Você está na página 1de 5

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO SIMULADO DO DIA 03 DE MARÇO DE 2023 – PREVEST MATEMÁTICA

16. (UFRGS 2019) O gráfico de 𝑦 = 𝑓(𝑥) está esboçado na imagem a seguir.

O esboço do gráfico de |𝑓(𝑥 − 3)| + 2 está representado na alternativa.


Resolução. Esse tipo de questão, de análise gráfica de funções, é bem comum no vestibular da UFRGS. Faremos uma
aula focada nesse assunto, revisando conceitos (consulte previsão de cronograma de assuntos no Moodle).

Para essa questão em específico, o candidato deveria lembrar que, partindo de um gráfico de uma função 𝑓(𝑥),
podemos estudar o que ocorre com o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 𝑎) + 𝑏, em que 𝑎 e 𝑏 são parâmetros reais.
Basicamente,

• Se 𝑎 > 0, o gráfico “anda” para esquerda no sentido do eixo 𝑥 por 𝑎 unidades;


• Se 𝑎 < 0, o gráfico “anda” para direita no sentido do eixo 𝑥 por 𝑎 unidades;
• Se 𝑏 > 0, o gráfico “anda” para cima no sentido do eixo 𝑦 por 𝑏 unidades;
• Se 𝑏 < 0, o gráfico “anda” para baixo no sentido do eixo 𝑦 por 𝑏 unidades.

Assim, o gráfico de 𝑓(𝑥 − 3) “anda” 3 unidades para direita no sentido do eixo 𝑥, pois teríamos 𝑎 = −3 (𝑎 < 0).
Depois, observe que teremos o módulo de uma função, com |𝑓(𝑥 − 3)|. Nessa questão, basicamente, “a parte
negativa” do gráfico de 𝑓(𝑥 − 3) ficará “positiva”, “rebatendo essa parte negativa”.

Por fim, em |𝑓(𝑥 − 3)| + 2, temos 𝑏 = 2, ou seja, o gráfico “subirá” 2 unidades. Analisando, temos a ALTERNATIVA B
como correta.

17. (ENEM 2020) A Lei de Zipf, batizada com o nome do linguista americano George Zipf, é uma lei empírica que
relaciona a frequência (𝑓) de uma palavra em um dado texto com o seu ranking (𝑟). Ela é dada por

𝐴
𝑓=
𝑟𝐵
O ranking da palavra é a sua posição ao ordenar as palavras por ordem de frequência. Ou seja, 𝑟 = 1 para a palavra
mais frequente, 𝑟 = 2 para a segunda palavra mais frequente e assim sucessivamente. 𝐴 e 𝐵 são constantes positivas.
Com base nos valores de 𝑋 = 𝑙𝑜𝑔(𝑟) e 𝑌 = 𝑙𝑜𝑔(𝑓), é possível estimar valores para 𝐴 e 𝐵.
No caso hipotético em que a lei é verificada exatamente, a relação entre 𝑌 e 𝑋 é

[A] 𝑌 = 𝑙𝑜𝑔(𝐴) − 𝐵 ⋅ 𝑋.
𝑙𝑜𝑔(𝐴)
[B] 𝑌 = 𝑥+𝑙𝑜𝑔(𝐵).
𝑙𝑜𝑔(𝐴)
[C] 𝑌 = − 𝑋.
𝐵
𝑙𝑜𝑔(𝐴)
[D] 𝑌 = 𝐵⋅𝑋 .
𝑙𝑜𝑔(𝐴)
[E] 𝑌 = 𝑋 𝐵 .

Resolução. Nessa questão, precisamos lembrar de duas propriedades dos logaritmos:

𝑀
• 1ª propriedade: 𝑙𝑜𝑔𝑃 ( 𝑁 ) = 𝑙𝑜𝑔𝑃 𝑀 − 𝑙𝑜𝑔𝑃 𝑁 (podemos “transformar o logaritmo de uma divisão em uma
subtração”, falando de maneira bem informal);
• 2ª propriedade: 𝑙𝑜𝑔𝑃 𝑀𝑁 = 𝑁 ∙ 𝑙𝑜𝑔𝑃 𝑀 (o expoente do logaritmando “cai multiplicando”).
𝐴
Agora, resolveremos a questão. Primeiramente, “aplicamos” logaritmo de base 10 em ambos os membros de 𝑓 = 𝑟 𝐵 :

𝐴
𝑙𝑜𝑔⁡(𝑓) = 𝑙𝑜𝑔 ( )
𝑟𝐵

Aplicando a 1ª propriedade:

𝑙𝑜𝑔(𝑓) = 𝑙𝑜𝑔(𝐴) − 𝑙𝑜𝑔⁡(𝑟 𝐵 )

Aplicando a 2ª propriedade em 𝑙𝑜𝑔⁡(𝑟 𝐵 ):


𝑙𝑜𝑔(𝑓) = 𝑙𝑜𝑔(𝐴) − 𝐵 ∙ 𝑙𝑜𝑔⁡(𝑟)

Por fim, substituímos 𝑙𝑜𝑔(𝑓) por 𝑌 e 𝑙𝑜𝑔⁡(𝑟) por 𝑋, conforme o enunciado da questão. Assim,

𝑌 = log(𝐴) − 𝐵 ∙ 𝑋

ALTERNATIVA A.

18. No ano de 2022, a produção de grãos de determinado país foi de 256 milhões de toneladas. Após estudos, técnicos
do Ministério da Agricultura estimaram uma taxa anual e constante de crescimento de 2% para os próximos 6 anos.
Então, se esta previsão de fato ocorrer, a produção de grãos no ano de 2028, em quilogramas, poderá ser obtida pelo
cálculo correto de

[A] 2,56 ⋅ 106 ⋅ 1,026 .


[B] 2,56 ⋅ 1011 ⋅ 1,025.
[C] 2,56 ⋅ 1011 ⋅ 1,026.
[D] 2,56 ⋅ 1011 ⋅ 0,026.
[E] 2,56 ⋅ 109 ⋅ 1,25 .

𝐴
Resolução. Um aumento percentual de 𝐴% equivale a multiplicar pelo fator (1 + 100). Como o aumento foi de 2%
2 6
anuais em 6 anos seguidos, vamos multiplicar a produção de 256 milhões de toneladas por (1 + 100) = (1,02)6. Por
fim, observe que há uma “pegadinha” que exige transformar a produção de toneladas em quilogramas (1 tonelada são
1000 = 10³ quilogramas):

256⁡𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠⁡𝑑𝑒⁡𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠 = 256 ∙ 106 ⁡𝑡𝑜𝑛 = 256 ∙ 106 ∙ 103 ⁡𝑘𝑔 = 256 ∙ 109 ⁡𝑘𝑔

Analisando as alternativas, devemos fazer um “ajuste” em 256 ∙ 109 (sem exigir diretamente, a questão nos “obriga”
a encontrar o equivalente em notação científica):

256 ∙ 109 ⁡𝑘𝑔 = 2,56 ∙ 1011 ⁡𝑘𝑔

Finalmente, teremos que a produção de 256 milhões de toneladas equivale a 2,56 ∙ 1011 ⁡𝑘𝑔 que, com 6 aumentos
percentuais de 2% ao ano deve ser multiplicada pelo fator (1,02)6 . Ou seja, teremos 2,56 ⋅ 1011 ⋅ 1,026 𝑘𝑔.

ALTERNATIVA C.

Observação. Essa questão também poderia ser resolvida utilizando conhecimentos de Progressão Geométrica.

19. (CMPA 2021) Observando a bela arquitetura apresentada pelo prédio do Colégio Militar de Porto Alegre, é possível
perceber também construções matemáticas interessantes, que adornam aberturas como as da imagem abaixo.
Inspirado nesta imagem, um professor propôs a construção da figura a seguir, em que as semicircunferências de centros
A e B possuem, cada uma, raio de medida 𝑅. A semicircunferência maior possui centro no ponto O e a circunferência
de centro C tangencia estas três semicircunferências.

Com base nessas informações, a área da região cinza, em função de 𝑅 , é igual a

2𝜋𝑅²
[A] 3
.
3𝜋𝑅²
[B] 4 .
8𝜋𝑅²
[C] .
9
𝜋𝑅²
[D] .
3
5𝜋𝑅²
[E] .
9

Resolução. Uma boa ideia nesse tipo de questão é traçar segmentos, unindo os centros das circunferências e
semicircunferências. O que falta nessa questão é que não sabemos a medida do raio 𝑥 da circunferência de centro 𝐶.
Nosso primeiro passo é determinar 𝑥 em função de 𝑅. Então, construímos a figura abaixo:

Observe que, pela simetria e propriedades de tangência, os triângulos 𝑂𝐴𝐶 e 𝐵𝑂𝐶 são retângulos. E, como a
semicircunferência maior, de centro 𝑂, possui raio 2𝑅, o segmento ̅̅̅̅
𝑂𝐶 terá medida de 2𝑅 − 𝑥. Assim, aplicamos o
Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo 𝑂𝐵𝐶:

(𝑥 + 𝑅)² = (2𝑅 − 𝑥)² + 𝑅²

𝑥² + 2𝑥𝑅 + 𝑅² = 4𝑅² − 4𝑥𝑅 + 𝑥² + 𝑅²

6𝑥𝑅 − 4𝑅 2 = 0
2𝑅(3𝑥 − 2𝑅) = 0
Como 𝑅 não pode ser zero, devemos ter 3𝑥 − 2𝑅 = 0. Assim:
2𝑅
𝑥=
3
Então, a área cinza é igual a área do semicírculo maior, de centro 𝑂 e raio 2𝑅, subtraída das áreas dos dois semicírculos,
de centros 𝐴 e 𝐵 e raio 𝑅 cada um (que formarão um único círculo de raio 𝑅), subtraída também da área do semicírculo
2𝑅
de raio de centro 𝐶 e raio 𝑥 = 3
.

𝜋(2𝑅)²
• Área do semicírculo maior, de centro 𝑂 e raio 𝑅: 2
= 2𝜋𝑅²;
𝜋𝑅² 𝜋𝑅²
• Área dos dois semicírculos de centros 𝐴 e 𝐵 e raio 𝑅: 2 + 2 = 𝜋𝑅²;
2𝑅 2𝑅 2 4𝜋
• Área do círculo de centro 𝐶 e raio 𝑥 = 3 : 𝜋 ( 3 ) = 9 𝑅 2 .
4𝜋 2 5𝜋 2
Concluímos que a área cinza, em função de 𝑅, será igual a: 2𝜋𝑅 2 − 𝜋𝑅 2 − 9
𝑅 = 9
𝑅 .

ALTERNATIVA E.

Observação. A área 𝐴 de um círculo de raio 𝑅 pode ser dada por: 𝐴 = 𝜋𝑅². A área do semicírculo de raio 𝑅 será metade
da área do círculo.

20. Considere uma equipe de saúde formada por duas médicas e quatro enfermeiros. Dessa equipe, três pessoas são
escolhidas ao acaso. A probabilidade de que sejam escolhidos uma médica e dois enfermeiros é de

[A] 20%.
[B] 25%.
[C] 50%.
[D] 60%.
[E] 80%.

Resolução. Lembre-se que, “informalmente”, podemos calcular a probabilidade de um evento ocorrer por:
𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠
𝑃𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠

Para calcular o “𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠", percebemos que vamos ter uma combinação simples de 6 elementos (que
são as duas médicas + quatro enfermeiros) tomados 3 a 3 (pois serão escolhidas 3 pessoas). A utilização de combinação
𝑛!
simples ocorre por que a ordem dos escolhidos não altera a contagem. Com a fórmula 𝐶𝑛,𝑝 = 𝑝!(𝑛−𝑝)!, temos:

6!
𝐶6,3 =
3! (6 − 3)!
𝐶6,3 = 20

E, para o cálculo do "𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠", percebemos que “temos duas médicas para escolher uma” E PARA
CADA uma dessas escolhas, temos “quatro enfermeiros para escolher um”. Pelo Princípio Fundamental de Contagem:

𝐶2,1 ∙ 𝐶4,2 = 2 ∙ 6 = 12

Ou seja, a probabilidade é igual a


𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠 12
𝑃𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = =
𝑛º⁡𝑑𝑒⁡𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠⁡𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠 20
12 60
A fração 20 equivale a 100 = 60%.

ALTERNATIVA D.

Você também pode gostar