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Banalidade do mal

A filósofa Hannah Arendt (1906-1975) foi a Jerusalém em


1961 para assistir ao julgamento do carrasco alemão Adolf
Eichmann, que durante o governo nazista havia colaborado
para o extermínio de judeus. 

Banalidade do Suas impressões e reflexões sobre o caso foram registradas


no livro: Eichmann em Jerusalém, um relato sobre a
mal banalidade do mal, publicado em 1963. Nessa obra
polêmica, Arendt analisa a figura de homem comum e,
portanto, nada demoníaca do acusado de tantas mortes. 
Um dos pontos polêmicos do livro é a maneira como a autora interpreta o comportamento de
Eichmann, pois além de cobrir todo o processo do julgamento, ela ainda entrevistou pessoalmente o
acusado. Segundo Hannah Arendt, Adolf Eichmann não era um monstro, alguém com um espírito
demoníaco e antissemita. Ela o identificou como um burocrata, um sujeito medíocre, que de certa
forma renunciou a pensar nas consequências que os seus atos poderiam ter. “Embora as atrocidades
por ele conduzidas tivessem sido de uma crueldade inimaginável, ‘o executante era ordinário,
comum, nem demoníaco, nem monstruoso’. Eichmann revelou-se, durante todo o processo, até os
dias que antecederam sua morte por enforcamento, como uma pessoa incapaz de exercer a atividade
de pensar e elaborar um juízo critico e reflexivo” (SIQUEIRA, 2011).

Banalidade do mal
O conceito de “Banalidade do Mal”, aprofundado por Hannah
Arendt no livro “Eichmann em Jerusalém”, trouxe-lhe as críticas
da comunidade judaica e também a polémica que ainda se
mantém.
O livro surgiu na sequência do julgamento em Jerusalém de
Adolf Eichmmann, raptado pelos serviços secretos israelitas na
Argentina em 1960, e que a filósofa acompanhou para a revista
“The New Yorker”.
Banalidade Nesta obra a filósofa defende que, em resultado da massificação

do mal da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer


julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens
sem questionar. Eichmann, um dos responsáveis pela solução
final, não é olhado como um monstro, mas apenas como um
funcionário zeloso que foi incapaz de resistir às ordens que
recebeu.
O mal torna-se assim banal.
Banalidade do mal
Dessa forma, a autora defende que a massificação da sociedade e o
totalitarismo permitiram o desenvolvimento de uma multidão que
cumpria ordens sem questionar, uma massa incapaz de fazer
julgamentos morais. Sob essa perspectiva, Eichmann não era
tachado como um monstro, mas um funcionário zeloso que apenas
cumpria com as ordens que recebia.
“O que tornava Eichmann uma aberração era o fato de ele nunca
haver experimentado as exigências do pensamento diante dos
acontecimentos. A questão que a filósofa se propõe a aprofundar,
então, é a ausência do pensamento e sua possível relação com os
atos maus” (Duarte, 2000, apud Andrade, 2010).

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