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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

LABORATÓRIO DE FÍSICA II
MOMENTO DE INÉRCIA

Docente: Prof. Dra Vivian Delmunte Rodrigues

Discentes: Gilberto Pagani Sevilio RA: 212051563


Guido Gabriel Oliveira Denipotti RA: 222053232
Guilherme Roberto Oliveira de Castro RA: 201050048
Pedro Henrique Carmo Trevizoli RA: 222051353

Ilha Solteira, Março de 2023.


Sumário

I - Objetivo ........................................................................................................... 2

II - Resumo .......................................................................................................... 3

III - Introdução Teórica ........................................................................................ 4

IV - Procedimento Experimental .......................................................................... 6

V - Resultados e Discussões ................................................................................. 8

VI - Conclusão ................................................................................................... 12

VII - Referências Bibliográficas ........................................................................ 13


Objetivo

Determinar experimentalmente o momento de Inércia de um conjunto eixo-


disco.
Verificar se há a conservação de energia mecânica.

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Resumo

Neste ensaio experimental determinaremos o momento de inércia de um disco.


Teoricamente este pode ser definido pela formula ½ . M . (R2 - r02), onde r0 é o raio
do furo do disco e R o raio total do disco. Após tal definição é possível comparar o
momento obtido através da fórmula com o calculado experimentalmente. Para tal, o
disco foi preso a um suporte sobre a mesa e nele foi enrolado um fio de nylon com
um peso em sua extremidade. Através da ideia da conservação de energia mecânica
pôde-se estabelecer uma relação entre as energias mecânicas antes e depois de ser
solto o peso a uma certa altura de forma que o mesmo atingisse o chão. Assim, era
previsto que a energia potencial gravitacional proporcionado pelo corpo de massa
conhecida se transformasse em energia cinética rotacional para o conjunto eixo-dis-
co e também em energia cinética translacional para o corpo preso a extremidade do
fio. Deve ser lembrado que uma força de atrito acaba consumindo a energia de rota-
ção do eixo-disco depois que o corpo de massa m toca o chão e deixa o disco giran-
do sozinho até parar. Essa força de atrito origina uma energia dissipativa que deve
ser considerada. Assim, inicialmente obtendo o momento de inercia do disco atra-
véz de sua definição, obtivemos o valor de 0.0116556828 kgm2, enquanto que com
o cálculo do momento do mesmo disco por meio dos valores experimentais obtive-
mos 0,121571207 kgm2. Percebe-se portanto uma diferença grande nos cálculos
que pode ser explicada por erros de medições devido a consideração do disco ter
densidade linearmente distribuída. Em relação a energia mecânica do sistema, divi-
dimos em dois instantes tais energias, sendo a primeira antes da soltura da massa e
a segunda no instante após o corpo deixar o fio de nylon. A energia mecânica inici-
al foi de 1,6 J enquanto a final foi de 1,3 J, obtendo um erro percentual de 18,75%
que pode ser explicitado por erros associados a medições de tempo no cronômetro
que influi na medição das velocidade linear e angular e principalmente associado a
enregia térmica liberada pelo sistema até a bolinha cair no chão
.

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Introdução Teórica

Corpos rígidos com distribuição contínua de massa podem ser representados por
massas multiformes. Imagine um corpo como se ele estivesse dividido em peque-
nos elementos de massa dm, de modo que todos os pontos no interior de um dado
elemento estejam a uma mesma distância perpendicular ao eixo de rotação, chama-
mos essa distancia de r. Então o momento de inercia é igual a:

I = ∫ r2 . dm (Eq.1)

Ao aplicarmos essa relação em um sistema eixo-disco, obtemos o resultado apre-


sentado pela Eq. 2.

Idisco = ½ . M . (R2 - r02) (Eq.2)

Onde r0 é o raio do furo central do disco, R é o raio externo do disco e M é a


massa total do disco.
Podemos também determinar a Eq. 2 em função da densidade obtendo a Eq.3.

Idisco = ½ . π . ρ . s . (R4 - r04) (Eq. 3)

Onde ρ representa a densidade do material do disco, s representa a espessura do


disco, R é o raio externo do disco e r0 é o raio do furo central no disco.
Caso, r0 seja muito pequeno em relação ao valor de R teremos para descrever a
equação do momento de inércia a relação estabelecida na Eq. 4.

Idisco = ½ . M . R2 (Eq. 4)

Diante das equações estabelecidas até aqui podemos determinar o momento de


inércia do disco com uma previsão de erros, comparando-os com os valores que se-
rão obtidos experimentalmente.
Além disso, a energia mecânica do sistema é causada integralmente pela energia
potencial presente, desprezando-se a dissipação por atrito e outras forças não con-
servativas que podem estar atuando durante o movimento de rotação.
A partir do momento em que o corpo é solto, a energia potencial é transformada
em energia cinética de rotação do disco e de translação do corpo, conforme esta es-
crito na Eq. 5.

M . g . h = Krot + Ktrans (Eq. 5)


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Substituindo os valores da Eq.5 pelos valores teóricos obtemos a Eq.6.

M . g . h = ½ . Idisco . w2 + ½ . m . v2 (Eq.6)

Onde g é a constante gravitacional da Terra, h é a altura de onde o corpo é solto,


w é a aceleração angular do eixo-disco, m é a massa do corpo e v é a velocidade fi-
nal do corpo ao tocar o chão.
Segundo as considerações feitas até agora, não consideramos o atrito presente no
movimento estudado. No instante em que o corpo atinge o solo e, portanto, se solta
do disco, este possui energia cinética que vai ser gasta por atrito durante n número
de voltas até parar. Como resultado, obtêm-se a Eq.7.

Eatrito = Idisco w²/2n (Eq.7)

Logo, a equação geral para a Energia mecânica do sistema estudado é a represen-


tado pela Eq.8.

M . g . h = (½ . Idisco . w2) + (½ . m . v2) + (Idisco w²/2n) (Eq.8)

Todas as equações 1-8 foram baseadas ou copiadas de equações já presentes na


apostila de lab. de física 2, assim como o objetivo do relatório.
Também vamos precisar calcular a velocidade final do corpo v, para isso utiliza-
remos a relação entre velocidade angular e velocidade linear.

v=w.R (Eq. 9)

Para encontrar o valor da tração na corda T utilizaremos a equação abaixo que


vem da relação entre distância, aceleração e raio.

T = 2πn / w (Eq. 10)

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Procedimento Experimental

Para efetuar o experimento utilizamos os materiais listados a seguir.

Conjunto eixo-disco
Corpo (peso)
Balança
Paquímetro
Régua
Trena
Cronômetro
Tacômetro digital
Fio de nylon
Sargento

A seguir encontramos uma ilustração do esquema experimental utilizado no tra-


balho.(Fig.1)

Figura 1 - Esquema Experimental

Fonte: apostila_lab_fis_ii_2019.pdf

Inicialmente, anotamos as medidas das dimensões do disco tais como raio R e


massa total M utilizando um paquimetro (±0,05mm) e informações já conhecidas
do disco. Em seguida, realizamos o mesmo procedimento utilizando o paquimetro e
a balança (±0,01g) para o corpo esférico de massa m ilustrada na Figura 1 e os raios
do furo r0 e do eixo de rotação R’.
Para a verificação dos objetivos propostos enrolamos o fio de nylon que prende o
corpo no eixo de rotação até que ele atingisse a altura h do chão. Em seguida, o
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corpo foi liberado para que pudéssemos calcular o tempo de queda tq e o tempo
que o disco leva para parar de girar t que será utilizado para descobrir o número de
voltas n que o disco leva pra parar além da velocidade angular w inicial do disco
quando ela é máxima, ou seja, quando o corpo atinge o chão utilizando um tacôme-
tro digital. Tal procedimento foi repetido cinco vezes para que se faça o tratamento
dos dados experimentais utilizando a Teoria dos Erros a fim de tentar reduzir a dife-
rença entre os valores encontrados experimentalmente e teoricamente. No fim cal-
culamos também a aceleração do sistema teórico utilizando o diagrama de forças.

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Resultados e Discussões

Os valores iniciais obtidos antes de serem feitos os procedimentos experimen-


tais descrito anteriormente são:

Eixo-disco:
Massa do eixo-disco (M): 1495g = 1,495kg
Raio externo (R): 125mm = 12,5cm = 0,125m
Raio do eixo (R’): 33,14mm = 3,314cm = 0,03314m
Raio do furo (r0): 5,53mm = 0,553cm = 0,00553m
Esfera:
Massa da esfera (m): 225,14g = 0,22514kg
Altura inicial da esfera (h): 75,55cm = 0,7555m

Os dois primeiros valores nos foram fornecidos pelo próprio laboratório estão já
escritos no disco. Os outros quatro foram medidos cinco vezes e será utilizado nes-
se relatório a média dessas medições. As medições podem ser vistas abaixo na ta-
bela 1.

Tabela 1 - Medições iniciais


Raio do eixo Raio do furo Massa da esfera Altura inicial
(R’) (r0) (m) (h)
33,05mm 5,50mm 225,07g 75,50cm
33,23mm 5,52mm 225,10g 75,55cm
33,03mm 5,60mm 225,15g 75,50cm
33,22mm 5,53mm 225,18g 75,60cm
33,17mm 5,52mm 225,21g 75,60cm
Fonte: Elaborada pelo autor

As tabelas 2 e 3 abaixo mostram a relação dos cinco tempos de queda do corpo


e de parada do disco obtidos experimentalmente, seguido da média aritmética en-
tre eles, utilizada nos cálculos deste trabalho.

Tabela 2 - tempo de queda do corpo Tabela 3 - tempo de parada do eixo


tq1 (s) 2,51s t1 (s) 239s
tq2 (s) 2,58s t2 (s) 295s
tq3 (s) 2,23s t3 (s) 306s
tq4 (s) 2,76s t4 (s) 308s
tq5 (s) 2,80s t5 (s) 308s
tq (s) 2,57s t (s) 291s
Fonte: Elaborada pelo autor Fonte: Elaborada pelo autor

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Também foi medido no início do experimento quando o corpo atinge o chão a
velocidade angular máxima do disco w utilizando um tacômetro, esse valor foi me-
dido cinco vezes porém nos cálculos do experimento será utilizado a média aritmé-
tica entre esses valores. As medições podem ser vistas na tabela 4.

Tabela 4 - velocidade angular máxima do disco


w1 (rpm) 13,32 rad/s
w2 (rpm) 11,69 rad/s
w3 (rpm) 11,68 rad/s
w4 (rpm) 11,93 rad/s
w5 (rpm) 16,98 rad/s
w (rpm) 13,12 rad/s
Fonte: Elaborada pelo autor

Agora que todas as informações coletadas já estão disponíveis é possivel a reali-


zação dos cálculos de momento de inércia do disco e de conservação de energia
mecânica.
Como não sabemos qual a composição química do disco não podemos utilizar a
equação 3 que usa a densidade portanto cálcularemos o momento de inércia do dis-
co téorico usando a equação 2.

Idisco = ½ . M . (R2 - r02) (Eq.2)

Idisco = ½ . 1,495 . (0,1252 - 0,005532)

Idisco = 0.011655683 kgm2

Para calcularmos o valor experimental do momento de inércia Idisco utilizaremos


a equação 6 a partir dos resultados do experimento, porém não temos a velocidade
final do corpo ao atingir o chão v, para acharmos v utilizaremos a equação 9 já não
sendo necessário o cálculo da aceleração do corpo.

Figura 2 - eixo-corpo

Fonte: Elaborada pelo autor

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v=w.R (Eq. 9)

v = 13,12 . 0,125

v = 1,64m/s

Agora temos todas as informações necessárias para encontrar o Idisco experimental


utilizando a equação 6.

M . g . h = ½ . Idisco . w2 + ½ . m . v2 (Eq.6)

1,495 . 9,8 . 0,7555 = ½ . Idisco . 13,122 + ½ . 0,22514 . 1,642

Idisco = (11,06883 - 0,03892) / 86,06720

Idisco = 0,121571207 kgm2

Essa diferença entre o valor teórico do momento de inércia e do valor experimen-


tal pode ser explicado por vários fatores porém o principal seria as energias dissipa-
tivas do sistema, em especial, a energia térmica gerado pela resistência com o ar e o
atrito entre o disco e o eixo.
Para calcularmos tal energia utilizaremos a diferença entre a energia mecânica
inicial e a energia mecânica final.

Emec(i) = m . g . h

Emec(i) = 0,22514 . 9,8 . 0,7555

Emec(i) ≈ 1,6J

-------------------------------------

Emec(f) = [(m . v2) + (Idisco . w2)] / 2

Emec(f) = [(0,22514 . 1,642) + (0.011655683 . 13,122)] / 2

Emec(f) ≈ 1,3J

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O erro percentual entre a energia mecânica inicial e final é de 18,75% explicado,
além de erros no experimento, pela perda de energia calculado por:

Eatrito = Emec(i) - Emec(f)

Eatrito ≈ 0,3J

Agora calcularemos o número de voltas dado pelo disco usando a equação 7.

Eatrito = Idisco w²/2n (Eq.7)

0,3 = (0,121571207 . 13,122) / 2n

n ≈ 35 voltas

Com isso podemos calcular a tração na corda e por consequência a aceleração do


corpo.

T = 2πn / w (Eq. 10)

T = (2π . 35) / 13,12

T = 16,76N

Sabendo a tração podemos usar a segunda lei de Newton para achar a aceleração
da bolinha a.

Fg - T = m . α

(0,22514 . 9,8) - 16,76 = 0,22514 . α

α = 64,7

a=α.R

a = 64,7 . 0,125

a = 8,08m/s²

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Conclusão

Concluímos este experimento, calculando o momento de inércia de um disco,


através de duas fórmulas diferentes, uma pela equação 2, que utiliza a equação te-
órica do momento de inércia de um disco, e a equação 6, que calcula através da
conservação de energia do sistema. Encontramos o valor de 0.011655683 kgm2
com a equação 2, e 0,121571207 kgm2, com a equação 6, no cálculo de energia, en-
contramos Emec(i) ≈ 1,6J, calculada pela equação da energia potencial gravitacional,
e Emec(f) ≈ 1,3J, calculada através da conservação da energia mecânica, e obtivemos
um erro de 18,75% entre estes dois valores. Esse erro é justificado pela dissipação
da energia em força de Energia térmica claculada como sendo 0,3J o que fez o dis-
co perder velocidade e parar de rodar depois de 35 voltas. Podemos concluir que
possivelmente atravéz da força de atrito ou algum erro de medição, foi o que levou
o erro percentual entre as duas medições da energia ser muito grande (90,4%). Infe-
lismente não conseguimos identificar a origem de tal erro nos levando a crer que ou
o equipamento estava em más consições ou ocorreu algum erro catastrófico durante
as medições ou nas contas.

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Referências Bibliográficas

1. apostila_lab_fis_ii_2019.pdf
2. Apostila 2ed_ 2_sem 2019.pdf

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