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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA


DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL I

Giovana Caroline Mulato Venancio

José Raimundo Carvalho Souza

Kauan Garcia Pereira Martins

CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR

São Luís
2023
CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR

Relatório apresentado para o sétimo experimento da


disciplina de Física Experimental I, do curso de
Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia
(BICT), da Universidade Federal do
Maranhão(UFMA).
Professor: Dr. Igo Torres Lima.

São Luís
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

3. OBJETIVOS 4

4. MATERIAIS E MÉTODOS 4

4.1. Materiais 4

4.2. Métodos 4

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4

7. CONCLUSÃO 4

8. QUESTÕES ESPECÍFICAS 4
1. INTRODUÇÃO

Inicialmente, tem-se que, o momento linear total do sistema formado por dois
corpos é conservado se a força total externa que age sobre eles é nula. [] Tomando
por princípio a definição citada acima é que consiste a prática do relatório em
questão. Dois corpos dispostos (duas esferas) onde um é posicionado em posição
de queda para entrar em choque com o outro e o movimento oblíquo projetado por
ambos, bem como suas respectivas quedas e distâncias serão calculados e
analisados para fins de experimentação.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao se analisarem os casos percebe-se que ao considerar a massa de todas as


esferas iguais a “m” e a velocidade da esfera inicial (a que soltamos) pouco antes da
colisão é “v”, temos que:

Equação 01

𝑃𝑖 = 𝑚 * 𝑣

Haverá uma colisão sempre com a conservação do momento linear, de forma


que a esfera final terá momento .

Equação 02

𝑃𝑓 = 𝑃𝑖 = 𝑚 * 𝑣

Como a velocidade é a mesma da esfera inicial, esta última conseguirá atingir


a mesma altura e portanto o movimento não se repetirá e será projetado como uma
queda de forma oblíqua onde em seguida a bolinha lançada primordialmente cairá
com velocidade menor devido ao choque anteriormente ocasionado entre as duas.
De forma definida, conforme se observa na prática, porque há forças dissipativas, de
forma que a energia mecânica do sistema (soma das energias cinética e potencial),
somente é aproximadamente conservada.

Sabendo da situação experimental é que consegue-se dispor as seguintes


fórmulas até a chegada de um resultado:

Equação 03 e 04
(𝑑𝑃1/𝑑𝑡) = 𝐹𝑟𝑒𝑠 + 𝐹1 + 𝐹𝑒𝑥𝑡 e (𝑑𝑃2/𝑑𝑡) = 𝐹𝑟𝑒𝑠 + 𝐹2 + 𝐹𝑒𝑥𝑡

Somando as duas obtêm-se:

Equação 05

𝑑/𝑑𝑡(𝑝1 + 𝑝2) = 𝐹1 + 𝐹2 + 𝐹𝑒𝑥𝑡(1) + 𝐹𝑒𝑥𝑡(2)

Sabendo que 𝐹1 + 𝐹2 = 0, encontramos:

Equação 06

𝑑/𝑑𝑡(𝑝1 + 𝑝2) = 𝐹𝑒𝑥𝑡(1) + 𝐹𝑒𝑥𝑡(2)

Substituindo 𝐹𝑒𝑥𝑡(1) + 𝐹𝑒𝑥𝑡(2) = 𝐹𝑒𝑥𝑡 teremos então:

Equação 07

𝑑/𝑑𝑡(𝑝1 + 𝑝2) = 𝐹𝑒𝑥𝑡

3. OBJETIVOS

O objetivo deste experimento é verificar o princípio de conservação do


momento linear na determinação de parâmetros como aceleração, e ângulo para
dois objetos antes e depois de se chocarem.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Materiais
● Plano Inclinado com ajuste angular;
● Duas esferas de massa idênticas;
● Papel carbono;
● Transferidor;
● Trena.

4.2. Métodos

A metodologia do experimento teve como base investigar os princípios da


conservação do momento linear, relacionando o deslocamento horizontal de duas
esferas em queda oblíqua diretamente com o momento linear horizontal delas, antes
e depois de se chocarem.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Foi montado um plano inclinado em que o final da rampa está a uma altura h
do solo, em seguida, foi escolhida uma posição fixa de altura y para que a esfera A
seja abandonada. Inicialmente, a esfera A foi lançada sozinha 5 vezes, para se
determinar o ponto médio onde é traçado o eixo x. Também, é marcado o ponto O,
que é paralelo ao ponto de choque entre as esferas e indica o início do eixo x.

A esfera A é abandonada do ponto fixo, a esfera B é posicionada no final da


rampa, onde se dá o ponto de colisão entre as duas esferas. Depois da colisão e
das duas esferas atingirem o solo, utilizando um papel carbono e um transferidor, foi
medido as distâncias das posições médias das duas esferas, dA, dB, e os ângulos
θA e θB.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segue abaixo a tabela contendo medidas obtidas com os cinco lançamentos:

Tabela 1: Dados experimentais coletados

dA (cm) θA dB (cm) θB

1 16,2 16° 26,8 25°

2 15,3 6° 25,1 30°

3 15,2 10° 26,9 20°

4 14,2 3° 27,4 16°

5 16,0 18° 27,0 20°

A altura y do plano inclinado à 15° obtida foi de 15,5 cm. A altura h obtida entre o
ponto de colisão das bolas e a superfície da mesa foi de 48,2 cm. A distância dOP
obtida entre a origem O e o ponto P (que foi o alcance da bola A ao ser lançada
sozinha), foi de 34 cm. Neste experimento o valor considerado da gravidade foi de
9,8 m/s2.Para encontrar a velocidade VAi,, isto é, a velocidade da bola A antes de
colidir com a bola B, foram utilizadas as equações para lançamento horizontal,
observando-se o eixo de queda da bola:

𝑉 = 𝑔𝑡

2
𝑉 = 2𝑔ℎ

2
(𝑔𝑡) = 2𝑔ℎ

(1)
ℎ= 𝑔𝑡 2
2

Onde V é a velocidade da bola A antes de colidir, g é a aceleração da gravidade, t é


o tempo até a bola atingir a superfície da mesa e h a altura entre o ponto de colisão
das bolas e a superfície da mesa. Realizando os cálculos obteve-se o tempo de

queda da bola, que foi de 0,31s; assim, utilizando da equação 𝑉 = 𝑑𝑂𝑃 , pôde-se
𝑡

encontrar a velocidade da bola A antes da colisão, que foi 1,08 m/s.

Utilizando do princípio de conservação do momento linear e sabendo que a massa


das bolas A e B eram iguais e a velocidade inicial da bola B era 0, encontrou-se as
seguintes relações:

𝑚𝑉𝐴 + 𝑚𝑉𝐵 = 𝑚𝑉𝐴 + 𝑚𝑉𝐵


𝑖 𝑖 𝑓 𝑓

𝑚(𝑉𝐴 + 𝑉𝐵 ) = 𝑚(𝑉𝐴 + 𝑉𝐵 )
𝑖 𝑖 𝑓 𝑓

𝑉𝐴 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵 (2)
𝑖 𝑓 𝑓

As velocidades finais das bolas em cada lançamento foram encontradas utilizando


as mesmas equações usadas para achar VAi , porém, considerando as distâncias dA
e dB da tabela 1. Como a trajetória das bolas após a colisão se distanciou do eixo x,
uma para cada lado, formando ângulos em relação ao mesmo, pudemos separar as
componentes x e y das velocidades finais, a fim de analisar separadamente o
momento linear em cada eixo, considerando uma vista superior podemos
representar da seguinte forma:
Figura 1 - Componentes das velocidades em vista superior.
Fonte: os autores.

Assim, para que o momento linear se conserve é necessário que as componentes


das velocidades finais na direção y sejam iguais e opostas, isto é, somadas resultam
em zero, visto que a velocidade inicial não apresenta componente y; enquanto a
soma das componentes x deve ser igual a velocidade inicial da bola A, como mostra
a equação (2).

Assim, segue abaixo a tabela contendo os resultados calculados para as


velocidades finais:

Tabela 2 - Componentes das velocidades e momentos lineares finais.

Lançamentos VAf VAxf VAyf VBf VBxf VByf M.L final X M.L final Y
(m/s) (m/s) (m/s) (m/s) (m/s) (m/s)

1 0,52 0,50 0,14 0,85 0,77 0,36 1,27 0,50

2 0,49 0,49 0,05 0,80 0,69 0,40 1,18 0,45

3 0,48 0,48 0,08 0,86 0,81 0,29 1,28 0,38

4 0,45 0,45 0,02 0,87 0,84 0,24 1,29 0,26

5 0,51 0,49 0,16 0,86 0,81 0,29 1,29 0,45

Vale ressaltar que o valor esperado para o momento linear final na direção x era
1,08, que é o mesmo valor da velocidade VAi (equação 2), enquanto o valor
esperado para o momento linear final na direção y era 0, visto que as velocidades
deveriam ser iguais e opostas. Para a direção x houve um erro relativo médio de
aproximadamente 17%, significando que o momento linear não foi totalmente
conservado; o motivo mais provável para esse erro pode ter sido causado por erros,
ou melhor, uma falta de precisão ao tomar as medidas, bem como as distâncias de
alcance. Ademais, notou-se uma relação de equilíbrio entre as medidas de distância
e os ângulos formados, demonstrando que de fato há uma conservação que garante
uma precisão nos resultados, apesar da falta de exatidão.

7. CONCLUSÃO

Verificou-se neste experimento o princípio de conservação do momento linear para


situações de colisão, bem como o estudo de lançamento lateral e queda livre. Notou-
se uma falta de exatidão representada por um erro relativo na quantidade de
momento linear conservada, o que foi causado pela baixa precisão das medidas,
fator que é intrínseco às práticas experimentais, podendo ser minimizados ou
maximizados a partir de alguns fatores. Entretanto uma proporcionalidade entre os
resultados foi percebida, garantido para o processo experimental uma alta precisão,
ainda que que seja baixa a exatidão dos resultados.
REFERÊNCIAS

[1] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física, volume


1: Mecânica. 10a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.612p.

[2] O momento linear e sua conservação. propg ufabc. 2021. Disponível em:
https://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/leis-de-conservacao/o-momento-linear-e-a-
s ua- conservacao/ Acesso em: 26 de junho de 2023.

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