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ROMANCE

REGIONALIST
A
Profª Diana Santos
O que é?
• O Romance Regionalista é marcado pela busca do redescobrimento do
Brasil e sua diversidade regional e cultural.
•  Constitui uma das mais importantes e frequentes na literatura
brasileira, tem no vínculo direto com o real expressões utilizadas ainda
hoje.
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• Os romances regionais surgiram na primeira metade do século XIX. A intenção dessas obras literárias era a
apresentação de costumes e cenários que ficaram de fora do acervo relacionado ao romantismo.
• Ademais, o romance regional buscou retratar diferentes aspectos de cada região do país e a imensa
diversidade cultural observada em terras brasileiras. O interior e suas grandes paisagens foi um dos objetos
de retratação do romance regionalista.
• Nesse período histórico, o país ainda firmava a
sua própria identidade de nação independente.
Para tal, valorizou-se a aparição de mitos que
contavam essa história. A criação de
personagens heroicos, com valores e
princípios bem definidos, fazia chegar ao
leitor um verdadeiro sentimento de
patriotismo.
• Se o índio teve seu momento marcante na
literatura, um outro personagem ganhava
espaço com o romance regionalista: o homem
sertanejo.
• Os especialistas em Literatura também ressaltam que mesmo com essa nova vertente, o interior brasileiro
ainda era retratado com alguns traços do período romântico tão cultivado pelos europeus.
• Nesse sentido, os clássicos do romance regionalista eram muito absorvidos por grupos da classe média das
grandes cidades, ao contrário do brasileiro do interior. Até mesmo os jornais e folhetins acabavam
publicando ou discutindo tais obras. Esse período contribuiu, inclusive, para a maior venda desse produto
intelectual.
Características
• Explora o nacionalismo literário, já encontrado no Indianismo, mas diferente das demais correntes do
romantismo, não sofre as influências europeias.
• É fruto da tomada de consciência dos valores específicos da cultura brasileira, está ligado às
particularidades de grupos sociais em suas diferentes regiões.
• Essa corrente do romantismo apresenta as especificidades de clima, costumes e língua diferentes entre si
em um país que, por ter dimensões continentais, tem impressa a diversidade.
• As obras que marcam o Romance Regionalista são apresentadas em folhetins, que eram capítulos
apresentados de maneira periódica, quase sempre semanais, em jornais. Em comum têm a tentativa de
fixar o que os autores consideram de verdadeiro no Brasil, o sertão e a paisagem intacta.
Obras e autores de Romance Sertanejo ou
Regionalista
José de Alencar (Sul)
• Nesse tipo de romance Alencar se destaca por apresentar heróis regionais ou
históricos em suas obras, ele também critica a presença dos portugueses, mas
reconhece o valor dessa cultura na formação do pais. Caracteriza-se por revelar um
quadro muito próximo da realidade, com uma natureza muito exuberante e menor
foco nas mulheres.

•“Quando os seres habitam as estepes americanas, sejam


homem, animal ou planta, inspiram nelas uma alma pampa.
Tem grandes virtudes essa alma. A coragem, a sobriedade, a
rapidez são indígenas de savana.” - trecho de O Gaúcho
Franklin Távora (Nordeste)
• Grande defensor do regionalismo, acreditava na visão separatista das culturas
brasileiras (norte e sul). Desse modo, dava importância à necessidade do conhecimento
das diferentes regiões para escrever sobre elas. Por conta disso, criticava a produção de
Alencar, que, segundo ele, abordava o Brasil como um todo e, portanto não era digno de
imprimir um caráter nacional. A maioria de suas obras se passavam em Pernambuco
durante o século XVIII e revelavam elementos desconhecidos sobre o norte.

• “Proclamo uma verdade irrecusável. Norte e sul são irmãos, mas


são dois. Cada um há de ter uma literatura sua, porque o gênio de
um não se confunde com o de outro.”
Visconde de Taunay (Centro- oeste)
• É reconhecido como o mais equilibrado dos românticos regionalistas pelo seu
senso de observação e análise e grande conhecimento das terras brasileiras.
Desse modo, não dá grande importância aos sentimentos, sendo o mais realista
possível. Em suas obras se caracteriza pela presença do falar colonial, o que as
torna naturais e populares. Por ser tradicional, dá muito valor à honra e outros
valores europeus.

“Quando o sertanejo vai ficando velho, quando sente os membros cansados e


entorpecidos, os olhos já enevoados pela idade, os braços frouxos para
manejar a machadinha que lhe da o substancial palmito ou o saboroso mel de
abelhas, procura então quem o queira para esposa, alguma viúva ou parente
chegada, forma casa e escola, e prepara os filhos e enteados para a vida
aventureira e livre que tantos gozos lhe deram outrora.” - trecho de
Inocência
Bernardo Guimarães
• Tido atualmente como um autor clichê e criticado por sua falta de
originalidade, deu início a esse tipo de romance. A partir da fórmula que
criou (herói nobre + patife + heroína apaixonada = conflitos até um final
feliz) ganhou muita popularidade e suas obras são caracterizadas pela sua
simplicidade e graciosidade.

“[...]nasceu a linda e infeliz Isaura. Todavia, como para indenizá-la de


tamanha desventura, uma santa mulher, um anjo de bondade, curvou-se
sobre o berço da pobre criança e veio ampará-la à sombra de suas asas
caridosas.” - trecho de A escrava Isaura
Isaura, escrava de pele branca, foi criada como filha na
família em que serve. Foi durante muito tempo a protegida
da matriarca, que prometeu que após a sua morte a moça
deveria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi
satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um
jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar de
casado. 

A beleza da jovem cativa desperta paixões em vários dos


personagens, além de Leôncio, o jardineiro Belchior, o
feitor da fazenda e até o irmão de Malvina, esposa de
Leôncio, fazem propostas à moça. 

O pai da escrava, um homem livre chamado Miguel, reúne


a vultosa quantia que fora pedida pelo pai de Leôncio para
libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para
descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte.
Inconformada com a situação, Malvina retorna para a casa
de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para atormentar
O livro Inocência (1872) de Visconde de Taunay
 é um romance construído a partir de impressões
e lembranças da realidade natural e sócio-cultural
do sertão mato-grossense. Além disso, analisa os
valores comportamentais do sertanejo, fazendo
com que esta obra, mesmo se tratando de uma
história sentimental, apresente um “toque”
naturalista, um realismo descritivo e um tom
documental, fruto da experiência de Taunay
como redator oficial do Diário do Exército.
O romance conta a história de amor impossível
envolvendo Inocência, filha de Pereira, um
mineiro rude, pequeno proprietário da região e
Cirino, um aprendiz de farmacêutico que se
autodenomina médico. O relacionamento dos
dois é inviável porque Inocência é prometida a
Manecão Doca, um rústico vaqueiro das
A história de O sertanejo se passa no
nordeste e tem como personagem-
narrador Severino, uma pessoa que tenta
se definir ao longo da obra mas não
consegue, então passa a ser uma figura
genérica que representa o povo daquela
região. Ele é representante de um povo
sofrido, que luta contra a fome, sede e
miséria.
O personagem principal é Arnaldo
Loureiro, um vaqueiro cearense, simples,
mas que luta pelo que quer e enfrenta
tudo pelo amor e seus ideais. O vaqueiro
trabalha para o capitão-mor, de nome
Arnaldo Campelo. Arnaldo enfrenta

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