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Aula 02 - 02/dez/2020
Wilson H. Hirota
wilson.hirota@unifesp.br
Zeros de Funções Reais
• Introdução/Motivação
◦ Em muitos problemas de Engenharia há a necessidade de se determinar um x ∗
para o qual uma função f (x ) seja zero, ou seja:
f (x ∗ ) = 0
onde f : R → R é uma função não linear em x .
Exemplos
...
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Zeros de Funções Reais
• Introdução/Motivação
◦ Os exemplos anteriores são exemplos da Engenharia Quı́mica e mostram a
importância do problema de determinar as raı́zes reais de equações não lineares
◦ Para alguns casos particulares, a determinação das raı́zes de um equação não
linear pode ser considerada trivial, uma vez que, nesses casos, podemos reduzir
algebricamente a equação a um problema de resolução elementar
x 3 + px 2 + qx + r = 0
podem ser obtidas efetuando-se uma mudança de variável do tipo
x = z − p3 para eliminar o termo quadrático (Método de
Cardamo-Tartaglia). Aplicando a mundaça de variável, obtemos a equação
z 3 + az + b = 0
1 1
onde a = 3
(3q − p2) e b = 27
(2p 3 − 9pq + 27r )
1 A solução desse problema foi obtida por Niccolò Fontana, conhecido por Tartaglia, e posteriormente
publicado por Girolamo Cardamo, sem a autorização de Tartaglia. Para maiores detalhes consultar:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Equaç˜ao cúbica>
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Zeros de Funções Reais
• Introdução/Motivação
◦ No entanto, em raros casos é possı́vel obter a solução analı́tica de uma equação
não linear
• Por exemplo, quando temos uma equação polinomial de alto grau2 , ou uma
função mais complicada, é praticamente impossı́vel localizar os zeros
exatamente. Neste caso, é necessário utilizar um método numérico para
obter uma solução aproximada do problema
2 Em 1978, o matemático italiano Paolo Ruffini demonstrou que é possı́vel resolver um polinômio de 5o
grau. Posteriormente, em 1824, o matemático norueguês Neils Henrik Abel provou que não existem
fórmulas para computar as raı́zes de polinômios de grau maior que 5.
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Zeros de Funções Reais
• Conceitos iniciais
• Estimativa inicial
• Convergência
• Critério de parada
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Zeros de Funções Reais
• Conceitos iniciais
• Estimativa inicial
• Convergência
• Critério de parada
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Zeros de Funções Reais
• Conceitos iniciais
• Estimativa inicial
• Convergência
• Critério de parada
Convergência:
Um sequência {xn }n∈N converge para x ∗ (a solução do problema) se
lim xn = x ∗ . Caso contrário, diz-se que a sequência é divergente.
n→∞
• Estimativa inicial
• Convergência
• Critério de parada
Critério de parada:
Critério que depende do problema e da precisão desejada da solução. Os critérios de
parada mais frequentes são:
1. Erro absoluto: x k − x k −1 ≤
x − x k −1
k
2. Erro relativo: ≤
xk
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Zeros de Funções Reais
• Conceitos iniciais
• Estimativa inicial
• Convergência
• Critério de parada
Critério de parada:
Critério que depende do problema e da precisão desejada da solução. Os critérios de
parada mais frequentes são:
3. Valor da função: f (x k ) ≤ 1 onde 1 <<
Teorema de Bolzano
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua. Se f (a) · f (b) < 0, então existe pelo
menos um ponto x ∗ ∈ [a, b] tal que f (x ∗ ) = 0
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
Teorema de Bolzano
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua. Se f (a) · f (b) < 0, então existe
pelo menos um ponto x ∗ ∈ [a, b] tal que f (x ∗ ) = 0
y ◦ Em outras palavras:
• O teorema, satisfeitas suas condições,
f (a)
garante a existência de pelo menos uma raiz,
mas pode ser que o intervalo contenha mais
x∗ b de uma raiz
x
a
• O teorema não fornece nenhum método para
achar os zeros de f
f (b)
• O intervalo [a, b] deve ser escolhido de tal
forma que satisfaça f (a) · f (b) < 0
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
◦ Exemplo 18: Mostre que cos(x) = x tem solução no intervalo [0, π/2].
Solução:
Observe que a equação é equivalente a cos(x ) − x = 0, ou seja:
f (x ) = cos(x ) − x
Para saber se a função f (x ) tem solução no intervalor [0, π/2], devemos
verificar as hipóteses do teorema de Bolzano. Do Cálculo 1, resulta que f (x ) é
contı́nua no intervalo [0, π/2]. Como f (0) = cos(0) − 0 = 1 e
f (π/2) = cos(π/2) − π/2 = −π/2 < 0, então, pelo teorema de Bolzano,
concluı́mos que cos(x) = x tem pelo menos uma solução no intervalo [0, π/2].
Continuidade
ª Em matemática, a noção de continuidade é a mesma que utilizamos no dia
a dia, ou seja, quando não há interrupções. Formalmente, uma função é
dita contı́nua se:
• ∃ lim f (x )
x →a
• lim f (x ) = f (a)
x →a
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• Isolamento de raı́zes (Fase I)
◦ Exemplo 19: Seja f : R → R. Determinar as raı́zes de
2
f (x ) = (x + 1)2 e (x −2) −1
g(x ) = h(x ) ⇔ f (x ) = 0
Solução:
Rearranjando a equação, temos:
2
−2) 1 2
(x + 1)2 e (x − 1 = 0 =⇒ (x + 1)2 = 2 −2) =⇒ (x + 1)2 = e (2−x )
e (x
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• Isolamento de raı́zes (Fase I)
2
◦ Exemplo 19: Determinar as raı́zes de f (x ) = (x + 1)2 e (x −2) −1
Solução:
2
Fazendo y1 = (x + 1)2 , y2 = e (2−x ) e colocando as duas curvas no mesmo
gráfico, obtemos a figura abaixo.
−2 x ∗ −1 0 x2∗ 1 2
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
2
◦ Exemplo 19: Determinar as raı́zes de f (x ) = (x + 1)2 e (x −2) −1
Solução:
x −2 −1 0 1 2
−2 x1∗ −1 0 x2∗ 1 2 f (x ) 6.4 −1.0 −0.9 0.5 65.5
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• Isolamento de raı́zes (Fase I)
2
◦ Exemplo 19: Determinar as raı́zes de f (x ) = (x + 1)2 e (x −2) −1
Solução:
x −2 −1 0 1 2
f (x ) 6.4 −1.0 −0.9 0.5 65.5
• Portanto, a função possui zeros nos intervalos [−2, −1] e [0, 1] (Note que o
mesmo resultado foi obtido graficamente)
• É importante ressaltar que o tabelamento é uma estratégia complementar à
análise gráfica, pois, somente com o tabelamento, não é possı́vel determinar
se existe outras raı́zes no intervalo ou ainda em que intervalo devemos
tabelar a função
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
◦ Dizer que f 0 preserva o sinal no intervalo (a, b) é o mesmo que afirmar que:
• f 0 (x ) > 0, ∀x ∈ (a, b), ou seja, a função é estritamente crescente em (a, b),
ou
• f 0 (x ) < 0, ∀x ∈ (a, b), ou seja, a função é estritamente decrescente em (a, b)
e x − x 2 − 2x = 0.5
e obter para cada uma delas um intervalo que contenha apenas essa raiz.
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
◦ Exemplo 20: Determinar o número de raı́zes reais da equação
e x − x 2 − 2x = 0.5 e obter para cada uma delas um intervalo que contenha
apenas essa raiz.
Solução:
Esse problema é equivalente a determinar os zeros da função
f (x ) = e x − x 2 − 2x − 0.5. A função é evidentemente contı́nua em R, assim
como todas as suas derivadas de qualquer ordem
y
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Zeros de Funções Reais
• Isolamento de raı́zes (Fase I)
◦ Exemplo 20: Determinar o número de raı́zes reais da equação
e x − x 2 − 2x = 0.5 e obter para cada uma delas um intervalo que contenha
apenas essa raiz.
Solução:
x −3 −2 −1 0 1 2 3
f (x ) −3.45 −0.365 0.868 0.5 −0.782 −1.11 4.59
f 0 (x ) 4.05 2.14 0.368 −1 −1.28 1.39 12.1
Após isolar a raiz em um intervalo [a, b], o passo seguinte é refinar a solução
do problema (i.e. a aproximação da raiz).
O refinamento consiste em gerar uma sequência {xk } que converge para a raiz
procurada, isto é, xk → x ∗ quando k → ∞. A forma como se efetua o
refinamento é o que diferencia os diversos métodos numérico
Os termos da sequência são calculados até que a aproximação tenha atingido
uma precisão pré-fixada.
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Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
Após isolar a raiz em um intervalo [a, b], o passo seguinte é refinar a solução
do problema (i.e. a aproximação da raiz).
O refinamento consiste em gerar uma sequência {xk } que converge para a raiz
procurada, isto é, xk → x ∗ quando k → ∞. A forma como se efetua o
refinamento é o que diferencia os diversos métodos numérico
Os termos da sequência são calculados até que a aproximação tenha atingido
uma precisão pré-fixada.
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Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
Funcionamento:
• Notas adicionais:
De fato, uma vez que a amplitude de cada novo intervalo é igual à metade da
amplitude do intervalo anterior, ao fim de n iterações, a raiz estará contida no
intervalo [an , bn ] de amplitude:
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Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
b0 − a0 b0 − a0
< =⇒ 2n > =⇒ n log(2) > log(b0 − a0 ) − log()
2n
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
log(b0 − a0 ) − log()
nmin >
log(2)
log(4 − 1) − log(10−7 )
n> ≈ 25
log(2)
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
• Exemplo 21: Use o método da bissecção para aproximar um zero de
f (x ) = x 2 + ln(x ), com = 0.01
Solução:
Isolamento de raı́zes: Fazendo f1 (x ) = x 2 e f2 (x ) = − ln(x ), temos:
y
f1 (x )
Na figura ao lado, observa-se que as
duas curvas se interceptam apenas
uma vez. Portanto, a equação tem
apenas uma raiz no intervalo [0, 1]
1 Podemos observar também que, de-
x vido ao comportamento de f1 e f2 ,
0 1 que estas funções não vão se inter-
f2 (x )
ceptar novamente em nenhum ou-
tro ponto
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Zeros de Funções Reais
• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
• Exemplo 21: Use o método da bissecção para aproximar um zero de
f (x ) = x 2 + ln(x ), com = 0.01
Solução:
Isolamento de raı́zes: Fazendo f1 (x ) = x 2 e f2 (x ) = − ln(x ), temos:
y
f1 (x )
Portanto, o número mı́nimo de ite-
rações para garantir uma aproxi-
mação da raiz com precisão =
0.01 será:
1
x log(1 − 0) − log(0.01)
0 1 n> = 6.6438
f2 (x ) log(2)
ou seja, 7 iterações
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• Métodos iterativos (Fase II: Refinamento)
1. Método da bissecção (ou dicotomia)
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