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Simbolismo

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Inimiga do ensinamento, da
declamação, da falsa sensibilidade, da
descrição objetiva, a poesia simbolista
procura vestir a Ideia duma forma
sensível. (Jean Moréas)

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CARACTERÍSTICAS GERAIS
CIRCUNSTÂNCIAS HISTÓRICAS
RELAÇÕES COM O ROMANTISMO
❖ Revolução industrial;
❖ Valorização do sonho e da espiritualidade,
❖ Crença no progresso promovido mas sem confessionalismo e
pela ciência; sentimentalismo;
❖ Positivismo de Comte: O “como” ❖ Do sentimento como objeto do
substitui o “porquê”; Romantismo à representação das
❖ Do Simbolismo como estética sensações fugazes, oníricas, misteriosas
antipositivista e antimaterialista; por meio do símbolo;
❖ Schopenhauer; ❖ Subjetividade profunda;
❖ Não objetividade.

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“Antes de representar um cavalo de batalha, uma mulher
nua ou uma anedota qualquer, um quadro é
essencialmente uma superfície recoberta de cores
dispostas em uma ordem determinada.” (Maurice Denis)

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Creio [...] que, no fundo, os jovens estão mais próximos do
ideal poético do que os parnasianos, que ainda tratam seus
temas à maneira dos velhos filósofos e dos velhos
retóricos, apresentando os objetos diretamente. Penso ser
preciso, ao contrário, que haja somente alusão. A
contemplação dos objetos, a imagem alçando vôo dos
sonhos por eles mesmos suscitados, são o canto; já os
parnasianos tomam a coisa e mostram-na inteiramente:
com isso, carecem de mistério; tiram dos espíritos essa
alegria deliciosa de acreditar que estão criando. Nomear
um objeto é suprimir três quartos do prazer do poema,
que consiste em ir adivinhando pouco a pouco: sugerir, eis
o sonho. É a perfeita utilização desse mistério que
constitui o símbolo: evocar pouco a pouco um objeto pra
mostrar um estado de alma, ou inversamente, escolher um
objeto e extrair dele um estado de alma, através de uma
série de adivinhas.
(Mallarmé, OEuvres complètes, p. 868.)

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Mas, então...

O QUE SERIA UM
SÍMBOLO?
Responda, galera, não me
deixe no vácuo.

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Sonho branco As aves sonorizam-te o caminho...
E as vestes frescas, do mais puro linho
De linho e rosas brancas vais vestido,
E as rosas brancas dão-te um ar nevado...
Sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
No entanto, Ó Sonho branco de quermesse!
Das estrelas puríssimas nascido.
Nessa alegria em que tu vais, parece
Que vais infantilmente amortalhado!
Por caminho aromal, enflorescido,
Alvo, sereno, límpido, direito,
Segues radiante, no esplendor perfeito,
Cruz e Souza
No perfeito esplendor indefinido...

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Características do Simbolismo
• Subjetivismo;
• Linguagem vaga;
• Abuso de metáforas, aliterações, comparações e
sinestesias;
• Uso do soneto;
• Misticismo;
• Religiosidade;
• Interesse pela loucura humana;
• Pessimismo;
• Retomada de elementos românticos;
• · Emprego de maiúsculas alegorizantes e de reticências
(sugerindo o vago e o indefinido).

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Influências francesas
Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé,
Verlaine

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Baudelaire: TEORIA DAS CORRESPONDÊNCIAS - propõe um
processo cósmico de aproximação entre as realidades físicas
e as metafísicas que se expressa através das sinestesias
(metáforas que consistem na transferência ou cruzamento
de percepção de um sentido para outro, ou seja, a fusão,
num só ato de percepção, de dois sentidos ou mais - ex.
música doce); teoria de que a imaginação é a faculdade
essencial do artista, porque lhe permite recriar a realidade.
Dele o Simbolismo herdou: a embriaguez das sensações, o
intimismo na poesia, a proposição das “correspondências”.

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Rimbaud: antecipa o modernismo propondo a alquimia do
verbo, a fixação do inexprimível, a alucinação sensorial - a
palavra é realidade concreta, colorida pelas vogais,
animada pelas consoantes. Dele o Simbolismo herdou: a
atitude de inconformismo, o verso livre, a preocupação
sensorial.

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Mallarmé: poesia não descritiva, nem narrativa, mas
sugestiva, observando-se a palavra no seu valor musical e a
rebeldia sintático-semântica . Dele o Simbolismo herdou a
sugestão (ou seja, prefere-se abolir o objeto que atua no
poema e valorizar o que ele pode sugerir).

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Verlaine: aproximação da música: o que interessa não é a
ideia clara ou o sentimento preciso, mas o vago do coração,
o claro-escuro das sensações, o indeciso dos estados de
alma (aliterações - sequência de fonemas consonantais
idênticos dentro do mesmo verso; assonâncias - repetição
de fonemas vocálicos nas sílabas tônicas de palavras
sucessivas ). Dele o Simbolismo herdou: o apelo à
espiritualização e à impressão musical.

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Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Acrobata da dor Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço. . .
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado E embora caias sobre o chão, fremente,
de uma ironia e de uma dor violenta. afogado em teu sangue estuoso e
quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado Cruz e Souza
pelo estertor dessa agonia lenta …

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Sinfonias do ocaso Ah! por estes sinfônicos ocasos
a terra exala aromas de áureos vasos,
Musselinosas como brumas diurnas incensos de turíbulos divinos.
descem do ocaso as sombras harmoniosas,
sombras veladas e musselinosas
para as profundas solidões noturnas. Os plenilúnios mórbidos vaporam …
E como que no Azul plangem e choram
cítaras, harpas, bandolins, violinos …
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, .
os céus resplendem de sidéreas rosas,
da Lua e das Estrelas majestosas
iluminando a escuridão das furnas. Cruz e Souza

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in two or three columns

Yellow Blue Red


Is the color of gold, Is the colour of the Is the color of blood,
butter and ripe clear sky and the and because of this it
lemons. In the deep sea. It is located has historically been
spectrum of visible between violet and associated with
light, yellow is found green on the optical sacrifice, danger and
Alphonsus de
between green and spectrum. courage.
orange.
Guimaraens

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Estava longe do céu...

Ismalia Estava longe do mar...

Quando Ismália enlouqueceu, E como um anjo pendeu


Pôs-se na torre a sonhar... As asas para voar. . .
Viu uma lua no céu, Queria a lua do céu,
Viu outra lua no mar. Queria a lua do mar...

No sonho em que se perdeu, As asas que Deus lhe deu


Banhou-se toda em luar... Ruflaram de par em par...
Queria subir ao céu, Sua alma, subiu ao céu,
Queria descer ao mar... Seu corpo desceu ao mar...
Alphonsus Gumaraens
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...

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~ de chorar por ela os
Hao A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
cinamomos Entre lírios e pétalas de rosa.

Hão de chorar por ela os cinamomos, Os meus sonhos de amor serão defuntos...
Murchando as flores ao tombar do dia. E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Dos laranjais hão de cair os pomos, Pensando em mim: — "Por que não vieram
Lembrando-se daquela que os colhia. juntos?”.

As estrelas dirão — "Ai! nada somos,


Pois ela se morreu silente e fria.. . "
E pondo os olhos nela como pomos, Alphonsus Gumaraens
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

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Isso é um Cinamomo.

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