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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VENDAS NOVAS

Ano letivo 2022/2023


ESCOLA SECUNDÁRIA DE VENDAS NOVAS

__________________Antero de Quental_____________________

Soneto “Palácio da Ventura” (p.292 do Manual)

 Estamos perante um soneto cujo título “Palácio da Ventura” significa a “felicidade”.

 O sujeito poético sonha ser um cavaleiro andante que procura ansiosamente o palácio
da ventura, ou seja, a felicidade (vv. 1-4), quando está prestes a desistir (vv. 5-6),
encontra-o, fica cheio de esperança, “Mas” o interior do palácio está vazio (ou seja,
não encontra o que procura), então vem a angústia, o sofrimento.

 No final, o sujeito poético constata que a sua demanda (procura) se revela vã, levando-
o à deceção, o desvanecer do seu sonho (“e nada mais!”)

Temática: Configurações do ideal / Procura de uma finalidade para a existência


humana

Página 293 – Educação Literária


1. O sujeito poético sonha ser um cavaleiro andante que procura ansiosamente o palácio
da Ventura, isto é, a felicidade. Quando está prestes a desistir, encontra-o finalmente,
mas o interior do palácio está vazio, o que lhe provoca sofrimento e angústia.

2. a) vv. 7-12
b) vv. 1-4
c) vv. 13-14
d) vv. 5-6

3.1. O verso 2 indica as dificuldades do percurso do cavaleiro: “os desertos” (espaço


físico), “os sóis” (tempo), ambos quentes e difíceis de suportar; “a noite escura”
(tempo), que marca também a dificuldade do caminho pela ausência de luz e os
perigos sugeridos.

3.2. As reticências surgem nos momentos em que o cavaleiro está prestes a desistir, por
cansaço e desilusão, e indicam o fim iminente das suas forças e o seu apelo
desesperado. Marcam ainda o suspense perante uma situação desejada.
4. O palácio começa por ser “encantado” (misterioso e inatingível); depois surge
“fulgurante” e belo, com “portas d’ouro”, (correspondendo a uma imagem/ideal de
beleza e felicidade) e no fim aparece mergulhado em “silêncio e escuridão”,
correspondendo à desilusão do cavaleiro e ao fim do sonho.

5. A adversativa “mas” marca os momentos de viragem e busca do cavaleiro, da


confiança à exaustão (v.5), da esperança à desilusão (v.13).

6. O uso da maiúscula confere mais ênfase a essas palavras, destacando os conceitos que
elas veiculam.

7. Os recursos expressivos são a apóstrofe e a metáfora. As “portas d’ouro” simbolizam


uma ilusão momentânea de abertura para o ideal de felicidade sonhado, e constituem,
simultaneamente, o destinatário do apelo ansioso e esperançoso do sujeito poético –
“Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!” (v.11).

8. Apesar de ter encontrado o palácio da Ventura, onde pensava encontrar o seu ideal de
felicidade, este não tem nada para lhe oferecer, dado que no seu interior apenas existe
“Silêncio e escuridão”. No final, o sujeito poético constata que a sua demanda se
revela vã, experienciando a deceção, o desvanecer total do seu sonho (“e nada mais!”).
Simbolicamente podemos considerar que, mesmo quando se configuram ao nosso
alcance, os ideais (justiça, felicidade, liberdade, …) escapam-nos sempre.

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