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Homero. Rapsódia XIX. In: Odisseia. Trad. E. Dias Palmeira e M. Alves Correia.
Lisboa: Sá da Costa, 1972. p. 286
“Os românticos se haviam tornado
agudamente cônscios de aspectos de sua
própria experiência que de modo algum
poderiam ser analisados ou explicados
pela teoria de um mundo regido por
mecanismo de relojoaria. O universo não
era uma máquina, afinal de contas, mas
algo muito mais misterioso e menos
racional.”
WILSON, Edmund. O castelo de Axel (estudo sobre a literatura imaginativa de 1870 a
1930). São Paulo: Cultrix, 1987. p. 10.
As fontes esotéricas e ocultas do
Romantismo e do Simbolismo
Esoterismo e ocultismo
Na segunda metade do século XIX, os termos
esoterismo e ocultismo começarão a ser
empregados correntemente, no momento em que
se tenta uma síntese das grandes tradições
secretas, em que se tenta definir uma doutrina a
partir de grandes tradições secretas. O termo
“ocultismo”, na língua francesa, surge pela
primeira vez na obra de Eliphas Levi. Segundo
Robert Amadou: “O ocultismo é o conjunto de
doutrinas e práticas fundadas na teoria das
correspondências”
In: Amadou, apud MERCIER, Alain. Les sources ésotériques et occultes de
la poésie symboliste (1870-1914). Paris: Nizet, 1969, v. I, p. 13
Esoterismo: evoca a idéia de
“segredo”, de “disciplina do arcano”,
de conhecimentos reservados. Trata-
se de um tipo de conhecimento
espiritual a ser alcançado por vias e
técnicas apropriadas, segundo
diversas escolas e correntes. São
vias que conduzem ao espaço
espiritual buscado como ao próprio
espaço alcançado. Implica um
processo de interiorização.
Elementos fundamentais do esoterismo no Ocidente
1. Correspondências: existiriam correspondências simbólicas
e reais entre todas as partes do universo visível e invisível. É
antiga a ideia de microcosmo e macrocosmo. Essas
correspondências são mais ou menos veladas para o
primeiro olhar, portanto precisam ser decifradas.
Quadros parisienses (
O vinho
Flores do Mal
Revolta
A morte
Spleen e Ideal
PAISAGEM
Quero, para compor os meus castos monólogos,
Deitar-me junto ao céu, à moda dos astrólogos
E bem perto do sino ouvir-lhe cismarento
As solenes canções, levadas pelo vento.
As mãos postas no queixo, eu do alto da mansarda,
Hei de ver a oficina a cantar na hora parda:
Torres e chaminés ou mastros da cidade,
Grandes céus a fazer sonhar a eternidade.
• Poesias (1863-1869)
• Uma temporada no Inferno
(1873)
• Iluminações (1874)
O poeta vidente
Arthur Rimbaud (1854-1891)
“O Poeta se faz vidente através de um longo, imenso e
racional desregramento de todos os sentidos. Todas
as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele
procura a si próprio, extrai de si todos os venenos
para guardar apenas as quintessências. Inefável
tortura, contra a qual necessita de toda a fé, de toda a
força sobre-humana, através da qual se torna, dentre
todos, o grande enfermo, o grande criminoso, o
grande maldito – e o supremo Sábio – Pois atinge o
Desconhecido! Pois cultivou a alma, já rica, mais do
que ninguém!. Atinge o incógnito e, quando,
enlouquecido, acabar perdendo a inteligência de suas
visões, já as terá visto! ”
Vogais
Arthur Rimbaud