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Cálculo Numérico

Aula 03 - 09/dez/2020

Wilson H. Hirota

Universidade Federal de São Paulo

wilson.hirota@unifesp.br
Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)
• O método de Newton-Raphson é um do métodos mais conhecidos e usados
para se determinar as raı́zes de equações não lineares, uma vez que combina
a rapidez de convergência com a simplicidade do processo iterativo

Existem diversas maneiras de deduzir o método de Newton-Raphson. Uma


W delas é através do método do ponto fixo1 - que será abordado mais
adiante, e através da expansão em série de Taylor. A dedução que
apresentaremos aqui está baseada na segunda abordagem.

O método de Newton combina duas idéias comuns nas aproximações numéricas:


a linearização e a iteração

1 O método de Newton-Raphson é um caso particular do método do ponto fixo com convergência local
quadrática
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Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

O método de Newton combina duas idéias comuns nas aproximações numéricas:


a linearização e a iteração

• Na linearização, procuramos substituir (em uma certa vizinhança) um


problema complicado por sua aproximação linear que, por via de regra, é
facilmente resolvida

• Um processo iterativo consiste na repetição sistemática de um


procedimento até que seja atingido uma precisão preestabelecida

No caso do método de Newton, a linearização consiste na substituição de


W um pequeno arco da curva y = f (x ) por uma reta tangente, traçada a
partir de um ponto x0 da curva (aproximação inicial da raiz)

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Seja x0 uma aproximação inicial da raiz,


como ilustra a figura ao lado. Aproximando
f (x ) a curva y = f (x ) por sua reta tangente tra-
çada no ponto (x0 , f (x0 )) obtemos a aproxi-
mação linear.
f (x0 ) Encontrando o ponto de intersecção desta
reta com o eixo x , encontraremos uma nova
aproximação para a raiz, o ponto x1 da fi-
gura.
O processo iterativo será obtido pela repeti-
ção do procedimento. A nova aproximação,
x2 x1 x0 x
representada na figura pelo ponto x2 , foi
calculada a partir da reta tangente à curva
y = f (x ) no ponto (x1 , f (x1 ))

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)

2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)


Demonstração:
Suponha que a função f admita desenvolvimento
em série de Taylor em torno do ponto x = xn ,
f (x ) então:

f 00 (xn )
f (x0 ) f (x ) = f (xn )+(x −xn )f 0 (xn )+(x −xn )2 +. . .
2!

Truncando a série de Taylor no termo de primeira


ordem e admitindo que estamos suficientemente
próximos da raiz α, tem-se

x2 x1 x0 x f 00 (ξ)
f (α) ≈ f (xn ) + (α − xn )f 0 (xn ) + (α − xn )2 =0
2!

com ξ ∈ [α, xn ]
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)

2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)


Demonstração:

f 00 (ξ)
f (x ) f (α) ≈ f (xn ) + (α − xn )f 0 (xn ) + (α − xn )2 =0
2!

f (x0 ) Disso resulta que:

f (xn )
α ≈ xn −
f 0 (xn )
que pode ser obviamente escrita na forma recursiva
expressando o lado direito dessa aproximação como
xn+1 , ou seja:
x2 x1 x0 x

f (xn )
xn+1 = xn − , n = 0, 1, 2 . . .
f 0 (xn )
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)

2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Algoritmo 1: Método de Newton


f (x ) 1 Dados: f , f 0 , x 0, max, tol
2 inı́cio
3 para k ← 1 até max faça
f (x0 ) 4 x ← x 0 − f (x 0)/f 0 (x 0)
5
6 se |(x − x 0)/x | < tol então
7 imprimir x e sair do laço
8 fim
9
10 x0 ← x
x2 x1 x0 x
11 fim
12 fim

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Observação: Solução obtida pelo método da bissecção (ver exemplo 21). Os


valores intermediários foram omitidos.

k ak bk xk f (ak ) f (bk ) f (xk ) tol

0 0.00000 1.00000 0.50000 −


... ... ... ... ... ... ... ...
7 0.64844 0.65625 0.65235 -0.01271 0.00945 -0.00163 0.00781

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)

2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Solução:
Equação de recorrência para o método de Newton:
f (xn )
z }| {
x 2 + ln(x )
xn+1 = xn − n
2xn + 1/xn
| {z }
f 0 (xn )

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Solução:
Sequência de soluções aproximadas:

x02 + ln(x0 ) 12 + ln(1)


x1 = x0 − =1− = 0.6666667
2 × x0 + 1/x0 2 × 1 + 1/1

x1 − x0 0.6666667 − 1
Erro: δr = =
0.6666667 = 0.5 > 

x
1

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Solução:
Sequência de soluções aproximadas:

x12 + ln(x1 ) 0.66666672 + ln(0.6666667)


x2 = x1 − = 0.6666667 − = 0.6529093
2 × x1 + 1/x1 2 × 0.6666667 + 1/0.6666667

x2 − x1 0.6529093 − 0.6666667
Erro: δr = = = 0.0210709 > 
x2
0.6529093

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Solução:
Sequência de soluções aproximadas:

x22 + ln(x2 ) 0.65290932 + ln(0.6529093)


x3 = x2 − = 0.6529093 − = 0.6529186
2 × x2 + 1/x2 2 × 0.6529093 + 1/0.6529093

x3 − x2 0.6529186 − 0.6529093
Erro: δr = = = 1.4 × 10−5 < 
x3
0.6529186

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 22:

Use o método de Newton para aproximar um zero de f (x ) = x 2 +ln(x ), com  = 0.01


e x0 = 1

Observe que o método de Newton con-

k xk δr
W verge mais rapidamente do que o mé-
todo da bissecção. Para atingir a tole-
0 1 − rância desejada, foi necessário fazer ape-
1 0.6666667 0.5 nas 3 iterações.
2 0.6529093 0.0210709 Para que isso possa ser colocado em um
3 0.6529186 4 × 10−5 contexto mais rigoroso, é conveniente
fazer uma análise mais detalhada da or-
dem de convergência.
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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)
2.1. Ordem de convergência

A ordem de convergência de um método iterativo mede a velocidade com


J que as iterações produzidas por esse método aproximam-se da solução
exata. Assim, quanto maior for a ordem de convergência melhor será o
método numérico pois mais rapidamente chegaremos à solução.

Ordem de convergência: definição

Seja {xk }∞ ∗
n=0 uma sequência que converge para x (a solução do problema) e
seja ek = xk − x̄ o erro na iteração k . Se

|ek +1 |
lim = c, p ≥ 1 e c > 0
k →∞ |ek |p
dizemos que a sequência converge com ordem p e com constante assintótica c
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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

2.1. Ordem de convergência


Ordem de convergência: definição

Seja {xk }∞
n=0 uma sequência que converge para x
∗ (a solução do

problema) e seja ek = xk − x̄ o erro na iteração k . Se

|ek +1 |
lim = c, p ≥ 1 e c > 0
k →∞|ek |p
dizemos que a sequência converge com ordem p e com constante
assintótica c

• A constante c afeta a velocidade de convergência, mas não é tão


importante como a ordem de convergência p
• Assim quanto maior for o valor de p, menor será o erro |ek +1 |. Para
p = 1, 2, 3, . . ., a convergência é dita linear, quadrática, cúbica,...,
respectivamente
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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)
2.1. Ordem de convergência
• No caso do método de Newton sabemos que a sequência {xk }∞
n=0 é
gerada pela processo iterativo

f (xk )
xk +1 = xk −
f 0 (xk )
• Subtraindo x ∗ de cada lado, temos:

f (xk ) f (xk )
xk +1 − x ∗ = xk − x ∗ − =⇒ ek +1 = ek − 0
f 0 (xk ) f (xk )
• Expandindo a função f em série de Taylor, em torno de xk , obtemos:

f 00 (ξk )
f (x ) = f (xk ) + f 0 (xk )(x − xk ) + (x − xk )2 , ξk ∈ [x , xn ]
2
• Fazendo x = x ∗ e lembrando que f (x ∗ ) = 0, temos:

f 00 (ξk ) ∗
0 = f (x ∗ ) = f (xk ) + f 0 (xk )(x ∗ − xk ) + (x − xk )2
2
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)

2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

2.1. Ordem de convergência

f 00 (ξk ) ∗
0 = f (x ∗ ) = f (xk ) + f 0 (xk )(x ∗ − xk ) + (x − xk )2
2
• Dividindo a relação acima por f 0 (x ) e fazendo ek = xk − x ∗ , temos:

−e
k
f (xk ) ∗ f 00 (ξk ) z ∗ }| { 2 f (xk ) f 00 (ξk ) 2
= − (x − xk ) − (x − xk ) =⇒ 0 = ek − 0 e
0
f (xk ) | {z } 2f (xk ) 0 f (xk ) 2f (xk ) k
−ek

f (xk )
• Como ek +1 = ek − , temos:
f 0 (xk )
ek +1
z
}| {
f (xk ) f 00 (ξk ) 2 f (xk ) f 00 (ξk ) 2
= ek − e =⇒ ek − 0 = e
f 0 (xk ) 2f 0 (xk ) k f (xk ) 2f 0 (xk ) k
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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)
2.1. Ordem de convergência
• Portanto:

ek +1 f 00 (ξk )
=
ek2 2f 0 (xk )
• Aplindo o módulo e calculando o limite quando k tende ao infinito,
temos:
00
f (ξk ) f 00 (x ∗ )

|ek +1 |
lim = lim =
2f 0 (x ∗ ) = c

k →∞ |ek |2 k →∞ 2f 0 (xk )

Portanto, o método de Newton tem convergência quadrática. Isso significa


J que a quantidade de dı́gitos significativos corretos, duplica à medida que
os elementos da sequência se aproximam de x ∗

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

2.1. Ordem de convergência

00
f (ξk ) f 00 (x ∗ )

|ek +1 |
lim = lim = =c
k →∞ |ek |2 k →∞ 2f 0 (xk )
2f 0 (x ∗ )

Pela expressão anterior, se identificarmos um majorante para a deri-


J vada segunda e um minorante para a derivada primeira em um
intervalo [a, b], podemos concluir que:

maxx ∈[a,b] |f 00 (x )|
|ek +1 | ≤ |ek |2
minx ∈[a,b] |f 0 (x )|

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

2.1. Ordem de convergência

• O teorema abaixo enumera um conjunto de condições que, uma vez


satisfeitas, e no caso da aproximação inicial x0 pertencer a um certo
intervalo, o método de Newton converge necessariamente para a raiz a
equação que se encontra nesse intervalo.

Condições necessárias para a convergência do método de Newton

Seja f uma função real definida no intervalo I = [a, b]. Se


1. f (a)f (b) < 0;
2. f 0 (x ) 6= 0 ∀x ∈ [a, b]
3. f 00 (x ) > 0 ou f 00 (x ) < 0 para x ∈ [a, b]
então, qualquer que seja a aproximação inicial x0 ∈ [a, b], o método de
Newton converge quadraticamente para a única raiz x ∗ de f em I .

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

ª • Aproximação com n algarismos significativos corretos:


k +1
x − x k

−n
x k +1 ≤ 0.5 × 10

• y = e x =⇒ y 0 = x 0 e x
f (xk )
• Método de Newton-Raphson: xk +1 = xk − , k = 0, 1, 2, . . .
f 0 (xk )
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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Condição de parada:
k +1
− x k

x −n
x k +1 ≤ 0.5 × 10
= 0.5 × 10−5 ∴ δr ≤ 0.5 × 10−5

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Equação de recorrência:

f (x )
z }| {
xk − e xk −2 xk 1 − e xk −2 − xk + e xk −2 e xk −2 (1 − xk )

xk +1 = xk − = =
1 − e xk −2 1 − e xk −2 1 − e xk −2
| {z }
f 0 (x )

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Sequência de soluções aproximadas (x0 = 0.9):


e x0 −2 (1 − x0 ) e −1.1 (1 − 0.9)
x1 = −2
= = 0.049896
1−e 0 x 1 − e −1.1

x1 − x0 0.049896 − 0.900000
Erro: δr = = = 17.037494 > 0.5 × 10−5
x1 0.049896

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Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Sequência de soluções aproximadas (x0 = 0.9):


e x1 −2 (1 − x1 ) e 0.049896−2 (1 − 0.049896)
x2 = x −2
= = 0.157578
1−e 1 1 − e 0.049896−2

x2 − x1 0.157578 − 0.049896
Erro: δr = = = 0.683356 > 0.5 × 10−5
x2 0.157578

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Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Sequência de soluções aproximadas (x0 = 0.9):


e x2 −2 (1 − x2 ) e 0.157578−2 (1 − 0.157578)
x3 = x −2
= = 0.158594
1−e 2 1 − e 0.157578−2

x3 − x2 0.158594 − 0.157578
Erro: δr = = = 0.006408 > 0.5 × 10−5
x3 0.158594

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Exemplo 23:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), com 5


algarismos significativos corretos. Usar o método de Newton-Raphson.

Solução:

Sequência de soluções aproximadas (x0 = 0.9):


e x3 −2 (1 − x3 ) e 0.158594−2 (1 − 0.158594)
x4 = = = 0.158594
1 − e x3 −2 1 − e 0.158594−2

x4 − x3 0.158594 − 0.158594
Erro: δr = = = 0.000001 < 0.5 × 10−5
x4 0.158594

Portanto, a raiz com 5 casas decimais corretas é 0.15859


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Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

ª • y = u n =⇒ y 0 = nu n−1 u 0

• y = cos(x ) =⇒ y 0 = −u 0 sen(u)

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Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

Solução:

Equação de recorrência:
f (x )
z }|k {
cos(xk ) − xk2 cos(xk ) − xk2
xk +1 = xk − = xk +
−sen(xk ) − 2xk sen(xk ) + 2xk
| {z }
f 0 (xk )

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Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

Solução:

Sequência de aproximações:
cos(x0 ) − x02 cos(1.000000) − 1.0000002
x1 = x0 + = 1.000000 + = 0.838218
sen(x0 ) + 2x0 sen(1.000000) + 2 × 1.000000

x1 − x0 0.838218 − 1.000000
Erro: δr = = = 0.193006 > 10−4
x1
0.838218

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Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

Solução:

Sequência de aproximações:
cos(x1 ) − x12 cos(0.838218) − 0.8382182
x2 = x1 + = 0.838218 + = 0.824242
sen(x1 ) + 2x1 sen(0.838218) + 2 × 0.838218

x2 − x1 0.824242 − 0.838218
Erro: δr = = = 0.016957 > 10−4
x2
0.824242

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

Solução:

Sequência de aproximações:
cos(x2 ) − x22 cos(0.824242) − 0.8242422
x3 = x2 + = 0.824242 + = 0.824132
sen(x2 ) + 2x2 sen(0.824242) + 2 × 0.824242

x3 − x2 0.824132 − 0.824242
Erro: δr = = = 0.000133 > 10−4
x3
0.824132

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)

Exemplo 24:

Calcular a raiz positiva da função f (x ) = cos(x ) − x 2 , com precisão 10−4 . Usar o


método de Newton-Raphson e x0 = 1.

Solução:

Sequência de aproximações:
cos(x3 ) − x32 cos(0.824132) − 0.8241322
x4 = x3 + = 0.824132 + = 0.824132
sen(x3 ) + 2x3 sen(0.824132) + 2 × 0.824132

x4 − x3 0.824132 − 0.824132
Erro: δr = = = 0.000000 < 10−4
x4
0.824132

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2. Método Newton-Raphson (ou Método das tangentes)
• Embora o método de Newton seja em geral muito eficiente e facilmente
generalizado para o caso de sistema de equações não lineares, esta técnica
ainda apresenta algumas desvantagens:

J • Dependendo das caracterı́sticas da função, há o risco de loop infinito


(casos raros)
• Problemas de convergência podem ocorrer quando a primeira derivada
f 0 (x ) é próximo de zero na vizinhança da solução
• Requer o conhecimento da forma analı́tica da primeira derivada. Em
alguns casos, isto pode ser muito complicado. Para contornar esse
problema, normalmente a derivada é substituı́da pelo quociente das
diferenças, ou seja:

f (xk ) − f (xk −1 )
f 0 (xk ) ≈
xk − xk −1

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Esta técnica é chamada de método das secantes
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
3. Método das secantes
• O método das secantes é uma variação do método de Newton no qual a
forma analı́tica da primeira derivada é substituı́da por um quociente de
diferenças
y

C
f (x0 ) No método das secantes, toma-
mos a reta que passa pelos pon-
tos (x0 , f (x 0)) e (x1 , f (x1 )) como
uma aproximação linear da curva
y = f (x ), como indica a figura ao
D
f (x1 ) lado.

x∗ E B
x
A x1 x0

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
3. Método das secantes
• O método das secantes é uma variação do método de Newton no qual a
forma analı́tica da primeira derivada é substituı́da por um quociente de
diferenças
y
Demonstração:
Para estabelecer a função de iteração do
método das secantes, usamos a semelhança
de triângulos aplicada no ∆ABC e no
C
f (x0 ) ∆AED:

f (x0 ) f (x1 )
=
x0 − x2 x1 − x2
D onde x2 é ponto denotado por A na figura.
f (x1 ) Explicitando o valor da incógnita x2 ,
temos:
x∗ E B
x x0 f (x1 ) − x1 f (x0 )
A x1 x0 x2 =
f (x1 ) − f (x0 )
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3. Método das secantes
• O método das secantes é uma variação do método de Newton no qual a
forma analı́tica da primeira derivada é substituı́da por um quociente de
diferenças
y Demonstração:
Generalizando, no método das secantes
usamos duas aproximações, xk −1 e xk ,
para calcular uma nova aproximação xk +1 ,
C através da fórmula
f (x0 )

xk −1 f (xk ) − xk f (xk −1 )
xk +1 =
D f (xk ) − f (xk −1 )
f (x1 )
ou seja, este método requer duas
x∗ E B aproximações iniciais, sendo, portanto, um
x
A x1 x0 método iterativo de passo dois.

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Algoritmo 2: Método das Secantes


1 Dados: x0 , x1 , f (x ), max, tol
2 inı́cio
3 para k ← 1 até max faça
4 x ← x 0 − (x 0 ∗ f (x 1) − x 1 ∗ f (x 0))/(f (x 1) − f (x 0))
5
6 se |(x − x 1)/x | < tol então
7 imprimir x e sair do laço
8 fim
9
10 x0 ← x1
11 x1 ← x
12 fim
13 fim

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3. Método das secantes

Exemplo 25:

Calcular a raiz da equação x 3 − 2x 2 + 2x − 5 = 0, pertencente ao intervalo (2,2.5),


por meio do método da secante.

ª • Método das Secantes: xk +1 =


xk −1 f (xk ) − xk f (xk −1 )
f (xk ) − f (xk −1 )
• Em métodos numéricos, um outro critério de parada muitas vezes
utilizado é o critério do valor da função f (x ). Se este valor for
próximo de zero (ou for inferior a uma precisão), então as iterações
podem ser interrompidas.

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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
3. Método das secantes

Exemplo 25:

Calcular a raiz da equação x 3 − 2x 2 + 2x − 5 = 0, pertencente ao intervalo (2,2.5),


por meio do método da secante.

Solução:
Aproximações iniciais: x0 = 2 e x1 = 2.5
f (x0 ) = 23 − 2 × 22 + 2 × 2 − 5 = −1.000000
f (x1 ) = 2.53 − 2 × 2.52 + 2 × 2.5 − 5 = 3.125000
x0 f (x1 ) − x1 f (x0 ) 2 × 3.125000 − 2.5 × (−1.000000)
x2 = = = 2.121212
f (x1 ) − f (x0 ) 3.125000 + 1.000000

f (x2 ) = 2.1212123 − 2 × 2.1212122 + 2 × 2.121212 − 5 = −0.212177


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3. Método das secantes

Exemplo 25:

Calcular a raiz da equação x 3 − 2x 2 + 2x − 5 = 0, pertencente ao intervalo (2,2.5),


por meio do método da secante.

Solução:
x1 f (x2 ) − x2 f (x1 ) 2.5 × (−0.212177) − 2.121212 × 3.125000
x3 = = = 2.145295
f (x2 ) − f (x1 ) −0.212177 − 3.125000

f (x3 ) = 2.1452953 − 2 × 2.1452952 + 2 × 2.145295 − 5 = −0.040718


x2 f (x3 ) − x3 f (x2 ) 2.121212 × (−0.040718) − 2.145295 × (−0.212177)
x4 = = = 2.151015
f (x3 ) − f (x2 ) −0.040718 + 0.212177

f (x4 ) = 2.1510153 − 2 × 2.1510152 + 2 × 2.151015 − 5 = 0.000753


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3. Método das secantes

Exemplo 25:

Calcular a raiz da equação x 3 − 2x 2 + 2x − 5 = 0, pertencente ao intervalo (2,2.5),


por meio do método da secante.

Solução:
x3 f (x4 ) − x4 f (x3 ) 2.145295 × 0.000753 − 2.151015 × (−0.040718)
x5 = = = 2.150911
f (x4 ) − f (x3 ) 0.000753 + −0.040718

f (x5 ) = 2.1509112 − 2 × 2.1509112 + 2 × 2.150911 − 5 = −0.000003


Portanto, a raiz com 5 casas decimais corretas é 2.15091.

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3. Método das secantes

Exemplo 26:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), por meio do


método da secante.

Observação: Solução obtida pelo método de Newton (ver exemplo 23).

k xk δk
0 0.900000 −
1 0.049896 17.037494
2 0.157578 0.683356
3 0.158594 0.006408
4 0.158594 0.000001

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3. Método das secantes

Exemplo 26:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), por meio do


método da secante.

Solução:
Aproximações iniciais: x0 = 0 e x1 = 1
f (x0 ) = 0 − e 0−2 = −0.135335
f (x1 ) = 1 − e 1−2 = 0.632121
x0 f (x1 ) − x1 f (x0 ) 0 × 0.632121 − 1 × (−0.135335)
x2 = = = 0.176343
f (x1 ) − f (x0 ) 0.632121 + 0.135335

f (x2 ) = 0.176343 − e 0.176343−2 = 0.014908


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3. Método das secantes

Exemplo 26:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), por meio do


método da secante.

Solução:
x1 f (x2 ) − x2 f (x1 ) 1 × 0.014908 − 0.176343 × 0.632121
x3 = = = 0.156448
f (x2 ) − f (x1 ) 0.014908 − 0.632121

f (x3 ) = 0.156448 − e 0.156448−2 = −0.001807


x2 f (x3 ) − x3 f (x2 ) 0.176343 × (−0.001807) − 0.156448 × 0.014908
x4 = = = 0.158598
f (x3 ) − f (x2 ) −0.001807 − 0.014908

f (x4 ) = 0.158598 − e 0.158598−2 = 0.000003


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3. Método das secantes

Exemplo 26:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), por meio do


método da secante.

Observe que foram necessárias poucas iterações para atingir a tolerância


J desejada.
Visto que o método das secantes é uma aproximação para o método de
Newton, a velocidade e as condições de convergência do método são pra-
ticamente as mesmas.

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3. Método das secantes

Exemplo 26:

Calcular a raiz da equação x − e x −2 = 0, localizada no intervalo (0, 1), por meio do


método da secante.

Usando os mesmos argumentos que levaram à determinação da fórmula


J de erro para o método de Newton, é possı́vel demonstrar que a ordem de
convergência do método das secantes é dada pela seguinte relação:
00 ∗
f (x )
|ek +1 | = 0 ∗ |ek ||ek −1 |
2f (x )
ou seja, a ordem de convergência do método das secantes não é
quadrática, mas também não é linear.
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