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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS -

UNIDADE CURVELO
ENGENHARIA CIVIL
FÍSICA EXPERIMENTAL II

RELATÓRIO 2: EMPUXO

Discente: Gabriela Santos de Andrade


Docente: Pedro III

Curvelo, MG
2019
1. Objetivos
O empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre o objeto. A
partir desse conceito, o objetivo é realizar um experimento e medir o empuxo
exercido sobre um corpo parcialmente submerso e, através dessa medida,
determinar a massa específica de um corpo com formato arbitrário e a relação
entre a massa específica da água e do óleo.
2. Resultados e Discussão
O experimento realizado em laboratório foi dividido em quatro etapas. Na
primeira etapa, com o auxílio de paquímetro, foram aferidos os seguintes
dados:

Tabela 1: Dados Corpo 1 (Cilindro de Nylon)


CILINDRO DE NYLON
Diâmetro(D): (2,91± 0,003) cm
Altura(h): (7,02 ± 0,003) cm

Parte 1: A partir dos valores apresentados na tabela 1, fomos capazes de


determinar o volume do cilindro de nylon:
𝑉 = 𝐴𝑏 × 𝑕
𝑉 = 𝜋𝑟 2 × 𝑕
𝑑
𝑉=𝜋 ² ×𝑕
2
Sendo D= (2,91 ± 0, 003) cm e h= (7,02 ± 0, 003) cm, temos:
2
𝜋 . 2,91
𝑉= × (7,02)
4
𝑉 = 46,68883 𝑐𝑚³
- Incerteza:
2
𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝜍𝑣 = ² . 𝜍𝑑 ² + . (𝜍𝑕 )²
𝜕𝑑 𝜕𝑕
𝜍𝑉 = 0,1
Logo:
𝑉 = 46,7 ± 0,1 𝑐𝑚³

2
Parte 2: Na etapa seguinte com o auxílio do dinamômetro foi possível obter o
valor do peso real do objeto, descrito abaixo:
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,50 ± 0,03 𝑁
Após mergulhar o cilindro na água o peso observado na escala do
dinamômetro foi:
𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = ( 0,05 ± 0.03)𝑁
Com os dados experimentais encontrados conseguimos calcular a massa
específica do nylon, assim:
𝜌 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = . 𝜌𝐻20
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

Sendo a 𝜌𝐻20 = 1 𝑔 𝑐𝑚³ (HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER,


Jearl. Fundamentos de física. 8. ed. Volume 2.), temos:
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 1,1111 𝑔 𝑐𝑚³
- Incerteza:
2 2
𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ) 𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 )
𝜍𝜌(𝑜𝑏𝑗 ) = . 𝜍𝑃𝑅 2 + . 𝜍𝑃𝐴 2
𝜕𝑃(𝑟𝑒𝑎𝑙 ) 𝜕𝑃(𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 )

𝜍𝜌(𝑜𝑏𝑗 ) = 0,07
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 1,11 ± 0,07 𝑔 𝑐𝑚³

A massa específica do corpo de prova pode ser determinada utilizando o


volume encontrado na parte 1, como demonstrado abaixo:
𝑚𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 =
𝑉𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜

Sendo
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙
𝑚𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 =
𝑔
Por conseguinte:
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 =
𝑔 . 𝑉𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 1,0925 𝑔 𝑐𝑚³

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- Incerteza:
2 2 2
𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ) 𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ) 2 𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ) 2
𝜍𝑜𝑏𝑗 = . 𝜍𝑃𝑅 2 + . 𝜍𝑔 + . 𝜍𝑉(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 )
𝜕𝑃(𝑟𝑒𝑎𝑙 ) 𝜕𝑔 𝜕𝑉(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 )

𝜍𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 6 × 10−2 𝑔 𝑐𝑚³


Assim a massa específica do Nylon usando o volume foi:
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 1,09 ± 0,06 𝑔 𝑐𝑚³

De acordo com a tabela de Densidade dos Materiais – Euro Aktion Usinagem


a densidade do náilon é 1,14 g ∕ cm³. Como podemos observar os resultados
obtidos utilizando tanto o peso real e aparente (ρ= (1,11 ± 0,07) g ∕ cm³)
quanto o volume (ρ= (1,09 ± 0,06) g ∕ cm³) deram bem próximos ao valor real
tabelado.
A prática é suscetível a erros que interferem no valor final encontrado. Na
primeira parte do processo, onde calculamos a massa específica do corpo de
prova a partir dos dados do seu peso real e aparente os possíveis erros que
interferem são: não calibrar o dinamômetro, pois quanto mais imperfeita for à
calibração do instrumento, mais desviado será o valor obtido do seu valor
verdadeiro. A mudança de operador que faz a leitura do dinamômetro, já que
ao manter o mesmo operador nessa função, a precisão será maior. O uso de
água da torneira e não destilada também pode modificar a leitura do
instrumento e o quanto o cilindro ficou submerso na água interfere no valor
final do experimento.
Quando calculamos o volume, a leitura incorreta do paquímetro para medir o
diâmetro e a altura influencia no resultado encontrado, por ser mecanismos
analógicos a precisão dos dados são menores. Como os resultados pelos
dois métodos deram próximo ao valor real, podemos observar que a incerteza
de dois métodos (peso e volume) é melhor do que utilizar apenas um modo
para o cálculo da densidade.

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Parte 3: Modificando a montagem do experimento, adicionando um cilindro
superior antes do cilindro de nylon, o valor indicado no dinamômetro para o
peso do conjunto foi:
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,80 ± 0,03 𝑁
Após mergulhar o cilindro de nylon completamente na água, o valor do peso
indicado foi:
𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛 𝑡𝑒 = (0,35 ± 0,03)𝑁
Com os dados descritos anteriormente fomos capazes de determinar o
empuxo:
𝐸 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

𝐸 = 0,80 − 0,35
𝐸 = 0,45 𝑁
- Incerteza:
2 2
𝜕𝐸 2
𝜕𝐸 2
𝜍𝐸 = . 𝜍𝑃𝑅 + . 𝜍𝑃𝐴
𝜕𝑃(𝑟𝑒𝑎𝑙 ) 𝜕𝑃(𝑎𝑝𝑎 𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 )

𝜍𝐸 = 1 2 . 0,03 2 + −1 2 . 0,03 2

𝜍𝐸 = 0,04
Logo, o empuxo é:
𝐸 = 0,45 ± 0,04 𝑁
Quando adicionamos água ao cilindro superior o peso aparente do cilindro foi
igual ao peso real do mesmo:
𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒 𝑛𝑡𝑒 = 0,80 ± 0,03 𝑁
Esse fato ocorreu devido que o peso da coluna de água colocada no cilindro
superior foi equivalente ao empuxo sofrido pelo cilindro de náilon colocado na
água.
Repetindo o procedimento, mas trocando água por óleo, obtivemos:
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,35 ± 0,03 𝑁
𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ′ = (0,75 ± 0.03)𝑁
Como a água e o óleo não possuem a mesma densidade, os valores do peso
aparente deram diferentes.

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Calculando o empuxo usando o resultado do volume encontrado na parte 1,
temos:
𝐸 = 𝜌𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 . 𝑉. 𝑔
𝐸 = 1.46,7.9,8
𝐸 = 0,46 𝑁

- Incerteza:
2 2 2
𝜕𝐸 2
𝜕𝐸 2 𝜕𝐸 2
𝜍𝐸= . 𝜍𝑣 + . 𝜍𝑔 + . 𝜍𝜌(𝐻20)
𝜕𝑉 𝜕𝑔 𝜕𝜌𝐻20

𝜍𝐸 = 0,005
Logo:
𝐸 = (0,46 ± 0,005)𝑁
Relacionando a massa específica da água e do óleo, obtém:
𝑃𝐻20 = 0,45 𝑁; 𝑉𝐻20 = 46,7 𝑐𝑚³
𝑃ó𝑙𝑒𝑜 = 0,75 − 0,35 = 0,40𝑁; 𝑉ó𝑙𝑒𝑜 = 𝑉𝐻20
𝑚𝐻20 . 𝑔 = 0,45
0,45
𝑚𝐻20 =
𝑔
0,45
𝜌𝐻2𝑂 =
𝑉𝐻20 . 𝑔
0,40
𝜌ó𝑙𝑒𝑜 =
𝑉𝐻20 . 𝑔
Relacionando as densidades:
𝜌ó𝑙𝑒𝑜 0,40 𝑃ó𝑙𝑒𝑜
= =
𝜌𝐻20 0,45 𝑃𝐻20

.De acordo com a ficha técnica do óleo de girassol (BRANDÃO, C. R. R.,


MACHADO, P. F.L, SUAREZ, P.A Z. AS INTERAÇÕES MOLECULARES NOS
ÓLEOS VEGETAIS E NO BIODIESEL) a densidade do óleo é entre 0,891 g ∕ cm³,
mas com os dados descritos acima, temos que ρ(óleo) = 8 ×10^(-4) g ∕ cm³.

Parte 4: Na última fase do experimento determinamos a massa específica de um


corpo arbitrário a partir dos dados descritos abaixo:

6
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,55 ± 0,03 𝑁

Quando o corpo foi mergulhado completamente na água, obtivemos:

𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = (0,50 ± 0,03)𝑁

Logo, com esses dados podemos calcular a massa específica do corpo arbitrário:

𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = .𝜌
(𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝑃𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ) 𝐻20

0,55
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = .1
(0,55 − 0,50)

𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = 11 𝑔 𝑐𝑚³

- Incerteza:

2 2
𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 ) 𝜕𝜌(𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 )
𝜍𝜌(𝑜𝑏𝑗 ) = . 𝜍𝑃𝑅 2 + . 𝜍𝑃𝐴 2
𝜕𝑃(𝑟𝑒𝑎𝑙 ) 𝜕𝑃(𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 )

𝜍𝜌(𝑜𝑏𝑗 ) = 6,59 ≅ 7
𝜌𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 = (1 1 ± 7 ) 𝑔 𝑐𝑚³

Assim, podemos observar pela massa específica encontrada e comparando a


mesma com a tabela de Densidade dos Materiais – Euro Aktion Usinagem que o
corpo arbitrário é constituído de chumbo.

3. Conclusão
Através deste experimento foi possível provar que a força de Empuxo
interfere na aparente diminuição da força peso de um corpo submerso num
líquido. Cuja intensidade desta força é igual ao peso do volume do fluido
deslocado pelo corpo.

4. Referências
 YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Sears & Zemansky: física I: mecânica.
12. ed. São Paulo: Pearson, 2009.

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 WALKER, Jearl. Halliday/Resnick fundamentos de física. 9. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2012. v.1.
 Tabela de Densidade dos Materiais – Euro Aktion Usinagem. Disponível
em:
http://www.euroaktion.com.br/Tabela%20de%20Densidade%20dos%20Ma
teriais.pdf. Acesso em 26 de março de 2019.
 BRANDÃO, C. R. R., MACHADO, P. F.L, SUAREZ, P.A Z. AS
INTERAÇÕES MOLECULARES NOS ÓLEOS VEGETAIS E NO
BIODIESEL. Disponível em:
http://sec.sbq.org.br/cdrom/32ra/resumos/T0859-1.pdf. Acesso em 26 de
março de 2019.

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