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07/07/2015 (Chomsky) As 10 estratégias de manipulação mediática | Portal Anarquista

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(Chomsky) As 10 estratégias de
manipulação mediática

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Noam Chomsky
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1. A estratégia da distracção. O elemento primordial do controle social é a estratégia da
distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das
mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou
inundação de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da
distracção é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos
conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e
da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas
sociais, presa a temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado;
sem nenhum tempo para pensar; de volta à quinta com outros animais (citação do texto
“Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
.
2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado
“problema-reacção-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa
reacção no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam que sejam
aceites. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou
organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja quem pede leis de segurança e
políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para forçar a
aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos
serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita
basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições
sócio-económicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de
1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em
massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam
provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia do diferimento. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular


é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no
momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um
sacríficio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregue imediatamente. Logo, porque
o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar
amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para
acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade


dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoação
particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador
fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem
enganar o espectador, mais tendem a adoptar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se
dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão de factores de sugestão,
então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido
crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma
técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido
crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta

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de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores,


compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz
de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A
qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e
medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeia entre as classes menos
favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas
silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é
moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua
própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim,
em vez de revoltar-se contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e se
culpabiliza, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de agir. E sem
acção, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos
últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os
conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à
biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um
conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O
sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa
que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os
indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

VIA: Adital (http://www.adital.com.br/site/autor.asp?lang=PT&cod=11650) (com alterações)

Posted in Uncategorized and tagged anarquismo, Chomsky, debate, imprensa on Julho 3, 2015
by colibev. 8 Comentários

8 comments

1. daedallus diz:
Julho 4, 2015 às 5:12 pm
Reblogged this on omestreandre.

RESPONDER
2. Pingback: (Chomsky) As 10 estratégias de manipulação mediática | Portal Anarquista |
Economia Solidária e Feminista – FBES
3. Pingback: As 10 estratégias de manipulação midiática - Bem Blogado
4. Marinete Alves Rossi diz:
Julho 6, 2015 às 1:15 am
Gostei muito. Bem elucidativa.

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