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Renascimento – movimento cultural dos séculos XV e XVI, que marca a transição da Idade Média para a
Idade Moderna.
· Estéticas tradicionais:
Poesia trovadoresca: Camões deu continuidade a temas recorrentes da poesia trovadoresca, como o amor, o
sofrimento causado pelo amor, o desprezo da mulher amada, a relação com a Natureza;
Poesia Palaciana: poesia produzida no paço (palácio), para entreter e divertir; os temas abordados não fogem
muito dos utilizados na poesia trovadoresca, como o amor, o sofrimento, a saudade da amada. Porém, manifestam-
se alguns temas diferenciadores como a saudade (associada às viagens ultramarinas).
Géneros literários:
Da inspiração clássica: sonetos – composições com versos de dez sílabas (decassilábico); constituído por duas
quadras (devem apresentar o assunto – assunto exposto na primeira quadra e desenvolvido na segunda) e dois
tercetos (o 1º deve retomar o desenvolvimento e o último tem como finalidade concluir o assunto); com esquema
rimático ABBA (interpolada), AABB (emparelhada) ou ABAB (cruzada); também podem assumir a forma de odes,
éclogas, canções, entre outros.
· Influência de Petrarca:
Petrarquismo: movimento literário italiano que apareceu no século XV, atingindo o apogeu no século XVI,
influenciando toda a poesia europeia; tem como intuito imitar a poesia de Petrarca; caracteriza-se pela retoma da
temática amorosa – é reservado um lugar central à figura da mulher que é vista como um ser inacessível, intocável,
reflexo de virtudes e qualidades como a gentileza, a sabedoria, a honestidade e a harmonia – representa a perfeição
física; é também central o protótipo feminino – mulher de cabelos, pele e olhos claros, como modelo de perfeição; a
mulher não pertence ao mundo terreno, é um ser divino – platonismo (amor platónico, inalcançável). Porém, a
mulher pode também aparecer associada a um ser demoníaco, cruel; assim, o amor dá lugar ao desespero, ao
cansaço e ao remorso.
“Amor é um fogo que arde sem se ver” – o sujeito poético tenta definir o amor, apresentando uma série de
expressões que refletem a sua natureza contraditória.
“Tanto de meu estado me acho incerto” – reflete sobre os efeitos contraditórios que a contemplação da mulher
amada provoca nele, demonstrando o sofrimento amoroso.
“Descalça vai pera a fonte” – apresenta, num tom elogioso, o retrato de uma mulher – Leonor – que, num ambiente
campestre, vai à fonte.
“Um mover d’olhos brando e piadoso” – descrição da mulher amada, concluindo que a sua beleza produz nele um
efeito alquímico e transforma o seu pensamento.
“Leda serenidade deleitosa” – descrição da mulher amada, mostrando que as suas características representam as
armas através das quais o amor o aprisionou.
“Aquela cativa” – exaltação da beleza de Bárbara, uma mulher exótica, exprimindo os sentimentos que a sua beleza
gera nele – fascínio, amor, tranquilidade – o que evidencia os poderes da figura feminina.