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No caso de existir, entre o motor e a carga, mais de uma redução de rotação, os momentos
de inércia de cada componente de redução deverão ser considerados, conforme a seguinte
expressão:
Exemplo:
Figura 43
Dados:
Jcr = 4 x ( 200 / 1740 )2 + 0,5 x ( 600 / 1740 )2 + 0,5 x ( 1740 / 1740 )2 = 0,612 kgf.m2
-Cálculo do momento de inércia total do sistema:
Através do cálculo desse tempo, pode-se avaliar se o motor estará apto a acionar uma
determinada carga sem sofrer danos por sobreaquecimento excessivo em seus
enrolamentos (efeito da circulação de elevados níveis de corrente durante o tempo de
partida). Além disso, o tempo de partida / aceleração é um dos parâmetros necessários para
o dimensionamento de chaves de partida e dispositivos de proteção.
Ta = _____GD2 x N_____
375 x (Cm-motor – Cm-carga)
onde:
ou
onde:
Figura 44
Nota: No caso de torques resistentes que variam hiperbolicamente ou inversamente com a variação da rotação,
a utilização de métodos simplificados de cálculo do tempo de aceleração é complexa e problemática.
Para outras cargas cujo torque resistente não possa ser aproximado por função matemática (torques
aleatórios) é impossível se estimar o tempo de aceleração por métodos simplificados.
Em linhas gerais pode-se dizer que os conversores escalares são fontes de alimentação
com relação Tensão / Freqüência pré-determinada dentro de toda a faixa de rotações.
Existem curvas V / f pré-definidas (parametrizáveis nos conversores), destinadas às
aplicações mais comuns, como curvas quadráticas para bombas e ventiladores, e curvas
com alto torque de partida. Também é possível programar valores das curvas V / f,
possibilitando sua aplicação a cargas especiais.
Outras funções podem estar incorporadas nos conversores escalares de forma que se possa
atuar, ora sobre a tensão, ora sobre a freqüência, proporcionando uma melhor performance
do motor. Funções, por exemplo, como a de Economia de Energia, possibilita a diminuição
da tensão quando a carga é reduzida (requerendo baixo torque), o que melhora a eficiência
do motor sob baixas condições de carregamento ou em vazio.
Além disso, nos conversores escalares verifica-se a queda da rotação para um aumento do
torque. Nos conversores vetoriais de fluxo praticamente não existe redução da rotação para
a elevação do torque, uma vez que o conversor irá impor uma tensão e uma freqüência
adequadas para compensar a tendência de queda da rotação, e prover o torque necessário
à carga.
Forma de onda
simulada / desejada
FHV % x 100
onde :
.n = ordens harmônicas ímpares (5, 7, 11, 13, 17, 19...), não incluindo as divisíveis por 3
(harmônicas de sequência zero), presentes na tensão de saída do conversor (alimentação
do motor de indução);
.Vn = amplitude em P.U. (por unidade) de cada harmônica relativamente à tensão
fundamental, até a n-ésima componente harmônica presente na tensão de saída do
conversor / alimentação do motor, que possa ter alguma representatividade ou magnitude
não considerada não desprezível.
Figura 47
Pela equação, observa-se que à medida em que a taxa dV/dt se eleva, a corrente capacitiva
se eleva na mesma proporção. Embora componentes como cablagens e motores não sejam
usualmente analisados em termos das capacitâncias envolvidas, é importante ressaltar que
os enrolamentos dos motores de corrente alternada apresentam uma capacitância com
relação à terra e também entre fases. Da mesma forma, as cablagens de ligação entre o
conversor e o motor também estão submetidas a tais efeitos. Embora, em operação normal
à freqüência industrial, o efeito capacitivo seja considerado desprezível, basta uma alta taxa
de variação da tensão (dV/dt) no circuito em questão para que tal efeito possa se fazer sentir
de maneira considerável.
Entretanto, uma maneira de se tentar “visualizar” de forma mais contundente os efeitos das
elevadas taxas “dV/dt”, consiste na observação de aspectos da teoria de linhas de
transmissão submetidas a altas freqüências (teoria que pode ser adaptada ao caso das
cablagens de interligação entre motor e conversor). Essa teoria envolve modelamentos
matemáticos mais específicos e complexos; entretanto, em resumo, ela aborda os efeitos de
ondas trafegantes, ondas refletidas e combinações de ondas que possam surgir no circuito,
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dentre outros fenômenos. De maneira geral, publicações de resultados desse tipo de
análise têm indicado que, em decorrência de altas taxas “dV/dt”, e dependendo do
comprimento dos cabos de alimentação para cada caso específico, as primeiras espiras dos
enrolamentos do motor estarão “enxergando” níveis de tensão consideravelmente
superiores ao níveis aplicados ao restante do enrolamento, havendo, inclusive, a
possibilidade real de sacrifício extremo das isolações nesses pontos, e a conseqüentemente
queima do motor em curto prazo.
Um outro possível efeito dos reduzidíssimos tempos de comutação dos atuais transistores
de potência adotados nos modernos conversores reside no fato de que a tensão à saída do
acionamento e a tensão nos terminais de alimentação do motor passam a não diferir apenas
em decorrência de uma eventual queda de tensão no circuito. Essa afirmação também
decorre da análise de modelamentos de linhas de transmissão perante altas frequências,
conforme já mencionado no parágrafo anterior. O efeito da impedância das cablagens
incorre em frentes de onda distribuídas ao longo do circuito, sendo atenuadas e resultando
em taxas “dV/dt” menos acentuadas nos terminais do motor. Esse fenômeno provoca o
surgimento de ondas refletidas e gera picos de tensão oscilatórios (Figuras 48 e 49). Na
realidade, tal teoria pode ser modelada como uma resposta de um circuito R-L-C à aplicação
de uma tensão de impulso.
Figura 48 - Forma de onda (V) à saída do conversor Figura 49 - Forma de onda (V) nos terminais do
motor
Na prática, o resultado final dessas formas de onda aplicadas aos terminais do motor
consiste na elevação do “stress” do sistema de isolação dos enrolamentos. Desde que tais
efeitos não existem (ou são praticamente desprezíveis) em aplicações com alimentação
senoidal à freqüência industrial (60 Hz no Brasil), obviamente esses aspectos normalmente
não são considerados pelos fabricantes no projeto das isolações para motores de indução
convencionais, e para aplicações gerais. No caso dos motores já projetados para operar com
conversores de frequência (como é o caso dos “Inverter Duty Motors”), os sistemas de
isolação já contemplam a seleção apropriada de materiais mais robustos e a adoção de
formas construtivas capazes de suportar os esforços elétricos e térmicos adicionais.
Portanto, é altamente recomendável que, antes da implantação de novos sistemas de
controle de velocidade por meio de conversores de freqüência, recorra-se ao auxílio dos
departamentos de engenharia de aplicação dos fabricantes para a análise das condições de
cada caso específico face às características dos conversores a serem instalados
(características e requisitos amplamente variáveis de fabricante para fabricante), buscando-
se a garantia da boa performance operacional e a preservação da integridade dos motores
a serem acionados.
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Salienta-se finalmente que, dependendo da aplicação, pode tornar-se necessária a
utilização de filtros “dV/dt” convenientemente dimensionados, a serem instalados à saída
dos conversores.
A2-3.2 Aterramento
Outro fator importante a considerar quando da instalação de conversores de freqüência
refer-se ao aterramento. É importante que os departamentos de engenharia de aplicação
dos fabricantes sejam consultados e determinem as diretrizes necessárias no que se refere
ao aterramento de seus equipamentos e dos circuitos a eles associados. Nesse aspecto,
como regras gerais, recomendam-se:
As cablagens de alimentação dos motores elétricos acionados por conversores devem
ser preferencialmente blindadas, conectando-se a blindagem à carcaça do motor e ao
terminal de aterramento do conversor. É aconselhável que conectores de aterramento
apropriados sejam instalados para uma conexão extra entre a terminação para
aterramento na caixa de ligação do motor e algum outro ponto da carcaça (um parafuso,
por exemplo), uma vez que é relativamente comum que a terminação da caixa de ligação
não possibilite um aterramento suficiente;
O gabinete ou painel de instalação do conversor, ainda que “aterrado”, geralmente não é
suficiente para aterrar eficientemente o equipamento, havendo apenas um aparente
contato entre suas partes metálicas. O invólucro do conversor deve estar rigidamente
conectado a um condutor-terra que, por sua vez, deverá estar conectado à placa de
montagem do painel desde que, no ponto de conexão, remova-se a tinta e qualquer outra
superfície de acabamento. Nas terminações dos condutores à entrada e saída do painel
/ gabinete, as blindagens deverão estar expostas e firmemente conectadas à chaparia
por meio de conectores metálicos (tipo “ômega”, por exemplo), os quais estarão
suportando as terminações. Preferencialmente não se devem utilizar painéis abas, olhais
ou outras saliências físicas, de forma que possam ser minimizadas eventuais
interferências eletromagnéticas irradiadas.
Figura 50 – Fonte: WEG – Guia Técnico – Motores de Indução Alimentados por Inversores de Frequência PWM
(figura adaptada / modificada / complementada pelo autor)
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Nota Técnica:
Acionamentos de maior porte (em média tensão, geralmente a partir de 4,16 kV) empregam retificadores de
12 pulsos (ou mais), o que reduz os regimes de condução de corrente de cada diodo individualmente e elimina
algumas das mais significativas e danosas correntes harmônicas, tais como a 5ª e a 7ª (estarão presentes
apenas as harmônicas de ordem 11, 13, 23, 25, etc). Enquanto que em um sistema de 6 pulsos (BT) a distorção
total nas correntes de linha à entrada do conversor será, provavelmente, da ordem de 30 a 40 % (com algum
tipo básico de filtragem / atenuação das harmônicas – ex: indutor “choke” AC na alimentação) e algo entre 80
e 90 % (sem qualquer filtragem / atenuação das harmônicas), um sistema com 12 pulsos (MT) apresentará
um conteúdo harmônico total nas correntes da ordem de 10 a 15 %. Para 18 pulsos (MT), a distorção será
provavelmente inferior a 5 % (observar a Figura 51). Para 24 pulsos (MT), a distorção será mínima,
praticamente desprezível. Entretanto, quanto maior for o número de pulsos adotado, maior será o custo do
retificador, dada a maior complexidade de seu conjunto e de seus circuitos internos.
Figura 51 (montada / adaptada pelo autor) – Formas de onda típicas da corrente à entrada de
conversores de freqüência de 6, 12 e 18 pulsos
Portanto, utilizar conversores de freqüência também significa “criar” fontes de distorções, uma vez que as
correntes harmônicas por eles geradas fluem pelos circuitos da rede elétrica a montante, produzindo quedas
de tensão harmônicas e distorcendo, conseqüentemente, a tensão de alimentação. Na aplicação de
conversores pode se fazer necessária a utilização de filtros em sua entrada, para se evitar a propagação das
harmônicas pela instalação.
Figura 52
Gráfico 14 – Fonte: GE Industrial Systems – AC Motor Selection and Application Guide (1999)
Tabela 12