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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Exatas


FIS151 - Física Experimental Básica: Mecânica

PRÁTICA 5:
Colisão Inelástica

Matheus Porto Matos


Caio Gelape

Prof. José Coelho Neto

Belo Horizonte
17 de Junho
Sumário

Introdução 2
Objetivo 2
Fundamentação 2
Metodologia 2
Resultados e Discussões 4
Conclusão 5

1
1. Introdução
Este relatório expõe a quinta prática do laboratório de Física Experimental Básica: Mecânica,
que tem como título “Colisão Inelástica”. Ele irá atribuir os procedimentos experimentais e
matemáticos utilizados para a realização do objetivo abaixo.

2. Objetivo
Esta prática tem por objetivo a determinação experimental do coeficiente de restituição na
colisão de uma bola de borracha com o chão.

3. Fundamentação
Existem tipos diferentes de classificações de colisão de objetos. Essas classificações se dão
pela quantidade de energia perdida pelo sistema após a colisão. Em uma colisão elástica, a
energia se conserva e o objeto, após a colisão, tem uma velocidade parecida com a anterior. Já
em uma colisão inelástica, a energia não se conserva, portanto, quando ela é perfeitamente
inelástica, os dois objetos permanecem unidos após a colisão. É possível visualizar esses
conceitos utilizando uma bola de borracha que ao ser soltada de uma altura ℎi e chega ao chão
com velocidade Vi . Ao chegar no chão, a bola se deforma, perde uma parte de sua energia e
volta a subir, com velocidade 𝑉j até uma altura hj. Na colisão com o chão, a perda de energia
cinética da bola é de:
1 2 2 1 2 2
∆𝐸 = 2
𝑚(𝑣𝑖 − 𝑣𝑗 ) = 2
𝑚𝑣𝑖 (1 − 𝑟 ) (1)
𝑣𝑗
Em que 𝑟 = 𝑣𝑖
é o coeficiente de restituição.
Caso a colisão seja elástica, ∆𝐸 = 0, e r =1. Já em uma colisão inelástica haverá perda de
energia, portanto r será menor que 1. Quando a bola é solta, ela quica várias vezes até parar
por completo. Em cada uma dessas colisões, a bola perde energia cinética e, portanto, sobe
cada vez menos. É possível calcular o coeficiente de restituição caso estejamos em posse das
alturas e das velocidades antes e depois das colisões:
𝑣𝑗 ℎ𝑗 2 ℎ𝑗
𝑟= 𝑣𝑖
= ℎ𝑖
⇒ 𝑟 = ℎ𝑖
(2)
Sendo assim, a próxima altura atingida pela bola será sempre uma fração fixa da altura
atingida anteriormente.

4. Metodologia
Nesse tópico, serão apresentados os materiais da bancada de ensaios utilizada na realização do
experimento, os métodos experimentais e a modelagem matemática empregada para
realização dos objetivos.

4.1. Materiais

A bancada de ensaios utilizada para o experimento é composta por:


● Régua milimetrada;
2
● Fita métrica;
● Bola de borracha;
● Câmera para melhor observação.

4.2. Procedimentos Experimentais

Para o presente experimento, a bola de borracha foi solta de uma altura inicial e mediu-se a
altura atingida pela bola logo após sua colisão com o chão em um total de 6 colisões.
Define-se a altura inicial h0=(2,00±0,01)m, suspende-se a bolinha até essa altura e a solta-se
rente à fita métrica. Em seguida, determina-se a altura atingida após a colisão. Devido a
dificuldade de determinar a altura atingida após cada colisão em um só lançamento, um
procedimento alternativo que retorna os mesmos valores consiste em lançar a bola e anotar a
altura alcançada h1 após uma colisão. Em seguida, lança-se a bolinha da altura h1 e anota-se a
altura após uma colisão, h2. Repete-se o procedimento algumas vezes para cada altura h, até
que as alturas de todas as 6 colisões tenham sido determinadas. Os resultados foram anotados
em uma tabela que será utilizada para plotar um gráfico das alturas atingidas em função do
número de colisões já sofridas.

4.3. Modelagem Matemática

A partir da equação (2) chega-se a determinada relação:


2 ℎ1 ℎ3 ℎ𝑛
𝑟 = ℎ0
= ℎ2
···= ℎ𝑛−1
(3)

Desenvolvendo a equação (3) chega-se a:


2𝑛
ℎ𝑛 = ℎ0𝑟 (4)
Para encontrar o 𝑟 mais facilmente, linearizar-se a relação entre o ℎn e o n, reescrevendo a
equação (4) como:

𝑙𝑛(ℎ𝑛 ) = 𝑙𝑛(ℎ0 ) + 2𝑛 𝑙𝑛(𝑟) (5)


Onde:
𝑙𝑛(ℎ𝑛 ) = y;
𝑙𝑛(𝑟) = a ⇒inclinação;
2𝑛 = x;
𝑙𝑛(ℎ0 ) = b.
Dessa forma, pode se encontrar o coeficiente de restituição a partir da seguinte fórmula:
𝑎
𝑟 =𝑒 (6)
Já sua incerteza pode ser calculada por:

3
∆𝑟 = 𝑟 · ∆𝑎 (7)
O valor teórico de h0 pode ser achado a partir de:
𝑏
ℎ0 =𝑒 (8)
Já sua incerteza pode ser calculada por:
∆ℎ0 = ℎ0 · ∆𝑏 (7)
A fração de energia dissipada em cada colisão é dada por :
∆𝐸 2
𝐸
= 1 −𝑟 (9)

5. Resultados e Discussões
Nesta seção serão apresentados os resultados das medições, dos cálculos e do gráfico
encontrado. Abaixo encontra-se a tabela das medições de alturas atingidas.

Tabela 1: Medições de alturas atingidas.

Altura após Colisão (m)


h0= (2,00+0,01) m

h1 h2 h3 h4 h5 h6

1,5 1,12 0,82 0,60 0,44 0,30

A partir da tabela acima plotou-se o gráfico de 𝑙𝑛(ℎ𝑛 ) em função de 2𝑛 e sua regressão


linear.O gráfico foi emitido com auxílio do SciDavis:

4
Figura 1: Gráfico gerado a partir da tabela 1.

Utilizando o método da regressão linear, A=( -0,156 ±- 0,003). Logo :


𝑙𝑛(𝑟)=( -0,156±- 0,003),então r é:
r = (0,855±0,002)

Já B=(0,72±0,02)m, logo o valor teórico de h0 é :

h0=(2,06±0,04) m

Com o valor de r podemos encontrar a fração de energia dissipada em cada colisão:

∆𝐸
𝐸
=0,2689

Assim, a cada colisão com o chão 26,89% da energia é dissipada, e a altura alcançada pela
bola também reduz em 26,89%.

6. Conclusão
Nesse experimento, encontrou-se o coeficiente de restituição na colisão realizada de uma bola
de borracha com o chão, o valor teórico da altura inicial e a fração de energia dissipada entre
cada colisão. Os valores obtidos foram 𝑟 = (0,855±0,002), h0=(2,06±0,04) m e 26,89%,
respectivamente. O resultado obtido foi bom, uma vez que a incerteza do coeficiente de

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restituição representa apenas 0,2% do valor e o valor teórico da altura inicial é bem próximo
do valor experimental, ℎ0 = (2, 00 ± 0, 01) m.

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