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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS


NOVAS TECNOLOGIAS PARA O ENSINO DE FÍSICA

PLANO INCLINADO COM SENSOR ULTRASSÔNICO

JULIA BISPO POVOAS GOMES LAU (202120111)


LISSA RAMINI SANTOS SOUZA (202120113)
RAFAEL DOS SANTOS RAMOS SOUZA (202120666)

Ilhéus - Bahia
2022
JULIA BISPO POVOAS GOMES LAU (202120111)
LISSA RAMINI SANTOS SOUZA (202120113)
RAFAEL DOS SANTOS RAMOS SOUZA (202120666)

PLANO INCLINADO COM SENSOR ULTRASSÔNICO

Relato apresentado como parte dos


critérios de avaliação da disciplina
CET282 – Novas tecnologias para o ensino
de física.
Professor: ADRIANO MARCUS STUCHI

Ilhéus - Bahia
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
1.1 teoria.........................................................................................................................4
1.2 Funcionamento e montagem do sensor HC-SR04....................................................7
1.3 Programação Usada.................................................................................................11
2 OBJETIVO ............................................................................................................... 18
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 18
3.1 métodos ...................................................................................................................18
3.2 materiais ..................................................................................................................18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 19
5CONCLUSÃO.............................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................23
Introdução

1.1 Teoria

O som viaja pelo ar pelo movimento ordenado das partículas que o compõem. O som
pode viajar através de qualquer meio que possa vibrar; as vibrações são chamadas de ondas
sonoras.

Ao vibrar, a fonte do som (ou seja, o objeto que produz o som) realiza a rarefação e a
compressão do ar próximo a ela, criando o som que ouvimos.

A propagação do som no espaço deve-se ao facto de algumas partículas transmitirem o


seu movimento aos seus vizinhos, etc., fazendo com que a vibração originariamente criada nas
nossas cordas vocais ou instrumentos musicais se propague pelo espaço aberto até chegar aos
nossos ouvidos.

As vibrações das moléculas de ar produzem alterações periódicas de compressão e


rarefação. Essas ondas atingem o tímpano no ouvido, que começa a vibrar na mesma frequência
das ondas, transmitindo impulsos elétricos ao cérebro, que criam a percepção do som. Quanto
mais lenta a vibração, mais pesado o som, e quanto mais rápida a vibração, mais agudos. Os
fenômenos ondulatórios se propagam em um único plano e possuem amplitude (força),
frequência (número de oscilações por unidade de tempo) e duração. As vibrações ocorrem
várias vezes por segundo, daí o termo frequência, expressa em ciclos por segundo ou hertz (Hz).

As vibrações do som audível variam de 20 hertz (ou 20 vibrações por segundo) a 20.000
hertz (ou vinte mil vibrações por segundo), uma faixa conhecida como espectro de áudio. Não
podemos ouvir sons abaixo (infrassom) e acima (ultrassom) dessa faixa.

Em altitudes mais baixas, o som é bastante audível, mas não em altitudes mais altas,
onde o ar é menos denso.

O ar é o principal meio de som, com uma velocidade de cerca de 340 metros por segundo
(à temperatura ambiente).

A velocidade do som varia dependendo do meio:

Tabela 1- Velocidade do som em diferentes meios.

Meio Velocidade (m/s)


Ar 346
Água 1498
Ferro 5200
Vidro 4540
O som não viaja no vácuo. Ondas sonoras audíveis são produzidas pela vibração de
cordas, vibração de colunas de ar ou vibração de discos e membranas.

Sendo assim, com o som podemos calcular a aceleração gravitacional de um plano


inclinado, que é uma superfície plana, elevada e inclinada, por exemplo, uma rampa. Existem
dois tipos de plano inclinado, sem a força de atrito, ou seja, sem força dissipativas e com atrito
que apresenta forças dissipativas.

Conforme apresentado anteriormente, existem dois tipos de planos, no entanto iremos


representar um plano inclinado com força dissipativa, pois apresenta nossa realidade no
cotidiano e como podemos calcular essa aceleração e essa força de atrito em diferentes objetos.

As forças que atuam em um plano inclinado com atrito são:

Figura 1 - Representação de forças de um plano inclinado com atrito.

E essa força de atrito pode-se calcular da seguinte forma:

𝐹𝑎𝑡 = 𝜇. 𝑁 (1)

Onde, Fat é a força de atrito da rampa com o objeto, o µ é o coeficiente de atrito


especifico de cada objeto e N a força normal que é perpendicular do plano com a superfície.

Quando se decompõe a força peso, fica as seguintes componentes:

𝑃𝑥 = 𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 (2)

𝑃𝑦 = 𝑚. 𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 (3)

A força Normal no plano inclinado é:


𝑁 = 𝑚. 𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 (4)

Pois, a força N é igual em valor a componente do peso nesta direção (P y).

Desta forma para que se calcule a força de atrito da superfície com o plano, é só utilizar
a segunda lei de newton:

𝐹 = 𝑚. 𝑎 (5)

E igualando a somatória de forças de um plano inclinado com atrito:

𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇. 𝑚. 𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚. 𝑎 (6)

Com a aceleração igual a zero, pois o bloco está em repouso devido a força de atrito e a
componente Px tem a mesma proporção, no entanto sentido contrários fazendo com que não
realize um movimento. Desse jeito ficará:

𝑃. 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇. 𝑃. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0 (7)

𝑃. 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝜇. 𝑃. 𝑐𝑜𝑠𝜃 (8)

Simplificando o peso, o atrito pode ser calculado com a:

𝑠𝑒𝑛𝜃
𝜇 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 (9)

𝜇 = 𝑡𝑔𝜃 (10)

Desse modo, podemos calcular o coeficiente de atrito, pela tangente do ângulo 𝜃 , e no


caso da aceleração da gravidade, calcula-se utilizando a segunda lei de newton e igualando com
o somatório de forças que dará:

𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇. 𝑚. 𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚. 𝑎 (11)

Simplificando a massa:

𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇. 𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑎 (12)

Logo, a aceleração será:

𝑎 = 𝑔(𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇. 𝑐𝑜𝑠𝜃) (13)

Sob este viés, consegue-se calcular experimentalmente o atrito dessa superfície e a


aceleração gravitacional, através da equação 9 e 12 e conseguir um resultado esperado.

1.2 Funcionamento e montagem do sensor HC-SR04


O sensor HC-SR04 é capaz de detectar a existência e a distância de um objeto à sua
frente por meio do envio e retorno de ondas sonoras em torno de 40kHz. Uma ilustração do
funcionamento do sensor está exposta abaixo:

Figura 2 - Ilustração do funcionamento do sensor HC-SR04

Fonte: FilipeFlotp.com

A figura 2 mostra como o transmissor do sensor envia o sinal ultrassônico, quando esse
sinal chega a algum objeto ele é refletido para o sensor e captado pelo receptor. Para que a
distância seja calculada a seguinte fórmula é utilizada:

𝑉.Δ𝑡
𝐷  =   (14)
2

A fórmula acima tem origens no estudo da cinemática da física. O termo V é a


velocidade, que vale 340 m/s pois essa é a velocidade do som no ar em condições normais de
temperatura e pressão. O tempo é fornecido pelo sensor com a própria linguagem de
programação. No entanto, a fórmula acima está sendo dividida por dois, isso é necessário pois
o valor de Δ𝑡 é o tempo de ida e volta do sinal, como existe o interesse de saber a sua distância
do objeto então só é interessante, para essa análise, metade desse valor. Em posse desses
números o Arduino consegue calcular a distância de algum objeto até o sensor.

Figura 3 – Foto da parte frontal do sensor HC-SR04


Fonte: FilipeFlotp.com

O transmissor envia as ondas ultrassónicas e o receptor as recebe as recebe. É possível


observar que o módulo possui 4 pinos, para que se tenha uma melhor compreensão sobre o seu
funcionamento, cada pino será explicado de forma detalhada:

• Vcc: É o pino responsável pela alimentação do sensor, ou seja, ele é conectado na


entrada 5V do Arduino.
• Trig: Usado para acionar os pulsos de som ultrassônico.
• Echo: Ele produz um pulso quando o sinal refletido é recebido no receptor. A duração
desse pulso é proporcional ao tempo levado desde quando o sinal foi enviado até ele ser
recebido.
• Gnd: pino para ser conectado ao terra do Arduino.

A explicação dada acima pode ser entendida de forma melhor observado a montagem
na figura abaixo:

Figura 4 - Ilustração da montagem do Arduino

Fonte: FilipeFlotp.com
Como se observa na figura acima, os pinos Trig e Echo estão conectados nas portas
digitais 4 e 5 respectivamente, esse fato deve ser indicado na programação da placa no Arduino
que será mostrada mais adiante.

A imagem abaixo será essencial para o entendimento da explicação que virá adiante:

Figura 5 - ilustração do envio do pulso pelo sensor HC-SR04

Fonte: DiegoGarrido

Inicialmente o cabo de alimentação e o Gnd estão conectados de forma correta ao sensor.


O Arduino envia um pulso para o pino Trig módulo de pelo menos 10 𝜇𝑠 . Com esse pulso o
sensor emite um sinal ultrassônico de 8 pulsos a 40kHz num ângulo de abertura de 15°. Esses
8 pulsos viajam pelo ar até chegar ao objeto.

Quando acontece a transmissão, o pino Echo, que inicialmente estava em LOW muda
para HIGH e a linguagem na qual o Arduino está programado começa a contar o tempo. Quando
esse sinal é recebido, a porta analógica Echo retorna para LOW. Sendo assim é possível obter
o tempo de o sinal ir e voltar até o Arduino pois será o intervalo que o Echo ficou em HIGH.

Figura 6 - ilustração da recepção do pulso pelo sensor HC-SR04

Fonte: DiegoGarrido

Supondo que a distância fez com que o tempo de receber o sinal foi de 180 𝜇𝑠 , então
esse pulso será enviado pelo Echo.
Os alto-falantes do Arduino precisam receber os pulsos indicados acima e depois
transmitir a onda ultrassônica. Eles fazem isso fazendo uma oscilação na frequência que se quer
enviar o som (nesse caso 40kHz), para isso, ele é separado em três principais peças: Cone,
bobina e um ímã como ilustra a figura abaixo:

Figura 7 - Ilustração do funcionamento de um alto-falante

Fonte: koimas.com.br

Quando a bobina é ligada ela se torna um eletroímã, ela pode atrair o imã ou repeli-lo.
Como a bobina está conectada ao cone ele irá se mover junto com ela. Quando a corrente que
passa pela bobina é modificada para que sua polaridade mude e seja repelida pelo imã, o cone
faz um movimento para fora. O oposto acontece quando a polaridade do eletroímã muda, o ímã
irá atrair e o cone irá fazer o movimento para dentro. Fazendo esse movimento na frequência
de 40kHz, o ar ao redor do cone do alto-falante irá ser perturbado na mesma frequência e essa
perturbação (onda) irá ser propagada até o objeto de estudo como mostra a imagem abaixo:

Figura 8 - Ilustração das ondas sonoras se propagando


1.3 Programação Usada

Para que todo o processo descrito acima aconteça a placa do Arduino deve estar
programada. A programação usada está exposta abaixo:

Figura 9 - Programação da placa Arduino

Como é possível ver na imagem acima, os pinos trig e Echo estão respectivamente nas
entradas analógicas 4 e 5 e estão de acordo com a montagem do dispositivo mostrado
anteriormente. Outro aspecto importante é que esse código pode não compilar em todos
computadores pois a biblioteca <Ultrassonic.h> disponibilizada pelo site oficial do Arduino não
possui a função timing() como pública, por isso um dos participantes do experimento precisou
acessar o código fonte dessa biblioteca e tirar essa função da configuração “privada” como
mostra a imagem abaixo:

Figura 10 – timing() configurada como “privado” no código fonte da biblioteca “Ultrassonic”


Após compilar o código mostrado acima e envia-lo apara a placa, o IDLE Arduino
recebe os primeiros dados no monitor serial como mostra a imagem abaixo:

Figura 11 – Monitor serial do Arduino

Dessa forma os dados podem ser anotados e o valor da aceleração da gravidade para
quando um corpo desce um plano inclinado pode ser calculado. No entanto, os criadores do
experimento desenvolveram uma forma mais prática de obter o valor da aceleração da
gravidade de uma maneira mais inovadora. Foi criada uma aplicação na linguagem Python com
uma interface bastante simples de usar como mostra a figura abaixo:

Figura 12 – Interface gráfica da aplicação


Quando o botão “Iniciar experimento” é pressionado, a programação mostrada na
imagem abaixo é executada:

Figura 13 - Código Python da função que inicia o experimento

Importante mencionar que não é preciso estar com a IDLE do Arduino aberta esse botão
for pressionado. Os dados irão ser lidos pelo dispositivo e irão para o Python pela porta “COM
5” como é possível ver na imagem acima.

Isso só é possível por meio da biblioteca “Serial” do Python que permite que um código
escrito em Python receba os dados do Arduino (que é programado em C, no entanto Python
também tem bases em C, dessa maneira foi possível fazer essa comunicação entre as
linguagens).

As bibliotecas usadas para criar essa aplicação estão expostas na imagem abaixo:

Figura 14 – Bibliotecas usadas para desenvolver a aplicação


Na figura acima é possível ver que a biblioteca “pandas” foi usada pois os dados que
estão chegando do Arduino estão passando por um processo de tratamento e depois
armazenados em um “Data Frame”(um objeto da biblioteca pandas que armazena dados).

Como demonstração do funcionamento da aplicação, o botão para iniciar o experimento


foi pressionado e os resultados estão expostos na imagem abaixo:

Figura 15 – Valores coletados pelo Arduino sendo mostrados no terminal do Python

Os resultados são mostrados no terminal do Python de forma controlada, pois na IDLE


do Arduino esses valores apenas chegam e não param até que o monitor seja desligado, com
essa aplicação é possível escolher a quantidade de dados que se quer analisar, após a medição
do Arduino os dados são expostos da maneira ilustrada na figura acima.

O botão “Calcular valores” calcula a aceleração da gravidade com os valores que foram
armazenados no Data Frame. Para fazer isso, o ângulo do plano inclinado deve ser colocado no
espaço indicado (se nenhum valor for colocado, a aplicação irá considerar o ângulo como “0°”),
o resultado está mostrado na figura abaixo:

Figura 16 – Momento que o ângulo foi colocado e o valor da aceleração da gravidade local foi obtida
Como é possível observar na imagem acima foi obtido um resultado muito bom para a
aceleração da gravidade. Em uma possível atualização será fácil adicionar o erro percentual
com o valor mais aceito da aceleração da gravidade.

O valor da aceleração da gravidade foi calculado a partir das fórmulas abaixo:

1
𝑥  =  𝑥0   + 𝑣0 Δ𝑡  +   2 𝑎Δ𝑡 2 (15)

𝑎  =  𝑔 cos(𝜃) (16)

Como a velocidade inicial é zero pois o objeto descendo a plano inclinado irá partir do
repouso e o atrito está sendo desprezado, então será possível obter a aceleração de descida do
objeto:

2(𝑥 − 𝑥0)
𝑎  =   (17)
Δ𝑡 2

Sendo assim, a aceleração da gravidade é calculada com a fórmula abaixo:

2(𝑥 − 𝑥 )
0
𝑎  =   Δ𝑡 2.cos(𝜃) (18)

Uma coisa a se observar é que alguns dados do Arduino as vezes sofrem modificações,
ou seja, alguns valores de distância não são correspondentes com o real valor, isso acontece por
algum erro no cálculo ou na medição, esse erro pode ser levado em consideração e gerar valores
de aceleração da gravidade muito grandes ou pequenos. Para contornar esse problema é possível
refazer o experimento apertando novamente no botão “iniciar experimento”. Se o erro persistir,
é possível apertar no botão “Baixar planilha”, esse botão irá executar o código abaixo:

Figura 17 - Código da função feita para gerar uma planilha

Uma planilha Excel será salva no diretório onde se encontra a aplicação. Dessa maneira
será possível remover os dados indesejados como mostra a figura abaixo:

Figura 18 – Momento que a planilha foi baixada

Na parte central inferior da imagem acima é possível ver que a mensagem de que a
planilha foi baixada com sucesso. No lado esquerdo mostra a planilha salva com a extensão do
Excel, ao apertar nela é possível visualizar todos os dados obtidos no experimento e modifica-
los.

Se os valores que foram obtidos no experimento não sofreram com alguns erros de
leitura do Arduino, então é possível plotar um gráfico que relaciona a distância do objeto a cada
intervalo de tempo.
2 Objetivo

O objetivo do relatório é obter a aceleração da gravidade e entender as aplicações do


sensor HC-SR04 no experimento de plano inclinado, para isso os dados obtidos com o Arduino
serão discutidos e os erros percentuais serão avaliados. Por fim, uma discussão sobre suas
vantagens em sala de aula será feita

3 Materiais e métodos

3.1 Materiais

• Bloco de madeira
• Rampa com marcação do seu ângulo de inclinação como mostra a imagem abaixo

Figura 19 – foto tirada no momento do experimento do ângulo da rampa

• Óleo de peroba
• Pano de lã
• Dispositivo Arduino com sensor HC-SR04
• Notebook com aplicação criada instalada
• Cabo de comunicação entre Arduino e notebook

3.2 Método

O Arduino com sensor HC-SR04, após de ter sido montado da maneira que mostra a
figura 4, foi colocado no topo da rampa como mostra a imagem abaixo:

Figura 20 – Arduino com sensor HC-SR04 colocados no topo da rampa


Depois disso, o óleo de peroba foi colocado na rampa e espalhado com o pano de lã para
que o atrito fosse reduzido ao máximo. Logo após, o bloco de madeira foi colocado no topo da
rampa de frente ao sensor HC-SR04 como mostra a imagem abaixo:

Figura 21 – Foto tirada segundos antes de começar o experimento

O programa criado pelos participantes do experimento foi aberto e sendo executado, em


um dado momento o bloco foi solto quando a rampa fazia um certo ângulo em relação à
horizontal enquanto que o botão “iniciar experimento” era pressionado. Esse procedimento foi
repetido outras vezes com ângulos diferentes, os dados foram coletados e levados para análise.

4 Resultados e discussão

Quando o sensor foi colocado no topo da rampa, o bloco começou a deslizar e o botão “iniciar
experimento” foi pressionado. Quando ele chegou no final da rampa que possuía uma inclinação
de 27° de inclinação em relação a horizontal, o experimento foi parado e os resultados obtidos
estão expostos abaixo:

Tabela 2 – Dados coletados do primeiro experimento com o ângulo da rampa a 27° de inclinação em relação a
horizontal

Distância (cm) Tempo (ms)


5,10 133
7,75 338
15,53 545
25,96 754
44,00 966
Aparentemente os dados da tabela 2 estão de acordo com o esperado pois eles não ultrapassam
o tamanho total da rampa. O botão “calcular valores” foi pressionado e a aceleração da
𝑚
gravidade local foi calculado: g = 9,88 𝑠2 , ou seja, um resultado muito bom e preciso, reforçando
que a coleta dos dados na tabela 1 foi feita de maneira coerente e a probabilidade de que erros
tenham sido cometidos é muito baixa.

É saber o quão bom é o valor da aceleração da gravidade local aplicando a fórmula do


erro percentual que está exposta abaixo:

|𝑔exp 𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙  − 𝑔𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|


𝑒  =  100 (19)
𝑔𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Aplicando a fórmula acima no resultado obtido de g a parti do experimento com o


Arduino chegou-se a um número de 0.71 % de erro relativo entre o valor da aceleração da
gravidade mais aceito e o obtido experimentalmente.

Realmente, os resultados obtidos anteriormente foram muito bons, para que se tenha
certeza que alguma coincidência que fez o resultado final ser tão preciso não tenha acontecido,
outros experimentos com ângulos de inclinação diferente foram realizados. A rampa foi
inclinada em 23° em relação a horizontal e os resultados obtidos estão expostos abaixo:

Tabela 3 – Dados coletados do primeiro experimento com o ângulo da rampa a 23° de inclinação em relação a
horizontal

Distância (cm) Tempo (ms)


5,72 133
6,26 338
64,20 550
17,74 758
37,94 973
Um fator notório da tabela 3 é que o intervalo de tempo está bastante parecido com o do
experimento anterior, no entanto, nesse segundo experimento o tempo que o bloco levou para
chegar na base da rampa foi maior. Isso pode ter origem em um maior atrito nesse experimento
que pode ter oferecido resistência ao movimento do bloco, além de que o ângulo de inclinação
da rampa é menor gerando assim uma aceleração inferior no bloco.

Outro aspecto bastante notório é que o terceiro valor de distância com certeza é um
outlier, ou seja, aconteceu algum erro na recepção do ultrassom que fez com que ele
interpretasse uma distância de 64,20 cm entre o bloco e o sensor, algo irrealista pois a rampa
não possuía todo esse tamanho. No entanto, esse erro não vai influenciar tanto no cálculo da
aceleração da gravidade pois os valores extremos (primeiro e último) são os mais importantes
para a fórmula.
𝑚
Quando o botão “calcular valores” foi pressionado, obteve-se um valor de g = 9,35𝑠2 ,
mostrando que o erro do sensor na leitura do valor de distância não influenciou no resultado
final da aceleração da gravidade local.

Aplicando a fórmula do erro percentual obtém-se 4,68 % de erro em relação ao real


valor da aceleração da gravidade, um valor maior em comparação ao resultado obtido do
experimento anterior.

Após esse experimento, o ângulo da rampa foi diminuído para 17° em relação à
horizontal para que pudesse investigar a aceleração da gravidade nessa circunstância, os valores
obtidos estão expostos na tabela abaixo:

Tabela 4 – Dados coletados do primeiro experimento com o ângulo da rampa a 17° de inclinação em relação a
horizontal

Distância (cm) Tempo (ms)


5,18 133
5,77 338
7,26 543
10,44 749
28,20 958
Como se observa na tabela 4 aparentemente não houveram erros como no experimento
anterior pois todos os valores estão crescentes e não ultrapassam o tamanho da rampa. Sendo
𝑚
assim, o botão “calcular valores” foi pressionado e obteve-se um valor de g = 9,25𝑠2 , um
resultado ainda menor em relação ao anterior, provavelmente pelo aumento do atrito na rampa
oferecendo uma resistência ao movimento seja o causador desse resultado.
Aplicando a fórmula do erro percentual nesse valor o resultado foi 5,70% de erro em
relação ao valor teórico da aceleração da gravidade e o valor coletado. Ele foi o maior que já
foi obtido nesses três experimentos, no entanto a precisão ainda está boa.

Depois desses resultados, o foco da investigação mudou, pois, a rampa foi colocada em
ângulos maiores em relação com a horizontal. Sendo assim, ela foi colocada para 34° em relação
à horizontal, os valores obtidos estão expostos na tabela abaixo:

Tabela 5 – Dados coletados do primeiro experimento com o ângulo da rampa a 34° de inclinação em relação a
horizontal

Distância (cm) Tempo (ms)


6,05 133
6,95 338
21,23 546
37,75 766
Como já é possível ver nos dados da tabela 5 existe penas 4 valores para tempo e
deslocamento, isso já era esperado pois como o ângulo entre a horizontal e a rampa era maior
fazendo o bloco chegar mais rápido no chão. Após ter pressionado o botão “calcular valores” o
𝑚
valor da aceleração da gravidade local foi g = 8,79𝑠2 , um valor muito menor em relação aos

anteriores, isso é evidenciado aplicando a fórmula 19 para o valor de g obtido 10,4% de erro
relativo, esse valor pode ser oriundo de algum erro durante o experimento pois o bloco já estava
no chão 0,766 segundos após ser solto, os participantes do experimento tiveram menos tempo
para concertar possíveis erros.

5 Conclusão

Com todos os dados obtidos é possível concluir que o experimento foi um sucesso pois
os resultados de aceleração da gravidade foram obtidos e com exceção do último valor, o erro
relativo está baixo.

Com essa aplicação, o trabalho do professor e do estudante é reduzido. Quando o


professor ensinar na aula como se calcula a aceleração da gravidade por meio do plano
inclinado, o aluno entenderá quais as variáveis que influenciam no resultado e será capaz de
realizar o experimento sem se preocupar muito em copiar todos os dados que estão sendo
gerados no monitor serial do Arduino e aplicar as fórmulas pois a aplicação mostrada acima irá
fazer esses passos. Caso algum erro aconteça então a planilha pode ser baixada e modificada.
Outra parte importante é que os alunos poderão saber se estão fazendo o experimento
de forma correta pois é possível obter o valor da aceleração da gravidade de forma muito rápida,
caso o número obtido esteja muito distante do valor teórico, os mesmos poderão investigar os
fatores que estão atrapalhando o experimento.

Em questão dos custos para realizar o experimento, não será muito caro pois é possível
fazer com objetos simples, no entanto o professor deverá ter a sua disposição um computador
e um dispositivo Arduino com sensor HC-SR04. Em uma futura atualização da aplicação criada
ela poderá ser adaptada para dispositivos mobile (utilizando as linguagens de programação Java
e Kotlin é possível fazer tal adaptação), sendo assim será ainda mais fácil para que os alunos
realizem o experimento.

Referências bibliográficas

MORETTIN, P. A.; BUSSAB W. O. Estatística básica. São Paulo: Saraiva., 2010. 36p

NUSSENZVEIG, H.M. Curso de física básica. São Paulo: Blucher, 2013. 121p

YOUNG, H.D.; FREEDMAN, R.A.; Sears e Zemansky Física 2: Termodinâmica e ondas,

12.Ed., São Paulo: Ad-Adison Wesley, 2008.

JEWETT JR., J. W. e SERWAY, R. A., Física para Cientistas e Engenheiros, 8 Ed. São
Paulo,Ed. Cengage Learning, 2011.

GÉRON, Aurélien. Mãos à Obra Aprendizado de Máquina com Scikit-Learn & TensorFlow-
Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.

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