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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SÃO PAULO

ENGENHARIA CIVIL - FÍSICA EXPERIMENTAL 2

RELATÓRIO 4 - RESULTANTE CENTRÍPETA

Felipe Ferreira do Santos Júnior - SP3031306

Gustavo Tazawa Diniz - SP303254x

Rubens Einstein de Carvalho - SP3023371

Yumi Waki Kato - SP3011976

Física Experimental 2

Professores: José Paulo Cury Kirkorian


Winston Gomes Schmiedecke

São Paulo, SP

02/02/2021
OBJETIVOS

Este experimento tem como objetivo estudar o movimento de um corpo girando


num movimento circular uniforme, e demonstrar que nesse mesmo movimento, age
sobre o corpo uma aceleração dirigida para o centro, mantendo o movimento curvo.

MATERIAIS UTILIZADOS

● Gerador de fluxo de ar
● Disco (Puck) de 119,50g
● Massor de 49,77g
● Mesa de ar (Plano de Packard)
● Barbante
● Software Tracker (para obtenção de dados a partir de vídeos)

RESULTADOS E ANÁLISES

Primeiramente, com o auxílio do Software Tracker, obtiveram-se os períodos


de rotação do disco T, em segundos, para cada média de variação do raio do
movimento circular (R), em metros, montou-se uma tabela com seu respectivo gráfico.
A tabela 1 demonstra os dados colhidos durante experimento com seu gráfico gerado:

T (s) 1,487 1,456 1,452 1,419 1,385 1,335 1,267 1,217 1,182

R (m) 0,18 0,17 0,165 0,15 0,14 0,13 0,12 0,11 0,10
Tabela 1: Medidas dos períodos de rotação do disco (T) em segundos e das respectivas médias de
variação do raio (R) em metros do movimento circular.
Gráfico 1: Medidas dos períodos de rotação do disco (T) em segundos e das respectivas médias de
variação do raio (R) em metros do movimento circular.

Em seguida, foi realizada a linearização do gráfico, a fim de se encontrar a


aceleração da gravitacional g.

T² (s²) 2,211 2,120 2,108 2,014 1,918 1,782 1,605 1,481 1,397

R (m) 0,18 0,17 0,165 0,15 0,14 0,13 0,12 0,11 0,10
Tabela 1: Medidas dos períodos de rotação do disco elevado ao quadrado (T²) em segundos ao
quadrado e das respectivas médias de variação do raio (R) em metros do movimento circular.
∆𝑦 1,481 − 2,120
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟: 𝑚 = = = 10,65
∆𝑥 0,11 − 0,17
Gráfico 2: Linearização do gráfico 1: Medidas dos períodos de rotação do disco elevado ao quadrado
(T²) em segundos ao quadrado e das respectivas médias de variação do raio (R) em metros do
movimento circular.

A partir desta linearização, através da equação 1 e 2, encontrou-se a


aceleração gravitacional:
2𝜋𝑅
𝑣= (EQUAÇÃO 1)
𝑇
𝑚𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 ∗𝑣 2
𝑚𝑚𝑎𝑠𝑠𝑜𝑟 ∗ 𝑔 = (EQUAÇÃO 2)
𝑅

2𝜋𝑅 2
𝑚𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 ∗ ( ) 𝑚𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 ∗ 4𝜋²𝑅
𝑚𝑚𝑎𝑠𝑠𝑜𝑟 ∗𝑔= 𝑇 =
𝑅 𝑇²
𝑚𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 ∗ 4𝜋² 169,27 ∗ 4𝜋²
𝑔= = = 12,61 𝑚/𝑠²
𝑚𝑚𝑎𝑠𝑠𝑜𝑟 ∗ 𝑚 49,77 ∗ 10,65

Encontrado a aceleração da gravitacional, a partir da equação 3, calculou-se o


erro experimental, sabendo que a aceleração da gravitacional teórica deveria resultar
em 9,81 m/s².
| 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙|
𝐸% = . 100 (EQUAÇÃO 3)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

|9,81 – 12,61|
𝐸% = . 100 = 28,54%
9,81
CONCLUSÃO

Neste viés, é importante destacar os motivos que levaram ao erro,


consideravelmente alto, de 28,54%. O maior deles seria durante a montagem do
experimento, que, durante filmagem, o massor menor, localizado na parte de baixo
da mesa, ficou em movimento e não parado como deveria ocorrer. Além disso, há,
também, as limitações do software utilizado (Tracker), assim como a qualidade da
câmera, prumo da régua e pausas no quadro de capturas dos deslocamentos, pois
mesmo que pequenas, a distorção na imagem e do tempo são intensificadas pelo
fator humano presente na manipulação da ferramenta, capaz de provocar a variação
entre os valores teórico e experimental observados no experimento. Ainda, mesmo
estando sobre a mesa de ar, há de se considerar o atrito, ainda que minimamente,
corrobora com a discrepância entre os dados.
Com base nesse experimento, pudemos observar na prática os efeitos da força
centrípeta e diferenciá-la da centrífuga. A força centrípeta é a força que altera a
direção e/ou o sentido do vetor velocidade tangencial, é uma componente de força
que é direcionada ao centro da trajetória circular, como por exemplo, a força de atrito
que segura um automóvel realizando uma curva. Já a força centrífuga é uma
pseudoforça que ocorre em um referencial não-inercial que se encontra em rotação e
é um efeito decorrente da inércia,como por exemplo, separação de misturas
heterogêneas de sólidos com líquidos ou somente de líquidos, sendo um dos fatores
mais importantes da centrifugação a densidade. Isso porque a centrifugação separa
o que é mais denso daquilo que é menos denso. O que é mais denso fica num nível
inferior, enquanto o menos denso, sobe1. Outro exemplo prático que pode ser
relacionado é quando a máquina de lavar é colocada para centrifugar e o seu cilindro
no seu interior gira em alta velocidade, fazendo com que a água saia pelos furos
laterais contidos no mesmo. Nesse momento, a roupa encosta na lateral do cilindro e
uma força de contato, que funciona como força centrípeta, mantém a roupa em
movimento circular. O mesmo não acontece com a água, pois através dos furos ela
não encontra resistência e sai pela tangente do cilindro em linha reta.
Dissertando sobre a força centrípeta inerente à rotação dos planetas, surgiram
dúvidas sobre o que manteria a Terra e os demais planetas se movendo em torno do
Sol. Copérnico teorizou que o sistema solar é um modelo estrutural no qual entende-
se que os planetas viajam em torno do Sol em órbitas circulares, contudo, as pessoas
não tinham um entendimento adequado a respeito de inércia conforme descrito pela
Primeira Lei de Newton, pois esse período histórico antecede as ideias de Galileu e
Newton. Contudo, podemos considerar natural os contemporâneos de Copérnico
questionarem qual força impulsionava um planeta em sua órbita. Por outro lado, é
igualmente natural para nós hoje, perceber que nenhuma força tangente à órbita é
necessária, pois o movimento simplesmente continua por causa da inércia. Com isso,
entendemos que na representação de Feynman, os anjos não empurram o planeta
por trás. No entanto, eles devem empurrar para dentro, dessa forma, fornecendo uma
aceleração centrípeta associada com o movimento orbital do planeta. Cientificamente
os anjos não são reais, mas representam uma metáfora para a força gravitacional do
sol sobre os demais planetas.
Podemos ainda realizar outras análises no qual essas forças estão presentes,
como no caso da problemática de “pistas elevadas” muito comuns nos projetos viários
brasileiros por se tratar de um país com relevo majoritariamente composto por
planaltos, planície e depressões localizadas em diferentes altitudes e de difícil
planejamento, dada expansão territorial crescente e desordenada, especialmente em
cidades como São Paulo. Basicamente uma "pista sobrelevada" inclinada, produz
uma força resultante no carro que se dirige ao centro da trajetória (direção radial),
onde a força resultante é derivada da força normal inclinada , e a força Peso em
relação à tangente dessa inclinação, conforme a pista. Em contrapartida, a força

1
CORREIA, Domiciano. Estudo e propriedades da força centrífuga. Disponível
em: <https://www.preparaenem.com/fisica/forca-centrifuga.htm>. Acesso em:
08.FEV.2021.
centrífuga desse sistema se manifesta perpendiculamente à força resultante,
ocasionando o afastamento dos corpos do centro de rotação. Tal fenômeno explica o
fato do motorista conseguir realizar uma ultrapassagem somente acelerando o veículo
sem precisar alterar a direção com o volante, dessa forma, o direcionando ao lado de
fora da curva, sendo o oposto observado ao desacelerar a velocidade do corpo. Essa
trajetória é possível devido a uma rotação que faz variar continuamente a direção do
movimento do corpo, dando origem a uma aceleração que pode ser interpretada como
uma força de inércia que o empurra para fora, chamada força centrífuga. Ao analisar
os temas estudados esse semestre, podemos relacionar a força centrípeta existente
à aos estudos de pêndulo cônico e movimento circular, onde tal força está relacionada
ao vetor velocidade e esta, por sua vez, é diretamente proporcional à velocidade
angular e o raio presente na curva.

BIBLIOGRAFIA

SERWAY, Raymond. Princípios da Física Volume 1 - Mecânica clássica e


relatividade. 5º Edição. Acesso em: 07.FEV.2021.

CORREIA, Domiciano. Carro em uma pista inclinada. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/carro-uma-pista-inclinada.htm>. Acesso
em: 07.FEV.2021.

BIOLOGIA TOTAL. Saiba tudo sobre força centrípeta e centrífuga. Disponível em:
<https://blog.biologiatotal.com.br/saiba-tudo-sobre-forca-centripeta-e-centrifuga/>.
Acesso em: 08.FEV.2021.

SABINA. Sistemas de Rotação - Força Centrípeta e Centrífuga. Disponível em:


<https://www2.santoandre.sp.gov.br/hotsites/sabina/index.php/a-
sabina/experimentos/126-pagina-experimento-sistemas-rotacao>. Acesso em:
08.FEV.2021.
Capítulo 05. Dinâmica do Movimento Circular. Disponível em:
<https://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/7098.htm>. Acesso em:
08.FEV.2021.

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