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AULA 12 LUMINUS

I – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

“A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no
Brasil", apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.”

Todos os anos, o enunciado da redação do Enem é igual. A única parte que


muda é o tema da redação. No exemplo que apresentamos acima, o tema
foi da edição de 2021.

Uma proposta de intervenção é uma sugestão de ação ou medida para


minimizar ou apontar um caminho para resolver determinada questão
social.

A proposta de intervenção é uma competência característica da redação


do Enem. Assim, ao finalizar o texto, os participantes precisam elaborar
uma proposta de ação condizente e factível com o problema apresentado
e com a realidade brasileira.

Essa exigência é um dos detalhes mais interessantes do Enem. Afinal, ela


permite avaliar a capacidade do aluno de analisar o problema e propor
uma ação que atue, em alguma medida, como atenuador da questão.

Não é necessário que a proposta solucione de forma definitiva a questão


apresentada. Mas, é essencial que ela seja possível de ser aplicada, que
converse com o restante do texto e que ajude a enfrentar as barreiras
identificadas durante a argumentação.

II – OS 5 ELEMENTOS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO


A proposta de intervenção deve ter uma abordagem completa e
contextualizada para ser considerada legítima e produtiva pela banca
avaliadora.
Pensando nisso, é possível elencarmos 5 elementos essenciais para uma
boa proposta de intervenção. Para entender melhor quais são esses
elementos, observe o exemplo abaixo:

“Por isso, para combater tal manipulação, é necessário que o Ministério da


Educação, com o auxílio de escolas, promova saraus e campanhas, em
diversas mídias de massa que mostrem a importância dos jovens
buscarem fontes variadas de informação, por meio de incentivo à leitura
de jornais, livros e sites confiáveis, com a finalidade de criar uma
população com grande senso crítico, podendo discernir notícias falsas,
barrando-as e, consequentemente, beneficiando o regime democrático”.

1. Ação: o que será feito?


O primeiro passo para elaborar uma proposta de intervenção é pensar o
que deve ser feito para resolver o problema apresentado. No exemplo que
observamos anteriormente, a ação é "promover saraus e campanhas”.
2. Agente: quem fará?
Depois de pensar na ação, você deve informar quem seria o responsável
pelo seu planejamento e execução dela. Órgãos governamentais, como
ministérios, prefeituras e secretarias, as famílias, escolas e ONGs são
alguns dos agentes possíveis. No texto de exemplo, os agentes são
“Ministério da Educação, com o auxílio de escolas”.
3. Modo/meio: como será feito?
Após determinar a ação e o agente, é o momento de explicar como a
medida será colocada em prática. No exemplo, o modo é “por meio de
incentivo à leitura de jornais, livros e sites confiáveis”.
4. Finalidade: qual o efeito da ação no problema?
É essencial que na proposta de intervenção você também mencione o
efeito da sua intervenção sobre o problema. Ou seja, qual a finalidade
dela. No exemplo, a ação proposta buscava ter como resultado “ uma
população com grande senso crítico, podendo discernir notícias falsas,
barrando-as e, consequentemente, beneficiando o regime democrático”.
5. Detalhamento: quais são os detalhes importantes para essa ação dar
certo?
Os detalhamentos nada mais são do que exemplos e explicações sobre os
quatro elementos anteriores (ação, agente, modo e finalidade).

No exemplo que vimos antes, o detalhamento é “em diversas mídias de


massa que mostrem a importância de os jovens buscarem fontes variadas
de informação”.

III – PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:
Desafios para o atual sistema público de saúde no país. Apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema público de saúde do


mundo. Proporciona acesso gratuito, universal e integral a todos,
brasileiros ou não, em território nacional. Seu complexo sistema integrado
nos níveis federal, estadual e municipal permite um atendimento amplo,
tanto em termos de alcance populacional quanto em termos de serviços
de saúde, desde atenção básica e saúde da família até cirurgias de alto
risco, como transplante e separação de gêmeos siameses.

Além de serviços de baixa, média e alta complexidade, o SUS também atua


na vigilância epidemiológica e sanitária, assistência farmacêutica, atenção
hospitalar, serviços de urgência e emergência, distribuição gratuita de
medicamentos e pesquisas na área da saúde.

(https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sistema-unico-de-saude-
sus.htm)

TEXTO II

O principal lugar-comum utilizado pelos defensores do sistema público é o


da "justiça" da distribuição de renda: os mais ricos pagam para os mais
pobres que não têm condições de arcar com os custos dos tratamentos.
Infelizmente, a realidade é exatamente oposta.

Em primeiro lugar, vale lembrar que os mais pobres também pagam uma
quantia exorbitante de imposto para financiar o sistema público. Se o que
eles pagam de imposto fosse exatamente igual ao que recebem em
retorno, então, por definição, não haveria sentido algum haver um sistema
público de saúde. Mesmo que não houvesse absolutamente nenhuma
corrupção, isso significaria que algumas pessoas — em especial aquelas
com casos clínicos mais graves, como as que necessitam de remédios
controlados ou cirurgias complicadas — estariam recebendo do sistema
mais do que pagaram.

O problema é que, para cada pessoa que recebe mais do que paga, existe
alguém que pagou mais do que recebeu. Isso significa dizer que, longe de
redistribuir renda dos ricos para os pobres, o que o SUS de fato faz é
"distribuir renda" dos mais saudáveis para os menos saudáveis.

A população mais saudável, seja ela formada por ricos ou pobres,


normalmente tem poucos gastos com saúde: apenas uns poucos exames
ou consultas de rotina, algo pelo qual os pobres poderiam tranquilamente
pagar com a poupança que conseguiriam caso mantivessem para si o que
pagam de imposto para a saúde.

Longe de melhorar a situação dos pobres, o SUS beneficia apenas uma


pequena minoria ao mesmo tempo em que torna ainda mais pobres todas
as pessoas saudáveis que acabam pagando a conta, independentemente
de classe social.

Se a intenção é realmente aumentar a acessibilidade aos serviços de saúde


para os mais pobres, uma solução mais viável seria o governo reduzir
impostos e pagar apenas por aqueles tratamentos mais caros pelo qual os
pobres realmente não podem pagar, ao mesmo tempo em que se abstém
de regular e administrar o setor, permitindo a livre concorrência nesta
área, o que jogaria os preços para baixo e a qualidade para cima.

Também seria possível a criação de agências privadas de financiamento ou


de caridade para pagar pelos tratamentos mais caros e cujos preços são
proibitivos para os mais pobres, talvez até mesmo eliminando a
necessidade de intromissão do governo. Mas isso só seria possível com a
extinção do atual sistema, no qual o governo monopoliza o tratamento aos
mais necessitados ao mesmo tempo em que empobrece a todos no
processo. (https://www.mises.org.br/article/1849/como-o-sus-esta-
destruindo-a-saude-dos-brasileiros)

TEXTO III

TEXTO
IV

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