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Teoria do Jornalismo

Aula 06/11 – Teorias da produção jornalística


Estudos relativos aos efeitos da notícia

Hipóteses:
- Espiral do silêncio
- Agenda Setting
Profa. Ms. Cândida de Oliveira
candida.oliveira07@gmail.com
3) Conhecer os pressupostos
Objetivos teóricos do conceito de
opinião pública
1) Reconhecer duas abordagens
teóricas sobre os efeitos da
4) Identificar o papel do
notícia na formação da
opinião pública jornalismo no processo de
formação da Opinião
2) Conhecer os fundamentos da Publica a partir da Espiral
hipótese da Espiral do do Silêncio e do Agenda
Silêncio e do Agenda Setting Setting.

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Teoria Hipodérmica ou “Bala Mágica”

- Primeira a estruturar uma linha de raciocínio que pretendia explicar

o comportamento da “massa”
- Entendia que as pessoas eram passivas e passíveis de

manipulação.
- Estímulo  resposta

- Onipotência da mídia
- Presente no senso comum sobre a mídia e sua influência

- Teoria da propaganda (efeito persuasivo)

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Mas o que é a massa?
“uma identidade onde os indivíduos estão
submetidos a uma alma coletiva... Ela é
influenciável, seduzida por sentimentos
exagerados, tem a moral degradada e é
intolerante e autoritária” (Le Bon apud Hohlfeldt, 2001, p. 106).
Gustave Le Bon: Psicologia das multidões (1895). O autor critica o
comportamento de massa, apontando o caráter irracional, impulsivo e
regressivo das suas ações.
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“Sociedade de Massa”
- Séc. XX e processos de modernização: produção em larga escala de bens de
consumo; concentração industrial e ampliação do setor terciário; burocratização e
redução das margens de autonomia individual
- Expansão dos meios de comunicação de massa; domínio econômico-tecnológico
sobre as pessoas
- Perda de vínculos naturais; empobrecimento das inter-relações e processos
comunicacionais; ação da publicidade; consumismo desenfreado
- Nivelamento social: o “homem massa” (conformismo, isolamento, e alienação)
- Conforme Mills, concentração de poder: elite dominante tomando decisões

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Teoria dos efeitos ilimitados

- Surge nos anos 1970 como contraponto à teoria dos efeitos limitados

- Perspectiva massificante mas sem usar o conceito de “massa”

- Leva em conta as inter-relações dos sujeitos

Principais abordagens:
- Agenda Setting: tematização da agenda do público via agenda

midiática
- Espiral do Silêncio: quando o público atingido por certos temas

silenciam determinados assuntos


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Espiral do silêncio

- 1980: Noelle-Neumann, A espiral do silêncio Opinião pública: nossa pele social.


- As pessoas tendem a aceitar a opinião da maioria com receio de serem excluídas
ou discriminadas pelo grupo a que pertencem: uma notícia veiculada pela mídia
tende a crescer em uma espiral atingindo mais e mais pessoas e impondo a
opinião da maioria àqueles que não possuem uma opinião formada.
- As pessoas tendem a esconder opiniões contrárias à ideologia majoritária, o que
dificulta a mudança de hábitos e ajuda a manter o status quo.
- Por que as pessoas optariam pelo silêncio?
- A espiral do silêncio sufoca o desejo de mudança presentes na maioria
silenciosa. 7
O termo espiral do silêncio

- Descreve um mecanismo psicológico


- Trata-se de um processo que incita os indivíduos a perceber as mudanças de
opinião e a segui-las até que uma opinião se estabelece como atitude
prevalecente, enquanto as outras opiniões são rejeitadas ou evitadas por todos, à
exceção de alguns, os “duros de espírito”.
- Os meios de comunicação de massa formulam a chamada Opinião Pública
-

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- Que espaço a mídia disponibiliza para as
opiniões das pessoas que não são detentoras
do poder, ou cujas opiniões não interessam ao
veículo?

- Qual o papel da mídia na espiral do silêncio?


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Agenda Setting

- McCOMBS, Maxwell & SHAW, Donald. The Agenda-Setting Function of Mass


Media (Public Opinion Quarterly, n. 36, 1972, p. 176-187).
- A mídia define a agenda da opinião pública, seleciona alguns fatos que serão
discutidos pelo público, ao mesmo tempo que ignora/silencia outros.
- Defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais
importantes os assuntos veiculados na imprensa (Pena, 2010).
- A mídia nos diz sobre o que falar (e como falar) e pauta nossos
relacionamentos, nossas conversas.
- Não se trata de persuasão, mas de influência, com base na organização e
funcionamento das redações. 10
O que podemos entender por influência?

-“as pessoas têm tendência para incluir ou excluir de seus próprios conhecimentos
aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo” (Shaw
apud Wolf, 2002, p. 144).
- A ação das mídias no conjunto de conhecimentos sobre a realidade forma a
cultura e age sobre ela. Essa ação tem três características básicas:
- Acumulação: é a capacidade da mídia para criar e manter a relevância de um
tema;
- Consonância: as semelhanças nos processos produtivos de informação tendem
a ser mais significas do que as diferenças;
- Onipresença: a mídia está em todos os lugares com anuência do público 11
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Exercício em grupo
1) Quais são os assuntos predominantes nos meios de
comunicação em Santa Catarina na última semana?
2) Que temas os políticos mais falaram?
3) Que temas importantes para a sociedade catarinense
são/foram silenciados nessas mídias?

Obs: Para cada resposta, cite, no mínimo, dois (2) exemplos


Indique as referências consultadas: veículo, título, data de
publicação, nome do jornalista autor da notícia (se houver). 13
Referências – para aprofundamento teórico
COLLING, Leandro. Agenda-setting e framing: reafirmando os efeitos limitados.
Revista da Famecos, Porto Alegre, n. 17, abril de 2002, p. 88-101. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/3154

MILLS, Charles Wright. A elite do poder (cap. XIII: “A sociedade de massas"). Zahar Editores, Rio
de Janeiro, 1962, p. 354-383. Disponível em: http://educacao.synapsis.org.br/tiki-
index.php?page=MILLS%2C+C.+Wright.+A+sociedade+de+massas

HOHLFELD, Antonio. Espiral do silêncio. Revista Famecos, Porto Alegre, n. 8, p. 36-47, jul./1998.
Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/5466

PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005. (BV e SIA)

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WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa: Presença, 2002.

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