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Física Experimental Básica - Mecânica

Aluno: José Eduardo Hooper Matrícula: 2020042031


Aluno: Marcus Vinicius de Souza Romão Matrícula: 2022098972
Aluna: Maria Eduarda Patrício Matrícula: 2022108412

Colisão Inelástica
1) Introdução

Colisão é um evento no qual dois ou mais corpos exercem forças um sobre o outro por um
intervalo de tempo(∆𝑡) relativamente curto. Pode ser definida como uma interação entre
corpo que causa, de forma simultânea, a mudança de movimento dos mesmos, devido às
forças internas agindo entre eles durante o impacto. Nas colisões há conservação do
momento linear (P), ou seja, sua variação é nula (∆𝑃 = 0). O que irá diferenciar os tipos de
colisões (elástica, perfeitamente inelástica, parcialmente inelástica), é se haverá
conservação da energia mecânica do sistema.

As colisões podem ser inelásticas, quando ocorre conservação de energia mecânica, no


caso, é a energia cinética e do momento linear. Já quando ocorre uma colisão inelástica,
durante o tempo de impacto (contato), a energia cinética é transformada, parcialmente, em
energia potencial, que poderá ser armazenada. Além disso, a energia do sistema também
se dissipará na forma de calor – por efeito joule – energia sonora e, por não ser uma colisão
de natureza elástica, parte dessa energia será utilizada nas deformações permanentes dos
materiais na colisão. No entanto, o momento linear (P) é conservado. Dessa forma,
podemos afirmar que a colisão inelástica, a energia inicial do sistema é maior que a energia
final do mesmo, pois ocorre dissipação de mesma.

Podemos analisar o movimento de um corpo, tal como uma bola de borracha, que ao ser
solto de uma altura inicial chegará ℎ𝑖, ao solo com velocidade 𝑣𝑖. No instante de contato

entre a bola e o chão, ela comprime-se e parte de sua energia cinética é dissipada. Em
seguida, o objeto salta com velocidade vj e atinge uma altura hj.

No instante da colisão com o solo, ocorre perda de energia cinética do sistema. Essa
variação de energia é descrita pela equação:

1 2 2 1 2 2
∆𝐸 = 2
𝑚(𝑉𝑖 − 𝑉𝑗 ) = 2
𝑚𝑉1(1 − 𝑟 )
Em que:

∆𝐸 - variação da energia cinética do sistema [J];

m - massa do corpo que sofrerá a colisão [kg];

𝑣𝑖 - velocidade do corpo ao colidir com o solo [m/s];

𝑣𝑗 - velocidade do corpo ao saltar - após a colisão [m/s];

r - coeficiente de restituição.

O coeficiente de restituição (𝑟) é uma grandeza adimensional, ou seja, não possui unidades
de medida, que caracteriza os diferentes tipos de colisão existentes entre os corpos.
Ele é determinado pela relação entre as velocidades dos corpos envolvidos imediatamente
antes e após colisão; e representada da seguinte maneira:
𝑣𝑗
𝑟= 𝑣𝑖

Quando a colisão é elástica, a variação da energia cinética é zero. Ou seja, ela se conserva
(∆𝐸= 0) e, consequentemente, o coeficiente de restituição é igual a um (𝑟 = 1). Em uma
colisão inelástica, parte da energia cinética é dissipada, dessa forma, 𝑟 < 1.
Cada vez que o objeto colidir com o solo, ele irá perder parte de sua energia cinética e
atingirá alturas cada vez menores. É possível determinar o coeficiente de restituição por
meio da altura inicial (ℎ𝑖 ) com a altura que o corpo atinge após a colisão (ℎ𝑗).

Considerando- se há conservação de energia mecânica nos intervalos antes e após colisão,


então:
1 2
2
𝑚𝑉𝑖 = 𝑚𝑔ℎ𝑖 𝑒

1 2
2
𝑚𝑉𝑖 = 𝑚𝑔ℎ𝑗 .

Com isso, o coeficiente de restituição será:

𝑉𝑗 ℎ𝑗 2 ℎ𝑗
𝑟= 𝑉𝑖
= ℎ𝑖
ou 𝑟 = ℎ𝑖
Parte Experimental

2) Objetivo
Determinar o coeficiente de restituição na colisão de uma bola de borracha no chão.

3) Materiais Utilizados
Fita métrica fixada na parede da sala e bola de borracha com alto coeficiente de restituição.

4) Procedimentos

O experimento consiste em soltar a bola de borracha de uma altura de


ℎ° = (2, 00 ± 0, 01)𝑚. Após a primeira colisão com o solo, a altura h1, foi registrada com o

auxílio da fita métrica fixada na parede. Esse procedimento foi realizado cinco vezes, para
obter uma maior precisão dos dados obtidos. Em seguida, o valor médio de h1 foi
determinado, seu desvio padrão; e as incertezas das medições (∆ℎ𝑛).

A bola foi solta novamente, agora da altura de ℎ1. Após a colisão, registrou-se a altura

atingida pelo objeto, correspondendo ℎ2. O mesmo procedimento de repetição para maior

acurácia dos dados realizados, bem com a medida dos cálculos da incerteza.

Foram medidas, de forma análoga às anteriores, as alturas ℎ3, ℎ4, ℎ5, ℎ6, correspondendo às

distâncias atingidas após a terceira, quarta, quinta e sexta colisão, respectivamente. Os


dados registrados podem ser analisados na tabela abaixo:

Por meio dos dados contidos, foram realizados os cálculos das médias de cada uma das
alturas atingidas pela bola, com desvio padrão das medidas.
Com a finalidade de relacionar graficamente as alturas atingidas pela bola, após cada
colisão com a altura inicial ℎ°, foi realizado um procedimento de linearização da equação.

2𝑛
ℎ𝑛 = ℎ°𝑟

2𝑛
𝐼𝑛(ℎ𝑛) = 𝐼𝑛(ℎ°𝑟 )

2𝑛
𝐼𝑛(ℎ𝑛) = 𝐼𝑛(ℎ°) + 𝐼𝑛(𝑟 )

𝐼𝑛(ℎ𝑛) = 𝐼𝑛(ℎ°) + 2𝑛(𝐼𝑛(𝑟))

Na Tabela encontram-se os valores das médias de cada uma das alturas (ℎ0 a ℎ6) e seus
respectivos valores logarítmicos na base 𝑒 (𝑙𝑛).

Em seguida, um gráfico relacionando a posição de abono da bola com as alturas atingidas


após a colisão, foi elaborado por meio do programa SciDavis. Foi realizada também a
regressão linear para determinação do coeficiente de restituição (𝑟) e seu respectivo erro.
Considerando as informações obtidas , é possível obter o valor do coeficiente de restituição
(𝑟) por meio da seguinte análise:

𝑌 = 𝐴𝑥 + 𝐵

𝐼𝑛(ℎ𝑛) = 𝐼𝑛(ℎ°) + 2𝑛(𝐼𝑛(𝑟))

Dessa forma, temos:

𝐴 = 𝐼𝑛(𝑟)

𝐴
𝑟 =𝑒

𝑋 = 2𝑛

𝐵 = 𝐼𝑛(ℎ°)

𝐵
ℎ° = 𝑒

Em que 𝐴 é o coeficiente angular da reta e 𝐵 é o coeficiente linear da reta – interseção com


eixo 𝑌 que, nesse caso, corresponde ao logaritmo neperianos da altura inicial de soltura da
bola (ln(ℎ0)).

A incerteza da grandeza relacionada ao eixo y, pode ser determinada por meio da


relação.
Em que: ∆ℎ0 – incerteza da altura inicial ℎ0 [𝑚];

∆𝐵 – incerteza do coeficiente linear da reta – o mesmo é fornecido pelo programa


de execução do gráfico (SciDavis) [𝑚].
Para o cálculo da incerteza do coeficiente angular e da incerteza do coeficiente
de restituição, utilizamos:

Em que:

∆𝑟 - incerteza do coeficiente de restituição do corpo;

∆𝐴 – incerteza do coeficiente angular da reta – fornecido pelo programa de


execução do gráfico (SciDavis).
Para o cálculo da incerteza da energia dissipada, pode-se realizar o seguinte procedimento:
Em que:

∆(𝛿𝐸) - incerteza da energia dissipada;

∆𝑟 – incerteza do coeficiente de restituição

5) Resultados

Primeiramente gostaria de ressaltar que: por conta do nosso material experimental


apresentar defeitos (bola de borracha com rachaduras), as medições foram comprometidas.
Porém conseguimos fazer a maioria e estimar visualmente a média dos experimentos
quando o 𝑛 > 4.
Por meio da equação , é possível determinar o valor do coeficiente de restituição. A
grandeza correspondente ao coeficiente angular 𝐴 fornecida pelo programa é igual a
𝐴 = (− 0, 298 ± 0, 004). Logo, temos:
(−0,298)
𝑟 =𝑒
𝑟 = 0, 74
A incerteza do coeficiente de restituição (∆𝐴), será calculada por:
∆𝑟 = 𝑟 ∆𝐴
∆𝑟 = 𝑟(± 0, 01)
Para comparar o valor de ℎ° encontrado a partir do gráfico com o valor medido, utiliza-se:

ℎ° = 𝑒𝑏
0,67
ℎ° = 𝑒

ℎ° = 1, 95

A incerteza do coeficiente de restituição (∆𝐵), será calculada por:


∆𝑟 = 𝑟∆𝐵
∆𝑟 = 𝑟(± 0, 01)
Utilizando o valor do coeficiente de restituição (𝑟) calculado, é possível obter a fração
percentual da energia cinética dissipada em cada colisão da bola com o solo, temos:
𝐸𝑛+1−𝐸𝑛
δ𝐸 = 𝐸𝑛

2
δ𝐸 = (1 − 𝑟 )
δ𝐸
𝐸
= 0, 46

Para determinação da incerteza da energia dissipada, temos:


∆(δ𝐸) = 2𝑟∆𝑟
∆(δ𝐸) = 2 * 0, 74 * 0, 01
∆(δ𝐸) = 0, 01
δ𝐸 = (0, 46 ± 0, 01)
Logo, a fração de energia cinética dissipada em cada colisão é de 46,0% com a incerteza
igual a ±1,00%.
6) Conclusão

Neste relatório, exploramos o fenômeno da colisão inelástica.


Em suma, a colisão inelástica é um fenômeno físico complexo, no qual a energia cinética é
perdida durante o impacto. Por meio das leis de conservação da quantidade de movimento
linear e da energia cinética, é possível descrever e analisar esse tipo de colisão. O estudo
das colisões inelásticas contribui significativamente para o avanço do conhecimento
científico e para o desenvolvimento de tecnologias que envolvam impactos e interações
entre objetos físicos.

Por meio dos procedimentos analíticos realizados, o corpo utilizado no experimento possui
um coeficiente de restituição igual a 𝑟 = (0, 74 ± 0, 01). Observa-se que, devido a esse
valor, menos da metade da energia cinética da bola é perdida em cada colisão com o chão,
pois há perda de 46,0% em cada. Quanto maior o coeficiente de restituição do objeto (mais
próximo de 𝑟 = 1, 00), menor será a energia cinética dissipada após o choque do corpo
com o solo.

Pode-se observar também que o valor da altura de lançamento inicial da bola (ℎ°)

encontrado a partir do gráfico ℎ° = (1, 95 ± 0, 02) ficou bem próximo do valor medido

durante a aula ℎ° = (2, 00 ± 0, 02). Isto demonstra uma convergência dos valores

encontrados, mesmo após procedimentos de linearização da equação. Considera- se então


que os resultados obtidos foram satisfatórios e condizem com o esperado.

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