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CAMPUS DIADEMA
DIADEMA
JUNHO/2022
1. INTRODUÇÃO
As operações que utilizam o leito fixo e um fluido de trabalho, este alimenta o leito
com velocidade superficial relacionada entre a vazão volumétrica do fluido e a área da
secção transversal da coluna, assim o líquido percola os poros das partículas e os interstícios
entre elas (CREMASCO, 2018).
Podemos utilizar diversas equações para modelar nosso experimento como a equação
de Darcy para encontrar a perda de carga que ocorre entre a permeabilidade do leito e a
viscosidade do fluido. A equação de Ergun, define a perda de carga total em um escoamento
em leito poroso para todos os tipos de regime. Além do número de Reynolds que determina
o regime de escoamento (ROCHA, 2019).
2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Vazão P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3
(L/h) (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2 (mmH2
O) O) O) O) O) O) O) O) O)
110 1101 1098 960 1099 1095 963 1096 1093 963
160 1122 1117 929 1119 1116 931 1120 1117 926
240 1192 1183 824 1191 1182 823 1189 1181 824
320 1274 1261 703 1271 1258 700 1270 1257 700
400 1372 1352 560 1367 1343 560 1368 1346 565
Fonte: Autoria própria (2022)
Para iniciar os cálculos, foi necessário converter a vazão e as pressões para unidades
do sistema internacional. Desse modo, converteu-se as vazões para m3/s (metro cúbico por
segundo) pela Equação 1. Usando a Equação 2, foi possível converter as pressões
primeiramente para o m.c.a (metro de coluna de água) e, depois converteu-se para o Pa
(Pascal), através da Equação 3.
3
𝑚 𝐿 1𝑚
3
1ℎ Eq. 1
𝑄( 𝑠
) = 𝑄(ℎ) · 1000 𝐿
· 3600 𝑠
𝑃1+𝑃2+𝑃3 Eq. 4
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 3
ρ·𝑣'·𝑑𝑝 Eq. 5
𝑅𝑒 = µ·(1−ε)
∆𝑃 𝑑𝑝·ε
3
Eq. 6
𝑓= 𝐿
· 2
ρ· 𝑣' ·(1−ε)
Depois disso, plotou-se o gráfico de P/L em função de v’ e com isso, foi possível
determinar os pontos que são lineares e quais não são lineares neste gráfico. Também
plotou-se f em função de Re (em escala log-log).
𝐾=
µ·𝑣' Eq. 7
∆𝑃/𝐿
𝑁
∑ 𝐾𝑖
Eq. 8
𝑖=0
𝐾𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑁
ε³·ϕ²·𝑑𝑝
2
Eq. 9
𝐾= 2
150·(1−ε)
Depois, determinou-se o valor de “K” e “c” para a parte não linear através da
comparação da equação de Ergun (Equações 10 e 11), com a Equação quadrática obtida
pelos pontos em que ΔP/L não é linear. A Equação 10 está representada em termos de “K” e
“c” e a Equação 11 está representada em termos de ε, ϕ e 𝑑𝑝. Por último, descobriu-se o
erro relativo para cada ponto e o desvio padrão da amostra, para o valor de ΔP/L teórico
através da equação de Ergun, com as Equações 12 e 13, respectivamente.
∆𝑃
=
µ
𝑣' +
𝑐
𝑣'
2 Eq. 10
𝐿 𝐾 𝐾
2
∆𝑃 𝑣'(1−ε)²µ 𝑣' (1−ε)ρ
𝐿
= 150 2 + 1, 75
ε³· 𝑑𝑝 ε³·𝑑𝑝
𝐸𝑅 =
|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜| Eq. 12
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑁 Eq. 13
∑ (𝑥𝑖−µ)²
𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 = 𝑖=1
𝑁−1
, com μ sendo a média de xi
Também utilizou-se da fórmula da velocidade superficial, na Equação 14:
𝑄
v’= π𝐷²/4 Eq. 14
𝐿 1𝑚³ 1ℎ −6
Q= 11 ℎ
· 1000𝐿
· 3600𝑠
= 3, 056. 10 𝑚³/𝑠
1,049 +1,047+1,046
P1 média = 3
𝑚. 𝑐. 𝑎 = 1, 047 𝑚. 𝑐. 𝑎
101325 𝑃𝑎 4
P1 média=1, 047𝑚. 𝑐. 𝑎 · 10,333 𝑚.𝑐.𝑎
= 1, 0270 · 10 𝑃𝑎
−6
3,056.10 𝑚³/𝑠 −4
v’= −2 = 5, 5514. 10 𝑚/𝑠
π·(8,4·10 𝑚)²/4
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
T0 (ºC) 25,5
Tf (ºC) 30
ɛ 0,356
𝚽 1
D (cm) 8,4
A (m 2) 0,00554
H (cm) 100
dp (mm) 3
Tabela 3- Propriedades da água a 27,75 ºC
Uma vez em posse desses dados, presentes nas Tabelas 1, 2 e 3, pode-se calcular as
pressões médias para cada vazão analisada; além de já ser possível calcular a velocidade
superficial do fluido, tão quanto o número de Reynolds também. Tais parâmetros
mencionados foram calculados e mostrados na Tabela 4, onde as primeiras 3 colunas
consistem na média aritmética das pressões manométricas observadas na Tabela 1 (os
valores já foram passados para a unidade metros de coluna d' água (m.c.a)) ; em seguida, tais
pressões médias são convertidas para o S.I, obtendo, portanto, valores de pressão em Pascal
(Pa), v’ consiste na velocidade superficial do fluido, dado em metros por segundo (m/s) e,
por fim, é apresentado o número de Reynolds, o qual é adimensional.
A lei de Darcy possui aplicação para sistemas em que tenha-se um regime laminar,
com o número de Reynolds menor que 10, ou seja, aplicando-se até o ponto de vazão
equivalente a 36 L/h para este experimento. Isso constitui o quarto ponto presente nos
resultados experimentais. Por valer-se da lei de Darcy, essa região com o número de
Reynolds menor que 10 constitui uma região de comportamento linear. A partir de um valor
de Reynolds maior que 10, entra-se num regime de transição, isto se o valor não ultrapassar
1000; em regimes laminares, a lei de Darcy é válida, mas a partir de regimes de transição,
uma relação linear entre P/L e v’ não mais pode ser inferida.
Para o cálculo da permeabilidade do meio poroso para uma região em que não tem-se
um comportamento linear, plota-se o gráfico ΔP/L versus v’, para a região de vazões com
Reynolds maiores do que 10. Tal gráfico foi identificado como Gráfico 3 e, através da
ferramenta Excel, foi possível adquirir a equação que representa a curvatura do gráfico,
tendo um comportamento quadrático, uma vez que tem por base a equação de Ergun,
representada pela Equação (10), presente na seção ‘Metodologia de Cálculo’.
relação a v’.Embora a equação possua um termo independente, o qual não é esperado pela
equação de Ergun, seu valor é baixo comparado aos valores que estão multiplicando a
incógnita x, a qual, neste caso, representa v’; por isso, é válido relacionar a equação obtida
pela ferramenta gráfica com a equação de Ergun. Desse modo, encontra-se um valor para a
−9 2
permeabilidade do meio poroso de 𝐾𝑛ã𝑜−𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 6, 191. 10 𝑚 .Para o cálculo de c, um
fator adimensional presente na equação de Ergun, também é feito com base na equação
fornecida pelo Excel, dessa vez isolando-se o termo que multiplica x2; assim, tem-se:
𝑐.ⲣ 2 7 2
𝑣' = 1, 27143. 10 𝑥 e, portanto, 𝑐 = 1, 003763639.
𝐾
Uma vez em posse dos valores experimentais para a permeabilidade do meio poroso,
é possível comparar tais valores com o valor teórico esperado, o qual é fornecido pela
equação de Carman-Kozeny, apresentado na Equação (9). Tais valores são apresentados na
Tabela 6.
KLinear 4,785E-09
KNão-Linear 6,191E-09
KCarman-Kozeny 6,530E-09
A partir dos resultados obtidos, nota-se que o valor de K obtido pela equação de
Carman-Kozeny é relativamente próximo ao valor de K calculado para uma região de
comportamento não linear, uma vez que a diferença é muito maior entre o valor teórico para
o obtido na região de faixa linear.
Além disso, os valores de ΔP/L também são previstos teoricamente, sendo obtidos
através da Equação de Ergun; assim, a Tabela 7 demonstra os valores esperados, os valores
de ΔP/L obtidos experimentalmente e erro relativo entre os valores. Enquanto a Tabela 8
apresenta os valores de desvio padrão para o ΔP/L teórico e experimental.
Nota-se que os valores de erro relativo calculados estão relativamente altos, uma vez
que tem-se valores que obtiveram um erro relativo de quase 100%. Tais erros podem ter sido
ocasionados por razões mais simples, como por exemplo erros de medição, aproximações
feitas, desconsiderações a respeito do sistema, dentre outros motivos; além disso, durante a
execução do experimento, o sistema teve uma bolha de ar em seu interior, o que pode ter
ocasionado em erros de medição, em vazões mais altas houve grande oscilação nos valores
de pressão, para contornar essa variação foi feito uma média entre os valores aferidos. Por
fim, o fato de considerar-se a placa de orifício para o cálculo de ΔP também pode ter
ocasionado em problemas que causaram esse alto erro relativo.
4. CONCLUSÃO
FOUST, A. S. Princípios das Operações Unitárias. Tradução de Horácio Macedo. 2ª. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 1982.