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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO - CCSE


PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA - PRP
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS - LP

SUBPROJETO: GRUPO PEIXE FRITO

● ELABORAÇÃO
- Gabriel Pereira Pontes Teixeira
- Josafá Martins
- Luana Beatriz Santos de Sousa
- Wilson Wesley Oliveira do Nascimento

● COORDENADORAS
- Profª Drª Sueli Pinheiro da Silva
- Profª Drª Suzanny Pinto Bium

● PRECEPTORA
- Profª Me. Maria de Fátima Paes

Belém - PA
2023
RESUMO: Este é um subprojeto pertencente ao Projeto de Residência Pedagógica, o intuito
dele é formar um jornal com estudantes do ensino médio de escola pública, utilizando o
Grupo Peixe Frito.

PALAVRAS-CHAVE: Residência; Jornal; Modernismo; Peixe Frito.

INTRODUÇÃO

O Programa de Residência Pedagógica (PRP) é um programa do governo


federal, em parceria com instituições públicas e privadas, que tem o intuito de
desenvolver a docência de estudantes de licenciatura dentro de escolas da rede
pública. Como a Residência visa a estadia do futuro docente no ambiente escolar, o
discente não está restrito à sala de aula, assim, subprojetos podem ser realizados
para trabalhar áreas do conhecimentos específicos do curso, tal qual pode-se
trabalhar aspectos multimodais.
Este trabalho é um subprojeto do Programa Residência Pedagógica que
está sendo desenvolvido por estudantes de Letras –Língua Portuguesa, em
congruência ao subprojeto da professora preceptora do PRP. O objetivo é trabalhar
áreas do conhecimento (escrita e oralidade), dentro do gênero jornalístico, com
alunos do ensino médio, utilizando o grupo “Peixe Frito” como objeto do estudo.
O trabalho está estruturado da seguinte maneira: o que é o gênero
jornalístico; Subgêneros dentro do jornalismo; Como podemos podemos trabalhar o
gênero conforme a BNCC; Modernismo e Modernismo no Pará; Grupo Peixe Frito;
Metodologia; Cronograma e Divisão de grupos.
JUSTIFICATIVA

A priori, a iniciativa de elaborar este Sub-Projeto inclui razões de ordem


institucional, científica, social e política.
Ademais, urge a necessidade de cumprir uma das exigências de ordem legal,
pois este Sub-Projeto servirá como instrumento para o Programa Residência
Pedagógica (PRP), sendo realizado pelos discentes do curso de Licenciatura em
Letras - língua portuguesa - da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em
consonância com o Projeto da Escola Estadual de Ensino Médio Albanízia de
Oliveira Lima. Além disso, insere-se, portanto, o motivo de ordem científica, uma vez
que o presente Subprojeto objetiva a construção do gênero jornalístico atrelado à
Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

OBJETIVOS

1. GERAL

Como objetivo geral, fomentar a criação do jornal abrangendo o modernismo


e o modernismo no Pará.

2. ESPECÍFICOS
a) Estudar o gênero jornalístico e os seus subgêneros;
b) Compreender o modernismo e o modernismo no Pará;
c) Analisar o processo de construção envolvendo o gênero jornalístico.

1. O QUE É O GÊNERO JORNALÍSTICO?

Antes de definir gênero jornalístico, é importante buscar o conceito de


jornalismo. O jornalismo pode ser definido como a atividade profissional voltada para
a coleta, apuração, produção e divulgação de informações e notícias de interesse
público. É uma forma de comunicação que tem como objetivo fornecer aos cidadãos
uma visão precisa e imparcial dos acontecimentos que ocorrem em sua
comunidade, país e no mundo. Já o gênero jornalístico é um conjunto de técnicas
para fazer jornalismo. Os gêneros jornalísticos são as formas específicas de
apresentação das informações e notícias no campo do jornalismo. São os diferentes
estilos ou formatos utilizados para comunicar as informações aos leitores, ouvintes,
telespectadores ou internautas. Incluem notícias, reportagens, entrevistas, editoriais,
crônicas, artigos de opinião, entre outros. Cada gênero tem suas próprias
características, propósitos e estruturas narrativas. Por exemplo, as notícias são
breves, objetivas e informativas, enquanto as reportagens são mais aprofundadas,
investigativas e analíticas. Os editoriais expressam opiniões do veículo de
comunicação, enquanto as entrevistas fornecem perspectivas diretas de pessoas
envolvidas em determinado assunto.

1.1 Subgêneros dentro do jornalismo

Marques Melo (2020) propõe uma organização de tais gêneros da seguinte


forma:

a) Gêneros informativos: Nota, notícia, reportagem, entrevista, título e chamada.


b) Gêneros opinativos: Editorial, comentário, artigo, resenha ou crítica, coluna,
carta, crônica.
c) Gêneros utilitários ou prestadores de serviços: roteiro, obituário, indicadores,
campanhas, “ombudsman”, educacional.
d) Gêneros ilustrativos ou visuais: gráficos, tabelas, quadros, demonstrativos,
ilustrações, caricatura e fotografia.
e) Propaganda: Comercial, institucional e legal.
f) Entretenimento: Passatempos, jogos, história em quadrinhos, folhetins,
palavras cruzadas, contos, poesia, entre outros.
Serão listados alguns desses gêneros que serão trabalhados no projeto com os
alunos:
1. Notícia: É o gênero mais comum e objetivo do jornalismo, que
apresenta informações recentes sobre eventos, acontecimentos e fatos relevantes. A
notícia busca responder às perguntas básicas: quem, o quê, quando, onde, por que e
como.
2. Reportagem: É um gênero mais aprofundado, que vai além dos fatos
básicos e busca oferecer uma análise mais completa sobre determinado assunto. A
reportagem envolve investigação, entrevistas e pesquisa, fornecendo uma visão mais
abrangente e detalhada sobre um tema específico.
3. Entrevista: Neste gênero, um jornalista conduz uma conversa com uma
ou mais pessoas, buscando obter informações, opiniões e declarações diretas do
entrevistado. As entrevistas podem ser feitas com especialistas, autoridades,
personalidades ou pessoas envolvidas em determinado evento.
4. Crônica: É um gênero literário presente no jornalismo, que combina
fatos do cotidiano com elementos subjetivos e narrativos. As crônicas são geralmente
escritas por colunistas e oferecem uma perspectiva pessoal sobre acontecimentos,
questões sociais ou experiências vividas.
Trabalhar com os alunos os gêneros jornalísticos dará a capacidade de cada
aluno se tornar um cidadão consciente dos distintos contextos sociais e de como a
linguagem se adapta a eles, estando aptos a uma melhor leitura do mundo. Pois, de
acordo com Marques de Melo (2020), "os gêneros jornalísticos desempenham um
papel crucial na construção da realidade social e na transmissão da informação".

2. COMO PODEMOS TRABALHAR O GÊNERO CONFORME A BASE NACIONAL


COMUM CURRICULAR (BNCC)?

      Os gêneros que irão compor a produção do jornal estão presentes em um dos
campos de atuação social propostos pela BNCC com a finalidade de contextualizar
as práticas de linguagem no Ensino Médio em Língua Portuguesa. Dessa forma, o
campo em questão é o Jornalístico-midiático, o qual busca ampliar as possibilidades
de participação dos jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e
opinião, as quais se encontram no centro da esfera jornalística/midiática (BNCC,
2018). Além disso, o campo busca não somente consolidar as habilidades
envolvidas na escuta, leitura e produção de textos, mas também, pretende-se
propiciar experiências que mantenham os jovens interessados pelos fatos que
impactam a vida das pessoas e acontecem na sua comunidade, cidade e no mundo.
     Sendo assim, dentro do campo jornalístico-midiático se encontram algumas
habilidades as quais o projeto pretende trabalhar com os estudantes. A primeira é a 
EM13LP37: conhecer e analisar diferentes projetos editoriais institucionais, privados,
públicos, financiados, independentes etc. de forma a ampliar o repertório de
escolhas possíveis de fontes de informação e opinião, reconhecendo o papel da
mídia plural para a consolidação da democracia (BNCC, 2018). O desenvolvimento
dessa habilidade irá possibilitar o contato com a estrutura e o conteúdo de diferentes
tipos de textos, fator importante para gerar intimidade com os conteúdos
apresentados.  Para mais, a mesma também propõe uma reflexão sobre a relação
mídia e democracia, sendo um aspecto de extrema relevância já que os alunos
estarão produzindo um veículo de informação. 
       A próxima habilidade é a EM13LP45: analisar, discutir, produzir e socializar,
tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou global, notícias,
fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens multimidiáticas, documentários,
infográficos, podcasts noticiosos, artigos de opinião, críticas da mídia, vlogs de
opinião, textos de apresentação e apreciação de produções culturais (resenhas,
ensaios etc.) e outros gêneros próprios das formas de expressão das culturas
juvenis (vlogs e podcasts culturais, gameplay.), em várias mídias, vivenciando de
forma significativa o papel de repórter, analista, crítico, editorialista ou articulista,
leitor, vlogueiro e booktuber, entre outros (BNCC, 2018). Tal habilidade é a mais
completa em relação a produção de um jornal, haja vista que envolve a análise,
discussão, produção e socialização de diversos gêneros os quais norteiam esta
publicação, com isso, torna-se extremamente relevante para o desenvolvimento do
projeto.
Tendo em vista o Modernismo como um dos principais temas dos textos
produzidos para o jornal, o campo artístico-literário também se faz necessário. O
campo "trata-se, principalmente, de levar os estudantes a ampliar seu repertório de
leituras e selecionar obras significativas para si, conseguindo apreender os níveis de
leitura presentes nos textos e os discursos subjacentes de seus autores" (BNCC,
2018).
Nesse âmbito, a habilidade a ser trabalhada seria a EM13LP50: analisar
relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros
literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos,
explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam
e se retroalimentam. Dessa forma, a habilidade seria voltada à análise do
Modernismo, com o intuito de que os estudantes possam conhecer e absorver as
etapas e o contexto do movimento.

3. MODERNISMO E MODERNISMO NO PARÁ

O marco histórico do modernismo brasileiro acontece com a Semana de Arte


Moderna (realizada em São Paulo) e tem como pontapé inicial - um marco de
articulação - a pintura de Anita Malfatti, em 1917, pois, a partir desse momento, um
conjunto de obras entraram em sintonia com a modernidade européia da época e,
com isso, provocou uma resposta pública no Brasil (NASCIMENTO, 2015).
O modernismo brasileiro inicia-se no ano de 1922, recebendo influências dos
movimentos anteriores (surrealismo, por exemplo). Porém, os ideais futuristas fazem
com que surja o objetivo de romper as rupturas com o seu passado recente, criando,
assim, uma nova visão da estética cultural brasileira (TELES, 2022). Nesse sentido,
percebe-se a importância da criação de uma identidade cultural para que um povo
possa ser representado e, também, criar raízes históricas abrangendo todos os
segmentos sociais vividos naquele período.
No Pará, entretanto, a iniciativa de romper com as rupturas do passado,
chegam antes de 1922 (PACHECO, 2003). Em 1916, um grupo de intelectuais
literários, ligados à revista da época “Ephemeris”, começam a fazer discussões que
envolvem as suas preocupações cotidianas (DE FIGUEIREDO, 2016).
No período inicial dos anos 20, diversos intelectuais foram se juntando ao
movimento para discutir as preocupações relacionadas à arte, literatura e política
(DE FIGUEIREDO, 2016). Assim, dois grupos com diversos pensadores foram
formados: A Academia ao Ar Livre e a Academia Peixe Frito (DE FIGUEIREDO,
2016).
O grupo Peixe Frito realizava seus encontros no Ver-o-Peso para discutir
literatura (PACHECO, 2003). E, visando o rompimento com o passado, o grupo
organizou uma revista chamada “Belém Nova”:

Belém Nova, revista lançada a 15 de setembro de 1923 e que marcou época,


apontando novos rumos à literatura planetária, era de idealização de Bruno e
sob sua direção, fez eco em nossa terra do movimento literário de vanguarda
que empolgou o Brasil; eram seus companheiros de redação Edgar Franco,
Alfredo de Souza e Manoel Malhado. (ROCHA, 1996)

A revista teve uma repercussão imensa e serviu como recurso para a


divulgação do modernismo no estado do Pará. Ainda, Bruno de Menezes, escritor e
poeta, atribuiu o seguinte comentário acerca dela: “Àquele tempo a nossa chamada
‘nova geração’ organizou o seu reduto de idéias, literariamente avançada [...]”
(MENEZES, 1996). Assim, os estudiosos conseguiram manifestar uma literatura
regional e conseguiram criar raízes no movimento modernista.

4. O GRUPO PEIXE FRITO


O Grupo Peixe Frito foi um movimento artístico e literário que surgiu no
estado do Pará, durante o período do Modernismo no Brasil. O grupo foi formado por
um conjunto de jovens escritores e artistas paraenses que se uniram em torno de
uma proposta estética inovadora, buscando romper com as tradições e padrões
estabelecidos, tanto na literatura quanto nas artes plásticas.

O modernismo no Pará, representado pelo Grupo Peixe Frito, apresentou


características peculiares em relação aos outros movimentos modernistas no país.
Enquanto em outras regiões o modernismo tinha como foco a desconstrução da
linguagem, o questionamento da tradição e a busca pela originalidade, no Pará o
movimento foi marcado por uma valorização das raízes culturais locais.
Os integrantes do Grupo Peixe Frito exploraram temáticas regionais, como a
cultura amazônica, a natureza exuberante, as lendas e mitos populares, bem como a
presença dos povos indígenas na região. Através de suas obras, buscaram retratar
a realidade amazônica, trazendo à tona questões sociais, ambientais e culturais
próprias da região.

METODOLOGIA

O âmbito metodológico do projeto irá se basear inicialmente em uma


pesquisa bibliográfica, a qual objetiva coletar dados acerca da ocorrência do
modernismo no Brasil e principalmente no Pará, por meio do grupo Peixe Frito.
Desse modo, os dados serão coletados em artigos e livros. Logo após, inicia-se uma
pesquisa de caráter exploratório, na qual os estudantes irão ao mercado Ver-o-Peso,
haja vista que era o local de encontro do grupo Peixe Frito. Com isso, objetiva-se a
coleta de dados sobre as singularidades e riquezas do mercado, de acordo com a
ótica dos alunos, por meio de observações e entrevistas. A partir dessa etapa, os
próprios estudantes irão fazer uma seleção dos principais dados obtidos, visando o
intuito principal do jornal que irão produzir, logo, enfatizando ou não determinados
fatos e características coletadas, de acordo com a intenção de cada texto
produzido.     
DIVISÃO DE GRUPOS

A sala apadrinhada pela professora preceptora Fátima Paes, a 304, do turno


da manhã da Escola Estadual de Ensino Médio Albanizia de Oliveira Lima é
composta por volta de 40 alunos, quais serão divididos em grupos de 5 a 6 alunos,
que receberão temas e subgêneros jornalísticos sorteados que irão compôr o
material final desse projeto, o jornal.
Grupo 1
Subgênero: Entrevista/Reportagem
Tema:
Grupo 2
Subgênero: Conto
Tema:
Grupo 3
Subgênero: Resenha
Tema:
Grupo 4
Subgênero: Coluna
Tema:
Grupo 5
Subgênero: Carta
Tema:
Grupo 6
Subgênero: Quadrinho
Tema:
Grupo 7
Subgênero: Crônica
Tema:
Grupo 8
Subgênero: Carta
Tema:

CRONOGRAMA
Apresentação para turma o que é o projeto. No mesmo dia, dividir-se-á os grupos
que irão compor o jornal, por tema e subgêneros.

Dia:

Trabalhar o Modernismo e o grupo Peixe Frito dentro da sala de aula.


Dia:

Trabalhar o Modernismo e o grupo Peixe Frito dentro da sala de aula.


Dia:

Trabalhar o gênero jornalístico e seus subgêneros.


Dia:

Trabalhar o gênero jornalístico e seus subgêneros.


Dia:

Visita ao Ver-o-peso.
Dia:

Entrevista com o pesquisador sobre o grupo Feixe Peito, no Pará.


Dia:

Finalização.
Dia:
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


2018.

DE FIGUEIREDO, Aldrin Moura. De pinceis e letras: os manifestos literários e


visuais no modernismo amazônico na década de 1920. Revista Territórios e
Fronteiras, v. 9, n. 2, p. 130-155, 2016.

NASCIMENTO, Evando Batista. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o


Modernismo Brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico. Gragoatá, v.
20, n. 39, 2015.

PACHECO, Terezinha de Jesus Dias. Bruno de Menezes e o modernismo no Pará.


Em Tese, v. 6, p. 165-172, 2003.

ROCHA, Alonso. Bruno de Menezes. Asas da Palavra, Belém, UNAMA, 1996.

TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro.


Editora José Olympio, 2022.

DE MELO, José Marques. Gêneros jornalísticos: estudos fundamentais. Editora Puc


Rio, Rio de Janeiro, 2020.

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