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A manipulação da mídia é um fenômeno que se refere à manipulação da informação veiculada pelos

meios de comunicação. Isso ocorre quando táticas ou técnicas são utilizadas para apresentar
informações de maneira certas vezes tendenciosa, podendo favorecer interesses específicos. Por esse
motivo, deveremos estar atentos a esse tipo de manipulação para garantir que as informações que
recebemos sejam imparciais e precisas.

É viável identificar e observar no mínimo quatro modelos de manipulação da informação encontrados na


mídia brasileira, como um padrão, de forma geral, e mais um, sendo particular do telejornalismo:

Padrão de ocultação

Padrão de fragmentação

Padrão da inversão

Inversão da relevância dos aspectos

Inversão da forma pelo conteúdo

Inversão da versão pelo fato

Inversão da opinião pela informação

Padrão da indução

obs: As táticas de manipulação da informação veiculada vêm desde o uso de falácias lógicas junto de
alguns artifícios retóricos, técnicas de propaganda e de manipulação psicológica, chegando até a pura e
simples fraude. De uma forma bastante corriqueira, está presente a omissão de dados e a exclusão de
opiniões divergentes, e o objetivo disso tudo é levar os tais argumentos ao descrédito. Outras vezes, na
tentativa de desviar a atenção do público mediante uma grande oferta de informações sobre diversos
assuntos.

Vários métodos de manipulação dos meios de comunicação de massa que é baseado na distração,
assumindo o pressuposto de que o público tem um limiar de atenção restrito. Um exemplo muito claro
disso é a manipulação de gráficos de barras, a frequência que é usado pela televisão é gritante. Nesse
caso, podem ser usadas barras de tamanho não correspondente aos números (que são verdadeiros),
torcendo para que o telespectador não perceba a sacanagem feita.

A veiculação de propaganda não comercial também é uma tática utilizada por alguns grupos de
interesse: partidos políticos, governos e alguns movimentos religiosos, para espalhar ao máximo uma
causa ou ideias e tentar influenciar a opinião da sociedade.

E não fica por aí, grandes empresas, incluindo os governos, controlam a informação veiculada por
qualquer mídia de um país. As multinacionais que são proprietárias de estações de rádio e televisão,
ainda que aumente o número de publicações nos diferentes jornais, revistas, rádio, televisão e,
especialmente, Internet, se percebe de uma forma bem paralela, um aumento significativo na
concentração de propriedade da mídia.

1) A Estratégia da Distração: Essa estratégia, podemos dizer que seria o principal instrumento de
controle social e busca desviar a atenção da população sobre os problemas e mudanças importantes
decididos pelas elites políticas e econômicas. É feito pela inundação de distrações contínuas e
informações desnecessárias cujo objetivo é evitar que as pessoas se interessem por áreas como ciência,
economia, psicologia, neurobiologia e cibernéticatendo em vista q o conhecimento nessas áreas poderia
levar à insubordinação das massas e ameaçar o dito sistema. É óbvio que manter a população ocupada e
sem tempo para reflexão, irá garantir uma mentalidade de "manada".

2) Criar problemas e depois oferecer soluções: É a estratégia conhecida como "problema-reação-


solução". É criar uma situação que cause uma reação específica na sociedade, e fazer com que a mesma,
exija medidas que já foram planejadas previamente.

Parece que no Brasil, é permitido o desenvolvimento ou aumento da violência urbana, ou organizar


atentados em cidades "x", assim, o público comece a demandar leis de segurança mais rígidas e
restrições à liberdade (pedidos pelo retorno da ditadura militar como exemplo). Criar uma crise
econômica, também é um bom exemplo na tentativa de que as pessoas aceitem como necessários o
retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. Essa estratégia é uma
maneira de manipular a opinião pública, para que ela acredite que as soluções oferecidas são a única
saída para os problemas criados. É uma forma de controle, em que os responsáveis pela criação dos
problemas já têm em mente as soluções que serão apresentadas posteriormente.

3) A Estratégia da Gradualidade: Seria um conceito um tanto intrigante que descreve como as medidas
impopulares podem ser implementadas de forma gradual por anos e anos. Esse método é utilizado para
evitar uma reação negativa imediata por parte da população. Quando se introduzir mudanças de
maneira lenta e gradual, pode ser que as pessoas se acostumem com essas transformações, mesmo que
elas sejam radicalmente diferentes das condições socioeconômicas de um certo passado.

Um exemplo claro desse tipo de estratégia é o neoliberalismo, introduzido entre 1980 e 1990. Esse
modelo econômico defende uma ideia de: Um Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade,
desemprego em massa e baixos salários. Se todas essas mudanças fossem implementadas de uma só
vez, certamente causariam uma revolução e uma reação negativa por parte da população. ao
implementar essas medidas gradualmente ao longo de anos consecutivos, os líderes políticos
conseguem minimizar a resistência e a revolta popular. Essa estratégia não é exclusiva do neoliberalismo,
foram também usadas por Hitler e líderes comunistas.

4) A Estratégia de Adiar: É outra maneira de fazer com que uma decisão impopular seja aceita é
apresentar como algo "difícil, mas necessário", a idéia é obter a aceitação do público para uma
implementação futura. Assim, é mais fácil aceitar um sacrifício que será exigido no futuro do que um
sacrifício imediato. A tendência é que as pessoas esperem ingenuamente que "amanhã tudo irá
melhorar" e que o sacrifício exigido possa ser evitado. Isso faz com que, aos poucos, o público se
acostume com a ideia de forma resignada. Para ilustrar, imagine uma empresa que precisa fazer cortes
de custos para se manter competitiva no mercado. Em vez de implementar esses cortes de uma só vez, o
CEO pode optar por adiar algumas medidas impopulares para um momento futuro. Ele pode comunicar
aos funcionários que, embora sejam necessários sacrifícios, a empresa está trabalhando para encontrar
alternativas e soluções mais favoráveis. Essa estratégia permite que as pessoas se preparem
psicologicamente para as mudanças que virão, tornando-as mais aceitáveis quando forem finalmente
implementadas.

5) Dirigir-se ao público como crianças: A maioria dos anúncios que são direcionados ao público em geral
utilizam uma linguagem bastante infantilizada, com argumentos e personagens simplificados, como se
estivessem falando com crianças pequenas. Isso acontece porque, ao tratar o espectador como se ele
tivesse pouca idade, é mais fácil influenciá-lo sem que ele questione ou critique o que está sendo
apresentado. Quantas vezes você já viu anúncios de um comercial que usa um mascote fofo e engraçado
para vender um produto, apelando para a inocência e ingenuidade das crianças. Se alguém falar como se
fosse com uma criança de 12 anos ou menos, é bem provável que essa pessoa responda ou reaja de
forma ingênua e sem questionar, devido à sua influenciabilidade. Por exemplo, se alguém falar com um
adulto como se fosse uma criança, essa pessoa pode agir de forma infantil e não pensar criticamente
sobre a situação.

Utilizar a emoção como uma estratégia para influenciar as pessoas é uma técnica muito eficaz. Ao apelar
para o lado emocional, é possível contornar a análise racional e até mesmo o senso crítico dos
indivíduos.

6) Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão: Quando somos impactados
emocionalmente, nossas defesas ficam mais baixas e estamos mais suscetíveis a absorver ideias, desejos,
medos e até mesmo comportamentos que nos são implantados. Um exemplo disso é a publicidade. As
campanhas publicitárias muitas vezes são projetadas para apelar às nossas emoções, seja através de
histórias emocionantes, personagens cativantes ou músicas envolventes. Ao criar uma conexão
emocional com o público, as marcas conseguem implantar suas mensagens de forma mais eficaz.

Um exemplo clássico é o comercial de uma marca de produtos de limpeza. Em vez de simplesmente


apresentar os benefícios do produto, o anúncio mostra uma mãe lutando para manter sua casa limpa e
organizada enquanto cuida dos filhos. Através de cenas emocionantes, como a mãe exausta limpando a
cozinha enquanto as crianças brincam ao redor dela, o comercial desperta empatia e identificação no
público. Ao final do anúncio, a marca é associada à solução para o problema da mãe, transmitindo a
mensagem de que seu produto pode facilitar a vida das pessoas. Esse exemplo ilustra como o aspecto
emocional pode ser utilizado para implantar ideias e influenciar comportamentos. Ao explorar os medos,
desejos e anseios das pessoas, é possível criar uma conexão emocional que as leva a agir de acordo com
os interesses de quem está utilizando essa estratégia.

No entanto, é importante ressaltar que o uso excessivo do aspecto emocional pode ser manipulativo e
antiético. Quando as emoções são exploradas de forma desonesta, as pessoas podem ser levadas a
tomar decisões irracionais ou prejudiciais para si mesmas. Por isso, é fundamental que sejamos
conscientes e críticos em relação às estratégias emocionais utilizadas em nosso cotidiano, seja na
publicidade, na política ou em qualquer outra área.
7) Manter o público na ignorância e na mediocridade: A importância de manter o público no escuro em
relação às tecnologias e métodos de controle e escravidão é um assunto que merece nossa atenção. É
importante entender que a qualidade da educação oferecida às classes sociais menos privilegiadas deve
ser mantida no nível mais baixo possível, que a distância entre a ignorância planejada dessas classes e as
classes mais altas seja intransponível. Esse conceito é muito claro aqui no Brasil.

Um exemplo marcante é a desigualdade educacional entre as classes sociais no país. A falta de


investimento e recursos destinados à educação pública resulta em escolas com infraestrutura precária,
professores mal remunerados e um currículo bem deficiente. Essa realidade cria uma barreira pesada
para os estudantes das classes menos favorecidas, que não têm acesso às mesmas oportunidades de
aprendizado que os estudantes de classes mais altas.

A falta de acesso à tecnologia também contribui para o mantimento dessa desigualdade. Enquanto as
classes mais altas têm acesso a dispositivos eletrônicos, conexão à internet e recursos tecnológicos
avançados, as classes inferiores ficam excluídas desse universo. Isso resulta em uma lacuna digital, os
indivíduos das classes menos privilegiadas não têm a oportunidade de desenvolver habilidades
tecnológicas essenciais para o mercado de trabalho atual.

Essa discrepância educacional e tecnológica traz consequências profundas na sociedade brasileira.


Aqueles que não têm acesso à educação de qualidade e às tecnologias modernas são impedidos de
buscar melhores oportunidades de emprego e ascensão social. Isso mantém a desigualdade de renda e
limita o desenvolvimento do país como um todo. investir em educação de qualidade para todos é a
maior máquina de de assuntos políticos e que sempre gera lucros ou benefícios para quem utiliza disso
para sua ascenção, independentemente de sua classe social. Sempre naquela busca de que "é necessário
garantir o acesso igualitário à tecnologia, para que todos tenham a oportunidade de adquirir habilidades
necessárias para o século XXI". É preciso quebrar o ciclo de ignorância planejada e oferecer às classes
sociais inferiores as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento que as classes mais altas
têm. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham a
chance de alcançar seu pleno potencial, independentemente de sua origem social.

8) Estimular o público a aceitar a mediocridade: Acontece com frequência. Muitas vezes, somos levados
a acreditar que é legal ser ignorante, vulgar e sem cultura. É como se fosse uma moda. E pior, quem se
dedica a argumentar e pensar demais é visto como chato e mal-humorado.

Isso faz com que as pessoas vivam de forma superficial, sem se aprofundar em nada. Elas sempre têm
uma piadinha pronta para evitar qualquer discussão mais profunda sobre assuntos importantes. Um
exemplo disso é a maneira como os brasileiros se comportam e como as periferias são retratadas na
mídia.

Nas representações midiáticas, as periferias são mostradas como lugares onde as pessoas vivem
"alegremente", mesmo enfrentando pobreza e exclusão social. Isso cria uma ilusão de que é possível ser
feliz e ignorar os problemas reais que existem nessas comunidades.

Tem de se questionar essa mentalidade e buscar um maior engajamento intelectual. Eser valorizado o
conhecimento e a reflexão, ao invés de nos contentarmos com a mediocridade. Afinal, é através do
pensamento crítico que podemos encontrar soluções para os desafios que enfrentamos como sociedade.

9) Reforçar a autoculpabilidade: Seria o poder da meritocracia e a individualização dos problemas sociais

Vivemos em uma sociedade que constantemente nos diz que somos os únicos responsáveis por nossas
desgraças. Somos bombardeados com a ideia de que se não alcançarmos sucesso e felicidade, é porque
somos insuficientes em termos de inteligência, habilidades ou esforços. Essa lógica da meritocracia e
individualização dos problemas sociais tem um impacto muito sério em nossas vidas, aui em noss Brasil.

Imagine um jovem brasileiro que cresce em uma família de baixa renda, em uma região onde as
oportunidades são escassas. Ele é constantemente lembrado de que, se ele não conseguir sair dessa
situação, é porque ele não é esforçado o suficiente, não é inteligente o suficiente. É óbvio q jovem,
futuro adulto, internaliza essa crença e começa a se culpar por sua própria desgraça.

Poderia ele questionar o sistema econômico que perpetua a desigualdade social, esse jovem se
menospreza e se culpa. Ele acredita que sua falta de sucesso é um reflexo de suas próprias falhas, e não
do sistema injusto em que está inserido. Essa autoculpabilidade gera sim, um estado depressivo, e inibe
a sua capacidade de agir e buscar mudanças.

Usei como exemplo o jovem brasileiro para ilustra como a autoculpabilidade reforçada pela lógica da
meritocracia e individualização dos problemas sociais pode tem um efeito devastador em aqui na nossa
sociedade. Ao invés de nos unirmos e questionarmos as estruturas da desigualdade, somos levados a
acreditar que somos os únicos responsáveis por nossas próprias desgraças.

O sucesso e o fracasso não são apenas determinados por nossos esforços individuais. Existem inúmeras
barreiras estruturais que dificultam o acesso igualitário às oportunidades. Desigualdades de gênero,
raça, classe social e acesso à educação são apenas alguns exemplos dessas barreiras.

Todos devem desafiar essa ideia de que somos os únicos culpados por nossas desgraças. E questionar
todo esse econômico e social em que vivemos, buscando soluções que promovam a igualdade de
oportunidades para todos os cidadãos brasileiros. Acredito que assim nós poderemos romper com o
ciclo da autoculpabilidade e criar uma sociedade mais justa e inclusiva.

10) Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem: Nos últimos 50 anos, os avanços
científicos têm criado uma lacuna cada vez maior entre o conhecimento do público em geral e o
conhecimento das elites dominantes. Graças aos avanços na biologia, neurobiologia e psicologia
aplicada, o "sistema" tem adquirido um conhecimento aprofundado sobre a mente e o corpo humano.

Essa situação implica que, na maioria das vezes, o sistema possui um controle e poder maiores sobre os
indivíduos do que eles mesmos. Isso significa que o sistema conhece os indivíduos melhor do que eles se
conhecem.

Um exemplo disso pode ser observado no Brasil, onde a ciência tem avançado significativamente nas
últimas décadas. Por meio de estudos sobre o comportamento humano, a psicologia aplicada tem sido
capaz de compreender melhor as motivações e os desejos das pessoas.

Isso permite que empresas e instituições utilizem estratégias de marketing e publicidade direcionadas,
que exploram as fraquezas e os desejos das pessoas de forma sutil e eficaz. Ao conhecer as preferências
e os hábitos do público-alvo, essas entidades podem influenciar as escolhas e decisões das pessoas de
maneira mais eficiente do que elas próprias.

Além disso, a neurobiologia tem contribuído para o desenvolvimento de técnicas de manipulação da


mente humana. Por meio do estudo do cérebro e do sistema nervoso, os cientistas têm descoberto
maneiras de influenciar o comportamento e as emoções das pessoas.

Essas descobertas têm sido utilizadas em diversas áreas, como na publicidade, na política e até mesmo
na educação. Ao entender como o cérebro funciona e como as emoções são processadas, é possível criar
estratégias persuasivas que moldam as opiniões e os comportamentos das pessoas.

No entanto, é importante ressaltar que nem sempre esse conhecimento é utilizado de forma ética. O
poder que o sistema detém sobre os indivíduos pode ser usado para manipular e controlar as pessoas,
em vez de promover o bem-estar e a autonomia.

Portanto, é fundamental que a sociedade esteja consciente dessas questões e busque formas de garantir
que o conhecimento científico seja utilizado de maneira responsável e em benefício de todos. A
transparência e o debate público são ferramentas essenciais para evitar abusos e garantir que o poder
do sistema seja equilibrado com a liberdade individual.

Em conclusão, os avanços científicos têm possibilitado ao sistema conhecer melhor os indivíduos do que
eles próprios se conhecem. Isso traz consigo um desequilíbrio de poder, no qual o sistema exerce um
controle maior sobre as pessoas. No entanto, é importante que a sociedade esteja atenta a essas
questões e busque formas de garantir que esse conhecimento seja utilizado de forma ética e em
benefício de todos.

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