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Universidade do Estado do Pará

Disciplina: Literatura Brasileira II


Docente: Aida Galvão
Discentes: Andrei Augusto,
Alicyenne Amaral, Brenda Leite,
Isabelly Assunção, Letícia Genú e
Vitória Cruz.
Narcisa
Amália
Escritora do Parnasianismo
Sumário

01 Introdução 02 Narcisa Amália


Breve contexto sobre o
Vida e carreira
Parnasianismo

03 Obras da autora 04 Poema


De poemas a textos
Porque sou forte
jornalísticos
01
Introdução
Breve contexto do
Parnasianismo brasileiro
O que foi o
Parnasianismo no Brasil?
O Parnasianismo brasileiro foi uma escola
literária que surgiu na segunda metade do
século XIX, fortemente influenciada pelo
movimento parnasiano francês. Essa corrente
literária destacou-se pela ênfase na perfeição
formal, buscando a objetividade na expressão
poética e distanciando-se do subjetivismo
romântico.
Características
Temas clássicos
Rigor Formal e históricos
Utilização de temas inspirados na
Valorização da perfeição técnica, mitologia clássica, história e
com atenção especial à métrica, eventos universais, muitas vezes
rima e construção cuidadosa dos em contraste com o regionalismo
versos. romântico.

Objetividade Nacionalismo
Preocupação em expressar de Ainda que inspirado em temas
forma clara e objetiva, evitando o estrangeiros, os parnasianos brasileiros
excesso de emoções e buscaram valorizar a cultura e a
subjetividade presentes no história nacionais, contribuindo para a
romantismo. construção de uma identidade literária
própria.
02
Narcisa
Amália
Vida e Carreira
Narcisa Amália - Vida
• Narcisa Amália de Campos foi tradutora, poeta,
escritora, crítica literária, jornalista brasileira e
professora;
• Aos 11 anos se muda para a cidade de Resende,
e aos 14 anos de casa;
• Aos 20 anos escreve seu “Nebulosas”, uma
coletânea com suas poesias;
• Anos mais tarde, aos 28 anos, ela se casa
novamente. Contudo, o casamento também não
dura muito e eles se separam;
• Recebeu a visita do Imperador Dom Pedro II
Narcisa Amália – Carreira
● Após todo esse acontecimento, ela se muda para a ● Narcisa Amália foi a primeira mulher no
capital e dedica-se totalmente ao magistério. Brasil a se profissionalizar como jornalista.-
Narcisa faleceu no dia 24 de junho de 1924
● Em 13 de outubro de 1884 funda o seu pequeno aos 72 anos, pobre, cega e paralítica, sendo
jornal Quinzenal, “o gazetinha”.-suplemento do seu corpo sepultado no cemitério de São
João Batista no Rio de Janeiro. Antes de sua
Tymburita que tinha como subtítulo, "folha
morte, deixou um apelo: ”Eu diria à mulher
dedicada ao belo sexo"-Assim como Teixeira, inteligente [...] molha a pena no sangue do
primeira mulher a integrar a Academia Paulista de teu coração e insufla nas tuas criações a
Letras, Narcisa alma enamorada que te anima. Assim
deixarás como vestígio ressonância em
● Amália foi uma pioneira. Gozou de todos os sentidos.”
reconhecimento e repercussão em sua época, fosse
porseus versos que equilibram lirismo e
comentários políticos, fosse pelos ideais
progressistas que defendeu.-
03
Obras
De poemas a textos jornalísticos
1. Possuía destaque em
diversas áreas literárias,
principalmente na poesia,
em contos e crônica. Além
de ter contribuições no
campo jornalístico
Obras
● Poesia: Nebulosa, de Narcisa Amália .
Nebulosas. Narcisa Amália. [prefácio de

Nebulosas, Narcisa Amália.


Peçanha Póvoa]. Rio de Janeiro: Garnier,
1872.
● Conto: Nelúmbia. (Conto). In: Lux!.
Campos, 1. dez. 1874, p. 158-160.
Disponível no link. (acessado em 26.7.2021)
● Crônica: A mulher no século XIX
(crônica). In: Democratema. Comemorativa
ao 26º aniversário da Fundação do Liceu de
Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: 1882.
Obras
Colaboração em jornais e revistas: • Antologia [participação]: Violetas poéticas –
O Domingo. álbum de poesias para dias de annos.
Astro Resendense (Resende-RJ) Collecionadas dos melhores poetas brazileiros.
O Espírito Santense. Rio de Janeiro; São Paulo; Recife: Laemmert
A República. & C., Editores, Século de edição XIX.
Correio do Brasil. Disponível no link. (acessado em 27.6.2015).
Lábaro Acadêmico. • Traduções: O romance da mulher que amou.
Correio Literário. [comentado por Arsène Houssaye; tradução
Almanaque das Senhoras (RJ) Narcisa Amália]. Collecção Biblioteca
O Espírito Santo (ES) Universal Rio de Janeiro: Garnier, 1877.
Diário de Pernambuco (PE) (fonte: Memória BN/BR – O Figaro).
Lux! (Campos-RJ)
● O Fluminense (Niterói-RJ)
● Diário Mercantil (SP)
● O Friburguense (Friburgo-RJ)
2. Temas abordados: Em sua
maioria os temas abordados pela
autora se relacionavam com o
teor político, ideológico, social,
mas também dialogava com o
cotidiano, com aspectos familiares
e sentimentais.
O africano e o poeta
“No canto tristonho — Depois o castigo
Do pobre cativo Cruento, maldito,
Que elevo furtivo, Caiu no proscrito
Da lua ao clarão; Que o simum crestou;
Na lágrima ardente Coberto de chagas,
Que escalda-me o rosto, Sem lar, sem amigos,
De imenso desgosto Só tendo inimigos...
Silente expressão; Quem há como eu sou?!...

Quem pensa? — o poeta — Quem há?... O poeta


Que os carmes sentidos Que a chama divina
Concerta aos gemidos Que o orbe ilumina
De seu coração. Na fronte encerrou!
[…] […]”
Recordação
Lembras-te ainda, Adelaide, Nosso céu não tinha nuvens: E a nossos seres repleto
De nossa infância querida? Nem uma aurora fulgia, Desse amoe que não fanece,
Daquele tempo ditoso, Nem uma ondina rolava, Como sorria a existência!
Daquele sol tão formoso Nem uma aragem passava Quanto voto de inocência
Que dava encantos à vida? Que não desse uma alegria! Levava ao céu nossa prece!

Tu era como a florinha Tu me contavas teus sonhos


Desabrochando medrosa; De pureza imaculada;
Tu, alva cecém do vale, Eflúvios de poesia,
Entreabrias em teu caule Trenos de mata harmonia...
Da autora a luz d’ouro e rosa. Eras sílaba inspirada!...
3. Poeta × Poesia
“[…] Reguei mil searas — Meu Deus! Ao prec ito
Co’as bagas amaras Sem crenças na vida,
Do pronto revel; Sem pátria queridam
Das matas caíram Só resta tombar!
Cem troncos, mil galhos; Mas... Quem uma prece
Mas esses trabalhos No campo do escravo
Do braço novel, Que outrora foi bravo
Triste há de rezar?!...
Quem vê? — o poeta
Que expira em harpejos — Quem há-de?... O poeta
Aos lúgubres beijos Que a lousa obscura
Da fome cruel! Uma lágrima pura
Vai sempre orvalhar!?”
[…]
4. reflexo da influência de ideais
liberais europeus em suas obras
Texto jornalístico

Quando a sua individualidade for reconstituída perante os homens, e, especialmente,


perante a sua própria consciência; quando se lhe outorgar o direito de ilustrar-se e de
viver racionalmente, esta mulher brasileira tão ignorante e tão opulenta de
inteligência; tão supersticiosa e tão amante da caridade; tão vilipendiada e tão cheia
de dignidade e abnegação, saberá cumprir gloriosamente a augusta missão de que
está encarregada: - a de conduzir este escravizado país às raias de perfeição suprema.
(CAMPOS, ​O sexo feminino​, 1873, p. 2).
04
Poema
Porque sou forte
Porque sou forte
Dirás que é falso. Não. É certo. Desço É que há dentro vales, céus, alturas,
Ao fundo d’alma toda vez que hesito... Que o olhar do mundo não macula, a terna
Cada vez que uma lágrima ou que um grito Lua, flores, queridas criaturas,
Trai-me a angústia – ao sentir que
desfaleço... E soa em cada moita, em cada gruta,
A sinfonia da paixão eterna!...
E toda assombro, toda amor, confesso, - E eis-me de novo forte para a luta.
O limiar desse país bendito
Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito!
O horror da vida, deslumbrada, esqueço !
Referências
● BARBOSA, Gisele Oliveira. ASPECTOS SOCIAIS E POLÍTICOS DA POESIA DE
NARCISA AMÁLIA. ANPUH – XXII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – João
Pessoa, 2003. p.1-7
● FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção, edição e organização). Narcisa Amália de
Campos - poeta, republicana, abolicionista e feminista do século XIX. Templo Cultural
Delfos, agosto/2021. Disponível no link:
https://www.elfikurten.com.br/2015/06/narcisa-amalia-de-campos.html
● TERNERO, N. R. ; NUNES, A. M. . LITERATURA E JORNALISMO NO
OITOCENTOS: O DISCURSO DA POETISA NARCISA AMÁLIA EM FAVOR DA
INSTRUÇÃO INTELECTUAL DA MULHER NO SEMANÁRIO O SEXO FEMININO
Revista (Entre Parênteses) , v. 8 , p. 1 – 20 , 2020. ISSN: 22384502.
Obrigada!

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