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XXIII Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica – 08 a 12/08/2016 –

Teresina – PI

PLACA DE ORIFICIO - MEDIDOR DE VAZÂO POR DIFERENÇA DE


PRESSÂO

Nome dos autores: Israel Conceição Rocha


Instituição: Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Endereço Completo da Instituição: Cidade Universitária Paulo VI, S/N - Tirirical, São Luís - MA
natanaelpinho.97@gmail.com

RESUMO: No contexto dos constantes desenvolvimentos nas mais diversas e variadas áreas, percebemos a
necessidade da evolução conjunta a esses desenvolvimentos, de uma importante vertente relacionada com Mecânica dos
fluidos, a saber; os medidores de vazão. Acessórios primordiais nos sistemas de escoamento, sejam eles simples ou
complexos. Então, com o propósito de otimizar o processo de medição desses elementos, tornando-os mais eficazes,
realizou-se pesquisas referentes a pontos importantes a serem considerados dos mesmos, com o intuito de identificar
possíveis empecilhos para o desenvolvimento máximo da função desse tipo de medidor de vazão. Não existem motivos
suficientes para o fim das pesquisas que, visam o melhoramento, desse dispositivo. Os sistemas de escoamentos
diversos, ainda podem ser modificados para se alterar, positivamente, sua eficiência. Pesquisas aprofundadas, sem
duvidas, trarão grandes avanços, onde os mesmos beneficiarão muitos setores, não especificamente a Mecânica dos
fluidos.

Palavras-Chave: Medidor, fluidos, placa

ABSTRACT: In the context of constant developments in the most diverse and varied areas, we realized the need for
joint development to these developments, an important aspect related to fluid mechanics, namely; the flowmeters.
primary accessories in flow systems, whether simple or complex. So, in order to optimize the measurement process
these elements, making them more effective if carried out research related to important points to be considered the
same, in order to identify possible obstacles to the full development of the function of such flowmeter. There are enough
reasons for the end of that research, aimed at the improvement of that device. The flows of various systems can be
further modified to alter positively efficiency. Depth research, no doubt, will bring great advances, where they will
benefit many sectors, not specifically to Fluid Mechanics.

Keywords:Meter, fluids, plate

INTRODUÇÃO

Atualmente os medidores de fluidos (líquidos, gases e vapores) são cruciais num processo, pois são usados para
determinar as quantidades de produtos vendidos, comprados e transferidos entre fabricantes, transportadores e
consumidores finais. Há vários tipos de medidores,como: medidores de área variável, eletromagnéticos,
magnéticos,ultrassônicos e medidores de vazão por pressão diferencial, dos quais discorreremos. Cada um dos
medidores apresentados tem suas particularidades, o que os habilita para uma ou outra aplicação. Os elementos
geradores de pressão diferencial constituem-se em restrições para o fluxo quando montados em tubos, uma vez medido
este diferencial, conseguimos indicar, totalizar, programar e controlar esta vazão.

METODOLOGIA

Durante os estudos foram usados diversos artigos, livros, sites, juntamente com auxilio de um professor, pra agrupar o
conhecimento aqui descrito. Por meio de cálculos foi possível chegar a algumas conclusões, que ainda vão ser
mostradas.

Formulação

As equações a serem utilizadas serão,equação de Bernoulli e da continuidade:


𝑃1 𝑉12 𝑃2 𝑉22
+ + 𝑔𝑧 = + + 𝑔𝑧 (1)
𝜌 2 1 𝜌 2 2

Z1 = Z2
𝜕
⃗ 𝑑𝐴 = 0 (2)
∫ 𝜌𝑑∀ + ∫ 𝜌𝑉
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐

As considerações a serem feitas são:

1- Fluido incompressível
2- Volume de controle não deformável,de forma e tamanhos fixos
3- Velocidade uniforme nas seções a serem analisadas
4- Linhas de corrente retilíneas(sem elevação).
5- Escoamento invíscido
6- Escoamento permanente

Usando as considerações feitas, isolamos a diferença de pressões da equação de Bernoulli, obtemos:


𝝆 𝝆𝑽𝟐 𝑽
𝑷−𝑷 = (𝑽 𝟐 − 𝑽 𝟐) = [𝟏𝟐 − ( 𝟏 )] 𝟐

𝟏 𝟐 𝟏 𝟐 𝑽𝟐𝟐
(3)
𝟐 𝟐

Com as considerações a equação da continuidade se torna

𝑽 𝟏𝑨𝟏 = 𝑽 𝟐𝑨𝟐 (4)

Sendo que
𝑽 𝟏𝟐 𝑨𝟐𝟐
( )=( ) (5)
𝑽𝟐 𝟐 𝑨𝟏𝟐

Substituindo a Eq. (5) na Eq. (3) achamos:


𝝆𝑽𝟐 𝑨
𝑷−𝑷= [𝟏𝟐− ( 𝟐 )] 𝟐
(6)
𝟏 𝟐 𝟐 𝑨𝟏 𝟐

Agora, isolamos 𝑉2

𝑽= 𝟐(𝑷𝟏−𝑷𝟐) (7)
𝟐 √ 𝑨 𝟐
𝝆[𝟏−( ⁄𝟐𝑨 ) ]
𝟏

Se a vazão em massa teórica

𝑚̇ 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝜌𝑉2𝐴2 (8)


Se a Eq. (8) for relacionada com a Eq. (7),encontramos:

𝑚̇ = 𝜌𝐴 𝟐(𝑷𝟏−𝑷𝟐) (9)
𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 2√ 𝑨 𝟐
𝝆[𝟏−( 𝟐⁄𝑨 ) ]
𝟏

ou

𝐴2
𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = √2𝜌(𝑷 𝟏 − 𝑷𝟐 ) (10)
𝑨𝟐 𝟐
√1−( ⁄)
𝑨𝟏

A Eq. (10) mostra que a vazão é diretamente proporcional à raiz quadrada da queda de pressão. Entretanto, alguns
fatores influenciam no cálculo de vazão em massa real na Eq. (18). Por isso, ajustamos a Eq. (10) para o número de
𝐷𝑡
Reynolds e para a vazão de diâmetros ⁄𝐷 (𝐷𝑡= diâmetro da vena contracta e 𝐷1= diâmetro da constrição) com o
1
fim de obtermos vazão real, para isso, usamos um coeficiente de descarga(C). Obtemos

𝐶𝐴𝑡
𝑚̇𝑟𝑒𝑎𝑙 = √2𝜌(𝑷 𝟏 − 𝑷𝟐 ) (11)
𝟐
√ 1−(𝑨⁄𝒕 )
𝑨𝟏

Fazendo

𝐷𝑡
𝛽= ⁄𝐷 (12)
1

ou

4
𝐷𝑡
𝛽4 =( ⁄𝐷 ) (13)
1
Chegamos em
𝐶𝐴𝑡
𝒎 = √2𝜌(𝑷 −𝑷 ) (14)
𝒓𝒆𝒂𝒍 √1−𝜷𝟒 𝟏 𝟐

1
⁄√1 − 𝛽4 (15)

Sendo que a Eq. (15) é fator de velocidade de aproximação . Ao relacionarmos o coefiente de descarga (C) com o fator
de velocidade obtemos o coeficiente de vazão (K):
𝐶
𝐾≡ (16)
√1−𝛽4

Finalmente encontamos a equação para o cálculo da vazão real

𝑚̇ 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝐾𝐴𝑡√2𝜌(𝑷𝟏 − 𝑷𝟐) (17)

Para escoamento turbulento o coeficiente de descarga pode ser expresso pela seginte equação

𝑏
𝐶 = 𝐶∞ + (18)
𝑅𝑒𝑛𝐷1

E o coeficiente de vazão correspondente é


1 𝑏
𝐾=𝐾 + (19)
∞ √1−𝛽4 𝑅𝑒 𝑛𝐷 1

O subscrito ∞ denota número de Reynolds infinito.

FUNCIONAMENTO
Figura 1. Placa de orificio

A placa de orifício induzirá, por meio de redução na área do escoamento, um aumento de velocidade e uma
diminuição na pressão. E é por meio dessa diferença de pressão ∆𝒑 (antes e depois de passar pela placa) que
calcularemos a vazão.À medida que o fluido se aproxima da placa há um ligeiro aumento na pressão, depois há uma
súbita queda após a passagem pelo orifício. A pressão continua a cair até atingir um ponto de pressão mínima chamado
“vena contracta”. É quando a pressão começa a subir novamente até atingir a pressão máxima após a placa. Essa
pressão será sempre menor que a pressão antes da placa. A diferença entre elas é chamada de “perda de carga”, ou seja,
energia perdida devido à restrição imposta pela placa. Ao passar pelo orifício e encontrar novamente uma área de seção
transversal maior na tubulação, sua velocidade tende a diminuir, à medida que a pressão tende a retornar ao valor
inicial, que não é atingido devido às perdas por atrito e turbulência no escoamento. Uma tomada de impulso realiza a
leitura de pressão a montante (antes) e a jusante (depois) da placa. Para a colocação de uma placa de orifício em um
duto, é necessário que haja um comprimento de tubo reto, a montante do dispositivo, de cerca de 10 a 30 diâmetros para
garantir que o escoamento esteja completamente desenvolvido ao chegar na placa.

Fabricação e material

Para aplicações comuns usamos o inox 316 (ou 304), nas normas AISI ou ASTM; aplicações severas de corrosão
ou compatibilidade com o fluído podem exigir materiais mais nobres como o Titânio, Monel, Tântalo, Hastelloy, Níquel
ou Teflon. Para exigências de abrasão poderemos usar materiais de dureza elevada. Aplicações em vapor com
temperaturas superiores a 400ºC exigem o uso do AISI 310. A conexão entre os flanges e a placa pode ser soldada ou
rosqueada, sempre com o cuidado de evitar ao máximo o atrito e/ou a rugosidade(que causariam maior perda de carga e
menor precisão de medição).

Vantagens

• O conjunto é fixado entre flanges, o que torna fácil sua instalação e manutenção.
• Custo relativamente baixo.
• Ausência de partes móveis.
• Aplicação para muitos tipos de fluido.
• Instrumentação externa.

Desvantagens

• Provoca considerável perda de carga no fluxo.


• Desgaste que pode ser crítico, caso o fluido seja muito abrasivo.
• Baixa rangeabilidade(razão entre a vazão máxima de trabalho e a mínima vazão que pode ser detectada).
• Faixa de medição restrita.

Classificação

Existem 3 tipos de placas de orifício

• Concêntrica: operam com fluídos limpos ou com partículas de tamanho reduzido e de baixa concentração;
possuem precisão elevada, ótima repetibilidade e durabilidade. Existem basicamente, 3 estilos de orifícios concêntricos:
Orifícios de canto vivo: apresentam, na face de entrada, uma aresta viva seguida de parte cilíndrica e um chanfro. A
face de entrada deve ser bem acabada e plana e o canto vivo não pode apresentar rebarbas, pancadas ou outras
irregularidades. Este estilo opera com fluído de baixa viscosidade e sem partículas em suspensão, que poderiam
acumular na face de entrada. É o tipo mais comum, sendo usado para ar, gases em geral, líquidos e vapor.
Orifícios 1/4 de círculo: apresentam, na entrada do orifício, um raio na forma de um quadrante; são adequados para
líquidos de viscosidade média para alta e somente devem ser usados quando os limites do número de Reynolds tenham
sido ultrapassados pelos orifícios de canto vivo; a execução do raio com alta precisão é difícil, requerendo
equipamentos e técnicas especiais na inspeção.
Orifícios de entrada cônica: a entrada do orifício possui um cone e, posteriormente, uma parte cilíndrica; são adequados
para líquidos de viscosidade elevada, com baixos valores do número de Reynolds.

• Excêntrica: utilizado quando se tem fluido com sólidos em suspensão, que possam ser acumulados na placa. Por
isso, esse orifício é posicionado na parte inferior do tubo.

• Segmental: a abertura dessa placa está disposta em forma de segmento de círculo. É destinada para fluidos com
alta porcentagem de sólidos em suspensão.

Aplicações

Os medidores de vazão por diferencial de pressão são utilizados em muitas aplicações industriais.

Geração de energia
Produção de óleo e refino
Tratamento e distribuição de água
Processamento e transmissão de gases
Indústria química e petroquímica

Considerações

A placa provoca uma redução da seção do fluxo e é montada entre dois anéis que contêm furos para tomada de
pressão. O conjunto é fixado entre flanges. A medição da diferença de pressão P=P 1-P3 pode ser feita por algo simples
como um manômetro “U”.

CONCLUSÃO

No diversos processos produzidos e reproduzidos pelas indústrias atuais, percebemos a importância do estudo das
placas de orifícios. Esses elementos são essenciais para se obter as informações que complementarão a finalização de
projetos. Por isso, há a necessidade de conhecermos as suas particularidades e como funcionam para estarmos
capacitados á utiliza-los nas suas variadas aplicações.

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos primeiramente de agradecer a Deus. Dedicamos esse artigo as nossas famílias por oferecer-nos
motivação e apoio. Agradecemos ao professor Dr. Iêdo Alves de Souza. Agradecemos a Universidade Estadual do
Maranhão por disponibilizar-nos materiais que se mostraram essenciais.

REFERÊNCIAS

FOX,ROBERT W. Introdução a mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: LTC,2011. 713 p.


ABNT/ NBR ISO 5167-1, Medidores de vazão de fluidos por meio de instrumentos de pressão - Parte 1: Placas de
orifício, bocais e tubos de Venturi instalados em seção transversal circular de condutos forçados.
http://www.mecatronicaatual.com.br/educacao/1379-medio-de-vazo-com-placa-de-orifcio
file:///C:/Users/ALBER_~1/AppData/Local/Temp/Rar$DIa0.246/DS_FL1001_pt_br_55871.pdf
http://www2.emersonprocess.com/pt-br/brands/rosemount/flow/dp-flow-products/compact-orifice-
flowmeters/pages/index.aspx
http://www.abeq.org.br/2013/BIM/229/errata_rebeq_henrique_brum_quimica_na_palma_da_mao.pdf
file:///C:/Users/ALBER_~1/AppData/Local/Temp/Rar$DIa0.086/placa_de_orificio_20091.pdf
http://www.dca.ufrn.br/~acari/Sistemas%20de%20Medida/SLIDES%20INSTRUMENTACAO%20VAZAO%20SOME
NTE%20DIMENSIONAMENTO%20DE%20PLACA.pdf
https://www.google.com.br/search?q=placa+orificio+calculo&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&v
ed=0ahUKEwj34OC9uLTNAhUHiZAKHT3zDpcQ_AUIBigB#imgrc=6DK6Z_P6YvXCWM%3A
http://fenomenos-guilherme.blogspot.com.br/2010/10/medidores-de-vazao-placa-de-orificio.html
www.dequi.eel.usp.br/~tagliaferro/Medidores%20de%20Vazao.doc

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Os autores Natanael pinho da Silva Alves e Caique Tomaz Maciel Costa são os únicos responsáveis pelo material
impresso contido neste artigo.

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