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KAMILA MARIETA DE ALMEIDA MIRANDA BICA

ESTUDO DO CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND COM ADIÇÃO DE


NANOGRAFITE

PATOS DE MINAS
2017
KAMILA MARIETA DE ALMEIDA MIRANDA BICA

ESTUDO DO CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND COM ADIÇÃO DE


NANOGRAFITE

Monografia realizada como requisito de


avaliação total da disciplina de TCC II e para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil pelo Centro Universitário de Patos de
Minas – UNIPAM, sob orientação do professor
Me. Eduardo Pains de Morais e coorientação da
professora Dra. Sandra Lúcia Nogueira.

PATOS DE MINAS
2017
A Deus, que de forma plena e mui perfeita tem manifestado sua misericórdia em
minha vida. Aos meus amados irmãos em Cristo a quem tive em meu coração e pensamentos
nos momentos de ausência.
AGRADECIMENTOS

A Deus que de todas as formas me sustentou e me abençoou com cada pessoa que
esteve ao meu lado nessa jornada.
Ao ex docente e engenheiro Henrique César Moura Goulart que me norteou e
incentivou a fazer este estudo.
Ao orientador Eduardo Pains de Morais pelo suporte no pouco tempo que lhe coube,
pelas correções e incentivos.
A coorientadora Sandra Lúcia Nogueira pelas dicas e incentivo na sintetização do
nanografite.
A toda equipe dos laboratórios de Química Analítica, Engenharia Química e
Materiais de Construção, em especial Abel da Silva Cruvinel que não mediu esforços para me
auxiliar.
Aos docentes Sheilla Pereira Vieira, Adriene Sttéfane Silva e Maria Marta do Couto
Pereira que ajudaram a modelar este estudo.
Ao meu namorado Vinicius Costa Ferreira pela compreensão e incentivos.
Aos fornecedores Silicon e Nacional Grafite pelos materiais cedidos a este estudo.
“Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento; Ele reserva
a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham em integridade, guardando-lhes
as veredas da justiça, e preservando o caminho dos seus santos”.
(PROVÉRBIOS 2:6-8)
RESUMO: Este estudo analisou as propriedades qualitativas do concreto de cimento Portland
com a adição de nanografite de sintetização própria. Ressalta-se que esta adição de carbono até
então não havia sido comprovada no melhoramento das propriedades do concreto. Deste modo,
averiguou-se alguns dos fatores qualitativos do concreto com adição de NG, entre eles:
resistência mecânica à compressão, módulo de elasticidade, velocidade de propagação de ondas
e a trabalhabilidade do concreto em seu estado fresco. Para isso, foi sintetizado nanografite a
partir do grafite expandido, o qual foi adicionado ao concreto em relação a massa de cimento
nas proporções de 0,5%, 1% e 3%, comparando seus resultados ensaiados a um concreto de
referência em que não conteve adição. Dos resultados obtidos, mostrou-se que ao se adicionar
nanografite na composição do concreto, obteve-se aumento da consistência, da resistência à
compressão e da qualidade da estrutura interna dos concretos com adições, respectivamente, de
1% e 3%.

PALAVRAS-CHAVE: Concreto com adição de nanografite. Nanografite aplicado na


construção civil. Nanotecnologia aplicada ao concreto. Adições de carbono utilizadas na
tecnologia do concreto.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a/c- Relação água/cimento


ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas
Ca- Consumo de água
Cb- Consumo do agregado graúdo
Cc- Consumo de cimento
Cm- Consumo do agregado miúdo
CP- Corpo de Prova
D- diâmetro do corpo de prova
E- Módulo de elasticidade
Ɛ- Deformação
F- Força máxima alcançada
Fc- Força à compressão
ƒck- Resistência característica do concreto à compressão
ƒcm28- Resistência média característica do concreto à compressão aos 28 dias
GE- Grafite expandido
GI- Grafite intercalado
MF- Módulo de finura
NBR- Norma Brasileira
NG- Nanografite
NM- Norma Mercosul
NTC- Nanotubo de carbono
Ơ- Tensão
Sd- Desvio padrão
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Exemplo de IEV ...................................................................................................... 22


Figura 2- Módulo de elasticidade ............................................................................................ 24
Figura 3- Fatores de influência ao módulo de elasticidade ..................................................... 24
Figura 4- Esquema de ensaio do método de pulso ultra-sônico .............................................. 25
Figura 5- Esquematização microestrutura do concreto ........................................................... 27
Figura 6- Ligação hexagonal do Grafeno ................................................................................ 28
Figura 7- Representação esquemática da estrutura de nanotubos de carbono......................... 29
Figura 8- Estrutura da Grafite.................................................................................................. 30
Figura 9- Exemplo de Grafite intercalado ............................................................................... 31
Figura 10- Processo sintetização NG a partir do GE............................................................... 35
Figura 11- Fotografias de alguns dos ensaios realizados ........................................................ 37
Figura 12- Corpos de prova moldados .................................................................................... 39
Figura 13- NG dispersado ao superplastificante e na última fração de água .......................... 39
Figura 14- Ensaios de trabalhabilidade realizados .................................................................. 40
Figura 15- Ensaios mecânicos ................................................................................................. 41
Figura 16- Aparelho utilizado e ensaio realizado aos corpos de prova ................................... 41
Figura 17- Comparação NG e GE ........................................................................................... 42
Figura 18- Ensaio de dispersão................................................................................................ 43
Figura 19- Consistência dos concretos .................................................................................... 46
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de cimento Portland normalizados no Brasil .............................................. 15


Quadro 2 - Classificação das britas quanto as dimensões nominais. ...................................... 17
Quadro 3- Classificação abatimento ....................................................................................... 20
Quadro 4- Classificação quanto ao tipo de serviço ................................................................. 20
Quadro 5- Classe espalhamento (Slump Flow) ....................................................................... 21
Quadro 6- Classificação por velocidade de propagação de ondas .......................................... 25
Quadro 7- Caracterização do CPV-ARI .................................................................................. 36
Quadro 8- Normas utilizadas para determinação dos índices físicos dos agregados .............. 37
Quadro 9- Especificação Silicon ns plus 400 .......................................................................... 38
Quadro 10- Resultado Caracterização ..................................................................................... 44
Quadro 11- Dosagem concreto ................................................................................................ 45
Quadro 12- Resultados ensaio ultrassom aos 21 dias ............................................................. 48
Quadro 13- Resultados ensaio resistência a compressão ........................................................ 49
Quadro 14- Resultado módulo de elasticidade ........................................................................ 51
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 14
2.1 CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND ................................................................... 14

2.1.1 Cimento Portland........................................................................................................ 14

2.1.1.1 Adições Minerais ........................................................................................................ 15

2.1.2 Agregados ................................................................................................................... 16

2.1.2.1 Agregados Graúdos e Miúdos .................................................................................... 16

2.1.3 Água no Concreto ....................................................................................................... 17

2.1.4 Aditivos Químicos...................................................................................................... 18

2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO.............................................................................. 19

2.2.1 Concreto no Estado Fresco ......................................................................................... 19

2.2.2 Concreto no estado Endurecido .................................................................................. 22

2.2.3 Microestrutura ............................................................................................................ 26

2.3 ADIÇÕES DE CARBONO ESTUDADAS .................................................................... 27

2.3.1 Grafeno ....................................................................................................................... 28

2.3.2 Nanotubos de carbono ................................................................................................ 29

2.4 CARBONO GRAFITE ................................................................................................... 30

2.4.1 Estruturas da Grafite ................................................................................................... 31

2.4.2 Nanografite ................................................................................................................. 32

2.5 A INFLUÊNCIA DA NANOTECNOLOGIA AO CONCRETO .................................. 33

3 METODOLOGIA........................................................................................................... 34
3.1 PARÂMETROS DELIMITANTES FIXADOS NA PESQUISA .................................. 34

3.2 NANOGRAFITE ............................................................................................................ 34

3.3 ESCOLHA DOS MATERIAIS ...................................................................................... 36

3.3.1 Cimento ...................................................................................................................... 36

3.3.2 Agregados ................................................................................................................... 37


3.3.3 Aditivo ........................................................................................................................ 38

3.4 DOSAGEM DO CONCRETO........................................................................................ 38

3.5 CONFECÇÃO DO CORPOS DE PROVA .................................................................... 38

3.6 ENSAIO DE COMPRESSÃO e módulo de elasticidade DOS CORPOS DE PROVA . 40

3.7 ENSAIO DE VELOCIDADE DE PULSO ULTRA-SÔNICO ...................................... 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 42


4.1 NANOGRAFITE ............................................................................................................ 42

4.2 AGREGADOS ................................................................................................................ 43

4.3 DOSAGEM DO CONCRETO........................................................................................ 45

4.4 TRABALHABILIDADE DO CONCRETO ................................................................... 45

4.5 ENSAIO DE VELOCIDADE DE PULSO ULTRASSÔNICO ..................................... 47

4.6 COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO ................................................................... 49

4.7 MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO ...................................................... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 53


REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 55
12

1 INTRODUÇÃO

No contexto atual do século XXI, muito se tem estudado em relação à utilização do


carbono na tecnologia de fabricação do concreto. Diversos estudos prometem revolucionar a
construção civil apenas com a adição das composições desse elemento químico. Ressalta-se
que esse elemento químico, nas suas diferentes formas, apresenta importantes características e
propriedades capazes de beneficiar as características mecânicas do concreto.
Com base nas formas utilizadas do carbono, o mundo científico tem buscado
resultados inovadores a partir do estudo de adições de nanotubos de carbono e grafeno ao
concreto, os quais possuem a capacidade de melhoria das propriedades dos materiais e
resistência do concreto endurecido. Entretanto, essas formas de apresentações tem um alto
custo, o que deixa suas utilizações inviáveis economicamente.
Todavia, entre as quatro formas alotrópicas do carbono de amplo interesse
econômico e científico, existe uma que é conhecida como grafite, também chamada de chumbo
negro ou plumbagina. A qual possui características desejáveis como, resistência às elevadas
temperaturas, alta condutividade térmica, flexibilidade em sua estrutura, potencial de dissipação
e expansão de outros materiais. (LOBATO, 2009; MARINHO, 2014)
Não obstante, a grafite em sua forma simples possui ligações interlamelares fracas,
não apresentando, assim, propriedades mecânicas relevantes que justifiquem seu uso na
tecnologia do concreto com vistas ao aumento de sua resistência. Entretanto, é possível se obter
estruturas com propriedades físicas superiores às apresentadas pela grafite, interferindo-se na
flexibilidade de sua estrutura, reconfigurando-as na forma de nanolâminas, as quais são
denominadas nanografite. (FERREIRA, 2008).
O nanografite é um material de propriedades físicas semelhantes a alguns
compostos de carbono já estudados na tecnologia do concreto e dá ênfase como uma nova
aplicação econômica e de substituição dentro da nanociência. Entretanto, ainda não se foi
comprovado o melhoramento das propriedades qualitativas do concreto ao adicionar
nanografite em sua composição. (MARINHO, 2014).
É de extrema importância à inovação da tecnologia do concreto e da aplicação da
nanociência na construção civil, pois ambas refletem na qualidade dos processos e nas
construções do futuro. Além disso, é importante explorar materiais que são fáceis de serem
produzidos e que contém um custo reduzido aos que já estão no mercado, pois desta forma,
pode-se encontrar estruturas de qualidade em diferentes tipos sociais de construções. (SILVA,
2016; LOBATO, 2009).
13

Nessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo geral verificar as


propriedades mecânicas do concreto produzido com cimento Portland junto à adição de
nanografite sintetizado em proporções distintas. Além do mais, a pesquisa possui os objetivos
específicos embasados na determinação da resistência à compressão do concreto, verificação
das propriedades elásticas e de propagações de ondas conforme ensaios experimentais e por
fim, a comparação do concreto que possui melhor viabilidade técnica, levando em consideração
diferentes proporções de adição de nanografite e a resistência mecânica.
A presente monografia está organizada em 5 seções que abordam a temática de
forma concisa, dividindo-a em teórica e prática. Discorre-se na seção 2 o embasamento teórico
do estudo, fazendo referência ao concreto (suas propriedades e composições), as adições de
carbonos estudadas na construção e a nanotecnologia aplicada ao concreto, as quais trazem
fundamento para a adição de nanografite na tecnologia do concreto.
A seção 3, refere-se a parte experimental do estudo, envolvendo a sintetização de
nanografite, a caracterização dos materiais para cálculo de dosagem, a fabricação do concreto
e seus devidos testes no estado fresco e endurecido. De acordo com os resultados obtidos nesta
seção, foi construída a seção 4.
Os resultados e discussões conduziram a seção 4, onde traz as respectivas análises
dos ensaios de trabalhabilidade, módulo de elasticidade, velocidade de propagação ultrassônica
e resistência a compressão do concreto produzido com adição de nanografite. Desta forma é
apresentada na seção 5 a conclusão deste estudo, norteada pelos objetivos pretendidos.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

De acordo com Mehta e Monteiro (2008), o concreto é o material da construção


civil mais utilizado no mundo, composto basicamente de cimento, areia, brita e água, o qual
expressa a sua grande utilização por pelo menos três razões, entre elas: sua excelente resistência
à água, seu baixo custo e a sua facilidade de ser moldado de diferentes formas e tamanhos.
Desse modo, para justificar os benefícios de sua utilização, depende-se da qualidade do
concreto a ser utilizado.
Segundo Petrucci (1975), a qualidade do concreto decorre da qualidade dos
materiais empregados, do proporcionamento correto, da cura cuidadosa e da sua manipulação
e execução adequada. E caso se deseje um concreto distinto, é de vital importância a seleção
minuciosa dos materiais utilizados, de modo que, não se dependa apenas do atributo de um
material ou outro, mas seja mantido uma qualidade uniforme de todos os materiais.
Dos materiais comuns (Cimento Portland, Agregado Graúdo, Agregado Miúdo e Água)
que compõem o concreto a ser estudado, muitas vezes ao solicitar um concreto distinto, tem-se
a incorporação de adições minerais e outros aditivos químicos. (PETRUCCI, 1975).

2.1.1 Cimento Portland

Para Petrucci (1975), o cimento Portland é um material pulverulento, composto de


silicatos e aluminatos de cálcio, fruto da moagem do clínquer, que é alcançado através do
cozimento da mistura de calcário e argila de maneira que todo cal combine com a argila
resultando um valor não prejudicial a mistura. Dessa forma, após a queima, são feitas adições
de sulfato de cálcio para instituir o tempo de início de reação dos aglomerantes com a água.
De acordo com Battagin (2011), as adições após a queima são denominadas
quimismo, realizadas para garantir correções as quais, não são feitas apenas por sulfato de
cálcio, mas também, por materiais químicos de natureza silicosa, aluminosa ou ferrífera. Desse
modo, dentro de determinadas especificações, as correções conferem as propriedades ligantes
do cimento. Ademais, pode-se ocasionar que tais compostos não são encontrados em uma única
rocha, o que torna necessário a mistura de dois ou mais tipos de rocha e, quando não tiver a
proporção adequada de tais componentes, “[...] eventuais aditivos corretivos, como o minério
de ferro, a areia, a bauxita, são utilizados”. (BATTAGIN, 2011, p. 189).
15

Ainda segundo Petrucci (1975), além dos componentes base do cimento, há de se


considerar a utilização de gesso, pois ele influencia diretamente no tempo de pega desse
composto de maneira que, para cada tipo de clínquer, existe uma quantidade ideal de gesso.
Além da utilização de gesso, ao longo dos anos surgiu a necessidade da incorporação de adições
minerais que caracteriza diversos tipos de cimento, que são diferenciados pelas adições
presentes, o Quadro 1, ilustra os tipos de cimento Portland normatizados no Brasil.

Quadro 1 - Tipos de cimento Portland normalizados no Brasil


Conteúdo dos componentes (%)
Nome Técnico do
Sigla Classes Clínquer Fíler
Cimento Portland Escória Pozolana
+ gesso calcário
Comum CPI 25, 32, 40 100 0
Comum com Adição CPI-S 25, 32, 40 99-95 1-5
Composto com Escória CPII-E 25, 32, 40 94-56 6-34 0 0-10
Composto com Pozolana CPII-Z 25, 32, 40 94-76 0 6-14 0-10
Composto com Fíler CPII-F 25, 32, 40 94-90 0 0 6-10
Alto-Forno CPIII 25, 32, 40 65-25 35-70 0 0-5
Pozolânico CPIV 25, 32 85-45 0 15-50 0-5
CPV-
Alta Resistência Inicial - 100-95 0 0 0-5
ARI
Resistente a sulfatos RS 25, 32, 40
Baixo calor de (*)
BC 25, 32, 40
Hidratação
Branco Estrutural CPB 25, 32, 40 - - - -
Fonte: Battagin, 2011, p.207.

2.1.1.1 Adições Minerais

As adições minerais são anteriores a invenção do cimento e inicialmente, eram


utilizadas com a finalidade de reduzir o consumo de energia e a distância de transportes de
matérias primas e, consequentemente, a poluição gerada. Logo a sua aplicação, passou a ter
materiais cimentícios com melhores propriedades na atividade química e na resistência
mecânica. Entretanto, depende-se da quantidade e das propriedades técnicas de cada adição
para se obter o efeito desejado. (MOLIN, 2011).
De acordo com Bataggin (2011), essas adições denominadas escórias granuladas de
alto forno, filer-calcário e materiais pozolânicos também trazem outros benefícios, fazendo o
trabalho de intermediador entre os produtos de hidratação.
16

Além do aspecto ligado à conservação de energia, as principais razões de


utilização das escórias, pozolanas e fíleres, devem-se às propriedades
específicas que trazem ao cimento, com certas vantagens sobre o cimento
Portland comum, especialmente com relação à durabilidade e a razões
ambientais, contribuindo para a diminuição das emissões específicas de gases
de efeito estufa, evitando que as jazidas de calcário sejam exauridas
prematuramente, contribuindo para a reciclagem de rejeitos industriais,
notadamento no caso das escórias pozolanas. (BATTAGIN, 2011, p. 203).

Ademais, cada adição mineral, possui propriedades diferentes, nas quais cada
aplicação e proporção de determinado composto mineral ao cimento Portland (CP) gera um
produto de finalidade diferente. Battagin (2011) diz que o CP se divide em subtipos e classes
de resistência, sendo que no Brasil portam de oito tipos de cimentos normalizados (Quadro 1).

2.1.2 Agregados

Segundo Neto (2011), inicialmente os agregados no concreto tinha função apenas


de enchimento, ocupando um espaço de 70% a 80% do volume do concreto convencional a fim
de baratear o custo final da produção do concreto. Entretanto, em um outro período, descobriu-
se que a relação do agregado ao concreto tinha outra importância que dizia respeito à reação
álcali-agregado, a qual influencia diretamente na durabilidade do concreto endurecido.
Para Neville (2016), a constante evolução do concreto resultou em um composto de
traços mais trabalháveis e bombeáveis, uma vez que, ao longo do tempo, passou-se a dar a
devida importância as propriedades dos agregados. Sendo assim, sabe-se que a qualidade do
agregado tem forte influência no módulo de deformação, na economia e nas propriedades
reológicas do concreto.
Quanto a origem dos agregados, pode-se classificá-los em naturais, britados,
artificiais e reciclados; todos eles são propícios para a construção civil. No caso da produção de
concreto de cimento Portland, os mais utilizados são os agregados britados. Neto (2011) ainda
diz que através do processo de desmonte e britagem é possível obter agregados quanto a
dimensões dos grãos, que são denominados graúdos e miúdos.

2.1.2.1 Agregados Graúdos e Miúdos

Segundo a ABNT NBR 7211 (2009), agregado graúdo é aquele que passa na peneira
com abertura de malha 75mm e fica retido em outra com abertura de malha de 4,75mm. Para
Petrucci (1975), os agregados graúdos podem ser obtidos de origem natural, artificial e britada,
17

de modo que sejam provenientes de rochas estáveis, que não se alterem sob a ação do ar, da
água ou do gelo. Entretanto, admite-se que no Brasil, sua grande utilização se dá pelas rochas
de granito que sucede o agregado britado por seu valor econômico, de onde, os classifica para
uso no concreto por suas dimensões nominais conforme determina o Quadro 2.

Quadro 2 - Classificação das britas quanto as dimensões nominais.


Brita Peneira
Brita 0 9,5 - 4,8mm
Brita 1 19 - 9,5mm
Brita 2 25 - 19mm
Brita 3 50 - 25mm
Brita 4 76 - 50mm
Brita 5 100 - 76mm
Fonte: Pretucci, 1975, p.78.

Conforme consta na norma ABNT NBR 7211 (2009), agregado miúdo é aquele que
passa na peneira com abertura de malha 4,75mm e fica retido na peneira com abertura de malha
de 0,075mm. Os agregados miúdos também devem ser de origem natural ou britada, de modo
que sejam provenientes de rochas estáveis ou mistura entre as duas (naturais e britadas). Um
dos fatores para se atentar é o seu teor de umidade, a fim de se corrigir a quantidade de água a
ser utilizada para a confecção de argamassas e concretos. A granulometria é definida conforme
ABNT NBR NM 248 (2003). (PETRUCCI, 1975).

2.1.3 Água no Concreto

A água no concreto é de suma importância, pois é a partir de sua junção com o


cimento que se induz a matriz resistente responsável por ligar os agregados. Deve-se considerar
todas as suas formas de inclusão, dentre elas: forma líquida, gelo triturado, gelo em escamas, a
fração química contida nos aditivos químicos e o teor aderido aos agregados. (ISAIA, 2011).
Para se ter um concreto eficiente é necessária água de qualidade, como consta na norma ABNT
NBR 15900 (2009), que as classifica e expõe aquelas que são permitidas para o amassamento,
como também, indica os teores máximos tolerados de propriedades químicas nelas contidas.
De acordo com Isaia (2011), a água tem influência no concreto fresco e endurecido,
sendo um dos principais agentes para o fator físico e químico, pois reage com o cimento
induzindo a hidratação. Além disso, é um fator limitante das características do cimento, “[...] o
18

cimento em si não tem características cimentícias enquanto não for colocado em contato com a
água” (ISAIA, 2011, p.329). Dessa forma, para haver um concreto de qualidade global, é
necessário que haja a hidratação total do cimento, necessitando de uma quantidade suficiente
de água para que haja as reações de hidratação.
Segundo Mehta e Monteiro (2008), outro fator a observar em relação a água, é sua
influência na resistência mecânica, pois onde tem maior volume de água em relação ao cimento,
terá maior volume de espaços vazios entre as partículas e consequentemente, maiores vazios
capilares e menor resistência mecânica. Deve-se atentar ao dimensionamento de água, para que
ocorra a hidratação total do cimento, sem ultrapassar quantidade necessária para o amassamento
do concreto.

2.1.4 Aditivos Químicos

Segundo Hartmann et al. (2011), os aditivos químicos possuem vastas vantagens


ao serem aplicados ao concreto na proporção de 0,05 a 5% da massa dos materiais,
proporcionando assim, concretos diversos de acordo com a função que eles exercem, os quais,
podem modificar as propriedades dos materiais do concreto. Ainda segundo Hartmann et al.
(2011), os aditivos são classificados de acordo com as suas finalidades, entre elas são:

[...] incorporadores de ar, redutores de água, retardadores de pega,


modificadores de reologia, inibidores de corrosão, redutores de retração,
redutores de permeabilidade, inibidores de reação álcali-sílica, pigmentos e
outros de função variadas, tais como agentes de adesão, agentes de formação
de gás, agentes de coesão, agentes para bombeamentos e agentes espumantes,
dentre outros. (HARTMANN et al., 2011, p.347)

Para se obter um concreto satisfatório, deve-se ter cuidados especiais em relação


aos aditivos, dentre eles: dosagem correta de acordo com o aditivo, nunca serem adicionados
diretamente aos materiais secos (antes da homogeneização com a água), e quando mais de um
aditivo for utilizado na mesma massa, usá-los separadamente para que não haja alteração
química entre eles. (HARTMANN et al., 2011).
19

2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO

2.2.1 Concreto no Estado Fresco

A qualidade do concreto se deve tanto para o controle das suas propriedades em


estado fresco, quanto para seu estado endurecido. Entretanto, muitas vezes o controle
tecnológico do concreto é feito apenas pelos ensaios de resistência a compressão simples, o que
não garante a qualidade do mesmo. (GEYER; SÁ, 2006)
Para Geyer e Sá (2006) existem alguns parâmetros que devem ser verificados ao
concreto fresco, podendo classifica-los por trabalhabilidade, coesão, segregação, exsudação e
ar incorporado. Esses parâmetros determinam falhas na concretagem, resultando em uma
qualidade inferior a esperada do concreto. Ainda segundo o mesmo autor, o teste mais utilizado
e um dos mais importantes aos canteiros de obra para o concreto em seu estado fresco é a
trabalhabilidade, que ao contrário do que se espera, não depende apenas da quantidade de água
utilizada ao concreto: “[...] A trabalhabilidade depende de uma seleção e proporção adequada
dos materiais e muitas vezes do uso de adições e aditivos”. (GEYER; SÁ, 2006, p.1).
A trabalhabilidade é a propriedade que determina a facilidade e homogeneidade que
o concreto pode ser trabalhado. Para a sua determinação, leva-se em consideração a
consistência, que sucede da mobilidade da massa e a coesão dos componentes. (BORTOLINI,
2012).
Segundo Bortolini (2012) pode ser determinada a consistência e fluidez do concreto
através do ensaio de abatimento de tronco, que também é denominado Slump Test, ao qual
determina a trabalhabilidade do concreto em seu estado plástico. O Slump Test deve ser
realizado recém misturado e seguindo as especificações da ABNT NBR NM 67 (1998) ao qual
Geyer e Sá (2006), p.2 explica:

[...]. Basicamente consiste no preenchimento de um tronco de cone em três


camadas de igual altura, sendo em cada camada dados 25 golpes com uma
haste padrão. O valor do abatimento é a medida do adensamento do concreto
logo após a retirada do molde cônico.

Após ser retirada as medidas da diferença entre a superfície do concreto a haste,


pode-se classificar o concreto quanto ao abatimento, em que julga a sua trabalhabilidade de
abatimento zero a muito alta, conforme descrito pelo Quadro 3. Outro parâmetro que se deve
observar são as devidas trabalhabilidades exigidas para cada utilização em estruturas, que
20

variam segundo a consistência (Quadro 4). (NEVILLE apud. DURAN; FRACARO, 2011;
BESSA, 2016).

Quadro 3- Classificação abatimento


Trabalhabilidade Abatimento (mm)
Abatimento zero 0
Muito baixa 5 a 10
Baixa 15 a 30
Média 15 a 75
Alta 80 a 155
Muito alta 160 ao desmoronamento
Fonte: Neville apud. Duran; Fracaro, 2011. p.29.

Quadro 4- Classificação quanto ao tipo de serviço

Fonte: Bessa, 2016. p.1.

Para o controle tecnológico de alguns concretos não é utilizado o Slump Test e sim
o Slump Flow Test, em que faz a medição do espalhamento. O Slump Flow é realizado após
inserir o aditivo plastificante ao concreto, sendo mais comum este ensaio ao concreto
autoadensável, pois este possui maior fluidez e não há possibilidade de medir seu abatimento.
(TECNOLOGIA, 2006).
O Slump Flow é realizado segundo ABNT NBR 15823-2 (2017) e “[...] os materiais
utilizados nesse ensaio são os mesmos usados para realização do slump test” (SILVA;
BARBOSA, 2016, p.5). Entretanto, possui procedimentos diferentes, não sendo necessário a
21

realização de golpes, disposições de camadas e sua aferição é feita através da média da largura
das duas maiores circunferências de espalhamento. (SILVA; BARBOSA, 2016).
Alguns dos parâmetros que podem ser observados através do teste de slump flow é
a classe de espalhamento do concreto. Esse parâmetro pode ser classificado segundo ABNT
NBR 15823-1 (2017) de concreto autoadensável, conforme o quadro 5.

Quadro 5- Classe espalhamento (Slump Flow)

Fonte: ABNT NBR 15823-1, 2017, p.4.

Já outros parâmetros que devem ser observados ao concreto fresco são os


fenômenos de exsudação e segregação. De acordo com Mehta e Monteiro (2014) a exsudação
é definida como a manifestação de água na superfície do concreto após ter sido lançado, em
que os materiais mais pesados se assentam e os mais leves se dispersam, sendo uma forma de
segregação dos materiais compostos do concreto. Ainda segundo Mehta e Monteiro (2014) a
definição de segregação pode se dar como a “[...] separação dos componentes de uma mistura
de concreto fresco de tal forma que sua distribuição deixe de ser uniforme”. (MEHTA;
MONTEIRO, 2014, p.398).
A análise da segregação é feita visualmente, onde pode-se fazer uma
parametrização segundo a norma de concreto autoadensável ABNT NBR 15823-2 (2017) que
a classifica conforme o índice visual (Figura 1). Para concretos em que se deseja manter seus
índices de resistência elevados é importante que a segregação se mantenha baixa, ou seja, pelo
índice visual de classificações a) IEV 0 e b) IEV 1. (MEHTA; MONTEIRO, 2014).
22

Figura 1- Exemplo de IEV

Fonte: ABNT NBR 15823-2, 2017, p.5.

2.2.2 Concreto no estado Endurecido

Ao se fazer a mistura dos materiais constituintes do concreto se tem início a uma


reação química resultante da interação do cimento com a água, que pode ser chamada gel de
cimento. O gel de cimento envolve os agregados e formando-se cristais que se endurecem com
o tempo, ao fim deste processo se torna o concreto endurecido, um material resistente e
monolítico. (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2004).
A resistência mecânica é um dos fatores de qualidade analisado nas propriedades
do concreto endurecido, se caracterizando como a medida da quantidade de tensão essencial
para o rompimento ou a capacidade de suportar cargas aplicadas sem se romper. (ANDRADE;
TUTIKIAN, 2011).
Segundo Andrade e Tutikian (2011), ao longo dos anos entendeu-se que as
características dos materiais, adições e dosagens eram fatores que influenciavam na resistência
do concreto e que a princípio não eram levados em conta. Dos diferentes fatores que
influenciam na resistência estão a relação água/cimento, idade, agregados, tipo de cimento,
presença de adições minerais e aditivos químicos, os quais devem ser previamente estudados
para a introdução ao concreto.
Existem diferentes tipos de resistências empregadas ao concreto, os quais
dependem do tipo de aplicação requerida, dentre elas estão a resistência tração, a flexão, ao
cisalhamento e a compressão. Entretanto, determina-se como a principal resistência ao concreto
a de compressão, que é um dos requerimentos principais aos projetos de estrutura. (ANDRADE;
TUTIKIAN, 2011).
23

A resistência à compressão do concreto é diferente do comportamento tensão-


deformação dos materiais que o compõem, pois ela apresenta um desempenho alinear, propenso
a deformações viscoplásticas, que é resultante da interface agregado pasta. (MEHTA;
MONTEIRO, 2008).
Para determinar a resistência à compressão do concreto, deve-se realizar ensaios
conforme ABNT NBR 5738 (2016), ao qual dispõem de dois tipos de moldes para a confecção
dos corpos de prova, um de forma cilíndrica e outro prismática. Esses corpos de prova devem
ser regularizados em suas bases e no topo a fim de possibilitar a transição das cargas em toda
superfície da amostra de ensaio, podendo assim calcular à resistência à compressão pela fórmula
ilustrada na Equação 1, que é utilizada apenas para seção circular. (ANDRADE; TUTIKIAN,
2011).

Equação 1- Fórmula Força à Compressão

Fonte: ABNT NBR 5739, 2007,p.5.

Além da resistência a compressão é de fundamental importância para projetos de


estruturas de concreto o conhecimento das relações entre tensões e deformações. O cálculo de
tensão-deformação é expresso pela Lei de Hooke (Equação 2), ou seja, essa relação é o resultado
do módulo de elasticidade (Figura 2). (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS, 2004).

Equação 2- Fórmula tensão segundo Lei de Hooke

Fonte: Pinheiro; Muzardo; Santos, 2004, p.2.6.

O módulo de elasticidade é o método utilizado no concreto para se ter uma previsão


de deformação lenta e relaxação, na qual não depende unicamente da resistência do concreto,
mas também da resistência dos agregados utilizados. Este deve ser obtido através do ensaio
descrito pela ABNT NBR 8522 (2008), a qual consiste no módulo estático de elasticidade à
compressão. (BATTAGIN, 2011).
24

Figura 2- Módulo de elasticidade

Fonte: Pinheiro; Muzardo; Santos, 2004, p.2.6.

De acordo com Metah e Monteiro (2014), existem diversos fatores que podem
influenciar nos resultados do módulo de elasticidade, que é uma importante propriedade do
concreto. Dentre esses fatores, os quais são ilustrados na Figura 3, Pacheco et al. (2014) diz que
a relação a/c é um dos principais pontos de influência, pois interfere muito na resistência à
compressão e na funcionalidade do concreto.

Figura 3- Fatores de influência ao módulo de elasticidade

Fonte: Pacheco et al., 2014, p.2.

Outro meio de analisar as propriedades do concreto endurecido é por ensaios não


destrutivos, que visa realizar o controle de qualidade de novas e antigas estruturas. Segundo
Schiavon (2015), através dos métodos não destrutivos é possível avaliar diversas condições na
estrutura do concreto.

[...] dimensões de elementos, localização de fissuras, presença de vazios e de


regiões de heterogeneidades no concreto como espaços vazios no interior da
25

estrutura onde o concreto fresco não alcançou, localização de armaduras de


aço e seu tamanho, atividades de corrosão das armaduras, entre outras.
(SCHIAVON, 2015, p.30).

Um dos métodos de fácil execução é o ensaio de velocidade de pulso ultra-sônico,


em que baseia-se em medir o tempo de percurso das ondas ultrassônicas através do concreto
(Figura 4). Para o ensaio são postos transdutores na superfície a ser ensaiada de forma direta ou
indireta, de modo que se transmita pulso, gerando frequências de ondas conforme a estrutura
interna do concreto. (MEHTA; MONTEIRO, 2014).

Figura 4- Esquema de ensaio do método de pulso ultra-sônico

Fonte: Schiavon, 2015, p.33.

Quando ocorre redução da propagação das ondas, ou seja, perda de energia, pode
ser resultado de fissuras, vazios e aspectos ligados aos agregados utilizados. Outro aspecto que
se pode analisar é o comprimento de ondas, onde está diretamente ligado ao tamanho da
irregularidade na estrutura do concreto. O ensaio de propagação de ondas ultrassônicas pode
ser realizado conforme a ABNT NBR 8802 (2013) e posteriormente classificado segundo o
Quadro 6. (SCHIAVON, 2015; SAHUINCO; BITTENCOURT, 2012).

Quadro 6- Classificação por velocidade de propagação de ondas

Fonte: Sahuinco; Bittencourt, 2012, p.6.


26

2.2.3 Microestrutura

Um dos parâmetros de controle das propriedades do concreto é a microestrutura,


que é demasiadamente complexa e heterogênea. São três os fatores de interferência da
microestrutura do concreto, os quais são: a pasta de cimento hidratada, o agregado e a zona de
transição, conforme ilustra a Figura 5. (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
A microestrutura da fase agregado é a principal responsável pelas características
físicas do concreto, não expressando fatores de muita relevância em suas características
químicas. Entretanto, apesar das suas características físicas, não possui atuação direta na
resistência do concreto, tendo influência indireta na resistividade por sua dimensão e forma que
propiciam acumulo de água junto a superfície do agregado. Desta forma, pode-se constatar que
quanto maior e mais achatado for o agregado, maior será a concentração de água em sua
superfície, debilitando a zona de transição do concreto. (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
A pasta de cimento é a matriz que envolve os agregados e é formada no momento
em que o cimento é disperso em água, dando-se início as reações de hidratação, resultado das
interações químicas entre cálcio, sulfato, aluminato e íons hidroxilas. Em poucos minutos da
hidratação do cimento, forma-se cristais aciculares, também chamados etringita (C-A-S -H),
que ao longo dos dias reage formando-se placas hexagonais. Após algumas horas da hidratação
do cimento, já se formam cristais maiores de formato prismático, composto de Ca(OH)2 e
pequenos cristais fibrosos de C-S-H, denominados portlandita, além de estruturas amorfas que
dão início ao preenchimento dos espaços vazios. (SILVA, 2005).
Os espaços vazios da pasta de cimento estão diretamente ligados à porosidade, que
tem bastante influência na resistência do concreto, pois apenas composições sólidas resistem à
esforços. Da porosidade da pasta de cimento, pode-se classificar: os poros, que são vazios de
pequena influência na resistência da pasta; vazios capilares, que são os pontos que não foram
preenchidos por sólidos e afetam pouco o comportamento mecânico do concreto; e os poros de
ar incorporado, que possuem dimensões superiores, podendo ser ocasionados intencionalmente
ou por má vibração, reduzindo a resistência mecânica do concreto. (KAEFER, SD).
A zona de transição é o elo mais fraco da microestrutura do concreto e é considerado
o maior fator de preponderância da resistência do concreto endurecido, pois é a porção da pasta
de cimento que se liga ao agregado graúdo e está sujeita a microfissuração. Este aspecto da
microestrutura varia de acordo com a composição dos agregados e pasta de cimento, tendo
como característica maior porosidade e heterogeneidade, que são decorrentes da concentração
de água que se forma na superfície do agregado. (KAEFER, SD).
27

Quando se utiliza adições minerais e materiais de estrutura nanométrica com


superplastificante, a porosidade da zona de transição é reduzida, pois preenche melhor os
vazios. Além de atuar no preenchimento da porosidade, tais adições podem aprimorar a
aderência da zona de transição ao agregado e reduzir a microfissuração nas primeiras idades do
concreto. (MARCONDES, 2012.)

Figura 5- Esquematização microestrutura do concreto

Fonte:Thomaz, 2017, p.2.

2.3 ADIÇÕES DE CARBONO ESTUDADAS

As adições minerais dos diversos estados alotrópicos do carbono ao concreto com


a finalidade da promoção da melhoria das suas propriedades mecânicas, cada dia mais tem sido
estudadas no meio científico. Segundo Santos (2013) essas adições ao concreto promovem
características relevantes como leveza, resistência e alto desempenho termo acústico. Devido
aos potenciais gerados pelas adições, têm-se ampliado a sua utilização nos laboratórios de
pesquisa e desenvolvimento de materiais como aditivo do concreto.
Das adições de carbono ao concreto já reconhecidas no meio científico, existem
algumas estruturas que partem do grafite e que possuem propriedades superiores a este mineral
base. Dentre elas estão os nanotubos de carbono e o grafeno. (SANTOS, 2013).
28

2.3.1 Grafeno

O grafeno é constituído por uma camada plana de átomos de carbono densamente


compactados, cujas propriedades possuem uma vasta gama de aplicações. Essa matéria prima
foi descoberta por dois cientistas russos, Andre Geim e Konstantin Novoselov, ambos
professores da Universidade de Manchester na Grã-Bretanha e ganhadores do prêmio Nobel de
Física do ano de 2010 por essa descoberta. (SANTOS, 2013).
Segundo Canto (2016), o grafeno é uma das inúmeras camadas isoladas de
constituição do grafite, o qual é ligado em um arranjo hexagonal, por hibridação sp², conforme
ilustra Figura 6. Dessa camada isolada do grafite se sobressai propriedades como, excelente
condutor de calor e eletricidade, além disso, é um condutor transparente, flexível e
mecanicamente resistente.

Figura 6- Ligação hexagonal do Grafeno

Fonte: Canto, 2016, p.1.

Para Santos (2013), a adição do grafeno ao concreto tem sido estudada em diversas
universidades de vários países, como na Universidade de Columbia nos Estados Unidos, a qual
desenvolveu blocos de concreto do material com altas capacidades de resistência, leveza e
desempenho termo acústico. Na Universidade de Zhejiang, na China, a partir do grafeno,
desenvolveu-se o aerogel, que ao ser adicionado a mistura de concreto promete obter
características contra reações álcali-agregados, de isolamento termo acústico, de elevada
resistência mecânica e de alta capacidade de recuperação elástica.
29

2.3.2 Nanotubos de carbono

Segundo Herbst, Macêdo e Rocco (2004), os nanotubos de carbono são folhas de


grafeno enroladas de forma cilíndrica, as quais possuem diâmetro extremamente baixo,
podendo ter comprimento não mais que centímetros. Eles apresentam duas formações
estruturais, uma de paredes simples e outra de paredes múltiplas (Figura 7).

Do ponto de vista estrutural, há dois tipos de NC que podem apresentar alta


perfeição: os nanotubos de carbono de parede simples (NCPS), que podem ser
considerados como uma única folha de grafite enrolada sobre si mesma para
formar um tubo cilíndrico, e os nanotubos de carbono de parede múltipla
(NCPM) que compreendem um conjunto de nanotubos concêntricos, num
arranjo que lembra as tradicionais matrioshkas, bonecas russas ocas que
trazem dentro outras bonecas ocas idênticas. (HERBST; MACÊDO; ROCCO,
2004, p. 986).

Figura 7- Representação esquemática da estrutura de nanotubos de carbono.


(a) nanotubo de parede simples, (b) nanotubo de parede múltipla.

Fonte: Zarbin, 2007, p.1473.

Ainda segundo Herbst, Macêdo e Rocco (2004), os nanotubos de carbono possuem


diversas aplicações, “[...] essa nova família de alótropos do carbono possui propriedades
interessantes como alta resistência mecânica e capilaridade, além de apresentar estrutura
eletrônica única, apontando para diversas aplicações no futuro” (HERBST, MACÊDO E
ROCCO, 2004, p.990). Dentre essas aplicações, encontra-se a aplicação dos nanotubos ao
concreto. De acordo com Gleize (2011), a utilização de nanotubos de carbono ao concreto
permite melhor resistência, módulo de elasticidade e durabilidade, sendo características ideais
para reforçar outros compostos e materiais cimentícios.
30

Acerca das melhorias proporcionadas ao concreto, Melo (2009) diz que tais
melhorias das propriedades dos materiais se devem ao minúsculo tamanho das partículas dos
nanotubos, que preenchem os vazios do composto do concreto e reagem quimicamente na
hidratação do cimento Portland, reduzindo posteriores fissurações e aumentando a resistência.

2.4 CARBONO GRAFITE

Das três formas cristalinas do carbono, encontra-se a grafite que, para Brown et
al. (2005), é um sólido macio, escorregadio, condutor de eletricidade. Além disso, possui
propriedades anisotrópicas, formadas a partir de planos paralelos de átomos de carbono de
estrutura hexagonal ligados pela força de London (que é a interação mais fraca entre as
moléculas), conforme ilustra Figura 8.

Figura 8- Estrutura da Grafite

Fonte: Brown et al, 2005, p.403.

Segundo a Grafite do Brasil (2014), as aplicações da grafite estão em metalúrgicas,


materiais refratários, baterias, armazenamento de energia, lubrificantes, instrumentos de escrita
e outras. Para Lobato (2009), devido a sua atuação no mercado e aos potenciais das
propriedades desse mineral, se incentiva ainda mais o seu investimento em alta tecnologia e na
busca de novas aplicações.
De acordo com Lobato (2009), esse mineral pode ser classificado comercialmente
em flocos, veio cristalino e amorfo, podendo ser subdividido pelo teor de carbono, impurezas e
tamanho das partículas. Dessas classificações da grafite, pode-se obter aplicações diversas nas
indústrias, devido as suas propriedades, sendo elas:
31

[...] • excelente condutividade elétrica e térmica; • excelentes propriedades


lubrificantes, particularmente a elevada temperatura e pressão; • alta
resistência a oxidação e durabilidade contra agressividades químicas; •
ambientalmente amigável e não apresenta riscos à saúde; • não apresenta
riscos de explosão; • a habilidade de moléculas químicas serem intercaladas
entre as camadas da grafita (entre os Grafenos). (LOBATO, 2009, p.19).

2.4.1 Estruturas da Grafite

Um dos aspectos da grafite a ser analisado é a possibilidade de suas moléculas


serem intercaladas, propriedade que se denomina Grafite Intercalada, que se caracteriza por
conter moléculas ou íons no espaço interlamelar (espaço entre as lamelas da grafite), como
apresenta Figura 9. Segundo Ferreira (2008), a GI pode ser preparada através de técnicas como
transporte de fase vapor, intercalação líquida, intercalação eletroquímica e co-intercalação,
podendo ser utilizada em polímeros e outros ligantes.

Figura 9- Exemplo de Grafite intercalado

Fonte: Ferreira, 2008, p.20.

Da Grafite Intercalada se pode obter a Grafite Expandida, que ainda segundo


Ferreira (2008), é a GI expandida cerca de 300 vezes por meio de choque térmico a altas
temperaturas. A GE possui as mesmas características da grafite, entretanto, contém melhor
facilidade de expansão.
32

2.4.2 Nanografite

Além da grafite intercalada e da grafite expandida, também é possível se obter


nanografite, que segundo Marinho (2014), são obtidas através da esfoliação da GE, por meio
de sonificação ou ultrassom. Ao imergir o GE em um soluto de álcool 70%, por meio de um
banho ultrassônico em um período de 8 horas e em seguida filtrar e secar adequadamente, as
ligações pi são quebradas, formando-se ligações teta, nas quais se dão as NG. (MARINHO,
2014).
O grafite natural não pode ser usado como nanocarga (NC) devido as suas ligações
fracas entre as folhas de grafeno e o intervalo entre elas, de modo que, precisa ser modificado
quimicamente para se obter um material de estrutura e características condizentes.
(GOPAKUMAR, 2004) Segundo Xavier et al (2016, p.1), a nanografite é uma das estruturas
obtidas do grafite natural que possui propriedades pertinentes se comparadas às estruturas do
carbono já conhecidas.

[...] são compostas de carbonos constituídos por camadas com espessura


atômica extraídas do grafite. Elas são consideradas um dos materiais mais
finos no que diz respeito a sua estrutura, e que apresentam flexibilidade,
transparência, impermeabilidade e condutividade elétrica. Além disso,
também apresentam um grande potencial de condução térmica e são mais
duras e resistentes que diamante.

De acordo com Marinho (2014), o nanografite possui módulo de elasticidade


referente a 1 TPa, condutividade térmica de aproximadamente 133 W/m.K e propriedades para
sua utilização como reforço estrutural. Além do mais, ele é economicamente viável pois seu
valor de produção pode chegar a 500 vezes somenos que o nanotubo de carbono, material este
que já tem sido substituído pelo NG.
Um dos problemas que pode afetar o composto que se adiciona nanolâminas é a
heterogeneização, devido sua facilidade em aglomerar. Desse modo, é necessário que o
nanografite seja disperso para enriquecer as propriedades mecânicas da composição final
desejada. (FERREIRA,2008).
Um dos pontos chaves para se promover a dispersão é a utilização de aditivos
dispersantes, o qual pode ser encontrado em superplastificante a base de policarboxilato. De
acordo com Marcondes (2012), quando as nanopartículas são adequadamente dispersas aos
compostos de cimento elas “[...] agem como uma ponte de ligação forte ao cimento hidratado
33

e, também, contribuem para a hidratação do cimento devido a sua alta atividade, o que é
favorável para a resistência mecânica”. (MARCONDES, 2012, p.20).

2.5 A INFLUÊNCIA DA NANOTECNOLOGIA AO CONCRETO

A nanotecnologia inserida ao concreto marca a segunda revolução da tecnologia


dos materiais compósitos da construção. Ao inserir um material de estrutura nanométrica ao
concreto, reduz-se a porosidade pelo preenchimento das partículas nos vazios internos da
estrutura e consequentemente têm-se um aumento significativo da resistência do concreto
endurecido. (SANTOS, 2011).
Já é comprovado cientificamente os parâmetros qualitativos ao se aplicar a
nanotecnologia ao concreto, entretanto, ainda se busca na ciência sua aplicação no mercado,
pois os nanocompósitos geralmente possuem um alto custo. Atualmente os estudos aplicados a
nanotecnologia estão sendo direcionados para o desenvolvimento do custo-benefício.
(SANTOS, 2011).
Um dos materiais de grande utilização na nanotecnologia do concreto é o NTC, que
segundo Moura et al. (2008) apud. Silva (2016), aumenta a resistência mecânica do concreto
aos 28 dias em até 13%. Além do beneficiamento mecânico, os nanomateriais tem influência
na microestrutura e desempenho dos materiais compostos pelo concreto. (SILVA, 2016).

•Nanopartículas bem dispersas aumentam a viscosidade da fase líquida,


ajudando na suspensão de grãos de cimento e agregados e melhorando a
resistência à segregação; • As nanopartículas preenchem os vazios entre os
grãos, tornando a estrutura mais densa (efeito filler); • Tais partículas agem
como centros de cristalização na hidratação do cimento, acelerando, portanto,
este processo; • Elas também favorecem a formação de pequenos cristais,
como o hidróxido de cálcio, e pequenos grupos uniformes de silicato de cálcio
hidratado; • As nanopartículas melhoram a estrutura da zona de transição,
resultando em melhores ligações entre agregados e pasta de cimento. (SILVA,
2016, p.17).

Segundo Barth (2006), a nanotecnologia ainda é muito pouco estudada, a qual


dificulta a criação de novos compósitos de estrutura nano, entretanto, é de fundamental
importância a inovação tecnológica nesse sentido. Ainda segundo Barth (2006), é retrogrado a
inovação da tecnologia das diversas áreas de atuação quando não há avanço e nem aplicação da
nanociência.
34

3 METODOLOGIA

Esta seção traz a metodologia aplicada para desenvolvimento do concreto de


estudo. A qual trouxe a metodologia da síntese de nanografite, da determinação dos índices
físicos dos materiais aplicados ao concreto, da determinação do traço desenvolvido, da
confecção dos corpos de prova e dos ensaios realizados para parâmetros qualitativos da
pesquisa.

3.1 PARÂMETROS DELIMITANTES FIXADOS NA PESQUISA

Os teores da adição de NG, foram de 0%, 0,5%, 1% e 3% em relação a massa do


cimento. Isto porque, das utilizações de carbono que contém maiores semelhanças
características à adição de estudo e às adições minerais já estudadas, indicam teor ótimo entre
0,3% a 5%. O valor de 0% servirá para comparação do estudo e 3% para uma análise média
dos resultados que não demande uma grande quantidade de material. (MARCONDES, 2015)
A relação água/cimento (a/c) sucedeu a um valor de 0,45 que é o valor mais baixo
na curva de Abrams, pois pelo método de dosagem ABCP-ACI se utiliza para determinação da
relação a/c a curva de Abrams, que não leva em consideração a utilização de cimento de alta
resistência inicial.
As sínteses da Nanografite foram feitas a partir do Grafite Expandido já
industrializado, a fim de reduzir o processo de obtenção desse composto e a margem de erro
durante o processo de fabricação.
Para realização do Slump Test segundo a ABNT NBR NM 67 (1998), seria
necessário retirar a amostra antes de adicionar o superplastificante, mas como o
superplastificante foi utilizado somente para dispersão da NG, os testes somente foram
realizados com superplastificante.

3.2 NANOGRAFITE

A NG foi sintetizada nos laboratórios de Engenharia Química e Química Analítica


do Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM, através da coorientação da Professora
Dra. Sandra Lúcia Nogueira e pela literatura descrita por CHEN et al. (2002) apud. MARINHO
(2014), p.30.
35

Sintetizou-se o material por meio do GE, cedido pelo Centro de Pesquisas Técnicas
Dr. Clóvis Cordeiro da empresa Nacional Grafite, a qual denomina a amostra como Micrograf-
HC11-G. A amostra foi preparada e submersa em um banho de ultrassom em um soluto de
álcool 70% no período de 8 horas e em seguida foi filtrada e secada em estufa a 100ºC em um
período mínimo de 12 horas (Figura 10).
Estimou que em cada processo completo para se obter o nanografite, sintetizou
cerca de 60 gramas do material, desse modo, se repetiu o procedimento até que se obteve a
quantidade em relação a massa do cimento requerida para fabricação dos corpos de prova de
concreto.

Figura 10- Processo sintetização NG a partir do GE


a) GE armazenado com álcool 70% em banho de ultrassom; b) após banho ultrassom, material sendo filtrado;
c) material na estufa a 100ºC; d) NG seco.

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Posteriormente para se confirmar a síntese do nanografite, fez-se um ensaio de


dispersão, deste modo, colocou-se uma amostra de grafite expandido e uma amostra de
nanografite em um béquer com uma solução surfactante e deixou no banho ultrassônico durante
36

uma hora. Logo após, deixou-se os materiais em repouso onde foi observado a dispersão de
ambos. (XAVIER et. al., 2016).

3.3 ESCOLHA DOS MATERIAIS

Para a escolha dos materiais, levou-se em consideração os materiais disponíveis em


laboratório e materiais já utilizados em estudos similares. Os quais foram: cimento CPV-ARI,
brita zero, areia lavada média e aditivo superplastificante a base de policarboxilato.

3.3.1 Cimento

O cimento utilizado foi o CPV-ARI de alta resistência inicial, a fim de identificar a


resistência mecânica dos Corpos de Prova ao terceiro dia e por ser uma classificação de cimento
já utilizado em estudos das adições de carbono. (MARCONDES et al., 2015)
A caracterização do cimento pode ser vista no quadro abaixo e sua massa específica
média pode ser obtida através do ensaio segundo a ABNT NBR NM 23 (2001), que de acordo
com testes já realizados segundo a literatura é de 3,12 g/cm³. (MARCONDES et al., 2015).

Quadro 7- Caracterização do CPV-ARI

Fonte: Marcondes et al.,2015, p.99


37

3.3.2 Agregados

Os agregados utilizados foram disponibilizados pelo laboratório de Resistência dos


Materiais do Centro Universitário de Patos de Minas-UNIPAM. O agregado miúdo empregado
foi a areia lavada e o agregado graúdo a brita zero.
Para a dosagem do concreto, foi necessário a determinação dos índices físicos dos
agregados, a qual exige a realização de ensaios conforme as normatizações brasileiras descritas
pelo Quadro 8, que por meio destes determinou-se as massas específicas, módulo de finura da
areia e dimensão máxima da brita.

Quadro 8- Normas utilizadas para determinação dos índices físicos dos agregados
ABNT NBR NM 248 2003 Determinação da composição granulométrica
Agregados- Determinação da massa específica de agregados
ABNT NBR 9775 2011
miúdos por meio do frasco Chapman

Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa


ABNT NBR NM 53 2009
específica aparente e absorção de água

ABNT NBR NM 45 2006 Determinação da massa unitária e volumes vazios

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Figura 11- Fotografias de alguns dos ensaios realizados

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.


38

3.3.3 Aditivo

Considerando a hipótese da adição de NG aglomerar, foi utilizado um


superplastificante à base de policarboxilato, que teve como finalidade dispersá-lo
homogeneamente ao concreto fresco. O superplastificante utilizado foi disponibilizado pela
empresa Silicon Ind. e Com. Produtos Químicos, a qual denomina a amostra como Silicon Ns
Plus 400. A especificação técnica está descrita no Quadro 9.

Quadro 9- Especificação Silicon ns plus 400


Dosagem para Massa
Recomendação técnicas para Teor de
Produto: cada 100 kg Aspecto/ cor pH Específica
aplicação cloretos
cimento (g/cm³)
Aditivo para um
elevado poder
Aditivo para dispersante
a desenvolvidos
[530ml-
Silicon manutenção para concretos Líquido
2140ml] 2,7+/- 1,04+/-
ns plus da que precisam de <0,15% homogêneo/
recomendação 1,0 0,02
400 plasticidade uma grande mel
inicial: 855 ml
de 200 min. redução de água,
à 4h. com resistência
mecânica superior
a 50 MPa.
Fonte: Silicon, 2017, p.2.

3.4 DOSAGEM DO CONCRETO

O método de dosagem utilizado foi o da ABCP-ACI, o qual aproximou a quantidade


de materiais a ser utilizados. Desse modo, calculou-se a resistência característica média do
concreto aos 28 dias, o consumo dos materiais e estabeleceu o traço do concreto. (VIEIRA,
2015)
Para esse estudo, a resistência requerida do traço do concreto foi de 40 Mega-Pascal
(Mpa) aos 28 dias. Em decorrência ao método de dosagem fixou-se uma condição de trabalho
de classe C10 a C80, com Sd igual a 4, relação a/c de 0,45 e abatimento de 80 a 100 mm.

3.5 CONFECÇÃO DO CORPOS DE PROVA

Os corpos de prova foram confeccionados no laboratório de Resistência dos


Materiais do Centro Universitário de Patos de Minas-UNIPAM de acordo com a ABNT NBR
12655 (2006) e moldados conforme a ABNT NBR 5738 (2015) em Corpos de Prova de formato
39

cilíndrico (10cm x 20cm) conforme ilustra a Figura 12. Por conseguinte, armazenou-se
adequadamente segundo especificação da ABNT NBR 5738 (2007).

Figura 12- Corpos de prova moldados

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Primeiramente, determinou-se a umidade dos agregados através do método do


fogareiro segundo a ABNT NBR 9939 (2011) para ambos agregados e subtraiu a umidade
achada ao consumo de água requerido ao traço do concreto. Posteriormente fez-se o processo
de fabricação do concreto com a adição de 0%, 0,5%, 1% e 3% de NG dispersados ao
superplastificante como ilustra a Figura 13, que foi introduzido ao concreto na última fração de
água. A adição de superplastificante nessa etapa foi a dosagem mínima que segundo a
especificação técnica é referente a 0,53% da massa do cimento.

Figura 13- NG dispersado ao superplastificante e na última fração de água

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.


40

Dentro de cada amostragem foram feitos testes de trabalhabilidade, os quais são


Slump Test segundo ABNT NBR NM 67 (1998) e Slump Flow conforme a ABNT NBR 15823-
2 (2017), entretanto não se utilizou a placa correta para o ensaio de Slump Flow, o que
inviabilizou seus resultados de consistência para o concreto de referência e com adição de 0,5%
de NG. Para o concreto de 1% de adição foi possível fazer o teste de Slump Flow e para o
concreto de 3% de adição fez-se o ensaio de Slump Test, conforme demonstrado na Figura 14.

Figura 14- Ensaios de trabalhabilidade realizados

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

3.6 ENSAIO DE COMPRESSÃO E MÓDULO DE ELASTICIDADE DOS CORPOS DE


PROVA

Os ensaios foram realizados no mesmo laboratório de confecção dos corpos de


prova, de acordo com a ABNT NBR 5739 (2007). A idade do concreto foi contabilizada a partir
da hora de moldagem, obtendo uma especificação de tolerância para o rompimento aos 3 dias
de 2 horas e aos 28 dias de 24 horas.
Antes do rompimento, os corpos de prova foram previamente retificados e medidos,
de modo que se definiu os devidos diâmetros e alturas pelo menos duas vezes, calculando-se a
média com uma precisão de 0,1mm. Os resultados obtidos foram calculados pela fórmula
descrita pela norma em que se encontra na Equação 1, p.23. Os corpos de prova foram rompidos
conforme os critérios de execução da máquina EMIC (20000). O ensaio à compressão foi
realizado segundo ABNT NBR 5739 (2007) e módulo de elasticidade conforme ABNT NBR
8522 (2008). Os ensaios podem ser vistos conforme Figura 15.
41

Figura 15- Ensaios mecânicos

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

3.7 ENSAIO DE VELOCIDADE DE PULSO ULTRA-SÔNICO

Seguiu o procedimento para a verificação da velocidade de propagação de ondas


dos corpos de prova de concreto conforme a ABNT NBR 8802 (2013), em que se utilizou o
aparelho Ultrassom Pundit Lab da Proceq. Todo o ensaio foi realizado no laboratório de
Resistência dos Materiais do UNIPAM, aos 21 dias de confecção do concreto, a qual o aparelho
foi devidamente calibrado e os corpos de prova foram retificados para maior precisão dos
resultados. O aparelho e o ensaio podem ser visualizados conforme Figura 16.

Figura 16- Aparelho utilizado e ensaio realizado aos corpos de prova

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.


42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O estudo almejou analisar as propriedades de trabalhabilidade, resistência a


compressão axial, velocidade de propagação ultrassônica e módulo de elasticidade do concreto
fabricado com adição de nanografite de sintetização própria. Foi realizada também a análise
qualitativa dos resultados dos concretos com adições de nanografite, comparados a um sem
adição. Esta seção apresenta os resultados obtidos, classificações segundo a literatura e,
principalmente, as análises da autora deste estudo.

4.1 NANOGRAFITE

A primeira etapa realizada do presente estudo, teve como objetivo a sintetização de


nanografite, desse modo, foi feito todo o processo de sintetização descrito na metodologia.
Entretanto, não foi possível confirmar a síntese visivelmente, conforme mostra a Figura 17,
pois o grafite expandido e o nanografite visualmente são idênticos, sendo necessário outra
análise para diferenciação.

Figura 17- Comparação NG e GE


a) Nanografite; b) Grafite Expandido

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Segundo Xavier et. al. (2016), existe um meio de fazer diferenciação entre os dois
materiais, que é por meio de dispersão, em que dispõe NG e GE em uma solução surfactante de
mesma proporção, emerge-as em banho ultrassônico e posteriormente observa-se como eles se
dispersarão. O ensaio realizado pode ser analisado na Figura 18.
43

Figura 18- Ensaio de dispersão

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Conforme a Figura 18, os nanografites dispersam mais facilmente devido a leveza,


baixa densidade e a interação entre as camadas de grafite que foram provocadas sínteses, logo
ficaram ao meio da solução. Em contrapartida o grafite expandido precipitou-se ao fundo da
solução, deixando evidente a diferença entre as duas amostras e comprovando a formação de
NG.

4.2 AGREGADOS

Para a segunda parte prática deste estudo, foi necessário determinar as


caracterizações físicas dos agregados para se desenvolver o traço do concreto utilizado. Para
isso, fez-se os ensaios de granulometria e massa específica, deste modo determinou a dimensão
máxima característica do agregado graúdo, massa compactada do agregado graúdo, módulo de
finura do agregado miúdo, massas específicas dos agregados miúdo e graúdo. Os resultados
obtidos através da curva granulométrica (Gráfico 1) e massa específica que são expressos no
Quadro 10.
44

Gráfico 1- Curva granulométrica


100
% Retida Acumulada

10

1
10 1 0,1
Série (mm)
brita
areia
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Quadro 10- Resultado Caracterização


Agregado miúdo (areia lavada) Agregado graúdo ( brita zero)
Massa específica 2,60 g/cm³ Massa específica 2,70 g/ cm³
Módulo de finura 2,8 Dimensão máxima 9,5 mm
- - Massa Compactada 1521,17 kg/m³
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

De acordo com a ABNT NBR 7211 (2009), o agregado miúdo está acima da zona
ótima (módulo de finura entre 2,2 a 2,9) dos limites superiores, já o agregado graúdo pode ser
classificado pela zona granulométrica 4,75/12,5. Ainda segundo esta norma “[...] Podem ser
utilizados como agregado miúdo para concreto materiais com distribuição granulométrica
diferente das zonas estabelecidas [...], desde que estudos prévios de dosagem comprovem sua
aplicabilidade”. (ABNT NBR 7211,2009, p.5)
As amostras de agregados visivelmente mostraram ser livres de impurezas,
entretanto, para um resultado preciso quanto teor de impurezas orgânicas são necessários
ensaios precisos, o que neste estudo se tornou inviável por causa da grande utilização do tempo
para sintetização do nanografite.
45

4.3 DOSAGEM DO CONCRETO

Para a dosagem do concreto, utilizou-se dos valores de caracterizações físicas dos


agregados descritos pelo Quadro 10 e considerou a massa específica do cimento CPV- ARI
3130 kg/m³ e um abatimento de trabalhabilidade de 80 a 100mm. Além do mais, de acordo com
a tabela de condições descrita pela ABNT NBR 12655 (2006) a condição do trabalho classifica-
se como C10 a C80, com Sd= 4, sendo assim, com um fck de 40 MPa, obteve-se ƒcm28=46,6
MPa. Através dos métodos de dosagem da ABCP-ACI, o consumo requerido e o traço do
volume do concreto obtido são descritos pelo Quadro 11.

Quadro 11- Dosagem concreto


Ca Cc Cb Cm
230 L/m³ 511,11 kg/m³ 829,03kg/m³ 754 kg/m³
Traço 1 : 1,47 : 1,62 : 0,45
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

O traço calculado foi o mesmo utilizado para a execução do concreto, entretanto


adicionou-se aditivo plastificante na proporção de 0,53% e nanografite nas proporções de 0,5%,
1% e 3% em relação a massa do cimento. As adições prescritas utilizadas se mostraram como
sendo agentes modificadores na estrutura do concreto, desta forma, um concreto fabricado
apenas com o traço especificado se mostraria com propriedades diferentes a um fabricado com
estas adições. Posteriormente, pode-se ver as reações destas adições.

4.4 TRABALHABILIDADE DO CONCRETO

A trabalhabilidade do concreto é um fator de influência na resistência requerida ao


concreto, pois ela determina a qualidade de execução das estruturas. E um dos fatores que se
notou evidentes alterações com a adição de nanografite foi a trabalhabilidade. Quanto maior a
adição de NG, menos trabalhável e mais consistente o concreto ficou, pode-se observar
conforme a Figura 19.
46

Figura 19- Consistência dos concretos


a) Concreto sem adição; b) Concreto com adição de 0,5%; c) Concreto com adição de 1%;
d) Concreto com adição de 3%.

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Em função do aditivo plastificante pôde-se observar conforme o concreto de


referência (que não possui adição de nanografite), que a trabalhabilidade se tornou maior,
provocando segregação e exsudação na mistura. Da mesma forma se apresentou o concreto com
adição de 0,5% de nanografite.
Para o concreto com 1% de adição de nanografite, foi possível realizar o ensaio de
Slump Flow, o qual pôde-se observar que a estabilidade visual teve uma alternância evidente
do concreto de referência e do concreto com 0,5% de adição. Além do mais, esta amostragem
não apresentou segregação nem exsudação e teve como espalhamento 550 mm. Fazendo uma
parametrização segundo ABNT NBR 15823-1 (2017), que é uma norma de classificação de
concreto autoadensável, pode-se classificar este concreto como SF1 e IEV0, tendo como
47

aplicação estruturas não armadas ou com baixa taxa de armadura, como lajes e fundações
profundas.
Para o concreto com adição de 3% de nanografite, foi possível realizar o ensaio de
abatimento de tronco (Slump Test) a qual manteve-se sua consistência dentro dos parâmetros a
ser analisados por este ensaio. O abatimento deste concreto foi de 65 mm, podendo classifica-
lo por uma trabalhabilidade média, ou seja, de consistência plástico, sendo usual para estruturas
comuns e lastros.
A trabalhabilidade requerida ao traço de concreto não foi obtida em decorrência da
aplicação de aditivo plastificante e da adição de nanografite, pois elas, atuaram diretamente nas
propriedades plásticas e no consumo de água do concreto em seu estado fresco.
Como indicado anteriormente, quanto maior o teor de NG, maior a consistência do
concreto, isso ocorre devido a grande área superficial do nanografite, que é propenso a absorver
mais água em sua superfície. Deste modo, para se manter uma determinada fluidez, a adição de
nanografite ao concreto requer o aumento do consumo de água ou de aditivos superplastificante.
(MEDEIROS et. al., 2015).
Em contrapartida, um dos fatores que deve ter contribuído para a exsudação e
segregação do concreto sem adição e com 0,5% de adição de NG, é o aditivo plastificante, que
promove por meio de cargas elétricas a repulsão das partículas, ocasionando melhor dispersão.
A pasta de cimento necessita apenas de uma quantidade de água para a sua hidratação, e com
partículas melhor dispersas, a quantidade de água não utilizada para a reação do cimento é
expulsa, devido ao fator de repulsão do aditivo. Desta forma, quando há excesso de água para
a hidratação do cimento, forma-se exsudação, em que a água escorre na mistura,
consequentemente, os matérias de maior peso segregam.

4.5 ENSAIO DE VELOCIDADE DE PULSO ULTRASSÔNICO

O ensaio de ultrassom, visa avaliar de forma não destrutiva por meio de pulso de
ondas ultrassônicas as propriedades elásticas dos materiais e irregularidades da estrutura interna
do concreto. A sua determinação se dá pela distância percorrida pelas ondas ultrassônicas em
função do tempo gasto para percorrer o comprimento de onda. (SHIAVON, 2015)
Neste estudo, as avaliações das propriedades elásticas foram feitas de forma
destrutiva, desta forma, não se utilizou dos resultados gerados deste ensaio para análise dessa
propriedade. Entretanto, verificou-se a qualidade do concreto e estimou a estruturação interna
48

por meio dos resultados gerados neste ensaio. Os resultados obtidos podem ser vistos no Quadro
12 e Gráfico 2.

Quadro 12- Resultados ensaio ultrassom aos 21 dias


Velocidade de propagação (m/s)
Corpo de
Adição Adição Sem
prova Adição 0,5%
1% 3% adição
1 4112 4705 4813 4324
2 4368 4543 4838 4276
3 4216 4579 4700 4276
4 4324 4633 4756 4791
5 4216 4590 4793 4633
Média 4247,2 4610 4780 4460
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Gráfico 2- Gráfico comparativo da velocidade de propagação de ondas


4900
4780
4800
Velocidade de propagação (m/s)

4700
4610
4600 Adição 0,5%

4500 4460 Adição 1%


4400
Adição 3%
4300 4247,2

4200 Sem adição

4100

4000

3900

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

De acordo com Sahuinco e Bittencourt (2012), em função dos resultados expressos


no Gráfico 2, o concreto com 3% e 1% de adição de NG são classificados de qualidade
excelente. Já os concretos sem adição e com adição de 0,5% de NG são classificados de
qualidade ótima.
Segundo Shiavon (2015), as velocidades de propagação das ondas ultrassônicas são
menores no ar, desta forma, quanto menor a quantidade de vazios um concreto tiver, maior será
sua velocidade de propagação. Isso explica a maior velocidade de propagação dos concretos
com 1% e 3% de adição de nanografite, já que a adição possuí forma nanométrica, preenchendo
os vazios internos da estrutura e por isso, aumenta o alcance de cristalização da microestrutura,
49

consequentemente, eleva a qualidade do concreto. Deste modo, ainda segundo Shiavon (2015),
concretos com menos vazios, possuem maior velocidade de propagação de ondas ultrassônicas
e por consequência, maior qualidade.
De acordo com o Gráfico 2, é comprovado a elevação da velocidade de propagação
de ondas com a adição de NG. O concreto de 1% de NG teve maior velocidade que o concreto
de referência e o concreto com 3% de adição teve maior velocidade que o concreto com 1% de
adição, mostrando um crescimento uniforme da velocidade em função a quantidade de adição.
Entretanto, o concreto com adição de 0,5% de NG, obteve menor velocidade de propagação de
onda ultrassônica, isso pode-se explicar, devido algum erro executivo, podendo ter formado
maior porosidade na estrutura do concreto, ou seja, maiores índices de vazios.

4.6 COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO

A resistência à compressão axial é uma das principais propriedades do concreto


endurecido, ela diz a respeito o quanto o concreto resiste a uma determinação carga. Deste
modo, fez-se os ensaios de resistência a compressão aos 3 e 28 dias e se obteve os resultados
contidos no Quadro 13. Dos valores descritos, retirou-se o maior valor obtido e estimou o
crescimento da resistência a compressão conforme o Gráfico 3.

Quadro 13- Resultados ensaio resistência a compressão


Compressão Axial (MPa)
3 dias 28 dias
Adições -> 0% 0,5% 1% 3% Adições -> 0% 0,5% 1% 3%
CP1 33,2 30,7 31,5 37,6 CP1 46,5 30,357 41,9 51,2
CP2 32,9 34,6 34,4 41,7 CP2 42,8 45 47,5 55,1
Desv. Padrão 0,2301 2,807 2,033 2,884 Desv. Padrão 2,677 7,103 3,96 2,723
CV (%) 0,6969 8,601 6,173 7,274 CV (%) 5,996 17,76 8,866 5,121
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Segundo o Gráfico 3, os valores das resistências à compressão para os concretos


com 3% e 1% de adição de nanografite, foram maiores se comparados ao concreto de referência
(0% de adição), o que torna evidente a influência da adição de NG no aumento da resistência
do concreto endurecido. Para o concreto com 3% de adição de NG, obteve-se um aumento de
18,5% da resistência a compressão aos 28 dias, já para o concreto de 1% de adição, o aumento
foi de 2,1%. O que mostra que quanto maior a adição de nanografite em relação ao consumo da
massa de cimento, maior será a resistência a compressão do concreto.
50

Gráfico 3- Resistência a compressão


56
54
52
50
Compressão Axial (MPa)

48
0%
46
44 0,5%

42 1%
40 3%
38
36
34
32
3 dias 28 dias

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Como descrito nos resultados e discussões do ensaio ultrassônico, os efeitos


qualitativos de 0,5% de adição de nanografite, obteve-se abaixo do concreto de referência. Isso
pode ser explicado devido a algum erro na execução, formando maior porosidade na pasta de
cimento, regiões de heterogeneidades ou até mesmo devido a exsudação e segregação evidente
do concreto em seu estado fresco.
Segundo Marcondes et al. (2015), a resistência à compressão do concreto utilizando
cimento CPV-ARI aos 3 dias é de 37,6 MPa e aos 28 dias de 51,1 MPa. Comparando-se os
valores de resistência dos concretos ensaiados, o único concreto que atendeu a resistência
referenciada do cimento CPV-ARI foi o concreto de 3% de adição de nanografite. Como o
concreto com 3% de adição foi o único a apresentar maior consistência, ou seja, usufruiu os
excessos de água não utilizados na hidratação da pasta de cimento, devido ao maior consumo
de água requerido pelo NG, à vista disso, reduziu-se os vazios capilares da estrutura interna do
concreto. Em consequência obteve-se o aumento da resistência à compressão.
Além do mais, o fck requerido aos 28 dias foi de 46,6 MPa, tendo visto que apenas
os concretos com adições de 1% e 3% cumpriram a resistência exigida. Igualmente discorrido
anteriormente, pode ser explicado devido ao maior consumo de água requerido pela a adição
de NG.
51

4.7 MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO

Segundo Almeida (2012), o módulo de elasticidade é uma propriedade intrínseca


dos materiais e pode estar relacionado a composição química e microestrutura do concreto. O
seu conhecimento é de extrema importância pois prevê o desempenho das estruturas de
concreto. Deste modo, para melhor compreensão da estrutura do concreto com adição de NG,
determinou-se através do ensaio de módulo de elasticidade, seus resultados mecânicos, que
podem ser expressos no Quadro 14.

Quadro 14- Resultado módulo de elasticidade


3 dias 28 dias
Adições -> 0% 0,5% 1% 3% Adições -> 0% 0,5% 1% 3%
CP1 26,1 24,7 28,8 27,8 CP1 30,50 26,40 27,30 30,90
CP2 33,1 25,1 27,1 34,6 CP2 29,10 28,60 24,90 30,40
CP3 23,4 24 22 31 CP3 31,20 25,90 26,40 31,50
Média 27,56 24,59 26 31,14 Média 30,28 26,96 26,19 30,94
Desvio Padrão 5,023 0,5189 3,55 3,377 Desvio Padrão 1,053 1,466 1,23 0,5285
Coef. Var. (%) 18,23 2,11 13,65 10,85 Coef. Var. (%) 3,48 5,436 4,704 1,708
Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Conforme pode-se observar no Gráfico 4, os resultados obtidos de módulo de


elasticidade foram maiores para o concreto de referência e de 3% de adição de NG. O resultado
para o concreto com 3% de adição já era esperado, pois se manteve com maior velocidade de
propagação de onda e maior resistência a compressão, entretanto o seu valor aos 28 dias foi
menor que aos 3 dias. Além do mais, os concretos com 0,5% e 1% de adição de NG alcançaram
valores inferiores ao de referência, trazendo maior estranheza pelo fato do concreto de 0,5% de
adição ter obtido aos 28 dias melhor propriedade elástica que o concreto de 1% de NG.
52

Gráfico 4-Módulo de elasticidade


32

31
Módulo de Elasticidade (GPa)
30

29 0%
28 0,5%
1%
27
3%
26

25

24
3 dias 28 dias

Fonte: elaboração da própria autora, 2017.

Este parâmetro mecânico pode variar em função de diversos fatores, entre eles:
propriedades do ensaio, matriz cimentícia e interface da zona de transição/agregado. Entretanto,
como os valores da velocidade de propagação ultrassônica e de resistência à compressão axial
se mantiveram qualitativamente crescentes em função da adição de nanografite (exceto ao
concreto com adição de 0,5%), compreenda-se que não houve uma execução adequada no
ensaio. Podendo ter ocasionado uma imprecisão por meio do técnico responsável por
programar e executar o ensaio ou um descalibramento da máquina de ensaio.
53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o desenvolvimento do presente estudo, foi possível analisar a influência da


adição de nanografite no melhoramento da microestrutura do concreto, que consequentemente
atuou no aumento da resistência mecânica à compressão do mesmo. Além disso, também
permitiu a sintetização de NG que fora o processo mais demorado deste estudo e comprovar
sua síntese por meio de ensaio de dispersão.
Ao comprovar a funcionalidade mecânica na resistência à compressão do concreto
ao se adicionar nanografite, abre-se um novo contexto ao estudo dos concretos e a
nanotecnologia aplicada na construção civil. Pois, até então, a síntese de nanografite não havia
sido comprovada no melhoramento da microestrutura e da resistência mecânica do concreto.
Por meio do ensaio de pulso de velocidade ultrassônica, foi possível determinar que
ao se adicionar nanografite nas proporções de 1% e 3%, obteve-se o melhoramento da
microestrutura do concreto, pois as mesmas reduzem a porosidade do concreto. É possível
concluir essa funcionalidade pois, quando se tem menor índice de vazios na estrutura do
concreto têm-se o aumento da velocidade de propagação de onda.
O ensaio de resistência mecânica à compressão julgou-se melhor aos concretos
adicionados 1% e 3% de NG. Aos 3 dias obteve-se o aumento da resistência em 3,61% ao
concreto com 1% de adição e 25,6% ao concreto adicionado 3% de NG, já aos 28 dias o
aumento dos concretos adicionados 1% e 3% de nanografite foram respectivamente 2,15% e
18,5%.
Para o ensaio de módulo de elasticidade, o concreto com adição de 3% de
nanografite manteve-se com a propriedade mecânica elástica superior aos outros concretos com
adição e de referência. Entretanto, houve uma grande variação dos parâmetros qualitativos
avaliados anteriormente, o que não condiz com os resultados obtidos dos ensaios de resistência
à compressão e velocidade de propagação de onda do concreto. Dessa forma, pode-se
considerar que houve uma disfunção na realização do ensaio de módulo de elasticidade.
Conclui-se deste modo, que a melhor proporção de adição de nanografite ao
concreto é 3%. O concreto com essa proporção de adição obteve melhor desenvoltura em todos
os ensaios analisados, dentre eles, a resistência mecânica à compressão, que é o principal
parâmetro de qualidade do concreto endurecido.
Propõe-se para estudos futuros adicionar nanografite ao concreto em outras mais
proporções, fazendo a estimativa do devido consumo de água em relação a proporção de NG a
ser inserido. Sugere-se também a análise da microestrutura por meio do microscópio de
54

varredura (MEV), mais ensaios para análise reológica, ensaio de resistência mecânica à tração
e ensaios de funcionalidade térmica.
55

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Jairo José de Oliveira; TUTIKIAN, Bernardo F.. Resistência Mecânica do


Concreto. In: (Ed.), Geraldo Cechella Isaia. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo:
Ibracon, 2011. Cap. 17. p. 615-651.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto de


Cimento Portland- Preparo, controle e recebimento- Procedimento. Rio de Janeiro, Abnt
2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15823-1: Concreto


autoadensável. Rio de Janeiro: Abnt, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15823-2: Concreto


autoadensável Slump Flow. Rio de Janeiro: Abnt, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15900-1: Água para


amassamento do concreto-Parte1. Rio de Janeiro: Abnt, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto-


Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro: Abnt, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto-


Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto- Ensaio de


compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211: Agregado para


concreto. Rio de Janeiro: 9, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: Concreto -


Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro: Abnt, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: Concreto


endurecido- Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. Rio de Janeiro:
Abnt, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9775: Agregado miúdo –


Determinação do teor de umidade superfi cial por meio do frasco de Chapman – Método de
ensaio. Rio de Janeiro: Abnt, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9939: Determinação do


teor de umidade total. Rio de Janeiro: Abnt, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 23: Cimento Portland


e outros materiais em pó- Determinação da massa específica. Mercosul, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados -


Determinação da composição granulométrica. Mercosul, 2003.
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