Você está na página 1de 20

Instituto de Física

Universidade de Brasília
Disciplina: Física 2 Experimental (Turma: 09)
Primeiro Semestre de 2022

EXPERIMENTO 3 – MOVIMENTAÇÃO DO GIROSCÓPIO

Data:
08/06/2022 Parte qualitativa;
15/07/2022 Parte quantitativa;
Grupo: 1
Participantes:
Guilherme Barbosa (211066070);
Isabela Nunes Daltro (212007814);
Lucas Granich Guimarães Costa (170149587)
Rodrigo Martins (211066202);
Rodrigo Torreão (211066196).

1- OBJETIVO

Neste experimento, temos como finalidade proporcionar um contato com um


giroscópio permitindo a observação dos efeitos relacionados ao momento angular na
rotação e a visualização da atuação das grandezas vetoriais envolvidas. Assim, no
experimento verificamos a determinação do momento de inércia do giroscópio usando
os métodos da conservação de energia mecânica e o movimento de precessão.

2- INTRODUÇÃO

Neste experimento, verificamos os movimentos de rotação, os quais tem


a maioria das grandezas usadas para descrever a sua cinemática e a sua
dinâmica.
Desta forma as seguintes grandezas de translação serão utilizadas na
formulação deste relatório, onde temos também as equações de momento linear,
força e energia cinética:
Tabela 1- Grandezas de Translação
Descrição Expressão
Massa 𝑚
Velocidade linear 𝑣⃗
Aceleração linear 𝑎⃗
Momento linear 𝑝⃗ = 𝑚𝑣⃗ (1)
Força 𝑑𝑝⃗
𝐹⃗ = = 𝑚𝑎⃗ (2)
𝑑𝑡
Energia cinética 1
𝐸𝑐 = 2 𝑚𝑣 2 (3)

Ainda nessa perspectiva, temos as grandezas do movimento de rotação,


que são equivalentes as de translação, e também as fórmulas de momento
angular, torque e energia cinética para rotação:

Tabela 2- Grandezas de Rotação


Descrição Expressão
Momento de inércia 𝐼
Velocidade angular 𝜔
⃗⃗
Aceleração angular 𝛼⃗
Momento angular Partícula: 𝐿 ⃗⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗ (4)
Corpo: 𝐿 ⃗⃗ = 𝐼 × 𝜔 ⃗⃗ (5)
Torque ⃗
𝑑𝐿⃗
Partícula: 𝜏⃗ = = 𝑟⃗ × 𝐹⃗ (6)
𝑑𝑡
⃗⃗
𝑑𝐿
Corpo: 𝜏⃗ = = 𝐼𝛼⃗ (7)
𝑑𝑡
Energia cinética 1
⃗⃗2 (8)
𝐸𝑐 = 2 𝐼𝜔

Neste sentido, verificamos que as direções e os sentidos dos vetores do


movimento de rotação são mais difíceis de serem visualizados, pois são
derivados de produtos vetoriais, e assim vemos a necessidade de utilizar a regra
da mão direita.

Figura 1 – Regra da mão direita


Portanto, com auxílio da regra e com o giroscópio que se movimenta
quase livremente em torno dos três eixos de rotação, o vertical, horizontal, e o
do disco, vemos que no equilíbrio a resultante das forças e as resultantes dos
torques atuantes sobre o giroscópio devem ser nulas, sendo assim conseguimos
inferir que na ausência das forças externas o giroscópio fixa sua direção, e
apenas quando submetido ao um torque externo, ele reage de acordo com as
fórmulas (6) e (7), as quais explicam que o movimento de precessão do
giroscópio. Ademais, se o giroscópio gira sem atrito, o módulo do momento
angular permanece constante e, assim, somente a direção do momento angular é
alterada, onde o ângulo de precessão do giroscópio em torno do eixo vertical de
𝜑, e Ω é a velocidade angular de precessão, percebesse que 𝑑𝐿 ⃗⃗ apontará na
mesma direção do vetor torque, devida à forca do peso dependurado:

⃗⃗
𝑑𝐿 𝑑𝜑
| 𝑑𝑡 | = 𝐿 𝑑𝑡 = 𝜏 = 𝑚𝑔𝑙 (9)

𝑑𝜑 𝑚𝑔𝑙 𝑚𝑔𝑙
Ω= = = (10)
𝑑𝑡 𝐿 𝐼𝜔

Figura 2- O giroscópio, e seus eixos.

Por fim, vemos que o momento de inércia pode ser determinado por meio
da conservação da energia mecânica:

1 1
𝑚𝑔ℎ = 2 𝐼𝜔2 + 2 𝑚𝑣 2 (11)

Onde 𝑣 = 𝜔𝑟:
1
𝑚𝑔ℎ = 2 (𝐼 + 𝑚𝑟 2 )𝜔2 (12)

1 𝑚𝑔 2𝜋
= 2𝜋2(𝐼+𝑚𝑟 2 ) ℎ ∴ 𝑇 = (13)
𝑇2 𝜔
Também é visto que é possível determinar o momento de inercia por
meio da velocidade angular de precessão (10), e a partir dela podemos inferir
que o produto Ω𝜔 é uma constante igual ao torque aplicado pelo peso dividido
pelo momento de inércia, portanto deve haver uma relação linear entre esse
produto e a massa do peso aplicado em uma das extremidades do giroscópio:

𝑔𝑙
Ω𝜔 = 𝑚 (14)
𝐼

Onde 𝑇𝑝 é o período de recessão e o 𝑇 é o período do disco em segundo,


e ao medir a razão seguinte para várias massas diferentes, devemos obter uma relação
linear entre essas duas grandezas, cujo coeficiente angular nos permita determinar I:

1 𝑔𝑙
= 4𝜋2 𝐼 𝑚 (15)
𝑇×𝑇𝑃

3- MATERIAL UTILIZADO

 Giroscópio PASCO modelo ME-8960;


 Dois discos de rotação;
 Dois contrapesos de 900g;
 Um contrapeso de 30g;
 Uma massa adicional de 150g;
 Um motor elétrico para aceleração do disco;
 Um conjunto com nove setas indicativas das grandezas vetoriais;
 Uma régua de 1m de comprimento;
 Um temporizador, ou um contador para medida do período do
disco;
 Um cronômetro digital.
Figura 3- Giroscópio PASCO ME-8960 e seus componentes.

Ainda nos materiais, segue a legenda: (1) Parafuso 1 e posição para


dependurar peso; (2) Contrapeso de 900g; (3) Contrapeso de 30g; (4) Haste de
suporte; (5) Braçadeira; (6) Eixo do giroscópio; (7) Base de ferro fundido em
forma de “A”; (8) Transferidor; (9) Eixo de rotação; (10) Polia de alumínio;
(11) Disco giratório; (12) Parafuso 2 e posição para dependurar peso;

4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 ANÁLISE QUALITATIVA DO MOVIMENTO DO GIROSCÓPIO

Esta parte do experimento visa proporcionar um contato real com várias


grandezas vetoriais no problema.

4.1.1 ANÁLISE DAS FORÇAS ESTÁTICAS

Em primeira análise, com o disco parado, ajuste a posição dos


contrapesos com intuito de equilibrar as forças de forma que o giroscópio fique
completamente parado ao soltar suas travas, para que assim o grupo discute e
afixe os vetores Peso do disco (𝑷 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑫 ), Peso do contra peso (𝑷𝒄) e Força
normal (𝑵⃗⃗⃗), para verificar o equilíbrio do sistema.

4.1.2 ANÁLISE DOS TORQUES

Agora, com o disco parado e o giroscópio equilibrado, coloque a massa


adicional na posição (1) da figura 3, e anotamos as direções da força aplicada e
do torque.

4.1.3 A VELOCIDADE E O MOMENTO ANGULAR

Nesta parte, com o giroscópio equilibrado segurando o eixo e girando o


disco com auxílio do motor elétrico, temos uma velocidade angular e o
momento angular.

4.1.4 RESPOSTA DINÂMICA DO GIROSCÓPIO A TORQUES


EXTERNOS

Girando o disco do giroscópio no sentido anti-horário, o grupo segurou


na extremidade (1) do seu eixo, e tentou girar na horizontal e na vertical, e foi
analisado a direção e o sentido da força de reação do giroscópio ao torque
aplicado. Desta forma, de acordo com a seguinte figura, foi montado duas
tabelas do giro do disco, uma para cada sentido do giro.

Figura 4 – Sistema de Coordenadas de Referência.

4.1.5 MOVIMENTO DE PRECESSÃO

Colocando o disco do giroscópio para girar conforme indicado na figura


2, com adição da massa na posição 12, conseguimos observar o sentido da
velocidade de precessão. Após, retiramos a massa e colamos ela na posição 1 e
repetimos o processo. Agora, em outro sentido refazemos os passos anteriores,
para que tenhamos os vetores Peso (𝑃⃗⃗ ), Torque (𝜏⃗), Momento angular (𝐿 ⃗⃗),
⃗⃗⃗).
⃗⃗) e a velocidade angular de precessão (Ω
Velocidade angular de rotação (𝜔

4.1.6 MOVIMENTO DE NUTAÇÃO

Nesta parte, a massa adicional é colocada na posição 12, e com o disco


acelerado, o eixo foi inclinado em 30º e solte-o delicadamente, evitando aplicar
qualquer tipo de torque nele. E assim, comparando o movimento que a ponta
do eixo (12) executa com as imagens seguintes:

Figura 5 – Possíveis movimentos de Nutação.


Em seguida, após parar o movimento do giroscópio, aceleramos o disco
novamente, inclinando o eixo do giroscópio em 30º, e foi solto empurrando
levemente na mesma direção de sua precessão. Desta maneira, também foi
comparado o movimento com a figura 5.
Repetindo os passos do parágrafo anterior, contudo, desta vez, ao soltar
foi levemente empurrado na direção contrária de sua precessão. Por fim, foi
deixado o disco girar livremente para que realize o movimento de Nutação, e
repetimos agora com um ângulo diferente.

4.1.7 O EFEITO DE UM SEGUNDO DISCO NO GIROSCÓPIO

Utilizando o eixo vertical e a braçadeira, prendemos o eixo horizontal do


giroscópio, removemos o parafuso e colocamos o segundo disco com sua polia
apontada para a direção contrária de onde está o primeiro disco e depois foi
fixado o parafuso novamente. Também foi colocado um segundo contrapeso no
outro lado do eixo do disco e movimentado os contrapesos até balancear o
giroscópio. Girando os discos no mesmo sentido e soltando o eixo para ver se o
giroscópio faz o movimento de precessão, caso ocorra, o mesmo não está bem
balanceado.
Colocando a massa adicional na posição 12, utilizamos o motor elétrico,
giramos os dois discos no mesmo sentido e soltamos o eixo. Nessa perspectiva,
foi notado que o giroscópio faz o movimento de precessão como esperado.
Agora os discos foram parados e a massa adicional foi removida. Girando os
discos em sentidos diferentes utilizando o motor e soltando o eixo, aplicando
torque, foram anotados os resultados.

4.2 ANÁLISE QUANTITATIVA DO MOVIMENTO DO GIROSCÓPIO

4.2.1 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A LEI


DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Para determinar o momento de inércia é preciso medir o período do disco


após um peso de massa m acelerar o disco caindo de uma altura h. Logo foi
colocado o peso de 400g no suporte amarrando-o a uma corda fina.

4.2.2 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A


VELOCIDADE ANGULAR DE PRECESSÃO

Nesta parte, para determinar é necessário medir o período do disco e o


período de precessão para um dado torque aplicado. Devido ao atrito que existe
no rolamento do disco, a velocidade de rotação vai aos poucos diminuindo.
1
Assim, mediu-se o tempo em que a precessão completa 4 de volta e
multiplicaremos o resultado por 4.

4.2.3 CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA

Sabendo que a densidade do material que compõem o disco (PVC) varia


𝑔 𝑔
entre 1,30 𝑐𝑚3 e 1,45𝑐𝑚3 e que o momento de inercia de um disco é dado pela
equação abaixo, em que M é a massa do disco e R, seu raio.
𝑀𝑅 2
𝐼= (16)
2

5- DADOS EXPERIMENTAIS

5.1 ANÁLISE DAS FORÇAS ESTÁTICAS

Figura 6 – Diagrama das Forças Estáticas


Legenda:
P = Peso;
N = Força normal.

5.2 ANÁLISE DOS TORQUES

Figura 7 – Diagrama Torque 1


Figura 8 – Diagrama Torque 2
Legenda:
τ = Torque;
P = Peso;
L = Momento angular.

5.3 A VELOCIDADE E O MOMENTO ANGULAR


Figura 9 – Diagrama Velocidade Angular 1

Figura 10 – Diagrama Velocidade Angular 2


Legenda:
ω = velocidade angular;
τ = Torque;
L = Momento angular.

5.4 RESPOSTA DINÂMICA DO GIROSCÓPIO A TORQUES


EXTERNOS

Girando o disco e de acordo com a figura 4, temos as seguintes tabelas:

Tabela 3 – Giro do disco no sentido anti-horário


Força aplicada na Direção e Direção e sentido Direção de
extremidade (1) sentido do da reação da movimento da
torque extremidade (12) extremidade do
aplicado vetor momento
angular
+𝑥⃗ x+ z+ z+
−𝑥⃗ x- z- z-
+𝑧⃗ z+ x- x-
−𝑧⃗ z- x+ x+
Giro do suporte no x+ z- z-
sentido horário(visto
de cima)
Giro do suporte no x- z+ z+
sentido anti-
horário(visto de
cima)

Tabela 4 – Giro do disco no sentido horário


Força aplicada na Direção e Direção e sentido Direção de
extremidade (1) sentido do da reação da movimento da
torque extremidade (12) extremidade do vetor
aplicado momento angular
+𝑥⃗ x+ z- z-
−𝑥⃗ x- z+ z+
+𝑧⃗ z+ x+ x+
−𝑧⃗ z- x- x-
Giro do suporte no x + z+ z+
sentido
horário(visto de
cima)
Giro do suporte no x - z- z-
sentido anti-
horário(visto de
cima)

5.5 MOVIMENTO DE PRECESSÃO

Figura 11 – Diagrama Movimento de Precessão


Legenda:
ω = Velocidade angular;
P = Peso;
L = Momento angular;
Ω = Velocidade angular de precessão;
τ = Torque.

5.6 MOVIMENTO DE NUTAÇÃO

Primeiramente foi acelerado o disco na direção horária para observar o


movimento de Nutação do giroscópio, após isso ele foi inclinado em 30° e
soltado sem nenhuma aplicação de torque na extremidade do giroscópio, a
Nutação observada descreveu um caminho semelhante a figura 5 (A) presente
no roteiro do experimento com a extremidade do giroscópio subindo e descendo
sem realizar rotações.
Novamente o giroscópio foi acelerado no sentido horário e inclinado em
30°, ao soltar o giroscópio foi aplicado um torque em direção do movimento de
precessão para observar o efeito no movimento de Nutação, ao aplicar o torque
o giroscópio descreveu um caminho parecido com a figura 5 (C) com a
extremidade (12) rotacionando ao subir e descer.
Após repetir o procedimento de girar o disco irá ser observado qual será
o efeito de aplicar um torque no sentido oposto da precessão do giroscópio, ao
realizar este torque foi observado um caminho parecido com a figura 5 (C)
porém com rotações bem mais exageradas.
Novamente foi repetido o procedimento de acelerar o disco, porém foi
agora ele foi acelerado com uma velocidade maior do que os últimos
procedimentos, ao soltar o giroscópio sem aplicação de torque foi observado
que ele não realizou um movimento de Nutação prolongado, apenas realizando
a Nutação por poucos segundos e se estabilizando logo em seguida.
Desta vez após acelerar o disco ele foi inclinado em um ângulo de 20° e
soltado sem nenhuma aplicação de torque, depois de soltar o giroscópio foi
observado um movimento de Nutação extremante exagerado quando comparado
aos outros, após isso o disco foi novamente acelerado e inclinado em 40° e ao
soltá-lo a Nutação que ele descreveu foi menos pronunciada do que os outros
procedimentos.

5.7 O EFEITO DE UM SEGUNDO DISCO NO GIROSCÓPIO

O primeiro caso do efeito de um segundo disco no giroscópio, onde os


discos giram em sentidos diferentes ao soltar o eixo aconteceu nada, o
giroscópio ficou em equilíbrio sem rodar ou cair, ao aplicar torque na posição 1
o giroscópio apenas girou em seu eixo de rotação sem que a ponta (12) subisse
ou descesse como observado no procedimento 5.4.
Por fim com o peso adicional na posição (12), a extremidade (12) desceu
no sentido z- sem com que o giroscópio realizasse ao movimento de precessão.
5.8 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A LEI
DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Agora, utilizando os períodos 1 e 2 fazemos sua média e o desvio padrão


das médias, juntamente com as fórmulas de propagação de erro para calcular o
Período em segundos:

(𝑥1 +𝑥2 )
𝑥̅ = (17)
2

(𝑥 −𝑥̅ )2 (𝑥 −𝑥̅ )2 (𝑥2 −𝑥̅ )2 (𝑥 −𝑥̅ )2


σx̅ = ∑𝑛𝑖=1 √𝑛(n
𝑖 1
= √ 𝑛(n + 𝑛
+ ⋯ 𝑛(n (18)
−1) −1) 𝑛(n −1) −1)

Tabela 5 – Valores do 5.8


Distância (cm) Período 1 (ms) Período 2 (ms) Período (s)
10±0,05 1.655,000 ±0,001 1.821,000±0,001 1,738±0,001
20±0,05 1.008,000±0,001 966.700±0,001 0,99±0,02
30±0,05 942.200±0,001 1.081,000±0,001 1,01±0,07
40±0,05 606.200±0,001 803,000±0,001 0,7±0,1
50±0,05 717,000±0,001 759.300±0,001 0,74±0,02
60±0,05 610.500±0,001 698.400±0,001 0,65±0,04
70±0,05 621,800±0,001 529,900±0,001 0,58±0,05
80±0,05 491,000±0,001 579.800±0,001 0,5354±0,05
90±0,05 475,700±0,001 464,900±0,001 0,470±0,006

5.9 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A


VELOCIDADE ANGULAR DE PRECESSÃO

Tabela 6 - Período da precessão


Peso (g) Tempo de 1/4 (s) Tempo completo (s)
150,7±0,01 3,856±0,001 15,424±0,004
206,52±0,01 4,658±0,001 18,632±0,004
256,35±0,01 3,488±0,001 13,952±0,004
306,04±0,01 3,236±0,001 12,944±0,004
355,77±0,01 2,516±0,001 10,064±0,004

5.10 CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA

Utilizando a equação 16, as densidades do PVC e as fórmulas de


propagação de erro abaixo, junto com o raio do disco sendo 12,5 cm e a largura
dele sendo 4 cm foi obtido o seguinte valor:

𝛿𝑧 = 𝑚|𝑥|𝑚−1 𝛿𝑥 ∴ 𝑧 = 𝑥 𝑚 (19)
𝛿𝑧 = 𝛿𝑥|𝑦| + 𝛿𝑦|𝑥| ∴ 𝑧 = 𝑥 ∙ 𝑦 (20)

Tabela 7 – Momento de Inércia


Momento de inércia 1 (kg⋅ m²) Momento de inércia 2 (kgm²)
0,02±0,002 0,022±0,002

6- ANÁLISE DE DADOS

6.1 ANÁLISE DAS FORÇAS ESTÁTICAS

As grandezas força Peso e força Normal são relacionadas com o


equilíbrio, pois os vetores por elas gerados, sendo o da força normal vertical
para cima e da força peso vertical para baixo, quando somados formam um
vetor nulo, o que mantêm o equilíbrio do sistema.

6.2 ANÁLISE DOS TORQUES

Com a massa na posição (12) da figura 3 verificamos que o vetor torque,


em relação a posição (1) está sendo aplicado na extremidade (1) para a direita
do disco de acordo com a regra da mão direita, quando trocamos o peso de
posição para extremidade (12) o torque agora está sendo aplicado nessa mesma
extremidade para a esquerda em relação ao disco.
Agora segurando no suporte dos eixos horizontais e verticais, gire o
giroscópio para um lado e para o outro, vemos que o torque está na direção da
extremidade (12). Por fim, quando o sentido da rotação é invertido temos que
está na direção da extremidade (1).

6.3 A VELOCIDADE E O MOMENTO ANGULAR

De acordo com estudos e o diagrama analisado no 5.3 deste roteiro,


vemos que o movimento de rotação envolta de um eixo fixo, tem uma
determinada velocidade angular associada a ele. Portanto, essa relação entre
massa e velocidade angular gera uma grandeza chamada momento angular.
Nesse sentido, é visto que apesar de ser um conceito abstrato, é útil para
descrever o movimento e a estabilidade de um corpo.

6.4 RESPOSTA DINÂMICA DO GIROSCÓPIO A TORQUES


EXTERNOS

A razão da resposta do giroscópio em relação a torque externo se deve a


regra da mão direita, vemos a regra na figura 1 neste relatório, pois, fazendo a
resultante entre o momento angular do disco e o torque externo, obtêm-se a
resultante em direção do sentido do giroscópio. Por exemplo, quando o disco
que está girando no sentido anti-horário ele possui um momento angular com
sentido em y+, ao sofrer um torque na direção x+ ele gera uma força resultante
no sentido z+ que é a direção que a extremidade (12) toma.

6.5 MOVIMENTO DE PRECESSÃO

Por meio do experimento é perceptível que quanto maior a velocidade de


rotação do disco maior é o movimento de precessão, o mesmo vale para uma
menor velocidade de rotação, diminuindo a precessão. Desta maneira, podemos
inferir que a partir de uma menor velocidade, temos o momento angular
diminuindo e logo quanto menor o momento angular menor o torque, e assim
vice-versa.

6.6 MOVIMENTO DE NUTAÇÃO

Parte 1 Sentido horário Figura 4- (A)


Sentido anti-horário Figura 4- (C)
Parte 2 Sentido horário Figura 4- (C)
Sentido anti-horário Figura 4- (C)
Parte 3 Sentido horário Figura 4- (C). Movimento bem exagerado com
mudança de inclinação.
Sentido anti-horário Figura 4- (C). Movimento bem exagerado com
mudança de inclinação.
Parte 4 Sentido horário Em velocidade mais baixa houve movimento, após um
período ele parou e continuou como uma reta.
Parte 5 Ambos os sentidos Nota-se que quanto menor o angulo, maior é o efeito
da nutação.

Percebe-se, que quando a velocidade aumenta a Nutação diminui, de


forma que quando a velocidade diminuir a Nutação vai aumentar, e o mesmo
vale para o ângulo, pois quanto menor o ângulo maior é o efeito da Nutação.
A Nutação, é um conjunto de movimentos previsíveis do eixo de rotação
terrestre em escalas de tempo. A partir do modelo de Nutação mais atual, este
efeito é composto de 106 termos harmônicos dos quais envolvem senos e
cossenos com diferentes frequências. Desta maneira, na verdade, o eixo de
rotação não descreve um movimento que coincide com a superfície de um cone,
ele oscila de maneira leve em torno da circunferência, este movimento
oscilatório recebe o nome de Nutação.

6.7 O EFEITO DE UM SEGUNDO DISCO NO GIROSCÓPIO

Temos que a razão do giroscópio se comportar dessa maneira quando


dois discos giram em direções opostas, ocorre devido ao cancelamento de seus
momentos angulares, pois ao girarem em direções diferentes geram um
momento angular em direções opostas. Assim os dois acabam se cancelando e
com a falta da presença dessa força o giroscópio não possui as condições
necessárias para reagir aos torques externos aplicados nele.

6.8 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A LEI


DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Realizando o quadrado do período do disco obtemos a seguinte tabela:

Tabela 8 - T²
3,021±0,004
0,97±0,04
1,0±0,1
0,5±0,1
0,54±0,03
0,43±0,06
0,33±0,05
0,29±0,05
0,221±0,006

E agora realizando o inverso de T² obtemos a tabela a seguir:


Tabela 9 - 1/T²
0,3310 ±0,0004
1,03±0,04
1,0±0,1
2,0±0,6
1,8±0,1
2,3±0,3
3,0±0,5
3,5±0,6
4,5±0,1

Utilizando os valores da tabela 9 em função da altura que o peso foi


soltado obtemos o seguinte gráfico:
Gráfico 1 – Inverso do quadrado do período em função da altura.

Após realizar o gráfico, obtemos o coeficiente angular dele, o qual é


igual a: 4,9±0,1, e utilizando a equação (13) conseguimos obter o momento
linear igual a: 0,0204± 0,0007 kg⋅ m².

6.9 DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA USANDO A


VELOCIDADE ANGULAR DE PRECESSÃO

Multiplicando o tempo de precessão com o período do disco obtemos a


seguinte tabela:

Tabela 10 – T X Tp
0,10689±0,00004
0,12912±0,00005
0,09669±0,00004
0,08970±0,00004
0,06974±0,00004

Realizando o inverso desse produto obtemos os seguintes valores:

Tabela 11 – 1/ (T x Tp)
9±818
7±464
10±1106
11±1385
14,±2947

Fazendo o gráfico da tabela 9 em função da massa dependurada no


giroscópio obtemos o seguinte resultado:
Gráfico 2 – Inverso do produto do tempo de precessão e período do disco em função da massa

A partir desse gráfico, obtemos o seguinte coeficiente angular: 16±8, ao


usar a equação (15) para calcular o momento de inércia, e assim obtemos o
seguinte valor: 0,0036±1,82 kg⋅ m², vale notar que ao fazer esse procedimento
foram utilizados os dois discos do giroscópio para realizar a precessão dele.

6.10 CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA

Comparando os valores do momento de inércia obtidos pelos gráficos


com os da tabela 7 nota-se uma diferença entre eles, o momento de inércia
obtido a partir do gráfico 2 possui um intervalo de incerteza grande demais para
realizar uma comparação conclusiva, o momento de inércia obtido a partir do
gráfico 1 mostra que se a densidade do disco for 1,3 g/cm³ a polia de alumínio
tem um efeito de aumentar o momento de inércia do disco, agora se a densidade
se aproximar de 1,45 g/cm³ a polia não tem um efeito significativo sobre o disco.

6.11 OUTRAS ANÁLISES

Ademais, caso houvesse atrito significativo nos 3 eixos do giroscópio,


todos os valores medidos neste experimento seriam menores, dada a dispersão
de energia pelo atrito, como vemos na seguinte equação, no qual Fat representa
a força de atrito:
1 1
𝑚𝑔ℎ = (2 𝐼𝜔2 − 𝐹𝑎𝑡) + (2 𝑚𝑣 2 − 𝐹𝑎𝑡) (21)

A partir da regra da mão direita, e com o giroscópio se movimentando


quase livremente em torno dos três eixos de rotação, o vertical, horizontal e o
do disco, percebemos que para ter o equilíbrio, a resultante das forças e as
resultantes dos torques atuantes sobre o giroscópio devem ser nulas, logo,
conseguimos inferir que na ausência de forças atuando externamente o
giroscópio fixa sua direção, e apenas quando submetido a um torque externo,
reage de acordo com as equações (6) e (7), que também nos ajudam a entender
o movimento de precessão. Nessa perspectiva, temos na tabela 3 e 4 deste
relatório, a movimentação e resposta dinâmica quando o giroscópio tem algum
torque externo nele atuando, resumidamente, quando torque é aplicado em uma
direção e sentido ele gera um movimento em outra direção, porém com sentido
igual.
Já mais ao final do relatório vemos que os dados medidos do movimento
de inércia diferiram dos que foram calculados previamente, sendo menores que
os calculados, cerca de 1,8%. Por fim, nenhum gráfico cortou a origem, pois em
nenhum dos resultados obteve uma resposta nula ou começamos de um ponto
na origem.

7- CONCLUSÃO

Em síntese, podemos observar que ao longo dos procedimentos do


experimento que os resultados estão dentro do padrão esperado, e assim
conseguimos estudar a física em torno do giroscópio, analisando as forças
estáticas, torques, velocidade e movimento angular e vemos também como ele
reage a torques externos, e como são os movimentos de precessão e Nutação,
além de estudar os efeitos de dois discos rotacionando no mesmo sentido ou de
forma contrária. Já na análise quantitativa determinamos o movimento de
inércia através de duas formas: pela lei de conservação de energia e usando a
velocidade de precessão.

8- REFERÊNCIAS
 Cruz (autor), J. M., Torres (co-autor), P. L. S., Coelho (colaboradora), L. G.,

& de Paula (colaborador), A. A. N. Movimentação do Giroscópio.

 NUSSENZVEIG, H. Moyés. Curso de Física Básica: vol 1 Mecânica. São

Paulo, Brasil: Editora Blucher.

 FEYNMAN, Richard; LEIGHTON, Robert; SANDS, Matthew. The

Feynman Lectures on Physics: Volume 1: Mainly mechanics, radiaton, and

heat. Nova York, EUA: Basic Books.

 HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de Física: 1 –

Mecânica. Rio de Janeiro, Brasil: LTC.

 PLANAS, O. Regra da mão direita, o que é e para que serve? Link

acessado no dia 08 de julho de 2022: Solar-energia.net. https://pt.solar-

energia.net/blog/regra-da-mao-direita

 Precessão, Nutação e Movimento do Polo. UFRGS. Link acessado no dia 19

de julho de 2022:

https://www.if.ufrgs.br/oei/santiago/fis2005/textos/precess.htm

 A Astronomia. ([s.d.]). USP. Link acessado no dia 19 de julho de 2022:

https://www.iag.usp.br/siae98/fenomastro/movimento.htm

 SILVA, A. C. B. Momento angular. InfoEscola. Link acessado no dia 20 de

julho de 2022: https://www.infoescola.com/mecanica/momento-angular/

Você também pode gostar