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Física 2 Experimental - 09/2023 - Turma 08

Experimento - Giroscópio
22/09/2023

Grupo 04
- Participantes:
• Ana Clara Soares - (231024890)
• Ana Helena Neves de Assis Braga - (231024907)
• Kamila Vitória Vieira Lacerda - (231024999)

Introdução:

A princípio, para uma introdução histórica, sabe-se que os primeiros registros de giroscópios
remontam à sua origem no pião (brinquedo infantil), nas civilizações mais antigas. Mas seu primeiro
registro como instrumento de medida é o Espelho de Serson, utilizado no séc. XVIII como instrumento
de navegação para definir o horizonte em dias nublados. Já no século XIX, foram criados giroscópios
com rodas e discos, semelhantes aos atuais e utilizados como método de ensino. Léon Foucault foi o
responsável por definir o nome de giroscópio e utilizá-lo para medir a rotação da Terra. Desta forma,
por volta de 1904, as inovações levaram o giroscópio a servir de bússola para direcionar veículos e
embarcações; e ainda no séc. XX, auge das Guerras Mundiais, utilizou-se os giroscópios para
estabilizar armas de aviões e tecnologias de medida de aceleração inercial. Atualmente, o giroscópio
está presente em vários aparelhos digitais, servindo como um acelerômetro e como instrumento de
geolocalização.
Ademais, o giroscópio é um aparelho utilizado em física para demonstrar a conservação do
momento angular. É um dispositivo no qual o eixo de rotação mantém sempre a mesma direção na
ausência de forças que o perturbem, independente da direção do aparelho que o conduz. É composto
por algo semelhante a um disco que gira em uma determinada velocidade ao redor de um eixo que o
mantém suspenso, justamente para garantir uma maior liberdade de movimento do giroscópio e melhor
observação da conservação do momento angular e seu funcionamento está muito baseado no princípio
da inércia. Além do movimento de rotação, o giroscópio também realiza o movimento de precessão e
nutação, conforme o caso de uma força externa e, com ela, um torque adicional age sobre o eixo de
rotação ou se o eixo de rotação do giroscópio em rotação sofre desvio de sua posição de equilíbrio.
Nisto, o período de precessão é inversamente proporcional ao período de rotação e o período de
nutação é diretamente proporcional ao período de rotação.
A entender melhor, ao girar ao redor de um eixo e ter uma força externa atingindo esse eixo, o
torque causa uma alteração do impulso de rotação, fazendo o giroscópio se movimentar na direção
perpendicular ao eixo de forma e à força incidente. Este movimento é chamado de precessão. Mas se
o giroscópio em rotação sofre colisão contra seu eixo de rotação, ele começa a realizar movimentos de
“tombamento”, chamado de nutação.

Figura 1 - Representação de um modelo de giroscópio semelhante ao que foi utilizado no experimento

Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.3bscientific.com%2Fbr%2Fgiroscopio-1000695-u52006-3b-
scientific

Figura 2 – Representação dos movimentos de precessão (P), nutação (N) e rotação (R) no giroscópio,
além de seu eixo de rotação e as variáveis envolvidas

Fonte:
https://www.google.com/urlsa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.ifi.unicamp.br%2F~lunazzi%2FF530_F590_F690_F809_F895%2FF8
09%2FF809_sem2_2008%2520ate%252090413%2FF609_2011_sem1%2FPriscilaG

Objetivo:
De acordo com a breve explicação ministrada sobre o funcionamento do giroscópio e sua
aplicabilidade na física e no cotidiano, o objetivo do presente relatório é analisar e determinar de forma
experimental a conservação do momento angular, o movimento de nutação, movimento de precessão
e a análise da atuação das grandezas vetoriais envolvidas.

Materiais:

Dentre os materiais utilizados para a realização do experimento no laboratório e para análise de


dados e confecção do presente relatório, é possível citar:

* Um giroscópio (PASCO modelo ME-8960);


* Dois discos de rotação;
* Dois contrapesos de 900g;
* Um contrapeso de 30g;
* Massa Adicional;
* Um motor elétrico para aceleração do disco;
* Um cronômetro digital;
* Um conjunto com nove setas indicativas das grandezas vetoriais.

Procedimentos:
O experimento foi realizado considerando apenas a parte qualitativa dos procedimentos,
visando um contato real com as várias grandezas vetoriais no problema.

Figura 3 – Esquema representando a montagem do giroscópio utilizado

Fonte: Autoral

1.1 Primeiramente, a fim de se analisar as forças estáticas, a posição dos contrapesos foi
ajustada para que o giroscópio se encontrasse em equilíbrio, de forma que ficasse totalmente parado
ao ser liberado da haste de suporte. Desprezando o peso do eixo do giroscópio, fixa-se os vetores Peso
do Disco (PD), Peso do Contrapeso (PC) e Força Normal (N) no sistema.
1.2 Logo após o procedimento acima, ainda com o giroscópio equilibrado, a massa adicional
foi colocada na extremidade esquerda do giroscópio com o intuito de se analisar o torque (τ). Depois,
a massa foi deslocada para a extremidade da direita. Em seguida, girou-se o eixo de rotação para as
duas direções para a determinação da direção do torque. Foram fixados os vetores de torque e de
aceleração angular de forma que seu sentido indicasse uma rotação no sentido anti-horário (quando
visto de cima). O mesmo procedimento foi realizado, porém no sentido horário.
1.3 Em seguida, com o objetivo de se analisar o vetor velocidade angular (ω), com o giroscópio
equilibrado, girou-se o disco giratório com o motor elétrico. O vetor velocidade angular foi fixado
utilizando a regra da mão direita. Foi fixado também o vetor momento angular (L).
1.4 O procedimento seguinte consistiu na análise da resposta dinâmica do giroscópio a torques
externos. Para isso, o disco foi girado no sentido anti-horário (quando visto de frente). O giroscópio
foi girado a partir da ponta esquerda do seu eixo no sentido vertical e horizontal e os resultados
observados foram registrados. Em seguida, os mesmos passos foram realizados, porém com o disco
girando no sentido horário.
1.5 Em seguida, visando analisar o movimento de precessão, o disco do giroscópio foi girado
conforme ilustrado na figura 2. A massa adicional foi colocada na ponta direita do giroscópio e, após
a análise, a massa foi movida para a ponta esquerda. Os mesmos passos foram realizados com o disco
no sentido contrário. Para cada um desses casos, os vetores Peso (P), Torque (𝜏 ), Momento angular
(L), Velocidade angular de rotação (ω) e Velocidade angular de precessão (Ω).
1.6 A seguir, com o objetivo de verificar o movimento de nutação, foi adicionada a massa na
extremidade da direita com o disco girando. O eixo do giroscópio foi inclinado 40° e soltando
suavemente, a fim de não aplicar nenhum tipo de torque nele. Depois, repetindo-se as mesmas
condições, porém ao soltar o eixo, foi adicionada uma força na direção da precessão do giroscópio.
Repetem-se os mesmos passos, porém agora a força é aplicada na direção contrária à precessão.
Em seguida, o disco foi girado em uma velocidade diferente das anteriores, visando verificar a
influência da velocidade do disco na nutação. Por fim, com a velocidade angular dos discos igual à
dos primeiros passos, o eixo do giroscópio foi solto a partir de uma inclinação de 50°.
1.7 Finalmente, o último procedimento tinha por objetivo a verificação do efeito de um segundo
disco giratório no giroscópio. Desta forma, foi adicionado o segundo disco com sua polia apontada
para a direção contrária de onde está o primeiro disco. Após isso, foi adicionado mais um contrapeso
a fim de equilibrar o giroscópio. Os discos foram girados com o motor elétrico em direções diferentes
utilizando o motor com o eixo solto. Depois, foi aplicado um torque na extremidade esquerda. Por fim,
ainda com os discos girando, o eixo do giroscópio foi colocado de volta na posição inicial e a massa
adicional na extremidade da direita. Todos os resultados observados foram registrados a fim de serem
analisados.

Resultados e Análise:
Análise qualitativa do movimento do giroscópio
1.1 Análise das forças estáticas
A relação das grandezas Peso do Disco (PD), Peso do Contrapeso (PC) e Força Normal (N) com
o equilíbrio se dá no fato de que a soma de todas as forças sobre um corpo em equilíbrio tem que ser
igual a zero. Obedece a seguinte resolução:
𝐹 res = 0
1.2 Análise dos torques
Com a massa adicional posicionada na extremidade direita, observa-se que o vetor torque está
apontando para o eixo X positivo. Após a movimentação dos eixos, o torque executado está na direção
do eixo X negativo. Invertendo o sentido da rotação, os vetores torque e aceleração angular também
invertem o sentido.

Figura 4 - Representação das forças que atuam no giroscópio

Fonte: Autoral

1.3 Velocidade e Momento Angular

Figura 5 - Representação do vetor velocidade angular e momento angular

Fonte: Autoral

1.4 Resposta dinâmica do giroscópio a torques externos


Realizadas as movimentações necessárias, preenche-se a seguinte tabela:

Tabela 1 - Giro do disco no sentido anti-horário


Força aplicada na Direção e sentido do Direção e sentido da Direção de movimento da
extremidade esquerda torque aplicado reação da extremidade extremidade do vetor
direita momento angular
X+ Z+ Z+ Z+
X- Z- Z- Z-
Z+ X+ X- X+
Z- X- X+ X-
Gire o suporte central Y+ Z- Y+
no sentido horário
Gire o suporte central Y- Z+ Y-
no sentido anti-horário

Após inverter o sentido de rotação do disco:

Tabela 2 - Giro do disco no sentido horário


Força aplicada na Direção e sentido do Direção e sentido da Direção de movimento
extremidade esquerda torque aplicado reação da extremidade da extremidade do
direita vetor momento
angular
X+ Z+ Z- Z+
X- Z- Z+ Z-
Z+ X+ X- X+
Z- X- X+ X-
Gire o suporte central X- Z- X-
no sentido horário
Gire o suporte central X+ Z+ X+
no sentido anti-horário

Analisando as tabelas, é possível verificar que a direção do momento angular varia na mesma
direção do torque aplicado.

1.5 Movimento de Precessão


Observando o sentido da velocidade com a massa nas extremidades direita e depois na
esquerda, para em seguida repetir o processo com a inversão do sentido de rotação do disco, é
encontrado o movimento de precessão. Com a redução da velocidade de rotação, o movimento de
precessão torna-se mais rápido.

1.6 Movimento de Nutação


Com a massa na extremidade direita e o eixo na inclinação de 40°, a ponta do eixo executa o
movimento de nutação semelhante a figura (C). Repetindo o mesmo procedimento, adicionando um
empurrão leve na direção da precessão, verifica-se que a ponta do eixo executa um movimento
diferente que se assemelha a figura (A). Agora realiza-se o mesmo movimento com o empurrão sendo
direcionado opostamente a precessão, observa-se outro movimento realizado pela sua ponta
semelhante a figura (C). Quando o disco realiza um movimento de nutação livre, é possível perceber
que a velocidade do disco influencia a nutação, de modo que realiza algo semelhante a figura (A).
Para finalizar, altera-se a inclinação do eixo para 50°, permitindo que a ponta do eixo execute
o movimento semelhante a figura (A). Comparando os resultados de 40° e o anterior de 50°, constata-
se que o ângulo inicial causa um efeito mais complexo no movimento de nutação.
A referência de movimento de nutação para comparação:

Figura 6: Possível Movimento de Nutação (A)

Fonte: Autoral

Figura 7: Possível Movimento de Nutação (B)

Fonte: Autoral

Figura 8: Possível Movimento de Nutação (C)

Fonte: Autoral

1.7 O efeito de um segundo disco no giroscópio


Com a adição do segundo disco junto de um segundo contrapeso, após a excitação dos discos
no mesmo sentido, o giroscópio precessiona quando o eixo é solto. Porém quando os discos são girados
em sentidos diferentes, o eixo do giroscópio permanece parado, em equilíbrio.
Há a aplicação de um torque na extremidade esquerda na direção do eixo X, verificando-se que
o giroscópio sofre precessão imediatamente. Voltando o eixo do giroscópio para posição inicial e
adicionando uma massa na extremidade direita, observa-se que ele executa um movimento oposto do
anterior, sendo oposto à sua precessão.

Conclusão:

Principais Resultados:
Análise das forças estáticas..............................................................................................4
Análise dos torques..........................................................................................................5
Velocidade e Momento Angular......................................................................................5
Resposta dinâmica do giroscópio a torques externos.......................................................6
Movimento de Precessão..................................................................................................6
Movimento de Nutação....................................................................................................6
O efeito de um segundo disco no giroscópio...................................................................7

Quando sujeito a torques externos, é possível perceber que o giroscópio executa movimentos
como o de precessão e o de nutação. A precessão é inversamente proporcional à rotação; já a nutação
é proporcional ao movimento de rotação. O torque é devido à força resultante em uma partícula, sendo
a soma das forças internas e externas. As forças internas em um corpo rígido, porém, geram torques
iguais e opostos, que se anulam, só importando o torque das forças externas. Ao alterar o ângulo do
giroscópio e os pesos em cada ponta, o mesmo hora realizava o movimento na direção perpendicular
ao eixo de forma e à força incidente, hora realizava movimentos de “tombamento”, indicando,
respectivamente, a precessão e a nutação.

Referências Bibliográficas:

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de física: 1 - Mecânica. Rio de Janeiro, Brasil:
LTC.
Acesso em: 02 out.2023.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de física: 2 - Gravitação, Ondas e


Termodinâmica. Rio de Janeiro, Brasil: LTC.
Acesso em: 02 out.2023.
Disponível em: <https://www.ufrgs.br/amlef/2020/06/01/o-giroscopio-e-a-conservacao-de-momento-
angular/>
Acesso em: 02 out.2023.

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Girosc%C3%B3pio >


Acesso em: 02 out.2023.

Disponível em: <https://www.3bscientific.com/PhysicsExperiments/UE1040500_PT.pdf >


Acesso em: 04 out.2023.

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