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Treinamento aos Candidatos

ao Batismo em águas
Doutrina do Batismo

A DOUTRINA DO BATISMO
O batismo é um assunto enfocado na Bíblia Sagrada que nos traz uma reflexão importante,
pois nos leva a considerar que o Senhor morreu na cruz (Mc 1.33,34; Jo 19.23,27) por cada
um de nós (1 Jo 2.2). Tal sacrifício aponta para um gesto de amor e mostra que a salvação
é pela graça, mediante a fé (Efésios 2.8-9). O batismo, então, é a demonstração pública de
uma fé interior.
O Batismo é Uma Ordenança da Igreja
Para prova disto oferecemos as seguintes passagens:
Jesus foi batizado: “Naquela ocasião, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por
João no Jordão. Assim que saiu da água, Jesus viu o céu se abrindo e o Espírito descendo
como pomba sobre ele”. (Marcos 1:9-10).
Jesus deixou uma ordem: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a
autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a
tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
(Mateus 28:18-20).
No relato de Mateus Cristo nos dá uma tarefa, comumente chamada de Grande Comissão.
A quem estava Cristo falando quando Ele pronunciou Sua última comissão? A promessa que
a ela se junta mostra que ele não estava falando aos apóstolos como indivíduos. Ele
prometeu sua presença até o fim dos séculos.
A igreja primitiva batizava: “Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia
água. O eunuco disse: "Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado?" Disse Filipe:
"Você pode, se crê de todo o coração". O eunuco respondeu: "Creio que Jesus Cristo é o
Filho de Deus". Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram
à água, e Filipe o batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe
repentinamente. O eunuco não o viu mais e, cheio de alegria, seguiu o seu caminho. (Atos
dos Apóstolos 8:36-39).
Cremos que Cristo falou aos apóstolos como que constituindo a igreja. Isto cremos porque:
1) A Igreja é o Corpo de Cristo (1 Co 12.27; Ef 4.4.; Cl 1.24). Assim é representada
muitíssimas vezes para que se precise de mencionar referências escriturísticas. Desde que
a cabeça executa as obras através do corpo, cremos que Cristo cometeu sua obra ao seu
corpo.
2) A Igreja é o Templo do Espírito Santo. (O Crente é). Veja 1Co 3:16. Nesta passagem,
Paulo não estava falando do corpo humano do crente, o qual noutro lugar se chama o templo
do Espírito Santo (1Co 6:19); mas falando plenamente da igreja. Este capítulo trata do
edifício da igreja.
Desde que a Igreja é o templo do Espírito Santo e o Espírito está aqui para dirigir a obra de
Cristo, parece que é por meio de Igreja que ele fará sua obra; logo, que foi à Igreja que Cristo
deu a grande comissão.
3) A Igreja é coluna e fundamento da verdade. Veja 1Tm 3:15. A verdade toda está
contida na grande comissão. Desde que a Igreja é coluna e fundamento da verdade, a
comissão deve ter sido confiada a ela.

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Doutrina do Batismo

Em 1 Coríntios 12.13 temos a seguinte declaração: “Num Espírito fomos todos batizados num
corpo”. Esta passagem significa que ao estarmos no ou sob o poder do Espírito Santo fomos
todos trazidos pelo Senhor ao batismo e assim fomos feitos membros de seu corpo, a igreja
local. Assim o batismo é a porta cerimonial para a Igreja.
O Batismo, então pode deve ser administrado somente por aqueles a quem a igreja
autoriza. Sem dúvidas que a Igreja como um todo, não pode batizar; ela deve realizar a
ordenança por meio daqueles a quem ela autoriza, tanto como Jesus batizou por meio dos
apóstolos (Jo 4:1-2).
O SIMBOLISMO DO BATISMO
Batismo é a nossa identificação com Cristo na Sua morte e ressurreição.
Do mesmo modo como os elementos da Ceia simbolizam o corpo e o sangue de Jesus, a
imersão em águas simboliza, respectivamente o sepultamento e a ressurreição daquele que
morreu para o mundo e ressuscitou para Deus: “Sepultados com ele no batismo, nele também
ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2.12). O apóstolo
Paulo discorre sobre o simbolismo do batismo mostrando quanto ele é importante na prática
de vida: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados
na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como
Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade
de vida” (Rm 6.3,4). Portanto, esse símbolo impõe sobre o indivíduo grande responsabilidade
para com Deus. Basta ler todo o capítulo sexto de Romanos para se ter uma ideia da
implicação desse símbolo: o batismo em si é a dramatização externa de uma graça interna.
O CANDIDATO
Quais são as qualificações, se existe alguma, que deve ter o candidato antes de o batismo ser
devidamente administrado?
A posição de alguns é que a única qualificação requerida de adultos é “um desejo de fugir da
ira vindoura e salvar-se de seus pecados” (Wesley). Outros ensinam que uma simples fé
intelectual na deidade de Jesus Cristo qualifica alguém para o batismo, sustentando também
que o batismo tem eficácia salvadora. É também sustentado por alguns que as criancinhas
dos crentes podem adequadamente receber o batismo.
Mas, que dizem as escrituras? As escrituras são claras e iniludíveis no seu ensino que:
A Fé Salvadora Pessoal é um Pré-Requisito do Batismo.
A fé salvadora é confiança e firmeza em Jesus Cristo como salvador pessoal todo-suficiente
de alguém.
Não há nas escrituras indicação alguma de qualquer pessoa que alguma vez foi
batizado sem fé
“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe
e que recompensa aqueles que o buscam”. (Hebreus 11.6).
O Simbolismo da Ordenança Exige fé por parte do batizando.
O simbolismo do batismo está claramente estabelecido em Rm 6:2-5 e Cl 2:12. Ele significa
nossa morte para o pecado e ressurreição para andarmos em novidade de vida. Semelhante
experiência só pode vir por intermédio da fé. A passagem de Colossenses nos informa que
ela vem “pela fé no poder de Deus”.

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Doutrina do Batismo

O Batismo Somente para os Salvos


Se a fé exigida como um pré-requisito do batismo é a fé salvadora, então só o povo salvo é
batizável. (At 16:31; Ef. 2:8-10; Jo 5:24). A pessoa não é batizada para ser salva, mas porque
já está salva. O simbolismo da ordenança prova isto ainda mais. Quando alguém está
batizado sem ter morrido por meio do poder regenerador do Espírito Santo para o pecado,
que é o único modo porque alguém pode morrer para o pecado, professa uma falsidade
perante o mundo.
Batismo Infantil (pedobatismo), Portanto, É Proibido
O batismo infantil não tem qualquer autoridade ou fundamento na Escritura. Fé é um pré-
requisito do batismo e como tal está indicado, implicado ou exigido por qualquer passagem
da Escritura no tocante à questão. Foi incisivamente dito que as passagens usadas pelos
advogados do batismo infantil caem em três classes: uma menciona batismo, mas não
menciona criancinhas. Outra classe menciona criancinhas, mas não mencionam batismo e
uma terceira classe não menciona nem criancinhas nem batismo.
O testemunho de alguns eruditos sobre o batismo infantil.
LUTERO: “Não pode ser provado pelas sagradas Escrituras que o batismo infantil foi
instituído por Cristo ou começado pelos cristãos prístinos depois dos apóstolos.”
ERASMO: “Em nenhum lugar dos escritos apostólicos está expresso que batizaram
criancinhas.”
OLSHAUSEN: “Há totalmente em falta qualquer passagem prova conclusiva para o batismo
infantil no tempo dos apóstolos, nem pode para o mesmo haver qualquer necessidade e
deduzir-se da natureza do batismo.”
GEORDE EDUARD STEITZ, SCHAFF, HERZOG ENCYCLOPED: “Não há nenhum traço de
infantil em o Novo Testamento.”
O DESÍGNIO
Qual é o fim ou desígnio do batismo? É o para a salvação, como alguns mantêm? Ou é,
como outros contendem, para o fim de manifestar salvação, exibindo a morte do crente para
o pecado e a ressurreição para a justiça? Tomamos posição que a última é verdadeira. Em
consideração desta posição assumimos:
As Passagens Que Mostram Que o Batismo Não Tem Eficácia Salvadora
Todas as passagens que nos contam que a salvação não é de obras, tais como Rm 4:1-6,
11:6; Ef 2:8-10; Tt 3:5, mostram que o batismo não tem eficácia salvadora. O batismo é uma
obra, um ato físico. Jesus implicou, distintamente, que é uma satisfação da justiça (Mt 3:15).
Está assim estabelecido como uma obra de justiça.
Todas as passagens que condicionam a salvação sobre o arrependimento e a fé só mostram
que o batismo não tem eficácia salvadora. Vide Jo 3:16,18; 5:24; Lc 13:3; At 16:31; Rm 4:5;
Ef 2:8. Se o batismo é essencial à salvação, por que foram elas deixadas destas passagens
que se propõem apontar o caminho da vida aos perdidos? Verdade é que todas elas não
mencionam tanto o arrependimento como a fé, mas a razão disto é que tanto o
arrependimento como a fé estão entrosadas uma n’outra. Mas isto não é verdadeiro quanto
ao batismo.

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Doutrina do Batismo

O batismo nos salva no mesmo sentido em que a água salvou oito almas na arca. Mas não
foi a água que atualmente salvou essas almas. A arca foi o meio atual de salvação; mas a
água, que trouxe a morte a todos os outros, levantou a arca e assim manifestou a salvação
dos que estavam dentro. O batismo manifesta a nossa salvação e isto é o único sentido em
que ele salva, o único sentido em que as obras justificam.
O MODO
Aqui está o nosso fim para inquirirmos se o batismo pode ser escrituristicamente
administrado por outro modo qualquer que a imersão. Mantemos que não pode e oferecemos
as seguintes provas:
O Sentido de “Batizo”
a) Liddeland Scott: “Mergulhar em ou debaixo d’água; No latim: immergere”.
b) Sófocles: “Mergulhar, imergir, afundar... Não há evidência de Lucas, Paulo e os outros
escritores do Novo Testamento darem a este verbo significados não reconhecidos pelos
gregos”.
c) Thayer: “Em o Novo Testamento ele (o verbo) é usado particularmente do rito da sagrada
ablução, primeiro instituída por João o Batista; depois recebida pelos cristãos por
mandamento de Cristo e ajustada a conteúdos e natureza de sua religião... a saber uma
imersão e água, realizada como um sinal da remoção do pecado e administrada aqueles
que, impelidos por um desejo de salvação, procuravam admissão aos benefícios do reino do
Messias”.
Os cristãos batizam batizando, isto é, imergindo, e De Stourdza, o maior teólogo grego
moderno, escreveu que “baptizo” significa literalmente e sempre “MERGULHAR”.
O Simbolismo da Ordenança Requer Imersão
A escritura alude ao batismo como um enterro (Rm 5:4; Cl 2:12). Um enterro exige imersão.
O único meio perceptível de interpretar a linguagem está em tomá-la como tendo o seu
sentido usual, a menos que outro sentido se indique ou requeira. Esta regra requer que o
batismo signifique batismo na água, exceto onde alguma outra espécie de batismo esteja
especificada ou de modo exigida.
As Circunstâncias Que Acompanham a Administração do Batismo em o Novo
Testamento Indicam a Imersão
1) João batizou no Rio Jordão
Marcos 1:5. “E saíam a ter com ele toda a terra da Judeia, e todos os moradores de
Jerusalém; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados”.
O sentido naturalíssimo disto é o que devemos tomar, que João, o batizador, administrava o
rito em um rio, segundo compreendemos semelhante expressão e não meramente nas
imediações do rio. O v. 8 o confirma quando, segundo a melhor tradução, diz: “Eu vos batizo
em água”.
2) Filipe levou o eunuco “na água” para batizá-lo
Atos 8:38-39: “mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco,
e Filipe o batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o
viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho”.

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Doutrina do Batismo

A preposição grega para “dentro” é eis. Pode significar “para”; mas, como Hackett assinala,
aqui não pode significar “para a água”, como se só tivessem ido à beira dela; mas deve
significar “na água”, porque está usada em contraste com “fora da água” - ektouhudatos, no
verso seguinte.
A FÓRMULA DO BATISMO
Considerando ser o batismo uma ordenança e não um sacramento, devemos levar ao pé da
letra a ordem a partir de quem a instituiu. Jesus estabeleceu assim o batismo: “Portanto, ide,
ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt
28.19). A fórmula trinitariana foi a que Jesus recomendou.
O BATISMO É UM ATO ÚNICO
Há duas práticas que chamam à atenção em relação ao batismo:
1) A dos que o repetem cada vez que a crente pecar, porque entendem o batismo como
lavagem dos pecados, aviltando, consequentemente, os efeitos do sangue de Cristo Jesus.
Ora, a possibilidade de pecar é peculiar a todo ser humano, por mais santo que seja e, para
isso o apóstolo João recomenda: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1
Jo 2.1). Essa prática de repetição do batismo é encontrada na Congregação Cristã no Brasil.
2) Nas igrejas que não reconhecem o batismo de um candidato proveniente de outra
denominação que deseja ser recebido como membro, exigindo dele um novo batismo. Isso
é comum em Igrejas Batistas mais tradicionais as quais, para receber como membro alguém
que não precede da “mesma fé e ordem”, ou seja, que venha de outra denominação, seja
rebatizado - mas eles fazem questão de frisar que não se trata de rebatismo, mas
simplesmente “batismo”, porque não reconhecem o batismo anterior como batismo. Nesse
caso - e isso fica bem nítido - que, primeiro, são preconceituosos porque duvidam da
experiência de fé na pessoa de Jesus experimentada por aquele candidato na antiga igreja
e, segundo que, diferentemente do que ensinam as Escrituras, preferem entender que o
batismo é a identificação do crente com a denominação e não com Cristo na Sua morte e
ressurreição. Quando a Palavra de Deus afirma haver um só batismo (Ef 4.5), certamente
ela está apontando não apenas para a qualidade do batismo, mas também para a
quantidade.
CONCLUSÃO
Desta forma, devemos perceber que não há como negar que o batismo que Jesus ordenou
para a igreja, deve ser realizado em face da resposta de fé, por imersão e “em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo”. Tal ordenança é um privilégio dos salvos e tem profunda
conexão com sua opção de servir ao Senhor em espírito e verdade.
Não podemos negligenciar tal ordenança, com o sério risco de minimizarmos uma ordem
dada pelo próprio Senhor Jesus, quando estabeleceu a Grande Comissão.

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Doutrina do Batismo

PASSO A PASSO PARA A IMERSÃO

1) Colocar as mãos espalmadas


sobre o peito, uma sobre a
outra.
2) Responder as perguntas
feitas pelo ministro do
evangelho.

3) Prender a respiração no ato


do mergulho.

4) Após o mergulho, ajude o


ministro impulsionando-se
para fora d’água.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. Forneceremos a bata batismal.
2. Leve uma toalha e uma peça de roupa para trocar após o
batismo.
3. Evite o uso de roupas transparentes ou sumárias por baixo da
bata batismal.
4. Observe o horário estabelecido para o batismo, evitando
atrasos.
5. As informações necessárias para o batismo devem ser
preenchidas na ficha do candidato, com uma foto 3X4 atual.

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