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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE FÍSICA & QUÍMICA

DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL I

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL

MOVIMENTOS RETILÍNEOS

Igor Amaral Matheo Prianti Chaves - 2018014770

Lucas Morais Leite - 2017016402

Pedro Henrique Alves de Faria - 2019015001

Vinícius Lago Andrade - 2019012574

Prof.: Wilton da Silva Dias

ITAJUBÁ

2022
1. RESUMO
A cinemática estuda o movimento das partículas referentes a massa ou forças,
sem ter a preocupação com que o originou, sendo simples de se analisar. O objetivo
do relatório é identificar o Movimento Retilíneo e o movimento Retilíneo Uniforme de
um carrinho em um trilho de ar sem atrito por meio de medidas de tempo e
deslocamento. Esse relatório apresenta dados obtidos em laboratório com auxílio de
equipamentos como um conjunto de sensores óticos e um cronômetro, e em seguida
apresentados em tabelas e gráficos feito no SciDAVis.
2. INTRODUÇÃO
Os conceitos da cinemática são importantes para compreensão de fenômenos
físicos e pelo entendimento do raciocínio necessário para a resolução do problema,
onde, analisamos os conceitos que são utilizados para descrever o movimento como:
velocidade, aceleração e trajetória, sem preocupar com suas causas. Para a
chegarmos no resultado e conclusão do experimento usamos as leis de movimento,
onde são leis que determinam que tipo de movimento terá o carrinho, conhecendo
apenas as forças que atua sobre ele. Nesse experimento, vamos analisar o movimento
retilíneo uniforme e o movimento retilíneo uniformemente variado.

A partícula está em movimento retilíneo uniforme (MRU) quando sua trajetória


é retilínea e com sua velocidade constante, ou seja, implica-se em uma aceleração
igual a zero. Tendo em vista que os intervalos de tempo em que o móvel percorre e a
distância são iguais.

Já uma partícula está em movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)


quando tem-se uma trajetória retilínea, mas apresenta uma alteração uniforme no
módulo de velocidade, conforme o tempo. Implicando-se em uma aceleração diferente
de zero e constante. Podendo-se dizer, então, que a velocidade do móvel sofre
variações iguais em intervalos de tempo iguais podendo aumentar ou diminuir
uniformemente ao longo do percurso.

3. OBJETIVOS

• Estudar e descrever o movimento realizado por um carrinho sobre um trilho sem atrito
através de medidas experimentais;
• Efetuar medidas primárias de deslocamento e tempo;
• Derivar medidas secundárias de velocidade e aceleração;
• Compreender e explicitar as equações de movimento;
• Construir e analisar gráficos de grandezas cinemáticas.
4. MATERIAIS UTILIZADOS

A seguir é apresentado em forma de lista seguido pelas imagens dos materiais


utilizados no experimento:

• Trilho de ar metálico phywe, com 2 metros de comprimento;


• Compressor-soprador de ar Phywe;
• Carrinho metálico para o trilho (elemento de movimento);
• Cronômetro Multifuncional digital, com aquisição de dados;
• 5 sensores óticos de passagem com suportes;
• Calço de madeira;
• Paquímetro;
• Calculadora científica;
• Computador com SciDAVis instalado.

Figura 1 – Trilho de ar.

Fonte: Os autores.
Figura 2 - Cronômetro digital.

Fonte: Os autores.

Figura 3 - Gerador de fluxo de ar.

Fonte: Os autores.
Figura 4 - Paquímetro.

Fonte: Os autores.

5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

5.1. NIVELAMENTO DO TRILHO DE AR

No início do experimento realizou-se o nivelamento do trilho de ar, a fim de


garantir a ausência da força não equilibrada do peso do carrinho. Por tanto, o carrinho
foi solto no centro do trilho até que ficasse parado ou, no máximo, oscilando
lentamente. O ajuste do nivelamento foi corrigido através dos parafusos localizados
no pé duplo do trilho.

5.2. DETERMINAÇÕES DAS POSIÇÕES DOS SENSORES ÓTICOS

Os sensores óticos são dispositivos acionados pela passagem de uma haste


presa no carrinho. Foram determinadas as alturas colocando o carrinho sobre o trilho,
de forma que a haste estivesse na frente do sensor. Os cincos sensores foram
colocados com um espaçamento de 30 centímetros (cm) de diferença, onde ficaram
localizados em 30 cm, 60 cm, 90 cm, 120 cm e 150 cm.

5.3. MOVIMENTO NO TRILHO HORIZONTAL

Após o nivelamento do trilho de ar e o ajuste dos sensores, realizou-se o


movimento do carrinho no trilho em plano horizontal. Nesse processo, o carrinho foi
preso no mecanismo de disparo situado na extremidade do trilho, e foi lançado
suavemente com auxílio do elástico. O carrinho foi solto e cronometrado sua
passagem pelos cincos sensores, obtendo as medidas de tempo.

5.4. MOVIMENTO NO TRILHO INCLINADO

Foi realizado o movimento do carrinho no trilho em plano inclinado, colocando o


calço de madeira deitado sob o pé unitário do trilho de ar. O carrinho foi solto com
uma velocidade inicial igual a zero (v0 = 0), da extremidade elevada do trilho e
cronometrou-se as medidas de tempo. Ressaltando que os sensores foram dispostos
nas mesmas posições definidas no movimento do trilho horizontal. Após esse
processo foram realizados os cálculos da velocidade e da aceleração e seus
respectivos erros de propagação, tanto para o trilho inclinado, como para o horizontal.

6. DADOS OBTIDOS

6.1. TABELAS COM DADOS E SEUS RESPECTIVOS ERROS

Após a realização do experimento e obtenção dos dados, organizou-se tabelas


com os valores medidos pelo cronometro em ambos os ensaios, como visto nas
Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 - Dados medidos – 1º ensaio.

Sensores Tempo [s] Posição [cm]

erro ± 0,00005 ± 0,2

1 0,00000 30,0

2 0,82500 60,0

3 1,67860 90,0

4 2,53580 120,0

5 3,36440 150,0
Fonte: Os autores.

Apenas com os resultados apresentados é possível notar uma variação na


velocidade para o primeiro caso, fator que será mais bem analisado com a avaliação
gráfica dos resultados.

Tabela 2 – Dados medidos – 2º ensaio.

Sensores Tempo [s] Posição [cm]

erro ± 0,00005 ± 0,2

1 0,00000 30,0

2 0,64310 60,0

3 1,10825 90,0

4 1,49235 120,0

5 1,82670 150,0
Fonte: Os autores.

Para o segundo experimento, o tempo final foi menor que o tempo final do
primeiro ensaio, porém a sua variação foi exponencial e não constante, ou seja, possui
variação de velocidade.

6.2. GRÁFICOS DE PONTOS EXPERIMENTAIS

Com o auxílio do software SciDAVis, produziu-se o gráfico a seguir, de pontos


experimentais (P×t), referente à Tabela 1. Ajustou-se o polinômio adequado à
tendência dos pontos e anotou-se as medidas (com erros) dos coeficientes deste
polinômio.
Figura 5 - Posição (Y) e tempo (X) – Trilho horizontal.

Fonte: Os autores.

O mesmo processo foi realizado para criar o segundo gráfico. Porém, desta
vez, foi utilizado a Tabela 2 como referência, ou seja, é possível notar a aceleração
através da equação potencial obtida no gráfico.
Figura 6 - Posição (Y) e tempo (X) - Trilho inclinado.
.

Fonte: Os autores.

7. ANÁLISE DE DADOS
7.1. ACELERAÇÕES MÉDIAS

Com os dados obtidos através do experimento realizado em laboratório, foi


possível calcular diversos outros dados como, velocidade média, tempo médio,
variação de posição e variação de tempo.

Para o cálculo da velocidade média utilizou-se da Equação 1.

𝑃𝑖  −  𝑃𝑜 Equação (1)


𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎  =  
𝑡𝑖  −  𝑡𝑜

Na obtenção do tempo médio, utilizou-se da Equação 2. E na variação da


distância, utilizou-se da diferença entre a distância final e inicial.

𝑡𝑖 + 𝑡𝑜 Equação (2)
𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜  =  
2

Δ𝑃  =  𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙  −  𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 Equação (3)


Para a variação do tempo, utilizou-se da diferença entre o tempo final e o tempo
inicial do experimento.

Δ𝑡  =  𝑡𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙  −  𝑡𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 Equação (4)

Com os cálculos feitos, criou-se as Tabelas 3 e 4 a seguir, para o primeiro e


segundo ensaio respectivamente.

Tabela 3 – Cálculos – 1º ensaio.

Sensores ∆t [s] ∆P [cm] t med [s] V med [cm/s]

1-2 0,82500 30,0 0,41250 36,36364

2-3 0,85360 30,0 1,25180 35,14527

3-4 0,85720 30,0 2,10720 34,99767

4-5 0,82860 30,0 2,95010 36,20565


Fonte: Os autores.

Tabela 4 – Cálculos – 2º ensaio.

Sensores ∆t [s] ∆P [cm] t med [s] v med [cm/s]

1-2 0,64310 30,0 0,32155 46,64904

2-3 0,46515 30,0 0,87568 64,49532

3-4 0,38410 30,0 1,30030 78,10466

4-5 0,33435 30,0 1,65953 89,72633


Fonte: Os autores.

7.2. ACELERAÇÃO A PARTIR DO GRÁFICO


Para encontrar o valor da aceleração média, pegou-se os valores de velocidade
média e tempo médio entre diferentes sensores (j), calculou-se utilizando a Equação
5.

𝑉𝑚é𝑑(𝑗 + 1, 𝑗 + 2) − 𝑉𝑚é𝑑(𝑗, 𝑗 + 1) Equação (5)


𝑎𝑚é𝑑(𝑗, 𝑗 + 2) =
𝑡𝑚é𝑑(𝑗 + 1, 𝑗 + 2) − 𝑡𝑚é𝑑(𝑗, 𝑗 + 1)

As acelerações médias entre os pares de sensores foram colocadas nas


tabelas a seguir, para os ensaios de trilho horizontal e inclinado respectivamente. Em
seguida encontrou-se a média das acelerações médias do experimento para ser feito
a comparação com a aceleração teórica.

Tabela 5 - Acelerações médias – 1º Ensaio.

Pares de sensores Aceleração média


erro ± 2,50362
1 e 2 – 2 e3 -1,45165
2e3–3e4 -0,17255
3e4–4e5 1,43312
Média -0,06369

Tabela 6 - Acelerações médias – 2º Ensaio.

Pares de sensores Aceleração média


erro ± 0,26070
1 e 2 – 2 e3 32,20594
2e3–3e4 32,05063
3e4–4e5 32,35161
Média 32,20273

7.3. ACELERAÇÕES TEÓRICAS

A partir da teoria por trás do MRU, que é o caso do primeiro ensaio, em uma
situação ideal o movimento seria de velocidade constante, resultando numa
aceleração nula, caso que será confirmado.
Para o ensaio com inclinação do trilho, utilizou-se da altura do calço (h) e da
distância entre os pés do trilho (L) para encontrar a angulação que o trilho se encontra.
Com a medição feita no laboratório, obteve-se os valores: h = (32,10 ± 0,02) mm e L
= (1000 ± 2) mm.

ℎ Equação (6)
𝑠𝑒𝑛(𝑖) =
𝐿

ℎ 𝑒𝑟𝑟𝑜(ℎ)
2
𝑒𝑟𝑟𝑜(𝐿)
2 Equação (7)
𝑒𝑟𝑟𝑜[𝑠𝑒𝑛(𝑖)] = ⋅ √( ) +( )
𝐿 ℎ 𝐿

Para a aceleração teórica, adotou-se da aceleração da gravidade (g) sendo


9,78520 m/s2

𝑎𝑡𝑒𝑜 = 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝑖) Equação (8)

𝑒𝑟𝑟𝑜(𝑎𝑡𝑒𝑜) = 𝑔 ⋅ 𝑒𝑟𝑟𝑜[𝑠𝑒𝑛(𝑖)] Equação (9)

Os valores calculados foram: nula para o ensaio de trilho horizontal, devido a


inclinação ser igual a zero, e (31,41049 ± 0,00066) para o ensaio de trilho inclinado.

8. CONCLUSÃO

Com as acelerações determinadas e os resultados apresentados, nota-se que


se analisados em conjunto com a parte teórica envolvida no estudo, conclui-se que a
aceleração teórica no experimento de trilho horizontal, compatível com a teoria de
movimento retilíneo uniforme, é diferente dos resultados obtidos na prática, uma vez
que na prática encontrou-se aceleração. Ademais os resultados práticos mostram que
o MRU é algo ideal e provavelmente inalcançável devido a velocidade não ser
constante, consequentemente possuindo uma aceleração como analisado
anteriormente.

No caso do segundo experimento, com o trilho inclinado, a parte teórica e a


parte prática estão em conjunto, no caso de uma inclinação o movimento retilíneo é
uniformemente variável, possuindo um aumento na velocidade com relação ao tempo
e como consequência, possuindo aceleração. Apesar disso, os valores encontrados
se divergem, ficando fora da margem do erro esperado.
Finalmente, o resultado do experimento se divergiu do esperado segunda a
teoria, mas com o contexto apresentado não deixou de ser um estudo interessante
uma vez que ambos os ensaios se encaixam na categoria de MRUV, um resultado
plausível se considerado as incertezas e erros presentes ao longo do experimento,
seja pelos equipamentos utilizados, como erros humanos.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hampil, B. (1932). “The Influence of Temperature on the Life Processes and


Death of Bacteria”, The Quarterly Review of Biology, Vol 7. No. 2 (172-196).

Jones, P. and Martin, M. (2003). Research Report - A Review of the Literature


on the Occurrence and Survival of Pathogens of Animals and Humans in Green
Compost. The Waste and Resources Action Programme, The Old Academy, Banbury,
Oxon, UK.

HELERBROCK, Rafael. "Aceleração da gravidade"; Brasil Escola. Disponível


em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-aceleracao-gravidade.htm. Acesso em 13
de setembro de 2022.

HELERBROCK, Rafael. "Queda livre"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/queda-livre.htm. Acesso em 13 de setembro de
2022.

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