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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO


Câmpus Itapetininga

Experimento: Estudo do Movimento no Tubo Dinâmico

Ellen C. R. Brito, Guilherme N. Fernandez, Julia A. Santos, Pedro H. M. Fortes


e Tainá M. Santos

13 e outubro de 2022

1. Resumo
O presente relatório descreve as práticas realizadas na disciplina de
Física I, que tem como objetivo o estudo do movimento no tubo dinâmico, por
meio de experimento realizado utilizando um tubo de óleo de cozinha com os
princípios da cinemática. Foi calculada a velocidade média de um objeto
denominado de “chifre” e uma bolha de ar, a partir da medição da variação do
tempo que os corpos usaram para fazer essa trajetória e o deslocamento, as
medições foram repetidas dez vezes para ambos, com isso, obteve-se o
resultado de velocidade média, os desvios e possibilitou entender o tipo de
movimento.

2. Fundamentação teórica
O conceito fundamental da Mecânica é o de movimento, ou seja, da
mudança de posição dos corpos ao longo do tempo, levando em consideração
essa afirmativa, o presente experimento representa de forma simples um dos
princípios da cinemática, que é o movimento retilíneo da bolha e do objeto
escolhido para o estudo. (PALANDI et al., 2010)
Para estudar os movimentos dos corpos é importante compreender
algumas definições que caracterizam parte dos processos do experimento, como
o referencial, que são os pontos adotados como referência para observar o
movimento dos corpos, possibilitando obter os resultados, no experimento foi
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definido como referencial quatro pontos da trena com distâncias proporcionais.


(RIBEIRO et al., 2017)
O movimento, por sua vez, ocorre quando existe variação da posição do
corpo no decorrer do tempo, em relação ao referencial definido. Nesse caso, o
movimento da bolha de ar e do “chifre” ocorreu devido a mudança de posição do
dispositivo, que foi virado verticalmente em seu sentido contrário, possibilitando
visualizar o percurso dos corpos relativos ao referencial. Já quando o corpo não
muda de posição com o decorrer do tempo em relação a um referencial, entende-
se que o mesmo se encontra em repouso. (RIBEIRO et al., 2017)
O ponto material ou partícula, diz respeito ao corpo do estudo, ou seja, o
“chifre”, uma vez que, as suas dimensões são desprezíveis se comparadas com
a trajetória por ele executado. (PALANDI et al., 2010)
Referindo-se aos conceitos do experimento, a velocidade média é definida
como a razão entre o deslocamento (∆x) e o tempo (∆t) necessário para o
movimento dos corpos estudados. Assim, a velocidade média da partícula
durante o intervalo de tempo é igual à inclinação da linha reta que liga os pontos
iniciais e finais do gráfico posição-tempo. (SALES; MAIA, 2011)
Como mencionado, o experimento ocorre em um tubo dinâmico, sendo
assim, compreende-se o movimento retilíneo, que tem por trajetória uma linha
reta e para descrever o tipo de movimento dos corpos podemos citar dois
modelos, o movimento retilíneo uniforme (MRU) e o movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV), a partir dos resultados das velocidades pode-
se confirmar qual dos modelos se adequa ao estudo. (SANTOS; RODRIGUES,
2022)
Quando o corpo se movimenta em linha reta e tem velocidade constante,
chamamos de movimento retilíneo uniforme (MRU), assim, implica em intervalos
de tempos iguais o objeto percorre a mesma distância. Um exemplo comum e
real dessa situação é quando se observa que o velocímetro de um veículo indica
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sempre a mesma velocidade a qualquer momento do trajeto. (SANTOS;


RODRIGUES, 2022)
Já o movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), caracteriza-se
quando o corpo se move em linha reta, porém, com velocidade variada
uniformemente em razão do tempo. (SANTOS; RODRIGUES, 2022)

3. Resultados
Na prática experimental foi utilizado um pedaço de 60 centímetros de um
tubo transparente, onde foi armazenado óleo e o objeto denominado “chifre”.
Também, foram necessários um suporte e três abraçadeiras para fixação do tubo
vedado por duas rolhas de cortiça. Colocou-se uma trena que mede
gradualmente o espaço percorrido por esses dois corpos de estudo. Utilizou-se
um cronômetro digital como instrumento de medida de tempo. O tubo utilizado
quase completo com óleo originou a bolha de ar e ao virar o tubo observou-se o
movimento da bolha e do chifre, conforme imagem abaixo.

Figura 1 – Experimento do movimento no tubo dinâmico

Tubo de óleo
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Para determinação do tempo decorrido entre a origem da trajetória e os


pontos determinados no experimento utilizou-se o controle de espaço e tempo
de 10 cm como referência. Com auxílio do cronômetro, foram anotados os
tempos em que os objetos atingiram os pontos pré-determinados, esse processo
foi repetido dez vezes e calculada a média dos valores encontrados.
Após isso, foram calculadas as velocidades médias para cada variação
de posição medida. Assim como mostra a tabela abaixo:

Tabela 1 - Dados e velocidades

A velocidade média e o desvio padrão dos copos foram calculados a partir


das seguintes formulas:
∆𝑋
𝑉𝑀 =
∆𝑇
onde:
VM – Velocidade média;
ΔT – Variação de tempo;
ΔX – Variação de posição.
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√∑(𝑋𝑖 −𝑋̅)2
𝐷𝑝 =
𝑛
onde:
Dp – Desvio padrão;
𝑋𝑖 – Valor individual;
𝑋̅ – Média dos valores;
n – Quantidade de valores.

Através dos cálculos e valores obtidos foram traçados os seguintes


gráficos:
Gráfico 1 – Posições x Tempo comparando o chifre e a bolha de ar no sentido
descendente.

O Gráfico 1 compara o tempo que o chifre e a bolha de ar percorrem as


posições no sentido descendente. Através dele é possível verificar que a bolha
de ar percorre o tubo mais rápido que o chifre. A partir da tabela e do gráfico é
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possível fazer os cálculos de velocidade média e saber qual a variação de tempo


em cada posição.
Para o chifre houve uma variação média (Δt) de 1,74 segundos entre as
posições e para velocidade foi preciso transformar os centímetros para metros e
constatou-se uma velocidade média (VM) de 0,058 m/s.
Para a bolha de ar a variação média de tempo foi de 0,88 segundos entre
as posições e a velocidade média de 0,114 m/s.

Gráfico 2 - Posições x Tempo comparando o chifre e a bolha de ar no sentido


ascendente.

O Gráfico 2 é similar ao Gráfico 1 onde a bolha percorre o tubo mais


rapidamente e o que muda principalmente é o sentido do movimento. Para o
chifre constatou-se uma variação média no tempo de 1,73 segundos e também
uma velocidade média de 0,058 m/s entre as posições.
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Com a bolha de ar a variação do tempo foi de 0,76 segundos com uma


velocidade média de 0,132 m/s.
A partir disto constata-se que independentemente do sentido de
movimento a variação do tempo e da velocidade dos corpos é pequena e que
apesar de se tratar de um movimento uniformemente variado a variação da
velocidade é quase nula.
Ao analisar a tabela é fácil de ver que alguns resultados destoam da
média, isso se dá através dos erros (aleatórios/sistemáticos) que acabam
ocorrendo no experimento. No sentido descendente houve um desvio padrão de
0,325 segundos para o chifre e 0,0061 segundos para a bolha de ar e no sentido
ascendente o desvio foi de 0,176 e de 0,0505 segundos para o chifre e para
bolha de ar respectivamente. A velocidade média com os desvios no sentido
descendente vão ser de 0,058 ± 0,012 m/s e 0,114 ± 0,0008 m/s para o chifre e
a bolha de ar respectivamente. Já no sentido ascendente as velocidades médias
vão ser de 0,058 ± 0,006 m/s e de 0,132 ± 0,009 m/s.
Este experimento propunha que fossem feitas apenas 5 repetições em
cada sentido por corpo analisado (chifre e bolha de ar), então para diminuir esses
erros e desvios seria necessário que fossem feitas mais repetições para assim
alcançar um maior número de amostragem e consequentemente uma maior
precisão nos resultados de tempo e da velocidade média.

4. Autoavaliação grupo
A prática foi conduzida por um grupo de cinco integrantes, sendo atribuído
uma função a cada membro, o primeiro ponto de atenção foi compreender a
dinâmica da atividade e em seguida alcançar a sinergia entre o time para
manusear o dispositivo, acompanhar o movimento da bolha e do objeto, indicar
o momento em que os mesmos atingiram os pontos definidos na régua, apontar
no cronometro e por fim, registrar os tempos obtidos.
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Inicialmente mostrou-se dificuldade na junção dessas tarefas, visto que, o


espaço de tempo entre o movimento de virar o tubo e realizar as marcações era
muito pequeno, porém, no decorrer das tentativas o processo obteve o ritmo
esperado e ficou mais rápido.
Com os tempos em mãos, utilizou-se a ferramenta Microsoft Excel para
manipular os dados, calcular as médias e velocidades, assim, agilizando o
trabalho. Por meio gráfico, representou-se o movimento do percurso da bolha e
do “chifre”, dessa forma, possibilitou visualizar as semelhanças e o conceito de
movimento retilíneo uniforme.
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5. Referências
PALANDI, Joecir et al. CINEMÁTICA E DINÂMICA: grupo de ensino de física. Santa
Maria, 2010. Disponível em:
https://afonsofisica.files.wordpress.com/2010/08/mecanica1.pdf. Acesso em: 02 out.
2022.

RIBEIRO, Angelo Donizete et al. O Movimento Retilíneo Uniforme através de


experimentos de baixo custo. Revista Brasileira de Iniciação Científica, Itapetininga,
v. 4, n. 3, p. 100-113, abr. 2017. Disponível em:
https://periodicos.itp.ifsp.edu.br/index.php/IC/article/view/670/666. Acesso em: 02 out.
2022.

SALES, Gilvandenys Leite; MAIA, Marcilon Chaves. Licenciatura em Matemática:


física básica i. Fortaleza: 1, 2011. 123 p. (ISBN 978-85-63953-73-5). Disponível em:
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/429546/2/Fisica%20Basica%201-
livro.pdf. Acesso em: 02 out. 2022.

SANTOS, Gabriela Ferreira; RODRIGUES, Clóves Gonçalves. O ensino do movimento


retilíneo uniforme e do movimento uniformemente variado utilizando atividades
experimentais de baixo custo. Studies In Education Sciences, [S.L.], v. 3, n. 2, p. 846-
862, 20 maio 2022. South Florida Publishing LLC. http://dx.doi.org/10.54019/sesv3n2-
026. Disponível em:
https://studiespublicacoes.com.br/ojs/index.php/ses/article/view/547/554. Acesso em:
02 out. 2022.

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