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Relativamente a cada uma das dimensões do herói, deve ser abordado um dos tópicos seguintes, ou
outros igualmente relevantes:
Herói histórico
− referência ao «areal» para identificar o local da batalha em Alcácer Quibir/no Norte de África;
− referência à «morte» física de D. Sebastião no decurso da batalha;
− referência à «desventura» que conduziu à morte do rei (e à desgraça do país).
Herói mítico
− referência ao carácter transcendente de D. Sebastião, enquanto figura guardada por Deus/enquanto
figura identificada através do uso de maiúsculas em «O» e «Esse»;
− referência à permanência do sonho do rei, que é aquilo que «eterno dura» (v. 7);
− referência à certeza do regresso do rei enquanto sonho criador.
1. Caracterize o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos.
Para caracterizar o estado de alma do sujeito poético, expresso nos seis primeiros versos, devem ser
abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ a dor/mágoa/tristeza/amargura manifestada pelo sujeito poético;
‒ a desilusão/frustração sentida relativamente à pátria do presente;
‒ a esperança na vinda do «Senhor», a qual preenche o seu vazio interior.
3. Explique, com base nas duas últimas estrofes, por que razão o sujeito poético pode ser
considerado um profeta.
Para explicar a razão pela qual o sujeito poético pode ser considerado um profeta, devem ser
abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ anuncia a vinda do «Encoberto» (D. Sebastião)/a construção do Quinto Império;
‒ deseja a realização do «Sonho das eras português» (v. 14);
‒ espera cumprir o «grande anseio que Deus fez» (v. 16);
‒ é o porta-voz de um desejo/sonho coletivo.
1. Explicite três dos aspectos que, nos versos de 1 a 12, se referem ao mito
sebastianista, fundamentando a sua resposta com elementos do texto.
Nos versos de 1 a 12, os aspectos que se referem ao mito sebastianista são os seguintes:
– o desaparecimento misterioso da «última nau» e de D. Sebastião – «Levando a bordo El-
Rei D. Sebastião» (v. 1); «Foi-se a última nau» (v. 4); «Mistério.» (v. 6); «Não voltou mais.»
(v. 7);
– a associação do desaparecimento da «última nau» e de D. Sebastião ao fim do Império
português – «Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, / E erguendo, como um nome, alto o
pendão / Do Império, / Foi-se a última nau» (vv. 1 a 4); «Não voltou mais.» (v. 7);
– o pressentimento de desgraça associado à partida da nau – «Foi-se a última nau, ao sol
aziago / Erma, e entre choros de ânsia e de pressago / Mistério.» (vv. 4 a 6);
– as incertezas quanto ao destino de D. Sebastião – «A que ilha indescoberta / Aportou?»
(vv. 7 e 8);
– as expectativas quanto ao regresso de D. Sebastião – «Voltará da sorte incerta / Que
teve? / Deus guarda o corpo e a forma do futuro, / Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro / E
breve.» (vv. 8 a 12).
2. Caracterize, com base na terceira estrofe do poema, o modo como o sujeito poético e
o povo português reagem ao desaparecimento da «última nau».
De acordo com o conteúdo da terceira estrofe do poema:
– o povo português, perante o desaparecimento da «última nau», na qual seguia D.
Sebastião, reage com desânimo (v. 13);
– o sujeito poético manifesta uma viva crença no regresso de D. Sebastião e no Império
que ele simboliza (vv. 14 a 18).
3. Relacione o conteúdo da última estrofe com a pergunta «Voltará da sorte incerta / Que
teve?», formulada nos versos 8 e 9.
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou outros considerados
relevantes.
Na última estrofe, o sujeito poético responde afirmativamente à pergunta enunciada nos
versos 8 e 9, apresentando:
– o regresso de D. Sebastião e do Império que ele simboliza como uma certeza obtida por
intuição – «sei que há a hora» (v. 19); «Surges ao sol em mim» (v. 22); «trazes o pendão
ainda / Do Império.» (vv. 23 e 24);
– o momento exacto em que esse acontecimento terá lugar como uma incerteza – «Não sei
a hora» (v. 19); «Demore-a Deus» (v. 20); «Mistério.» (v. 21).
3. Relacione a referência à «chama, que a vida em nós criou» (verso 5) com o sentimento sugerido no
verso 8.
A “chama” referida no verso 5 é uma alusão à força dos portugueses que os incentivou e
empurrou, no passado, para vastos e fecundos projetos, criadores de glória. No verso 7, afirma-
se que essa luz e esse fogo
não morreram completamente, apenas se encontram encobertos pelas cinzas. Assim, e relacionando os vár
ios versos da estrofe, afirma‐se que, uma vez que ainda há vida (verso 6), ainda há esperança
e, portanto, a “chama” pode ser reavivada até pela força “do vento” (verso 8). Implicitamente, o
“eu” transmite uma mensagem de ânimo e confiança.
4. Interprete o sentido da última estrofe, tendo em conta o título e a apóstrofe presente no primeiro
verso do poema.
Tal como é referido no título, o poema é uma “prece”. No verso 1, está expresso o vocativo,
“Senhor”; seguidamente, faz‐
se uma caracterização dos tempos vividos – o passado glorioso e o presente sem brilho – e
só na última estrofe é retomada a súplica, como se verifica pelo imperativo “dá”. O “eu” pede o impulso, a
força (“o sopro, a aragem”) necessários para reavivar a chama (“o esforço se remoça”) de modo a que Port
ugal
recupere o fulgor e volte às conquistas, sejam do mar, sejam outras; o que se pretende é que os portugues
es obtenham de novo glórias (“outra vez conquistemos a Distância”).