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Resumo
O resumo é elemento obrigatório de um artigo. Deve ser constituído por frases
concisas e objetivas abordando os principais elementos que compõem o artigo.
Deve apresentar as questões principais, indicar suscintamente os objetivos,
metodologia e conclusões. Deve ter até 250 palavras. O espaço entrelinhas é
simples, sem marca de parágrafo (parágrafo único). O resumo deve ser
seguido por palavras-chave, elementos também obrigatórios e representativos
do conteúdo do trabalho, em um número mínimo de três e máximo de cinco.
Introdução
Em um país capitalista como o Brasil, o foco da propaganda é o de
incentivar o consumo, mas em quais aspectos esta estimula o consumismo, o
consumo exagerado, além da conta? E como este consumo é estimulado entre
o público feminino?
O processo decisório de compra é movido pela razão e pela emoção. A
propaganda mexe com os sentidos humanos, estimulando a compra. Mulheres
reagem de maneira diferente às emoções. De acordo com uma Pesquisa da
Universidade de Stanford, ''as mulheres têm significativamente mais regiões do
cérebro cuja ativação está relacionada com a avaliação de experiências
emocionais''.
O termo Consumismo designa um tipo de comportamento e atitudes que
caracterizam um consumo impulsivo, descontrolado, irresponsável e muitas
vezes irracional. (NUNES, 2010)
Neste mesmo cenário, também surgiu a expressão lowsumerism ou ainda
consumo responsável, tipo de atitude oposta ao consumismo e que se
caracteriza por um consumo racional, controlado e responsável. (NUNES,
2010).
O presente trabalho tem como objetivo analisar até que ponto o
marketing, especificamente a propaganda e a publicidade, em televisão, rádio e
internet influenciam e estimulam o consumismo entre mulheres.
* Pós-Graduação em Yxz Abcde da Universidade Estácio de Sá, e outras informações que julgar
importantes. Email abcdefg@abc.com.
A relevância deste artigo é tanto para estudiosos de comportamento do
consumidor, para profissionais da área de marketing, para a área de
Psicologia, pois o consumismo pode ser um transtorno psicológico e para toda
sociedade, visto que o consumo compulsivo é potencialmente nocivo para o
meio ambiente, para as famílias e em crescimento nos últimos anos.
Marketing
De acordo com a American Marketing Association (1985) marketing é “o
processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços,
promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços a fim de criar trocas que
satisfaçam metas individuais e organizacionais.” (CHURCHILL e PETER, 2000,
p. 4)
As necessidades, segundo Churchill e Peter (2000), envolvem tudo que é
necessário para sobrevivência dos compradores organizacionais ou
consumidores. Já os desejos incluem, além da satisfação das necessidades,
adicionais que vão além da simples sobrevivência. Um exemplo é que o
consumidor tem necessidade de abrigo, mas ele pode desejar morar em uma
casa de luxo de frente para a praia.
Propaganda
Segundo Churchill e Peter (2000, p.472), a propaganda é “qualquer
anúncio ou mensagem persuasiva veiculada nos meios de comunicação de
massa em determinado período e espaço pagos ou doados por um indivíduo,
companhia ou organização identificados”.
O apelo emocional nos comerciais, segundo Cavaco (2010), leva em
consideração o poder de persuasão. Assim, muitas empresas aproveitam a
tendência natural de aceitação do ser humano e a carência emocional e
utilizam mecanismos mais eficientes de persuasão associando produtos e
serviços a pessoas famosas.
O objetivo do marketing é trabalhar todos os canais de comunicação em
uma só mensagem, para despertar o mesmo interesse em todas as pessoas
com o mesmo grau de eficácia e direcionar uma mensagem específica,
fazendo com que o consumidor veja, sinta e ouça a propaganda. (CAVACO,
2010)
Publicidade
Segundo Churchill e Peter (2000, p.496), a publicidade é “a comunicação
vista como não paga de informações sobre a organização ou produto,
geralmente por alguma forma de mídia.”
Na publicidade os profissionais de marketing possuem menos controle,
normalmente são reportagens e anúncios de utilidade pública.
A televisão é a mídia que mais concentra a verba publicitária, segundo
Churchill e Peter (2000) corresponde a 58%. É, assim como as mídias online,
uma das que mais atinge o público.
As mídias digitais possuem a vantagem de ter menor investimento do que
a televisão, além de utilizar ferramentas de mensuração e indicadores. A
televisão costuma ser utilizada para produtos simples e para atingir público em
massa.
Comportamento do Consumidor
Segundo Solomon (2008, p.27), o comportamento do consumidor é “o
estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam,
compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para
satisfazerem necessidades e desejos”.
O comportamento do consumidor, segundo Churchill e Peter (2000),
estuda os pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e suas
influências.
Dentro do estudo das necessidades, existe a hierarquia desenvolvida pelo
psicólogo Abraham Maslow, que as classificou em cinco níveis. No primeiro
nível, as pessoas tentam satisfazer suas necessidades fisiológicas, como
descanso e alimento. Quando estas necessidades são satisfeitas, os
consumidores passam a mover-se para atender às demais necessidades por
ordem dos níveis: segurança (física e financeira), sociais (amizade, amor etc.),
de estima (status, auto-estima) e auto-realização (auto-satisfação).
(CHURCHILL e PETER, 2000)
Compra Compulsiva
Comparando a compra por impulso com a compulsiva, é possível dizer
que compradores compulsivos têm, necessariamente, um problema de ordem
patológica (SPINELLA; LESTER; YANG, 2014). Ainda que tal desordem esteja
relacionada a motivos genéticos ou neurológicos, o indivíduo pode ser
recriminado ou tachado negativamente nos seus grupos sociais de referência
(MARTIN; PESCOSOLIDO; TUCH, 2000).
Em termos clínicos, a compra compulsiva pode ter origem em
sentimentos negativos ou angústia recorrente, e ser sustentada, ou mesmo
justificada, quando a sensação positiva advinda da compra supera os
sentimentos negativos anteriores. Raciocinando dessa maneira, a compra sem
controle seria um comportamento compensatório ou consolador que alivia de
forma efêmera os sintomas causadores da angústia, depressão ou tristeza.
(DELL’OSSO et al., 2008).
Lowsumerism
O conceito foi introduzido em 2015, pelo vídeo “The Rise of
Lowsumerism” – nomeado pela junção de “low” e “ consumerism” – baixo
consumismo e propõe revisar atitudes de consumo, ou seja, consumir menos,
buscar alternativas e viver apenas com o necessário.
A importância do lowsumerism e do combate ao consumo desnecessário
é uma prática de sustentabilidade.
Segundo a Box 1824, responsável pelo vídeo supracitado, “O ritmo
crescente das causas desse cenário — mudanças climáticas advindas da
poluição, destruição de habitats, superpopulação humana, sobre-exploração
dos recursos naturais — levou cientistas a concluírem que um quarto dos
mamíferos estarão extintos nos próximos 30 anos, e que metade de todas as
espécies desaparecerão até o fim deste século. Se o comportamento atual for
mantido, até 2050 precisaremos de duas Terras para nos sustentar.”
Além da sustentabilidade, a redução do consumo tem relação com
desigualdade social. As camadas menos favorecidas já trabalham com
consumo menor. O lowsumerism não implica em que as pessoas deixem de
consumir, mas sim que se proponha uma reflexão sobre o que é excesso para
cada um.
A melhor tradução para lowsumerism seria “consumo equilibrado”.
Consumerismo
Neste contexto também surgiu a expressão consumerismo derivado da
origem inglesa “consumerism” que se trata de um movimento de consumidores
contra abusos praticados por certas empresas.
É uma resposta às práticas de marketing que têm causado insatisfação
nos consumidores. O consumerismo não é um modismo, é algo que já está
incorporado à sociedade. (GIACOMINI, 1991).
O consumerismo, segundo Carvalho (2010), é definido como “políticas e
atividades traçadas para proteger os interesses e direitos dos consumidores,
em suas relações de troca com qualquer tipo de organização”.
Consumismo
Para Giacomini (1991), consumismo designa excesso de consumo,
consumo acelerado ou até desperdício, e o considera um mal da sociedade e
não pode ser confundido com consumerismo, que surgiu como reação e um
instrumento de controle da sociedade contra este e outros males da sociedade.
Os consumidores são atingidos por uma onda de informações que, pelos
meios de comunicação, traz impactos significativos, introduzindo novos valores
e costumes. Dessa influência, muitas pessoas podem adotar um
comportamento consumista. O consumismo é o ato de adquirir produtos e
serviços por impulso, de forma irracional e inconseqüente. (CAVACO, 2010)
O consumista é aquele que compra sem necessidade, por impulso,
adquire um bem ou serviço por sentir uma atração instantânea pelo produto,
seja pela embalagem, preço ou apelo publicitário. Já o consumidor compulsivo
acaba por consumir coisas pelo simples fato de consumir e não mais pela
necessidade do objeto que é consumido. É um comportamento aditivo. O
compulsivo não enxerga outra opção em sua vida. Ele vai às compras como
um viciado que sai de casa para jogar ou em busca de drogas. Por isso, é
importante diferenciar impulso de compulsão. (BALLONE, 2010)
O consumista é o consumidor impulsivo. Ele compra produtos que são
desnecessários à sua sobrevivência. Por exemplo, comprar uma calça de grife
satisfaz ao desejo de consumo de estar na moda. Se fosse apenas para se
proteger do frio ou como uma simples peça de vestuário, uma calça mais
barata cumpriria a função.
Os consumidores, em mais de 35% dos casos, acabam comprando mais
itens do que planejavam e mais de 15% acabam por se arrepender de algumas
aquisições realizadas, atribuindo esse sentimento às compras realizadas pela
impulsividade. (CABRINO, 2010).
Consumo Compulsivo
Para a Associação Americana de Psiquiatria (2005), compulsões são
comportamentos repetitivos e aparentemente propositais que são
desenvolvidos de acordo com regras ou estereótipos.
O'Guinn e Faber (1989, p.148) atualizaram a definição de consumo
compulsivo para uma resposta a um desejo incontrolável de obter, usar ou
experimentar um sentimento, substância ou atividade que leva um indivíduo a
se envolver repetidamente em um comportamento que acaba causando danos
ao próprio indivíduo e aos outros. Desta definição, podemos concluir que
comprar compulsivamente (ou por impulso) é algo repetitivo.
Faber e O’Guinn (1989, p.155) definem o fenômeno do consumo
compulsivo como consumo crônico e repetitivo, que se torna a primeira
resposta a sentimentos negativos.
De acordo com Scarpato (2010), o consumo compulsivo é um estado de
sofrimento psicológico que necessita atenção e cuidado profissional, pois as
pessoas que possuem esse mal têm problemas afetivos compensados pela
compra desenfreada.
O comportamento é típico de uma sociedade bombardeada pelos apelos
de consumo, mas pode funcionar como um mecanismo de compensação para
outras carências – que estão bem distantes do universo material. Também
pode sinalizar que as provocações de consumo do sistema capitalista
venceram o bom senso.
Conclusões
Pelas entrevistas realizadas, pode-se perceber que o consumo
compulsivo é uma maneira de esquecer problemas e levantar a auto-estima,
afetada por outros problemas. As mulheres sentem prazer com a excitação da
hora da compra, porém ao esfriarem a cabeça e perceberem que exageraram
nos gastos, vem o sentimento de culpa, a preocupação com as dívidas,
principalmente no cartão de crédito.
A propaganda mais citada pelas mulheres foi aquela divulgada na
internet, que atinge os dois grupos de compradoras compulsivas observadas
na entrevista. As mulheres, que não se importam com liquidações e sim em
estarem na moda e comprarem produtos bacanas e obterem informações a
respeito dos produtos e serviços e as mulheres, que adoram liquidações,
descontos, frete grátis e querem consumir mais produtos gastando menos.
Podemos concluir que a grande maioria das mulheres entrevistadas
compra para si mesma e a influência exercida pela propaganda e pela
publicidade é um fator a mais, não único, para que aquela mulher que já
desejava comprar. A consumidora compulsiva efetuará a compra independente
dos esforços do marketing, porém estes poderão aumentar o valor comprado,
aumentar o tíquete médio da consumidora compulsiva.
Referências
Este item deve apresentar os documentos utilizados na pesquisa. Apenas os
documentos efetivamente utilizados no trabalho, isto é, citados, podem figurar
neste espaço. Da mesma forma, todos os documentos constantes das
referências devem estar citados no corpo do texto. No texto, as citações das
obras referenciadas deverão figurar conforme regra da ABNT (NBR 10520). No
artigo as referências são apresentadas em lista única, independentemente do
tipo de documento. Consulte a norma NBR 6023.
O espaçamento nas referências é simples e alinhamento à esquerda. Abaixo
exemplos de referências.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.