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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO


Câmpus Itapetininga

Experimento: Determinação da Constante de uma Mola

Guilherme N. Fernandez, Julia A. Santos, Pedro H. M. Fortes e Tainá M.


Santos

17 de novembro de 2022

1. Resumo
O presente relatório descreve as práticas realizadas na disciplina de
Física I, que tem como objetivo a determinação da constante de uma mola, por
meio de experimento realizado utilizando um dinamômetro, uma mola teste e
massas de diferentes pesos. Com auxílio do dinamômetro, foram coletadas seis
pesagens de peças com pesos distintos e em seguida relacionadas com a
deformação da mola. Realizado o cálculo direto do coeficiente entre a força
aplicada à mola e seu alongamento, assim, compreendendo a elasticidade dos
materiais, demonstrando os princípios da Lei de Hooke e identificando que a
deformação sofrida pelo corpo é proporcional à força aplicada no estudo.

2. Fundamentação teórica
Todo objeto ao receber ação de uma força de tração ou compressão se
deforma e quando o mesmo retorna a sua forma inicial após interromper a
atuação da força, compreende-se que, ocorreu uma deformação elástica. A
deformação elástica, por sua vez, possui um limite de força aplicada para que
não ocorra uma deformação permanente no corpo. Nos casos em que o objeto
não recupera seu formato original, a região deformada denomina-se,
deformação plástica. (NASCIMENTO et al., 2017)
Dentro desse limite elástico, há uma relação linear entre a força aplicada
e a deformação, linearidade esta que expressa uma relação geral conhecida
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como Lei de Hooke, que é uma lei da física que descreve a força restauradora
ou força elástica. (ARAUJO, 2017)
Um elemento típico com as características apresentadas na lei de Hooke
é a mola, que geralmente apresenta uma flexibilidade elástica relativamente alta,
ou seja, apresenta grandes deformações quando solicitada em compressão ou
tração, por esse motivo, um dos sistemas mais tradicionais utilizado para
visualização e verificação dessa lei é o sistema massa-mola. (NASCIMENTO et
al., 2017)
O sistema massa-mola é apresentado no presente experimento,
constituindo-se basicamente de uma mola e diferentes massas padrões, sendo
necessário trabalhar em uma faixa convencional de dado experimental (massas)
para o equipamento utilizado, a fim de que a lei de Hooke seja corretamente
observada. Pode-se constatar que a mola ao sofrer deformações acumula
energia potencial elástica, esta energia possui a força restauradora, que é
proporcional ao deslocamento da posição de equilíbrio. (NASCIMENTO et al.,
2017)
Para quantificar a deformação do objeto em relação ao seu comprimento
inicial quando uma força é aplicada, é utilizado um parâmetro físico chamado de
constante elástica, que geralmente é representada pela letra “𝑘”.
Pode-se entender a partir da fórmula para calcular a força elástica:
𝐹𝑒𝑙 = 𝑘 𝑥 𝑋
onde:
𝐹𝑒𝑙 - força elástica, dada em newtons;
𝑘 - constante elástica do corpo, dada em newtons/metro;
𝑋 - Deformação percebida no corpo após a aplicação da 𝐹𝑒𝑙, dada em metros.
(SILVA, 2017)
A força elástica corresponde a força aplicada à mola (N), no caso do
estudo, foi utlizada as massas do cubo, chaves e peso. A constante elástica 𝑘
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da mola depende principalmente do tipo de material que a mola é fabricada e de


suas dimensões, sua unidade é newton por metro (N/m). O valor ∆𝑥, conforme
mostra figura abaixo, é denominado de elongação (m), que corresponde à
diferença entre sua posição distendida e a posição inicial da mola. (SILVA, 2017)

Figura 1 - mola distendida por uma massa m

O dinamômetro, por sua vez, nada mais é do que uma mola com suas
deformações “calibradas” para uma escala de forças, conforme apresenta
ilustração a seguir. (ARAUJO, 2017)

Figura 2 - Esquema do arranjo para “calibrar” uma mola como


dinamômetro
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Entende-se que a deformação da mola é linear quando as são


diretamente proporcionais no que tange o deslocamento e massa, sendo assim,
obedece a Lei de Hooke e o gráfico da força aplicada em relação a deformação
da mola é linear, corresponde a inclinação da reta a constante elástica da mola,
que à rigidez da mola, quanto maior seu valor, mais rígida será a mola, e vice-
versa. (ARANHA et al., 2016)

3. Resultados
Na prática experimental foi utilizado um suporte para as massas, um
dinamômetro de 5N para verificar o peso dos objetos, uma mola teste e um
conjunto de Lei de Hooke ME-9827 com objetivo de determinar a constante
elástica da mola (constante de Hooke) e massas pré-definidas de 15, 20 e 50g,
sendo um par de chaves, um cubo e um peso, respectivamente.
O suporte para pesos permitiu pendurar as massas na mola e conectar
nos instrumentos de medição. O peso de cada peça foi identificado para ser
desprezado nos resultados, o indicador laranja, por sua vez, tem peso de 15g e
o suporte azul 5g.
Figura 3 – Suporte para massa e indicador
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Com auxílio do dinamômetro 5N/500g com precisão de 0,05N / 5g, foram


pesados os objetos escolhidos e a cada pesagem o instrumento foi calibrado
para manter a confiabilidade dos dados.

Figura 4 – Dinamômetro 5N

Para obter mais dados e possibilitar uma melhor análise dos resultados,
foi necessário encontrar objetos que se encaixassem nos parâmetros do
experimento. Dessa forma, foram utilizados para o estudo, um peso de 50g, um
par de chaves de 15g e um cubo de 20g.
Além dos pesos individuais dos objetos, também foram formados
conjuntos da seguinte forma: chave + cubo, peso + chave e peso + cubo, e obtida
as pesagens conforme mostra a Tabela 1.
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Figura 5 – Massas utilizadas no experimento

Tabela 1. Peso dos objetos do experimento


OBJETO PESO
Chave 15g
Cubo 20g
Chave + Cubo 35g
Peso 50g
Peso + Chave 65g
Peso + Cubo 70g

O Conjunto de Lei de Hooke ME-9827, como mostra a figura 6 a seguir, é


um instrumento que possui uma base pesada para permitir o alongamento das
molas sem derrubar a unidade. Utilizando o equipamento, foi possível investigar
a relação entre a força e o efeito de alongamento que ela tem na mola.
Primeiro foi ajustada a escala transparente que pode ser movida
verticalmente para alinhar o indicador laranja na faixa zero. Em sequência, foi
pendurada a mola e o suporte com o objeto desejado no braço de apoio. Com o
alongamento da mola por conta da força aplicada, obteve-se o comprimento da
mola (cm) e a sua deformação (cm) no ponto atingido. Essa etapa foi repetida
até finalizar as seis massas padronizadas na tabela 1.
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Figura 6 – Conjunto de Lei de Hooke ME-9827

Associando as forças com a deformação da mola é possível construir um


gráfico força x deformação como é mostrado a seguir (Gráfico 1).

Gráfico 1. Gráfico Força x Deformação da mola.

Força x Deformação
0.8
0.7
0.6
0.5
Força (N)

0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12

Deformação (m)
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Se não fosse pelos erros do dinamômetro de ±0,05 N e o erro da escala


de ±0,001 m curva do gráfico seria linear e com uma constante única.
Aplicando a força adquirida através do dinamômetro e a deformação
adquirida através da escala na fórmula da força elástica é possível se obter a
constante elástica da mola como mostrado na Tabela 2.

Tabela 2. Resultado da constante elástica.


Objeto Força (N) Deformação (m) Constante elástica (N/m)
Chave 0,15 0,02 7,50
Cubo 0,2 0,033 6,06
Chave + Cubo 0,35 0,053 6,60
Peso de 50g 0,5 0,065 7,69
Peso + Chave 0,65 0,081 8,02
Peso + Cubo 0,7 0,097 7,22
Erro 0,05 0,001
Desvio Padrão 0,23 0,029 0,73
Média 7,36

Através do experimento foi obtida uma constante elástica média para a


mola de 7,36±0,73 N/m.

4. Autoavaliação grupo
A prática foi conduzida por um grupo de quatro integrantes, sendo
atribuído uma função a cada membro, o primeiro ponto de atenção foi manter o
dinamômetro calibrado para coletar o peso de todas as massas e estabilizar o
suporte de peso na faixa zero do conjunto de Lei de Hooke ME-9827. Além disso,
houve a dúvida entre manter ou desprezar o peso do suporte, como mostra a
figura 3, em consenso entre o time optou-se por desconsiderar o valor.
Outro ponto onde mostrou-se dificuldade, foi em relação as massas
disponibilizadas para o experimento, inicialmente, haviam apenas duas massas,
sendo uma de 50g e outra de 100g. Após colocar a massa de 100g no suporte
conectado a mola, observou-se que o alongamento da mola ultrapassava o
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espaço de medição do aparelho de Lei de Hooke ME-9827, fazendo com que o


resultado ficasse com imprecisão muito alta, impossibilitando seu uso no
experimento, uma vez que, para validar a Lei de Hooke a força exercida sobre a
mola não deve assumir valores que causem elongação superior ao limite elástico
para que não ocorra uma deformação permanente. Para obter diferentes
amostras e consolidar o experimento com dados mais precisos, foi necessário
buscar outros objetos com diferentes pesos.
Com os dados da deformação de todas massas, foi possível visualizar
graficamente a relação da força versus deformação, determinar a constante
elástica da mola e entender os conceitos da Lei de Hooke.
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Referências
ARANHA, Norberto et al. A lei de Hooke e as molas não-lineares, um estudo de
caso. Revista Brasileira de Ensino de Física, Sorocaba, v. 38, n. 4, p. 1-10, jun. 2016.
FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1806-9126-rbef-2016-0102.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbef/a/RBGtKVzKLY99WR8VPS98zLw/abstract/?lang=pt.
Acesso em: 15 nov. 2022.

ARAUJO, Wagner Oliveira de. Lei de Hooke. Anapolis: Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo, 2017. Disponível em:
https://issuu.com/wagner_2000/docs/modelowagner2008_4567fd7324d012. Acesso
em: 13 nov. 2022.

NASCIMENTO, Luciano et al. Análise experimental do sistema massa-mola através da


Lei de Hooke. Revista Cientec, Pernambuco, v. 9, n. 2, p. 1-5, 25 abr. 2017.

SILVA, Luciano Castro. ANÁLISE EXPERIMENTAL DO SISTEMA MASSA-MOLA


ATRAVÉS DA LEI DE HOOKE. Exatas & Engenharia, [S.L.], v. 7, n. 19, p. 36-41, 8
dez. 2017. Institutos Superiores de Ensino do Censa.
http://dx.doi.org/10.25242/885x7192017948. Disponível em:
https://ojs3.perspectivasonline.com.br/exatas_e_engenharia/article/view/948/942.
Acesso em: 15 nov. 2022.

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