Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Resenha Crítica de Caso


Sabrina Corredor Cunha Barbosa

Trabalho da disciplina COMUNICAÇÃO E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL


Tutor: Profª. CLAUDIA MARCIA PEREIRA LOUREIRO

Rio de Janeiro
2019

4
SAMARCO: O PAPEL DA EMPRESA NO EMPODERAMENTO DAS
PESSOAS
Referência:
www.samarco.com, MARIA ROSA, FISCER.
SOCIAL ENTERPRISE KNOWLEDGE NETWORK – SKP-015. ABRIL DE 2011

A Samarco, na visão do Gerente de Meio Ambiente da empresa, Sérgio Dias,


acreditava que já havia consolidado sua imagem como uma empresa que
preservava o meio-ambiente e que mantinha um relacionamento cordial e
colaborativo com as comunidades no entorno de suas operações. Mas também
gostaria de ampliar mais o escopo de seus projetos, que no tangia ao
desenvolvimento das comunidades.
Para defender seu posicionamento, Sérgio afirmou que a responsabilidade social da
empresa era um dos bens mais preciosos e que atendia aos interesses de todos os
stakeholders. Como exemplo citou o “Programa de Educação Popular Ambiental de
Bento Rodrigues” com objetivo de desenvolver a comunidade do local com
engajamento dos moradores.
Sua proposta não era muito bem vista pelo Gerente Financeiro, José Ramos, que
acreditava que, mesmo sendo a atuação social da empresa importante, que já havia
enfrentado dificuldades com movimentos sociais nas obras de ampliação da fábrica
e construção de barragem no porto. Citou como projeto de sucesso o Salvamar, que
promovia a recuperação de diversidade de peixes e da qualidade da água por meio
de reciclagem e reutilização do óleo queimado dos motores dos barcos pesqueiros
na região do Espírito Santo. Acreditava que esse projeto atingiu seu objetivo sem
implicar em um envolvimento mais profundo com as comunidades.
Sérgio discordava do colega, pois, de acordo com o programa de Bento Rodrigues,
havia necessidade de rever as práticas de atuação social da empresa. Acreditava
que o licenciamento ambiental envolveria cada vez mais critérios sociais para
efetivação de qualquer operação.

4
Mas o Gerente Financeiro queria deixar a ideia do Gerente do Meio Ambiente para o
futuro.
Sergio se lembrava das palavras contidas nos textos institucionais da Samarco
“A Samarco orgulha-se de fazer parte da vida das pessoas. É por isso que ela
investe na busca pelo desenvolvimento, não só econômico, mas também social e
ambiental. Por meio de iniciativas focadas na geração de renda, empreendedorismo,
saúde, educação e cultura, a Samarco incentiva a auto-sustentabilidade das
comunidades vizinhas às suas unidades industriais e por onde passam os
Minerodutos. Priorizando diálogo e transparência, a Samarco reconhece as
potencialidades, valores e interesses de cada comunidade contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas”.
O tipo de atividade da Samarco acarretava expressivos problemas ambientais, como
poluição da água, do ar, visual e erosão por assoreamento. Ainda trazem alterações
ambientais, conflitos de uso do solo, depreciação de imóveis. Essas externalidades
traziam conflitos com os moradores.
Por esse motivo, a Samarco entendia sua atuação social como estratégica nas
comunidades afetadas por suas operações, pois os impactos socioambientais e as
externalidades geradas alteravam o cotidiano e a qualidade de vida, motivando
conflitos que traziam impactos negativos, como dificuldade na obtenção de
licenciamento ambiental, atrasos em obras de ampliação da capacidade produtiva,
perda de oportunidades de negócio por esses atrasos etc. Assim, a atuação social
da empresa buscava soluções que reduzissem as situações de conflito nas
comunidades, minimizando riscos para o negócio.
Entre 1996 e 1997, com a ampliação da fábrica em Germano (MG) e entre 2000 e
2001 na dragagem do porto no ES, houve intervenção de movimentos sociais que
gerou atraso nas obras e perdas de competitividade.
O projeto Bento Rodrigues não se limitou como educação ambiental, mas também
se tornou um programa de promoção do desenvolvimento local sustentável, era uma
maneira da Samarco esclarecer à população local os cuidados que tomava para que
nenhum acidente mais grave ocorresse.

4
O programa, no ínicio, entre 1997 e 1998, era realizado por estudantes e foram
desenvolvidas ações para reduzir índices de desnutrição e verminoses, além da
redução da evasão escolar. Entre 1999 e 2000, foi criada a Associação Comunitária
de Bento Rodrigues, para que a comunidade resolvesse seus problemas
autonomamente. Entre 2001 e 2003, caracterizou-se pela gestão participativa para a
discussão de questões locais relacionadas a educação, meio ambiente, saúde,
trabalho e renda, cultura, lazer e cidadania. Investindo em uma metodologia
inovadora de mobilização para a ação comunitária autônoma, inspirada no conceito
de Agenda 21 Local.
Para Sérgio Dias, o aprendizado fez com que a Samarco reavaliasse sua maneira
de se relacionar com as comunidades.
Em 2000, a Samarco lançou o projeto Salvamar, com o objetivo de promover a
recuperação da diversidade de peixes e da qualidade da água, por meio da
reciclagem e reutilização do óleo queimado pelos motores de barcos pesqueiros.
O projeto foi muito bem visto pelos acionistas da Samarco e serviu de estímulo para
que os empregados proponhas novas ideias voltadas para a promoção do
desenvolvimento ambiental sustentável.
Sérgio informou que o principal objetivo a ser atingido é se a Samarco interferiu
positivamente no desenvolvimento da comunidade de Bento Rodrigues por meio da
participação dos moradores locais.
Apresentou o GAIA - Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem, uma
organização não-governamental especializada em implementar programas na área
de gestão socioambiental, diagnóstico e educação para meio ambiente, segurança,
saúde, geração de renda e responsabilidade social.
O GAIA fez uma proposta para atuação social da Samarco, era o PROECOS
(Programa de Educação e Comunicação para Responsabilidade Social), um
programa que buscava melhorar a imagem da empresa nas proximidades das
instalações, o envolvimento das comunidades na elaboração de projetos
socioambientais sustentáveis e a construção de uma rede de parceiros para o
atendimento dessas demandas locais após o término do programa.

4
Sérgio falou que os objetivos do PROECOS envolviam o fortalecimento da imagem
da Samarco, como empresa que conta com uma política integrada de qualidade,
meio ambiente, segurança, saúde, recursos humanos e relacionamento comunitário,
além da capacitação de agentes socioambientais para a gestão de projetos voltados
para a preservação do meio ambiente e geração de renda.
José questionou que o primeiro mineroduto existia há mais de 25 anos e não havia
causado danos sociais e/ou materiais e se a empresa não estaria investindo para
solucionar um problema que não existia. Ficou preocupado pois a abrangência do
PROECOS era em 25 munícipios e que uma intervenção social na escala proposta
era muito incerta e não otimizaria nenhuma das competências essenciais da
empresa e propôs a construção do segundo mineroduto de maneira silenciosa.
Sérgio argumentou que o mesmo levantamento que José havia citado mostrou que
os habitantes da região acreditavam que a geração de empregos e a abertura de
acessos rodoviários seriam consequências positivas decorrentes da instalação do
segundo mineroduto.
O Diretor Operacional da Samarco, Paulo Rabelo, levantou alguns questionamentos:
“Considerando as experiências, como os resultados alcançados em Bento Rodrigues
e no Salvamar, e analisando os dados financeiros da empresa. Depois, vamos
avaliar a proposta do GAIA, considerando a relação custo-benefício do PROECOS.
Devemos nos debruçar sobre estes dados e informações, para decidir se seguimos
em frente com o PROECOS ou para onde vamos. As perguntas que nos faremos
são: o que a Samarco ganha ao iniciar um programa dessa envergadura? Ele está
alinhado à nossa estratégia? Ou qual será o caminho alternativo? Será que
precisamos assumir esse papel de articulação de redes sociais? E quanto este papel
pode nos proporcionar um melhor desempenho frente aos concorrentes?”.
Em 5 de novembro de 2015 no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do
município brasileiro de Mariana, Minas Gerais, ocorreu o rompimento da barragem
do Fundão.

4
Em consulta a sites, há informações de que a Samarco cumpriu 1 dos 42 programas
de reparação ambiental, cuja responsabilidade é da Fundação Renova, após o
acidente de 2015.
Pelo texto, verifica-se que havia uma preocupação da área de meio ambiente em
lidar melhor com as comunidades, com participação efetiva dos moradores e da
Samarco nos projetos, inclusive na área de Bento Rodrigues, onde houve o
rompimento da barragem em 2015.
Porém, a área financeira da empresa travava esses empreendimentos devido à
questão de custo, de preocupação com abrangência, de não ter resultados
satisfatórios.
A Samarco se preocupou mais com a questão ambiental após o acidente, criando
uma fundação, 42 programas que ainda estão em andamento, para principalmente
retomar sua operação.
Minha crítica é em relação à questão financeira x questão ambiental, que estavam
me conflito e que resultaram no acidente de 2015.

Referências:
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/05/em-3-anos-samarco-cumpriu-1-dos-42-
programas-de-reparacao-apos-crime-ambiental/ - Acesso em 14.out.2019
https://www.fundacaorenova.org/wp-content/uploads/2019/01/no-caminho-da-
reparacao_2018_web.pdf - Acesso em 14.out.2019
https://www.samarco.com/plano-de-recuperacao-macro/ - Acesso em 14.out. 2019

Você também pode gostar