Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (CCT)

UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA (UAF)

10° EXPERIMENTO – TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

Física Experimental I – Wilton Pereira da Silva

Aluno: D’jonathas Breno P. C. de Farias (123110547)

CAMPINA GRANDE

2024
1 INTRODUÇÃO

O Teorema dos eixos paralelos é um resultado físico que permite o cálculo do


momento de inércia de um sólido rígido com base em um eixo de rotação em um ponto
O. Descoberto inicialmente pelo matemático suíço Jakob Steiner (1796-1863). O capítulo
8 do livro “Experimentos de Mecânica e Termodinâmica”, intitulado por “Dinâmica dos
Corpos Rígidos” estuda dois experimentos relacionados ao momento de inércia de um
corpo, o experimento 52 sobre o pêndulo físico e o experimento 53 sobre o teorema dos
eixos paralelos. Trataremos sobre o estudo de oscilações de uma haste delgada em vários
pontos de seu eixo de rotação, determinação de uma expressão para o Teorema dos Eixos
Paralelos, determinação de um gráfico do momento de inércia do pêndulo em relação a
distância do centro de massa da haste delgada, dentre outras conclusões.

1.1 Objetivos

O experimento visa investigar as oscilações de uma haste fina em torno dos


diferentes eixos de rotação ao longo da mesma, a fim de estabelecer uma relação entre o
momento de inércia da haste e a distância de cada eixo em relação ao seu centro de massa.

1.2 Materiais/Montagem

Os materiais principais utilizados para a realização do projeto experimental foram


os seguintes: Corpo Básico (1); Armadores (2.1); Manivelas (2.4); Pêndulo Físico (2.8);
Suporte para Pêndulo Físico (2.9); Conj. De Massas Padronizadas (2.12); Escala
Milimetrada (2.17); Cronômetro (2.21); Cordão; Alfinete e Balança Digital (2.22).
A montagem e os procedimentos para a realização do experimento são feitos
seguindo os passos:

1- Arme o Corpo Básico e o mantenha na posição vertical de trabalho.


2- Fixe o Suporte para Pêndulo Físico com o parafuso borboleta no orifício da
Lingueta Graduada (1.8) entre as marcas 15 e 20cm
3- Com o uso da balança digital, meça a massa m da haste delgada e anote na folha
de dados
4- O pêndulo físico é formado por uma haste de madeira de comprimento 2L com
pequenos orifícios ao longo de toda a haste delgada, meça as distâncias ℓ dos
orifícios até o centro de massa. Anote os resultados na folha de dados sobre a
bancada.
Esquematização da haste delgada
utilizada durante o experimento

5- Fixe o alfinete no primeiro orifício situado na extremidade superior da haste.


Promova um leve impulso na parte inferior da haste e meça o tempo de 10
oscilações, depois divida este tempo por 10 e anote o resultado do período T de
oscilações do pêndulo físico em torno do eixo de rotação na Tabela I.
6- Repita os procedimentos de n. 4 e 5, para cada período obtido fixe o alfinete nos
outros orifícios (2, 3, 4, ...). Para cada caso, anote o período obtido correspondente
a cada distância l. Realize até preencher a Tabela I.

Abaixo se encontra um exemplo da folha de dados utilizada no experimento dos eixos


paralelos:
2 PROCEDIMENTOS E ANALISES

Agora que foi realizada toda a esquematização e os processos que serão utilizados
para o experimento dos eixos paralelos. Na data 10/04/24, os alunos do curso de
graduação de Engenharia Elétrica: Maiza de Moura, Maria Luiza, Thalya Guedes e
D’jonathas Breno, com o auxílio do professor Wilton realizaram todos os procedimentos
ditos anteriormente.

Primeiramente, foi-se realizado a medida da massa da haste de madeira com o


auxílio da balança digital. Obtivemos:

Massa do Pêndulo Físico m = 40,8 g

Logo após, como orientado pelo professor, medimos a distância de cada orifício
da haste delgada e, com o uso do alfinete, fixamos o pêndulo no primeiro orifício, ao
realizarmos um pequeno impulso na extremidade inferior da haste, medimos 10
oscilações e dividimos o resultado obtido por 10, assim, determinando o tempo do período
de oscilações do pêndulo físico. Obtivemos a seguinte Tabela I:

TABELA I

ℓ(cm) 33,1 29,6 26,3 23,2 19,8 16,6 13,3 9,9 6,5
T(s) 1,34 1,31 1,27 1,27 1,25 1,25 1,28 1,37 1,64

Como o experimento se trata de um sistema de um corpo extenso em rotação,


então podemos utilizar a relação encontrada no experimento 52: “Pêndulo Físico”.

𝑚𝑔ℓ 2
I= 𝑇
4𝜋 2

Comparando esta equação para determinação do momento de inércia de um corpo


extenso com os dados que obtivemos neste experimento, podemos realizar algumas
observações:

𝑚 → Massa da haste delgada

𝑔 → Aceleração da gravidade

𝐿 → ℓ (distância do eixo de giro até o centro de massa)


𝑇 → Período de oscilações da haste

Seguindo as relações que obtivemos, temos que a equação para o momento de inércia
pode ser escrita como:

𝑚𝑔ℓ 2
I= 𝑇
4𝜋 2

Substituindo os valores que conhecemos, obteremos uma nova tabela com a relação entre
o momento de inércia e a distância ℓ de cada orifício da haste no M.K.S.

Massa do Pêndulo Físico: m = 0,0408

TABELA II

ℓ (m) 0,3310 0.2960 0,2630 0,2320 0,1980 0,1660 0,1330 0,0990 0,0650
I
0,0063 0,0052 0,0043 0,0038 0,0032 0,0026 0,0022 0,0019 0,0018
(𝒌𝒈𝒎𝟐 )

Podemos utilizar os resultados obtidos na Tabela II e traçar um gráfico do momento de


inércia I em função da distância ℓ (I versus ℓ).

Com base no esboço do gráfico, percebemos que ele irá representar uma parábola
crescente, do tipo:

𝑌 = 𝐴𝑋 2 + 𝐵
Note que: Valor Experimental

𝑌→𝐼 das Oscilações


SUBSTITUINDO
𝐴→𝑎 𝐼 = 𝑎ℓ2 + 𝑏
𝑋→ℓ
𝐵→𝑏

Realizando o ajuste de curvas no LABfit, temos o seguinte gráfico:

GRÁFICO DO MOMENTO DE INÉRCIA EM FUNÇÃO DA DISTÂNCIA DO


CENTRO DE MASSA DA HASTE EM RELAÇÃO AO SEU EIXO DE ROTAÇÃO

Então, como dito antes, o gráfico representa uma função linear parabólica de
forma crescente do tipo 𝑌 = 𝐴𝑋 2 + 𝐵. Os valores dos parâmetros de a e b com incertezas:

𝑎 = (4,28 ± 0,09) × 10−2

𝑏 = (1,5 ± 0,5) × 10−4


3 CONCLUSÕES

E por fim, foi realizado o experimento sobre eixos paralelos. Com base nos
resultados obtidos, podemos tomar algumas conclusões.

Caso assumirmos ℓ = 0, teríamos que o orifício em que colocaríamos o alfinete


ficaria exatamente no centro de massa da haste, neste caso o eixo de rotação passaria
exatamente no centro. Ou seja, o momento de inércia neste ponto seria mínimo, pois a
distribuição de massa entre os dois lados da haste seria igual, desta forma a haste quase
ou não sofreria oscilações em relação ao seu eixo de rotação. Levando em consideração
o parâmetro a ele está relacionado à variação do momento de inércia do pêndulo com
relação a distância do eixo de rotação ao centro de massa, foi utilizado para realização
dos ajustes de curvas da função do LABfit.

A função obtida para o ajuste do gráfico, foi: 𝐼 = 𝑎ℓ2 + 𝑏. Através de relações teóricas,
podemos encontrar a expressão do Teorema dos Eixos Paralelos

Analisando a esquematização ao lado da


haste delgada, temos:

𝐼𝐴𝐴′ = ∫ 𝑟 2 ⅆ𝑚
𝐼𝐴𝐴′ = ∫ (𝑟 ′ + ℓ)2 ⅆ𝑚

Realizando o produto notável:


2
𝐼𝐴𝐴′ = ∫ (𝑟 ′ + 2𝑟 ′ ℓ + ℓ2 ) ⅆ𝑚

Integrando todos os membros:

2
𝐼𝐴𝐴′ = ∫ 𝑟 ′ ⅆ𝑚 + ∫ 2𝑟 ′ ℓdm + ∫ ℓ2 ⅆ𝑚
Realizando as operações:

2
∫ 𝑟 ′ ⅆ𝑚 = 𝐼𝐶𝑀
∫ 2𝑟 ′ ℓdm = 0
∫ ℓ2 ⅆ𝑚 = 𝑚ℓ2

Por fim, conseguimos chegar na expressão dos teoremas paralelos, que é dada por:

𝐼𝐴𝐴′ = 𝑚ℓ2 + 𝐼𝐶𝑀

VALOR TEÓRICO
Agora comparando com a equação experimental obtida, temos que:

𝐼𝐴𝐴′ = 𝑚ℓ2 + 𝐼𝐶𝑀 𝑎→𝑚

𝐼 = 𝑎ℓ2 + 𝑏 𝑏 → 𝐼𝐶𝑀

Portanto, temos que o resultado experimental obtido para a determinação do momento de


inércia pode ser interpretado como o Teorema dos Eixos Paralelos, contanto que se realize
as devidas associações entre os dois parâmetros a e b encontrados.

Temos que o período T tem uma relação diferente com a distância ℓ. Levando em
consideração a Tabela I, percebemos que inicialmente ao medirmos o período em relação
a distância do centro de massa da haste, ele diminui, isso quer dizer que, inicialmente
quando o eixo de rotação está mais distante do centro de massa da haste, então, na equação
𝐼 = 𝑎ℓ2 + 𝑏, o termo ℓ2 começa a se tornar mais significativo. Isso faz com que o
momento de inércia seja compensado com uma diminuição na taxa de aumento do ℓ2 . Já
o contrário ocorre quando ℓ é muito pequeno, o momento de inércia I é dominado pelo
termo ℓ2 na expressão experimental para o teorema dos eixos paralelos. Neste caso, I
aumenta gradativamente com ℓ2 , fazendo com que a haste tenha um Período T maior
rápido. Podemos realizar um esboço do gráfico de T versus ℓ.

Apenas observando um esboço simples do gráfico, percebemos esta relação, porém


percebemos que o gráfico pode ser descrito de uma forma:

𝐹 = 𝐴𝑋 2 + 𝐵

Você também pode gostar