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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB

INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 EXPERIMENTAL

RELATÓRIO 4 - Movimentação do Giroscópio

Matrícula Nome Completo

18/0104896 Letícia Fernandes Rios

18/0017781 Giovanna Soares Costa

17/0102807 Ezequiel dos Santos Doreia

20/0024761 Mateus Correia Rocha da Cruz

PROF. MARIA APARECIDA GODOY SOLER PAJANIAN


Turma: T05

Brasília, 2023
1. Introdução Teórica

Para obter conhecimento do movimento de rotação de um corpo, referente ao


movimento em torno de seu próprio eixo, é possível criar paralelos entre suas
grandezas e as grandezas do movimento de translação. Assim, para estudar o
movimento de rotação de um corpo rígido e uniforme, basta analisar como o seu
centro de massa desloca-se com o passar do tempo.
As leis de Newton servem para descrever o movimento de translação de um
objeto usual, para translação essas leis são frequentemente chamadas de leis de
Newton na forma linear. Contudo, além de se mover de um lugar para outro, o objeto
em estudo pode girar, descrevendo um movimento de rotação.
Para um melhor entendimento de como funciona a rotação de um objeto,
existem equações equivalentes às leis de Newton para analisar o movimento de
rotação, comumente chamadas de leis de Newton de forma angular. Essas equações
descrevem a rotação de um objeto em torno de seu eixo. A Figura 1 abaixo detalha os
paralelos entre o movimento de translação e o movimento de rotação:

Figura 1: Equivalência das grandezas do movimento de translação e rotação.


(UNB, Instituto de Física, 2023)

A dificuldade de um corpo rotacionar dado um certo eixo de rotação é chamada


de movimento de inércia (𝐼) que é equivalente a massa (𝑚) no movimento de
2
translação. Partindo da expressão matemática (𝐼 = (𝑀𝑅 )/2), é possível reparar que a
forma como a massa é distribuída no espaço irá influenciar essa grandeza.
Além disso, o torque (τ) é uma grandeza vetorial que descreve a quantidade de
giro que uma força gera ao ser aplicada a um certa distância do eixo de rotação de um
corpo, e o seu sentido é dado pela regra da mão direita. Ao somar todos os torques que
agem sobre um corpo, obtém-se o total de giro que este corpo possuirá e, o efeito total
desse giro origina um vetor chamado momento angular (𝐿). Logo, um torque
resultante (definido como o somatório dos torques que agem sobre um corpo) causa
uma variação do momento angular de um corpo.
Observando a discussão anterior, que cada componente da lei de Newton possui
seu recíproco na forma angular. Agora, será analisado como os torques externos,
decorrentes de forças sendo aplicadas a um certa distância do eixo de rotação, mudam
como um corpo gira.
Tendo descrito o funcionamento da rotação, vale ressaltar que em um
giroscópio o eixo de rotação é fixo, ou seja, tem somente um momento de inércia
associado a rotação deste corpo, o momento de inércia do eixo de rotação que passa
pelo seu centro de massa.
Dessa forma, para entender melhor a influência de uma força externa e do
torque que ela produz, consideramos a Figura 2:

Figura 2: Diagrama de forças de um disco em movimento de precessão.

O disco visualizado acima está girando no sentido anti-horário, esse giro faz
com que o disco tenha um momento angular (𝐿), conforme ilustrado na imagem. Ao
aplicar uma força vertical (F) nas extremidades, é gerado um torque (τ) que produz
uma variação do momento angular, girando o disco para o lado. Assim, quando se
aplica uma força em um sentido, a resposta do giroscópio é girar no sentido contrário
a força aplicada.
Essa resposta do disco girar no sentido contrário é conhecido como movimento
de precessão, se continuar aplicando a força no giroscópio, este tenderia a continuar
movendo no sentido contrário. Ou seja, a direção e o sentido do vetor angular, sempre
coincidem com o vetor torque.
Tendo-se em vista o movimento de precessão, é possível calcular o momento de
inércia de um disco vazado em três formas distintas. A primeira é calculando o
momento de inércia do corpo (𝐼) em relação ao seu centro de massa:
2
2 𝑀𝑟
𝐼𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜 = ∫𝑟 𝑑𝑀 = (1)
2

Onde M é a massa total do disco e r é o raio do disco.

A segunda forma de calcular o momento de inércia deste mesmo disco é


analisar a conservação de energia mecânica do giroscópio. Sabe-se que o trabalho da
força (𝐹) é convertido em energia cinética de rotação e translação. Se a força (𝐹)
fornecida for por exemplo um peso pendurado a uma certa altura, pode-se escrever a
relação de energia como:

𝐸𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐸𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 + 𝐸𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑙𝑎çã𝑜


1 2 1 2
𝑚𝑔ℎ = 2
(𝑚𝑣 ) + 2
(𝐼ω ) (2)

Onde ω é a velocidade angular e m é a massa do objeto pendurado no


giroscópio.
Isolando o momento de inércia na equação acima e um pouco de manipulação
algébrica, é possível escrever o período de rotação do disco (𝑇) em função da altura
(h) de soltura do peso:

1 𝑚𝑔
2 = 2 2 ℎ (3)
𝑇 2π (𝐼 + 𝑚𝑟 )

Em que g é a aceleração da gravidade local e r é o raio utilizado.

Por fim, a última forma de calcular o momento angular do disco é analisando a


velocidade angular de precessão (Ω):

𝑚𝑔𝑙
Ω= (4)
ω𝑙

Pode-se escrever a equação acima em função do período de rotação (𝑇) e do


período de precessão (𝑇𝑝) para vários valores da massa (𝑚) referente ao peso
pendurado a uma certa distância (𝑙) do eixo de rotação do sistema:

1 𝑔𝑙
= 2 𝑚 (5)
𝑇 𝑥 𝑇𝑝 4π 𝐼
Assim, conclui-se que o momento de inércia calculado usando as equações (3)
e (5) deve ser igual ao momento calculado pela equação (1).
A partir dos conceitos abordados acima, este relatório envolve a caracterização
de um movimento de um giroscópio que busca analisar os vetores presentes no
movimento, bem como a determinação do momento de inércia utilizando diferentes
métodos de cálculo.

2. Objetivos

O experimento em questão visa proporcionar conhecimentos sobre movimento


rotacional a partir da utilização do giroscópio. Dessa maneira, o experimento foi
dividido em três partes referente à Análise Quantitativa, no qual a primeira etapa visa
determinar o momento de inércia do giroscópio usando a lei da conservação da
energia mecânica, a partir da correlação das variáveis período de rotação do disco e
altura de queda dos contrapesos; Já a segunda etapa visa determinar o momento de
inércia do giroscópio usando o movimento de precessão, onde é feita a correlação
entre período de rotação do disco com o período de precessão; Por fim, a terceira
etapa visa calcular o momento de inércia teoricamente e comparar o valor calculado
com o valor medido durante a experimentação em sala de aula.

3. Materiais

Para o experimento foram utilizados os seguintes materiais:

● Giroscópio PASCO modelo ME-8960;


● Dois discos de rotação;
● Dois contrapesos de 900g;
● Um contrapeso de 30g;
● Uma massa adicional de 150g;
● Um motor elétrico para aceleração do disco;
● Um temporizador, ou um contador para medida do período do disco;
● Um cronômetro digital;
● Um conjunto com setas indicativas das grandezas vetoriais;
● Uma régua de 1m de comprimento;

Descritos os materiais utilizados, a Tabela 1 abaixo apresenta o erro


instrumental de cada material utilizado no experimento.
Tabela 1: Erro Instrumental dos equipamentos de medição
Materiais Erro Instrumental

Régua ± 0. 05 𝑐𝑚

Cronômetro digital ± 0. 01 𝑚𝑠

Cabe salientar que as informações das massas dos contrapesos presentes no


giroscópio foram fornecidas pelo fabricante. Ademais, os materiais utilizados para o
experimento estavam disponíveis, conforme apresentado pela Figura 3.

Figura 3: Materiais utilizados no experimento (Fonte própria).

Além disso, a Figura 4 abaixo auxilia durante a experimentação, no qual é


possível verificar cada componente posicionado no giroscópio PASCO ME-8960.
Figura 4: O giroscópio PASCO ME-8960 e seus componentes.
(UNB, Instituto de Física, 2023)

4. Procedimentos experimentais

Primeiramente, é importante mencionar que a parte Qualitativa do


experimento, referente à análise do comportamento do giroscópio a partir da
identificação das direções das grandezas vetoriais que influenciam no movimento do
giroscópio, não será abordado neste relatório, conforme orientações da professora em
sala de aula.
Com isso, conforme mencionado anteriormente, o experimento realizado em
sala de aula, e abordado neste relatório se refere à análise Quantitativa, que consiste na
determinação do momento de inércia do giroscópio usando dois métodos distintos: a
conservação da energia mecânica e a relação entre momento angular, torque e
precessão. Além disso, ao final da experimentação será analisado e comparado o valor
do momento de inércia calculado teoricamente com o valor medido durante a
experimentação.
Sendo assim, os seguintes procedimentos foram necessários a fim de realizar as
análises para cada um dos objetivos descritos acima:
● PARTE 2: Procedimentos da análise QUANTITATIVA

a. Procedimentos para a determinação do momento de inércia usando a lei


da conservação da energia

Para determinar o momento de inércia, um peso de 425 gramas foi fixado em


um suporte e amarrado a um cordão. Foi criado um laço na extremidade superior do
cordão, que foi então preso ao pino da polia. O cordão foi enrolado na polia até que o
peso estivesse suspenso a uma altura de 10 centímetros em relação ao solo. Com um
contador à disposição, o peso foi solto e, assim que tocou o chão, o temporizador foi
ativado para medir o período de rotação. Esses passos foram repetidos, aumentando a
altura em incrementos de 10 centímetros, até atingir 80 centímetros, e os dados foram
registrados em uma tabela.
Com os dados obtidos através dos procedimentos realizados, a massa total
pendurada e o raio da polia foram medidos para que após realizar uma regressão linear
2
do gráfico de 1/𝑇 em função de ℎ, foi possível determinar o momento de inércia
através do coeficiente angular da reta, bem como através da equação teórica:
1 𝑚𝑔
𝑇²
= 2π²(𝐼 + 𝑚𝑟²)
ℎ. As análises desta etapa estão presentes no tópico 5 deste
relatório.

b. Procedimentos para a determinação do momento de inércia usando o


período de precessão

Para essa determinação envolve a necessidade de medir tanto o período de


rotação do disco quanto o de precessão, sob a influência de um torque específico. Por
causa do atrito que ocorre no rolamento do disco, a velocidade de rotação
gradualmente diminui ao longo do tempo. Devido a isso, em vez de medir o período
de uma precessão completa, foi feita a medição do tempo que leva para que a
precessão realize 1/4 de volta e, em seguida, esse valor foi multiplicado por 4 para
obter o período completo.
O disco do giroscópio foi acelerado a uma alta velocidade de rotação, o eixo foi
segurado e uma massa inicial de 56g foi adicionada. Antes de soltar o eixo, a
velocidade de rotação foi medida. E em seguida, foi liberado para ocorrer a precessão
e o cronômetro iniciado simultaneamente. O cronômetro foi parado após 1/4 de volta e
o tempo registrado. O procedimento foi repetido com as seguintes massas presas ao
suporte: 106g, 156g e 206g.
1
Com ajuda da regressão linear do gráfico de 𝑇 × 𝑇𝑝
em função da massa e da
1 𝑔𝑙
equação: 𝑇 × 𝑇𝑝
= 4π²𝐼
𝑚, foi determinado o momento de inércia do disco. Também
foi realizada a comparação com o resultado obtido no procedimento anterior. As
análises desta etapa estão presentes no tópico 5 deste relatório.

c. Procedimentos para o cálculo do momento de inércia

1
A equação utilizada para essa etapa é: 𝐼 = 2
𝑀𝑅², onde M é a massa do disco
e o raio é o R. Para o cálculo do momento de inércia, primeiro é necessário que seja
determinada a massa utilizando-se da densidade do material, que no caso é entre 1,30
e 1,45g/cm³. Esse valor obtido foi comparado com o valor medido das etapas
anteriores. As análises desta etapa estão presentes no tópico 5 deste relatório.

5. Análises e Resultados

● PARTE 2: Análises e Resultados QUANTITATIVA

a. Análise da determinação do momento de inércia usando a lei da


conservação da energia

Conforme mencionado no tópico anterior, para realizar a análise da


determinação do momento de inércia usando a Lei da Conservação da Energia, foi
alocado um peso de 425 gramas amarrado a um cordonete, a fim de soltá-lo de
determinadas alturas (entre o peso e o solo). Assim, quanto maior a altura, mais
próximo do eixo giratório do giroscópio.
Com isso, foi possível obter o período de rotação do disco para cada uma das
alturas, com o auxílio de uma trena e um temporizador para medir o período do disco.
A partir disso, construiu-se a Tabela 2 abaixo, com os dados do período de
rotação (𝑇) em relação à altura do peso ao solo (ℎ), coletados durante a
experimentação.

Tabela 2: Valores do período de rotação em relação à altura do peso


Altura do Peso Período de Rotação
ℎ (𝑐𝑚) 𝑇 (𝑚𝑠)

10 ± 0. 05 774. 6 ± 0. 01

20 ± 0. 05 538. 5 ± 0. 01

30 ± 0. 05 443. 8 ± 0. 01

40 ± 0. 05 384. 6 ± 0. 01
50 ± 0. 05 346. 1 ± 0. 01

60 ± 0. 05 313. 8 ± 0. 01

70 ± 0. 05 289 ± 0. 01

80 ± 0. 05 275. 3 ± 0. 01

2
Para facilitar a realização do gráfico do inverso do quadrado do período (1/𝑇 )
2
em função da altura (ℎ), a Tabela 3 abaixo exibe também os valores de 1/𝑇 para
cada altura, entre 10 a 80 centímetros do peso ao solo. Entretanto, para esse cálculo,
foi utilizado a unidade de medida em segundos do período de rotação do disco exibido
na tabela anterior invés de milissegundos, a fim de obter facilitar a construção do
gráfico e a análise de resultados.

Tabela 3: Valores do período de rotação em relação à altura do peso, juntamente com


2
os valores de 1/𝑇
Altura do Período de Período de Inverso do quadrado do
Peso Rotação Rotação Período
ℎ (𝑐𝑚) 𝑇 (𝑚𝑠) 𝑇 (𝑠) 2 2
1/𝑇 (1/𝑠 )

10 ± 0. 05 774. 6 ± 0. 01 −4 −4
0. 7746 ± 10 1. 67 ± 10

20 ± 0. 05 538. 5 ± 0. 01 −4 −4
0. 5385 ± 10 3. 45 ± 10

30 ± 0. 05 443. 8 ± 0. 01 −4 −4
0. 4438 ± 10 5. 08 ± 10

40 ± 0. 05 384. 6 ± 0. 01 −4 −4
0. 3846 ± 10 6. 76 ± 10

50 ± 0. 05 346. 1 ± 0. 01 −4 −4
0. 3461 ± 10 8. 35 ± 10

60 ± 0. 05 313. 8 ± 0. 01 −4 −4
0. 3138 ± 10 10. 16 ± 10

70 ± 0. 05 289 ± 0. 01 −4 −4
0. 289 ± 10 11. 97 ± 10

80 ± 0. 05 275. 3 ± 0. 01 −4 −4
0. 2753 ± 10 13. 19 ± 10

2
A partir destes dados, o gráfico 1/𝑇 𝑥 ℎ pode ser observado na Figura 5
abaixo:
2
Figura 5: Gráfico do inverso do quadrado do período (1/𝑇 ) em função da altura (ℎ)

Ao coletar a medida do período atingido logo após o disco ter sido acelerado
pelo peso solto de uma altura (ℎ), é possível determinar o momento de inércia (𝐼). A
equação abaixo, conforme descrito em (3), expressa o tempo que o disco leva para
completar uma volta:

1 𝑚𝑔
2 = 2 2 ℎ
𝑇 2π (𝐼 + 𝑚𝑟 )

Onde, 𝑚 se refere à massa, 𝑔 indica a aceleração da gravidade, 𝐼 o momento de


2
inércia e 𝑟, o raio do disco. A partir da regressão linear do gráfico 1/𝑇 𝑥 ℎ e da
equação descrita acima, é possível verificar que o coeficiente angular da reta
corresponde a seguinte expressão:
𝑚𝑔
α= 2 2 (6)
2π (𝐼 + 𝑚𝑟 )

Sabe-se que o coeficiente angular é o valor relacionado ao ângulo formado


entre a reta e a horizontal, ou seja, é ele que determina qual é a inclinação da reta. Para
calculá-lo basta escolher dois pares ordenados e aplicá-los na seguinte expressão:

∆𝑦 𝑦2 − 𝑦1
Coeficiente angular: α = = (7)
∆𝑥 𝑥2 − 𝑥1

Dessa forma, para calcular o valor do coeficiente angular do gráfico ilustrado


na Figura 5, escolhemos os seguintes pares ordenados: (0.3 ; 5.08) e (0.4 ; 6.76):

6.76 − 5.08
α= = 16. 8
0.4 − 0.3

A partir disso, podemos substituir o valor do coeficiente angular na equação


2
descrita em (6), considerando 𝑚 = 0. 425 𝑘𝑔, 𝑔 = 9. 8𝑚/𝑠 e 𝑟 = 0. 031𝑚:

𝑚𝑔
α= 2 2
2π (𝐼 + 𝑚𝑟 )

0.425 𝑥 9.8
16. 8 = 2 2
2π (𝐼 + 0.425 𝑥 0.031 )

4.165
16. 8 = 2 −4
2π (𝐼 + 4.08425 𝑥 10 )

(331. 6187 𝑥 𝐼) + 0. 1354413708 = 4. 165

331. 6187 𝑥 𝐼 = 4. 029558629

2
𝐼 = 0. 012151 𝑘𝑔. 𝑚

Além de utilizar o coeficiente angular da reta para se obter o momento de


inércia, podemos substituir os valores correspondentes diretamente na equação
expressa em (3). Neste caso, foi utilizado a seguinte coordenada para o cálculo: (0.1 ;
1.67):
1 𝑚𝑔
2 = 2 2 ℎ
𝑇 2π (𝐼 + 𝑚𝑟 )

0.425 𝑥 9.8
1. 67 = 2 2 0. 1
2π (𝐼 + 0.425 𝑥 0.031 )

0.4165
1. 67 = 2 −4
2π (𝐼 + 4.08425 𝑥 10 )

(32. 9644787 𝑥 𝐼) + 0. 01346351721 = 0. 4165

32. 9644787 𝑥 𝐼 = 0. 4030364828

2
𝐼 = 0. 0122264 𝑘𝑔. 𝑚

A partir dos resultados indicados pelo cálculo utilizando o coeficiente angular


do gráfico e utilizando a equação (3), podemos concluir que a determinação do
momento de inércia foi obtida de forma correta. A diferença nos valores está dentro
do que é esperado, considerando os erros de medições e do coeficiente angular do
gráfico associado.

b. Análise da determinação do momento de inércia usando o período de


precessão

Nesta etapa, para realizar a análise da determinação do momento de inércia


usando o Período de Precessão, com auxílio do motor elétrico, colocou-se o
giroscópio para girar em alta rotação com o eixo sendo segurado juntamente com uma
massa adicional inicial de 56 gramas (com suporte) pendurada na posição (12),
referente ao parafuso próximo ao disco. A partir da rotação em alta velocidade do
disco, foi possível medir o período de rotação do disco, com o temporizador.
Em seguida, rapidamente o eixo foi solto, e verificou-se a realização do
movimento de precessão do giroscópio. A partir da liberação do eixo para a realização
do movimento de precessão, o cronômetro foi iniciado e após completar um quarto de
volta, anotou-se o tempo. É necessário que esse procedimento seja realizado dessa
maneira, pois o período de precessão corresponde a 4 vezes o valor medido e esse
método de cálculo foi adotado com intuito de minimizar o erro causado pelo atrito que
existe no rolamento do disco, no qual consequentemente ocasiona uma diminuição da
velocidade de rotação.
A partir disso, esse procedimento foi realizado 4 vezes, aumentando os valores
da massa alocada na posição (12). A Tabela 4 abaixo apresenta os valores coletados e
medidos durante a experimentação:

Tabela 4: Valores coletados do período de rotação, 1/4 do período de precessão e o


valor calculado do período de precessão do giroscópio para cada massa alocada
Massa Período de 1/4 do Período de Período de
𝑚 (𝑔) Rotação Precessão Precessão
𝑇 (𝑚𝑠) (𝑠) (𝑠)

56 92. 62 10. 81 43. 24

106 76. 21 6. 65 26. 6

156 88. 76 5. 29 21. 16

206 75. 41 4. 35 17. 4

1
Para facilitar a realização do gráfico de 𝑇𝑥 𝑇𝑝
em função da massa (𝑚), a fim de
determinar o momento de inércia a partir do cálculo do coeficiente angular do gráfico
1
juntamente com o auxílio da equação (5), a Tabela 5 abaixo exibe os valores de 𝑇𝑥 𝑇𝑝

para cada massa alocada durante a experimentação:

1
Tabela 5: Valores de 𝑇𝑥 𝑇𝑝
para cada massa alocada

Massa
𝑚 (𝑔)
1
𝑇𝑥 𝑇𝑝 ( )
1
2
𝑠

56 0. 2497

106 0. 4933

156 0. 5324

206 0. 7621

1
A partir destes dados, o gráfico 𝑇𝑥 𝑇𝑝
𝑥 𝑚 pode ser observado na Figura 6
abaixo:
1
Figura 6: Gráfico de 𝑇𝑥 𝑇𝑝
em função da massa (𝑚)

Ao coletar os valores do período de rotação do disco e período de precessão


para cada massa alocada durante a experimentação, é possível determinar o momento
de inércia (𝐼). A equação abaixo descreve o cálculo do Momento de Inércia em termos
do período de rotação (𝑇) e do período de precessão (𝑇𝑝), conforme exemplificado em
(5):

1 𝑔𝑙
= 2 𝑚
𝑇 𝑥 𝑇𝑝 4π 𝐼
Onde, 𝑚 se refere à massa, 𝑔 indica a aceleração da gravidade, 𝐼 o momento de
inércia e 𝑙, distância do peso ao ponto de apoio (8). A partir da regressão linear do
gráfico 1/𝑇 𝑥 𝑇𝑝 𝑥 𝑚 e da equação descrita acima, é possível verificar que o
coeficiente angular da reta corresponde a seguinte expressão:

𝑔𝑙
α= 2 (8)
4π 𝐼

Para calculá-lo basta escolher dois pares ordenados e aplicá-los na seguinte


expressão:

∆𝑦 𝑦2 − 𝑦1
Coeficiente angular: α = =
∆𝑥 𝑥2 − 𝑥1

Dessa forma, para calcular o valor do coeficiente angular do gráfico ilustrado


na Figura 6, escolhemos os seguintes pares ordenados: (106 ; 0.4933) e (56 ; 0.2497):

0.4933 − 0.2497 −3
α= = 4. 872 𝑥 10
106 − 56

A partir disso, podemos substituir o valor do coeficiente angular encontrado na


2
equação descrita em (8), considerando 𝑔 = 9. 8𝑚/𝑠 e 𝑙 = 0. 232 𝑚:

𝑔𝑙
α= 2
4π 𝐼

−3 9.8 𝑥 0.232
4. 872 𝑥 10 = 2
4π 𝐼

0. 1923388506 𝑥 𝐼 = 2. 2736

2 2
𝐼 = 11. 82081 𝑔. 𝑚 = 0. 01182 𝑘𝑔. 𝑚

Além de utilizar o coeficiente angular da reta para se obter o momento de


inércia, podemos substituir os valores correspondentes diretamente na equação
expressa em (5). Neste caso, foi utilizado a seguinte coordenada para o cálculo: (56 ;
0.2497):
1 𝑔𝑙
= 2 𝑚
𝑇 𝑥 𝑇𝑝 4π 𝐼

9.8 𝑥 0.232
0. 2497 = 2 56
4π 𝐼

9. 857760876 𝑥 𝐼 = 127. 3216

2 2
𝐼 = 12. 91587426 𝑔. 𝑚 = 0. 01292 𝑘𝑔. 𝑚

A partir dos resultados indicados pelo cálculo utilizando o coeficiente angular


do gráfico e utilizando a equação (5), podemos concluir que a determinação do
momento de inércia, utilizando o período de precessão, foi obtida de forma correta. A
diferença nos valores está dentro do que é esperado, considerando os erros de
medições e do coeficiente angular do gráfico associado.

c. Análise do cálculo do momento de inércia

3
Sabendo que a densidade do disco varia entre 1. 30 − 1. 45 𝑔/𝑐𝑚 e que o
2
momento de inércia de inércia é dada pela equação 𝐼 = (𝑀𝑅 )/2, sabendo que 𝑀 a
massa do disco, 𝑅 o seu raio (12. 8 𝑐𝑚) e que o disco possui a espessura de 2 𝑐𝑚
temos o seguinte cálculo para descobrir a massa do disco:

𝑀 𝑀
ρ1 = ρ2 =
𝑉 𝑉

𝑀 𝑀
1. 3 = 2 1. 45 = 2
(12.8 ) 𝑥 2 𝑥 π (12.8 ) 𝑥 2 𝑥 π

𝑀 = 1338. 27 𝑔 𝑀 = 1492. 68 𝑔

A partir dos valores acima, podemos calcular o momento de inércia do disco:

2 2
𝑀𝑅 𝑀𝑅
𝐼= 𝐼=
2 2

2 2
1338.27 𝑥 (12.8 ) 1492.68 𝑥 (12.8 )
𝐼= 𝐼=
2 2
2 2
𝐼 = 109631. 08 𝑔. 𝑐𝑚 𝐼 = 122280. 35 𝑔. 𝑐𝑚

2 2
𝐼 = 0. 01096 𝑘𝑔. 𝑚 𝐼 = 0. 012228 𝑘𝑔. 𝑚

2
Com isso, o momento de inércia está entre aproximadamente 0. 01096 𝑘𝑔. 𝑚
2
e 0. 012228 𝑘𝑔. 𝑚 . Ao comparar estes valores calculados com os valores medidos
experimentalmente utilizando a lei da conservação da energia e o período de
precessão, é possível observar que os resultados foram obtidos com sucesso.

6. Conclusão

A partir dos procedimentos realizados neste experimento e com o contato com


o giroscópio em sala de aula, foi possível obter e consolidar o conhecimento no que
diz respeito à movimentação do giroscópio, no qual possui deslocamento em três
eixos diferentes, sendo possível que o disco rotacione ao redor do eixo vertical, eixo
horizontal e do eixo de rotação do disco.
Com a utilização de pesos e contrapesos, ou seja, com a ação de forças
externas, foi possível realizar a análise das forças que atuam em um giroscópio, como
o Torque que aparece como consequência do peso adicionado, que tira o sistema do
equilíbrio, fazendo com que o corpo rotacione em torno do seu eixo. A partir disso,
com a presença do giro do giroscópio foi também possível entender como funciona a
velocidade angular e a velocidade de precessão, bem como o conceito de momento
angular. Foi possível concluir que de fato, o giroscópio realiza o movimento de
precessão de acordo com o esperado, com o vetor momento angular variando na
direção do Torque apresentado pelo sistema.
Além disso, o grupo compreendeu a partir das análises teóricas e experimentais
as diferentes maneiras de realizar o cálculo do momento de inércia: utilizando a lei da
2
conservação da energia; período de precessão e pela equação teórica 𝐼 = (𝑀𝑅 )/2. E
a partir destas análises, verificou-se que os resultados experimentais batem entre si e
sem discrepâncias significativas em relação ao resultado teórico, visto que todos se
encontram dentro de uma mesma margem de erro.

7. Referências Bibliográficas

Halliday, Walker e Resnick, Fundamentos de Física - 2, Editora LTC.

UNB, Instituto de Física. Movimentação do Giroscópio, 2023. Material interno


referente ao roteiro do experimento 4 da disciplina de Física 2 Experimental.

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