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Apresentação Oral de Português

Autores:
Bruno Valadares Nº6
David Pires Nº7
Miguel Granado Nº23
Biografia de Antero de Quental
• Antero Tarquínio de Quental

• Nascimento, em Ponta Delgada, em 1842.

• Cursou Direito na Universidade de Coimbra, entre 1858 a


1864.

• Enquanto estudante, foi um empenhado ativista político,


liderando importantes protestos académicos.

• Adepto de Marx e Engels, fundou, em Portugal, diversas


associações operárias.

• Foi o mentor da Geração de 70, em 1865.


•Participa na Questão Coimbrã, 1865, e nas Conferências do
Casino , em 1871, que marcaram o início da difusão das
ideias socialistas e anarquistas em Portugal.

•Fundou e dirigiu jornais de propaganda das novas ideias A


República, em 1870, O Pensamento Social, em 1872, e a
Revista Ocidental, em 1875.

•Publica a compilação das primeiras produções poéticas,


Primaveras Românticas, em 1872.

•Quando adoece, em 1874, assume que a doença o


arrastava para “um pessimismo vácuo e para o desespero”.

•Candidata-se a deputado por Lisboa, pelo Partido dos


Operários Socialistas de Portugal, em 1878 e1879.
•Vive um período de reflexão, em Vila do
Conde, entre 1881 e 1891, onde escreve os
últimos sonetos.

•Publica Sonetos, em 1886.

•Aceita encabeçar um movimento patriótico


que opôs Portugal à Inglaterra, em relação à
partilha de África, 1890.

•Regressa aos Açores, em 1891, e suicida-se.


A Geração de 70 – Séc. XIX

•A Geração de 70 foi um
movimento académico de
Coimbra que veio
revolucionar várias
dimensões da cultura
portuguesa, da política à
literatura, onde a
renovação se manifestou
com a introdução do
realismo.
Questão Coimbrã (1865)

•Considerada a mais importante polémica da História da Literatura Portuguesa.

•Gerada pela publicação de uma carta, onde António Feliciano de Castilho censurou
um grupo de jovens intelectuais, acusando-os de exibicionismo, de obscuridade
propositada e de, nos seus poemas, tratarem de temas que nada tinham a ver com
poesia.

•Esse grupo de jovens, a Geração de 70, no qual se destacou Antero de Quental,


respondeu às provocações de Castilho numa carta Bom Censo e Bom Gosto.

•Defendia a importação de ideias e modelos intelectuais estrangeiros.


Questão Coimbrã

Antero escreve os textos principais desta polémica, n


omeadamente a carta dirigida a
Castilho, atacando “os valores convencionais das cam
arilhas instaladas”

• Na carta «Bom senso e bom gosto»:

• - Exalta a ideia em vez da adoração da palavra.

• - Crítica o pensamento de tacanhez nacionalista.

• - Elogia o espírito filosófico.


As Conferências do Casino
•As conferências do Casino foram mais uma forma de manifestar o
descontentamento do grupo sobre a sociedade portuguesa e de debater sobre os
temas da época.

•Estas reuniões decorriam no Casino Lisbonense, no ano de 1871, promovidas pelo


grupo de Cenáculo, que eram constituído pelos ex-estudantes de Coimbra que
constituíram a Geração de 70.

•Recusavam que Portugal continuasse avesso às novas ideias que circulavam na


Europa.
O governo, em 26 de junho de
1871, mandou encerrar a sala
do Casino Lisbonense e proibir
as Conferências, alegando que
constituíam uma ofensa à
religião e às instituições do
estado.
ESTRUTURA EXTERNA

SONETO  Composição poética constituída por 14 versos


Trata-se de uma decassilábicos, distribuídos por duas quadras e
forma poética dois tercetos.
que ganha
 A rima do soneto segue o esquema ABAB,
importância no
Renascimento e ABAB, nas quadras, e CCD e EED, nos tercetos.
obedece a
 Os dois últimos versos de um soneto são a
regras rígidas de
construção. chave de ouro, quando apresenta uma
conclusão para o tema desenvolvido.
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Entusiasmo
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante, Desânimo (introduzido pelo


Quebrada a espada já, rota a armadura... conector com valor de oposição)
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado: Renovação da


Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... esperança
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...


Mas dentro encontro só, cheio de dor, Desilusão (de não ter
Silêncio e escuridão - e nada mais! alcançado o que tinha idealizado)
1.ª estrofe: Entusiasmo
Plano da idealização/desejo

Sonho que sou um cavaleiro andante. Apresentação do sujeito


poético:
Por desertos, por sóis, por noite escura, - Vive em busca “andante”
Paladino do amor, busco anelante - Serve uma causa superior
O palácio encantado da Ventura!

Busca obstinada da “Ventura”


Enumeração
dos obstáculos, das privações,
frustrações enfrentadas Amor / Felicidade
Ânsia do Absoluto
2.ª estrofe (versos 5 e 6): Desânimo

Conector com valor de oposição

A determinação do sujeito encontra adversidades


Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
Reticências:
Exprimem desalento, angústia,
Símbolos da luta pessimismo
Metáforas do esforço Há a consciência da dificuldade da ação
A busca é um desafio extremo, as forças
desfalecem, o cansaço (dupla
adjetivação)
2.ª, 3.ª e 4.ª estrofes (versos 7 a 12): Renovação da esperança

Palácio da Ventura: alegoria da Felicidade

E eis que súbito o avisto, fulgurante


Na sua pompa e aérea formosura!
d Exclamação:
Com grandes golpes bato à porta e brado: O sujeito poético mostra
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... alegria, esperança renovada,
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! desejo a alcançar
d

Abrem-se as portas d'ouro com fragor... Reticências: expectativa

Imperativo (verbo) o “Vagabundo”, o “Deserdado”


Apóstrofe: Símbolos da errância, da perda e do
o apelo / desejo sofrimento
4.ª estrofe (versos 13 e 14): Desilusão
Mas: o conector introduz o defraudar das expectativas do sujeito poético

Advérbio
Mas dentro encontro só, cheio de dor, Enfatiza a desilusão
Silêncio e escuridão - e nada mais!
“portas d’ouro”
Oposição: exterior “fulgurante” e encerram afinal
interior “nada” “Silêncio e escuridão”
revela a dimensão transitória e
imperfeita da realidade. Sentimento de dor e
frustração
Dicotomia entre o sonho e a realidade
Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente, Auscultação

Junto do mar sentei-me tristemente,


Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...
Interpelação
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde


O Inconsciente imortal, só me responde Incomunicabilidade
Um bramido, um queixume, e nada mais...
1.ª e 2.ª estrofes (versos 1 a 6): Auscultação (do mar)

Junto do mar, que erguia gravemente


A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
O sujeito poético ausculta o
Junto do mar sentei-me tristemente,
mar. Sentado junto ao mar, ouve
Olhando o céu pesado e nevoento,
a voz do mar que é "rouca" e
Anáfora "trágica” e olha “o céu pesado e
nevoento”.
Personificação
Comparação Dominam os aspetos negativos.
Adjetivação
2.ª e 3.ª estrofes (versos 7 a 11): Interpelação (do mar)

E interroguei, cismando, esse lamento


Que saía das coisas, vagamente...
O sujeito poético interpela os “seres
elementares” do Universo:
Que inquieto desejo vos tortura,
- Procura sentido para a vida;
Seres elementares, força obscura?
- Busca respostas para as
Em volta de que ideia gravitais?
incertezas/ansiedades;
Apóstrofe
4.ª estrofe: Incomunicabilidade (entre o poeta e os elementos)

O sujeito poético continua a


Mas na imensa extensão, onde se esconde
escutar o Universo, mas
O Inconsciente imortal, só me responde
este não lhe dá as respostas
Um bramido, um queixume, e nada mais...
que ele quer. Continua sem
Enumeração explicações para as suas
inquietações.
Mas: o conector anuncia a
desilusão e a frustração do
sujeito poético perante a Agudiza a angústia, a solidão e o
mudez cósmica. pessimismo do sujeito poético.
Fim

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