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O principal equipamento do
laboratório de ensaio de
motores é o dinamômetro.
Os motores são submetidos a
testes ou ensaios para que se
possa assegurar da sua
potência e demais
características construtivas.
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Medição experimental de Torque e
Potência
O teste de potência é o
principal e é feito para
todos os motores novos
que saem da linha de
montagem nas fábricas.
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Medição experimental de Torque e
Potência
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Medição experimental de Torque e
Potência
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Medição experimental de Torque e
Potência
Alguns dinamômetros possuem softwares
que relacionam a potência (Pot) com o
torque (T) e rotação (n).
A medição do consumo específico
também é muito importante.
Uma vez medido o torque, é possível
calcular a potência através da seguinte
relação:
Pot = T . Ꙍ
Pot = T . 2π . n
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Gráfico de Potência e Torque (motor a combustão)
Gráfico de Potência e Torque (motor elétrico)
Motor WEG
Carcaça: 112
Potência máxima:
• 68 kW
Torque máximo:
• 144 Nm
Rotação máxima:
• 9000 RPM
Aplicação:
Veículos elétricos
Força trativa
É possível calcular a força trativa Ft
(força de tração) a partir dos dados dos
gráficos de torque e potência do motor.
Para um determinado regime de rotações
(RPM) teremos um valor de torque do
motor (Tm). Esse torque é transmitido
diretamente para a caixa de cambio
(transmissão), onde cada marcha possui
uma relação (i) definida pelos números de
dentes de cada par de engrenagens.
Observação: nos cálculos a seguir não
será considerado o rendimento da
transmissão, para efeito de simplificação
e também por se tratar de um estudo
comparativo. É importante, no entanto,
lembrar que o rendimento de
transmissões manuais por engrenagens
está em torno de 98%.
Força trativa
Portanto, uma vez conhecidas as relações de marchas, é possível calcular o
torque (Ts) e a rotação (ns) na saída da transmissão.
Para um veículo de tração traseira, o eixo de saída da transmissão é acoplado
com o eixo cardan.
Teremos, portanto, os valores de torque (Ts) e rotação (ns) no eixo cardan.
Força trativa
No eixo de tração (traseiro) temos o diferencial, que por sua vez também possui
uma relação de transmissão (idif) definida pelos números de dentes de pinhão e
coroa.
Conhecendo a relação do diferencial, podemos então calcular o torque e a
rotação no eixo de tração.
Tet = Ts . idif
net = ns / idif
Força trativa
Calculando o torque no eixo de tração, podemos obter o valor da força trativa
(Ft).
É necessário conhecer também o raio dinâmico do pneu (r).
Temos que: Tet = Ft . r
Ft = Tet / r
Velocidade
V=Ꙍ.r
V = 2π . net . r
Tração dianteira
Potência:
34 kW (contínuo)
68 kW (pico)
Torque:
72 N.m (contínuo)
144 N.m (pico)
Dados técnicos – motor WEG
Carcaça 112
Gráfico comparativo
Torque x Rotação
Palio com motor elétrico WEG
ns = nm / i Ts = Tm . i
Palio com motor elétrico WEG
45 kW
79 N.m
Palio 1.0 gasolina - cálculos
ns = nm / i Ts = Tm . i
Palio 1.0 gasolina - cálculos
67 kW
127 N.m
Palio 1.6 gasolina - cálculos
ns = nm / i Ts = Tm . i
Palio 1.6 gasolina - cálculos
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Aplicações principais
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Chassis de referência
Para as aplicações propostas, foi tomado como base de estudo o chassis MAN
VW 5.150, com peso bruto total de 5.500 kgf.
Em sua versão com distância entre eixos de 2.850 mm (5.150 CE), é destinado
à aplicação como VETV.
Há também a versão com 3.695 mm (5.150 OD), que permite as aplicações
como VUC e Micro-ônibus.
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Chassis de referência
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Chassis de referência
Opções de eletrificação
Veículo puramente elétrico (100%). Neste caso, utiliza-se um conjunto de
baterias de íons de lítio que permite um ciclo de trabalho de aproximadamente
150 km em trajeto urbano, o que corresponde a cerca de 8 horas de utilização.
Opções de eletrificação
Veículo híbrido, na configuração em série, colocando um motor de combustão
interna trabalhando como gerador para carregar as baterias, quando
necessário. A tração é proporcionada somente pelo motor elétrico.
Motor elétrico WEG
Características principais:
• Controle de torque e velocidade do
motor.
• Ajuste de frenagem regenerativa.
• Dimensões: 409.4 x 297.0 x 128.0 mm.
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Estudo de desempenho
Faremos aqui uma comparação do desempenho do veículo original com motor Diesel
e a proposta de eletrificação.
Para isto, partimos do gráfico de torque versus rotação do motor Diesel, colocando os
dados numa tabela onde consideramos as relações de transmissão de cada marcha.
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Estudo de desempenho
Considerando um diferencial com relação de 4,10:1, obtemos os dados de
rotação e torque para o eixo traseiro (veículo com motor Diesel).
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Estudo de desempenho
Considerando agora o raio do pneu 215/75 R17.5, calculamos os valores de
velocidade e força trativa nas rodas traseiras (veículo com motor Diesel).
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Estudo de desempenho
A proposta de eletrificação do chassi 5.150 considera a remoção do motor Diesel e
também da transmissão original ZF/S5-420 HD.
Faremos a análise agora sobre o motor WEG, cujo gráfico de torque versus rotação
segue nas próximas páginas.
Para adequação dos valores de torque e rotação, é necessária uma caixa de redução
com relação de 2:1, através de um par de engrenagens helicoidais (pinhão e coroa).
A proposta é manter o eixo traseiro com o mesmo diferencial com redução de 4,10:1.
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Motor WEG – tração elétrica
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Motor WEG – tração elétrica
Torque
(N.m)
1274
Observações
A faixa de rotação de torque e
potencia máxima (*) 1200 RPM
foi informada pelo fabricante.
Para a aplicação pretendida, é
637 necessário atingir a 4500 RPM
os seguintes valores:
Torque = 171 Nm (nominal)
e 171 Nm (máximo).
171 N.m
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Diagrama de forças de tração
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Conclusões sobre o desempenho
O motor WEG apresentado permite um excelente desempenho, pois o gráfico mostra
que utilizando o torque nominal, equipara-se ao motor Diesel da 2ª até a 5ª marcha.
Utilizando o torque de pico, o gráfico mostra que os valores de força trativa são
superiores àqueles proporcionados pelo motor Diesel em todas as marchas.
Em contrapartida, a velocidade máxima proporcionada pelo motor elétrico é limitada
a aproximadamente 80 km/h. De qualquer forma, é possível trafegar não só na
cidade, mas também em rodovias com segurança.
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Baterias de íons de lítio
Winston Batteries
1) Veículo puramente elétrico (100%): neste caso foi considerado um conjunto de 114 baterias de
3,2V/400Ah, permitindo um ciclo de trabalho de aproximadamente 150 km em trajeto urbano, o que
corresponde a cerca de 8 horas de utilização.
Preço das baterias : USD 58.482 Ex-Works Xiamen – China (WB-LFP400AHA)
Preço do BMS : USD 4.850,00 FOB USA
Total : USD 63.332,00
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Cálculo da potência necessária
Porsche Taycan
Forças atuantes no veículo em movimento
O balanço das propriedades de um veículo depende da forma como o mesmo é utilizado,
ou seja, depende da finalidade do veículo e da forma de dirigir.
Para realizar um estudo de desempenho é necessário conhecer as características do
veículo e as forças de resistência ao movimento.
Conforme a 2ª Lei de Newton, a força de tração Ft (requerida no ponto de contato entre
os pneus do eixo de tração e o solo) é resistida pelas forças atuantes no veículo em
movimento.
Ft – (somatória das forças de resistência) = m.a
Forças que atuam no veículo em movimento
Ft = força de tração
P = peso total do veículo
Px = m.g.sen(α) = força de resistência devido ao
aclive (componente paralela ao solo)
Py = m.g.cos(α) (componente perpendicular ao solo)
Fr = força de resistência ao rolamento
Fa = força de arrasto aerodinâmico
α = ângulo de aclive
Ft = força de tração
P = peso total do veículo
Px = m.g.sen(α) = força de resistência devido ao
aclive (componente paralela ao solo)
Py = m.g.cos(α) (componente perpendicular ao solo)
Fr = força de resistência ao rolamento
Fa = força de arrasto aerodinâmico
α = ângulo de aclive
Sabe-se que:
R=m.a
Onde:
R = Resistência de inércia
m = massa do veículo
a = aceleração do veículo = dv
dt
dv = variação de velocidade
dt = variação de tempo
Desta forma temos,
R = m. dv
dt
Forças que atuam no veículo em movimento
Desta forma podemos escrever:
Onde:
Como se pode observar na equação acima,
m = massa do veículo a necessidade de fornecer potência ao
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s² veículo ao longo do tempo aumenta com:
ɑ = ângulo do aclive
➢ A velocidade
fr = coeficiente de resistência ao rolamento do pneu; depende
➢ A massa total do veículo
da velocidade do veículo e de uma série de fatores (rigidez do
➢ Aumento do ângulo de aclive
solo e do pneu, pressão de enchimento, diâmetro e construção
➢ Demanda de maior aceleração
do pneu etc.).
➢ Resistência ao rolamento atribuído aos
p = densidade do ar (1,2Kg/m³ a 1 atm e 25°C) pneus
Af = área frontal do veículo ➢ A área frontal do veículo
Cd = coeficiente de arrasto aerodinâmico ➢ O coeficiente aerodinâmico do veículo
V = velocidade do veículo
Vω = velocidade do vento
Coeficiente de arrasto aerodinâmico - referências
Coeficiente de arrasto aerodinâmico - referências
Coeficiente de arrasto aerodinâmico - referências
Coeficiente de resistência ao rolamento - referências
fr = coeficiente de resistência ao rolamento do pneu; depende da velocidade do veículo e de uma
série de fatores (rigidez do solo e do pneu, pressão de enchimento, diâmetro e construção do pneu
etc.)
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008
Dados técnicos
➢ Coeficiente aerodinâmico: Cd = 0,336
➢ Área frontal: Af = 1,886 m²
➢ Coeficiente de resistência ao rolamento: fr = 0,01
➢ Peso vazio = 1.090 kgf
➢ Carga máxima (passageiro + bagagem) = 300kgf
➢ Peso bruto total = 1.390kgf
Foto: Elifas Gurgel e seu VW Gol 4GVE
convertido para tração elétrica ➢ Tensão de alimentação = 132 V
➢ 40 baterias LiFePO₄ de 3,3 V e 180 Ah
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 1
Neste estudo adotaremos as seguintes simplificações:
• O veículo está subindo um aclive com ângulo α constante.
• A força de resistência aerodinâmica está aplicada no CG (centro de gravidade).
• A distribuição de peso é de 50% no eixo dianteiro e 50% no eixo traseiro.
• Não serão calculadas as inércias de rotação dos componentes do motor, transmissão, eixos e rodas.
• Não será considerado o rendimento da transmissão.
Subida em aceleração
➢ Velocidade instantânea = 60 Km/h = 16,67 m/s
➢ Vento frontal = 10 Km/h = 2,78 m/s
➢ Inclinação de subida máxima = 5°
➢ Aceleração de 0-100 km/h em 20 s = 1,39 m/s²
Resistência de inércia
R = m.a
R = 1.930,56 N
Px = m.g.sen(α)
Px = 1.188,45 N
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 1
Substituindo os dados, temos:
Fr = fr . [m . g. cos(α)]
Fr = 135,84 N
Fa = 143,76 N
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 1
Portanto:
Temos que:
1 kW = 1,3596 CV
Assim: Pot = 77 CV
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 1
Resistência de inércia
R = m.a
a=0 (V = constante)
R=0
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 2
Fr = fr . [P]
Fr = 0,01.[1.390 kg x 9,81m/s²]
Fr = 136,36 N
Fa = 237,64 N
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 2
Portanto:
Temos que:
1 kW = 1,3596 CV
I = Pot = 8.311,11 W = 63 A
V 132 V
Observação:
Ffd = força de frenagem nas rodas dianteiras
Fft = força de frenagem nas rodas traseiras
Frenagem regenerativa
• Ec = (1/2).m.(V0² - Vf²)
• Sendo:
• Ec = energia cinética
• m = massa do veículo
• V0 = velocidade inicial
• Vf = velocidade final
Observação:
Ffd = força de frenagem nas rodas dianteiras
Fft = força de frenagem nas rodas traseiras
Frenagem regenerativa
• A absorção de potência varia com a velocidade,
sendo equivalente à força de frenagem multiplicada
pela velocidade em cada instante de tempo.
• Desta forma, a dissipação de potência é maior no
início da frenagem, quando a velocidade é maior.
• Durante a frenagem, a absorção média de potência
será equivalente à energia dividida pelo intervalo de
tempo.
• Sendo:
• Pot abs = potência média absorvida
• m = massa do veículo
Observação: • V0 = velocidade inicial
Ffd = força de frenagem nas rodas dianteiras • ts = intervalo de tempo em que há redução de
Fft = força de frenagem nas rodas traseiras velocidade
Estudo de caso: VW Gol Elétrico 2008 – Exemplo 3
Energia absorvida
Ec = (1/2).m.(V0² - Vf²)
Ec = (1/2) . 1390 . (36,11²)
Ec = 906.288,58 N.m
Ec = 906.288,58 J
Segundo a matriz de testes do WLTP, um veículo do tipo PEV pertencente à Classe 3b deve ser
submetido às seguintes fases:
Low3
Medium3-2
High3-2
Extra High3
WLTP
WLTP
WLTP
WLTP
WLTP
Balanço energético (Anexo 8 WLTP)
O balanço de energia deverá ser a somatória das variações de energia de todos os sistemas de
armazenamento de energia elétrica recarregável (REESS – rechargeable electric energy storage systems).
As unidades utilizadas nos cálculos são:
Energia elétrica = Wh
Corrente elétrica = A
WLTP
Critério para PEV (veículo puramente elétrico)
A energia elétrica E (Wh) recarregada e as medições de tempo de recarga deverão ser anotadas. O
consumo de energia elétrica (EC) incluindo perdas no carregamento é definido pela seguinte equação:
Sendo:
EC = consumo de energia elétrica (Wh/km)
Eac = energia elétrica recarregada pela rede (Wh)
AER = alcance ou distância percorrida (all-electric range) (km)
WLTP