,31 ± 0,02
40 0,3650 24,8460 24,6635 17,21 ± 0,02
41 0,3660 25,2120 25,0290 17,17 ± 0,02
42 0,3680 25,5800 25,3960 17,07 ± 0,02
43 0,3700 25,9500 25,7650 16,98 ± 0,02
44 0,3720 26,3220 26,1360 16,89 ± 0,02
45 0,3720 26,6940 26,5080 16,89 ± 0,02
46 0,3750 27,0690 26,8815 16,75 ± 0,02
47 0,3760 27,4450 27,2570 16,71 ± 0,02
48 0,3790 27,8240 27,6345 16,58 ± 0,02
49 0,3800 28,2040 28,0140 16,53 ± 0,02
50 0,3820 28,5860 28,3950 16,45 ± 0,02
Fonte: Programa SciDAVis e Excel

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possível ver claramente o movimento
Através do programa SciDavis e antes e após o porta massas tocar o chão.
utilizando-se a variação da velocidade
angular média e o tempo médio, formou-
se o Gráfico 1. Através do gráfico foi

Gráfico 1

Fonte: Programa SciDavis

Através do gráfico, encontrou-se os 𝐴1= (0,655 ± 0,006) e o


coeficientes obtidos antes e após o porta coeficiente linear 𝐵1= (2,06 ±
massas tocar o chão. 0,09).
Antes de o porta massas tocar o chão, Após o porta massas tocar o chão,
encontrou-se o coeficiente angular encontrou-se o coeficiente angular
𝐴2= (-0,209 ± 0,005) e o
coeficiente linear 𝐵2= (22,4 ± 0,2).

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O erro foi obtido através da fórmula:

1. DISCUSSÃO DO MÉTODO E 2. CONCLUSÕES


DOS RESULTADOS

Durante a descida do porta – No experimento realizado,


massas, se compararmos a aceleração percebeu-se que a força responsável por
experimental, obtida através do gráfico, fazer o disco girar foi a força peso do
(0,655 ± 0,006) rad⁄s2 e a aceleração porta massa. A medida que o porta massa
ganhava velocidade, por ação da força de
teórica (0,71 ± 0,03) rad⁄s2 , percebe-se
gravidade, ele acelerava o disco, que por
que há uma diferença quantitativa entre
sua vez ganhava velocidade angular.
ambas, mesmo considerando as margens
de erro. Isso ocorre por que no cálculo da
Além disso, percebeu-se que o
aceleração teórica considera-se uma
rotação ideal: sem atrito entre a corda e a tipo de energia do sistema passou de
roldana, sem resistência do ar, corda potencial para energia cinética de
ideal, ou seja, com capacidade de rotação (disco) e cinética linear (porta-
transmitir toda força a ela aplicada. massa). Ainda, a análise das velocidades
Comparando-se as velocidades angular experimental e teórica permitiu
angulares teórica (18,8 ± 0,8) rad/s e concluir que a energia mecânica não se
experimental (17,5 ± 0,2) rad/s, percebe-
conservava, pois o sistema não era
se que, mesmo considerando as margens
de erro, os valores se diferenciam. Isso isolado, logo houve troca de calor com o
ocorre por que ao se calcular a meio.
velocidade média angular teórica
considerou-se que a energia mecânica se Então, pode-se concluir que o
conservava. No entanto, sabe-se que o experimento comprovou as Leis de
sistema não é isolado e portanto há perda Rotação, visto que os dados obtidos
de energia em forma de calor. Pode experimentalmente se aproximaram dos
ainda, considerar algum erro que possa dados calculados através da teoria.
ter ocorrido durante a obtenção de dados
ou montagem do experimento.

3. REFERÊNCIAS

RESNICK, R.; HALLIDAY, D.;


KRANE, K., S. Física 1.5.ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2003.

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