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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Resenha Crítica de Caso


Sabrina Corredor Cunha Barbosa

Trabalho da disciplina GESTÃO DE PESSOAS E COMPETÊNCIAS


Tutor: Prof. MARCELINO TADEU DE ASSIS

Rio de Janeiro
2019

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A GUARNIÇÃO DE REMO DO EXÉRCITO
Referência:
SNOOK, SCOTT e POLZER, JEFFREY T. – HARVARD BUSINESS SCHOOL 406
– P 01 – 30 MARÇO DE 2004

O texto relata a situação da guarnição de remo da Academia Militar de West Point


do exército dos Estados Unidos, treinada pelo coronel Stas Preczewski, Treinador
P., no texto, no ano de 2002.
O Treinador P. enfrentava um problema em relação a duas guarnições: Varsity (V) e
Varsity Junior (VJ), pois essa segunda ganhava com frequência da primeira e isso
não deveria acontecer, pois os membros da Varsity eram escolhidos depois de
vários testes objetivos que avaliaram velocidade, força e coordenação da equipe,
sendo os oito melhores remadores.
O treinador considerava algumas opções para resolver essa situação, tendo em
vista que o campeonato nacional se aproximava, uma seria promover a equipe do
barco VJ para o barco Varsity, outra seria alternar um pequeno número de
remadores entre os dois barcos e uma terceira opção seria manter os membros em
seus barcos atuais e tentar intervir na situação para melhorar o desempenho da
guarnição do barco Varsity.
Ser bem-sucedido em guarnições de remo exigia uma combinação única de
habilidades pessoais e coordenação em equipe.
Para aprender mais sobre esses fatores, foi realizada uma pesquisa sobre variáveis
que estavam direta ou indiretamente relacionados com o remo simples, ou seja,
apenas um remador por guarnição. As respostas dos técnicos revelaram mais de
duzentas variáveis sendo agrupadas em quatro categorias: 1) força e
condicionamento; 2) técnica de remar; 3) fatores psicológicos; e 4) organização de
um programa. Os técnicos mais novos e intermediários consideraram um grande
número de variáveis (chegando às vezes até cem) como sendo altamente
importantes, já os técnicos mais experientes se concentraram em um número menor
de variáveis, entre 11 e 20. Além disso, a tendência dos técnicos iniciantes era focar

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na técnica, ao passo que os técnicos intermediários se concentraram no
condicionamento; os mais experientes e mais bem-sucedidos – tenderam a destacar
variáveis psicológicas como os ingredientes mais importantes.
Foram analisadas a força e resistência individual, assim como o trabalho em equipe,
pois embora habilidades individuais analisadas por registro de ergômetro e de
levantamento de peso fosse importantes, os remadores precisavam sincronizar suas
remadas, pois um remador não poderia se sobressair ou poderia prejudicar toda a
guarnição, deveriam estar sincronizados numa só mente e com a meta comum de
cruzar a linha de chegada à frente das outras guarnições.
A confiança necessária entre os membros da equipe relacionava-se com a
psicologia da equipe como um todo. Ganhar uma regata a remo, portanto, exige que
os remadores lutem para não atingir seu limite físico e, ao mesmo tempo, que
cometam o menor número de erros técnicos em cada remada.
Em uma guarnição de remo com coordenação perfeita, remar poderia parecer quase
como algo sem esforço devido à sinergia entre os oito remadores.
A equipe de 2000-2001 havia obtido um desempenho excelente na primavera
anterior, e a maioria dos participantes da equipe estava retornando para mais uma
temporada.
A equipe fez um retiro e Atlanta e o treinador avaliou a equipe e realizou uma série
de “disputas por carrinhos” que determinariam ao final quais remadores seriam
selecionados para o Varsity. As “disputas por carrinho” forneciam dados sistemáticos
acerca de como cada remador utilizava suas habilidades individuais e, ao mesmo
tempo, trabalhava em conjunto com seus companheiros de equipe em um barco na
água.
A disputa pelos carrinhos deixou claro quais eram os oito indivíduos corretos para o
barco Varsity. A equipe Varsity tinha as oito pontuações mais elevadas para força
individual, com duas exceções. Os dois indivíduos com a maior resistência absoluta
foram colocados no barco VJ devido ao seu desempenho nas disputas por
carrinhos.
Durante o primeiro treino da equipe no rio Hudson depois da folga da primavera, o
barco VJ venceu imediatamente o Varsity na regata de treino. E não é que a equipe

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do VJ estivesse se tornando mais rápida; a equipe do Varsity é que parecia estar se
tornando mais lenta.
Ele realizou outra série de regatas nas quais vários grupos de quatro ou seis
remadores do Varsity competiam contra seus colegas do VJ. Aqui, novamente, os
remadores do Varsity sempre venciam a competição. Somente quando os oito
remavam juntos é que o VJ vencia o Varsity.
O Treinador P. elaborou uma matriz com os 16 remadores e o padrão que surgiu da
observação mostrou que os membros da Varsity tinham a melhor habilidade técnica
e condicionamento físico entre os 16 remadores, mas nenhum deles se classificou
como líder e muitos apareceram como desagregadores da equipe.
O Treinador P. tinha conhecimento da pesquisa e da importância dos fatores
psicológicos e incentivou os membros a trocarem e-mails entre si como forma de se
apoiarem. Entre os membros da equipe VJ houve elogios, demonstrações de
solidariedade, preocupação com os companheiros da equipe. Já na equipe Varsity,
os membros se acusaram, e colocavam a culpa em si mesmos. Não havia um único
culpado entre eles.
O treinador pensou que o problema fosse a rivalidade entre os dois barcos, mas os
membros da equipe do Varsity acusaram-no de criar um atrito entre eles e a equipe
do VJ por tê-los forçado a separada da equipe do VJ. Um dos seus membros
chegou a sugerir que a competição estabelecida pelo Treinador entre a equipe do
Varsity e a do Varsity Junior enfraquecia a equipe do Varsity. Enquanto a equipe do
Varsity Junior não tinha nada a perder, para a do Varsity era constrangedor competir
contra eles.
Os membros do Varsity tendiam a criticar uns aos outros individualmente em relação
a detalhes do treino ou regata.
Os membros da equipe do VJ estavam muito mais entusiasmados com sua
temporada do que os membros da equipe do Varsity.
O VJ não queria nada vencedor, sem a menor vontade de ser “promovido” para o
Varsity, um perdedor. Na verdade, quando as transferências eram feitas, o VJ vencia
com mais vantagem ainda, indicando que o remador “rebaixado” fazia com que o
barco VJ fosse mais veloz do que antes.

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O treinador se reuniu com o grupo Varsity e viu espíritos derrotados, olhares vazios.
Os remadores xingavam baixinho, sem emoção.
O Treinador P. ficou surpreso com o rumo tomado pela discussão. Ele viu seus oito
melhores remadores desanimados, zangados e cerrando os punhos.
Pelo texto, observa-se que competências e qualidades individuais são importantes
para vencer uma competição, mas tratando-se de um esporte em que todos devem
estar sincronizados, o trabalho em equipe deve ser tão bom quanto os talentos
individuais. Oito remadores que não eram considerados os melhores superavam os
oito melhores, pois trabalhando juntos, os remadores do barco Varsity Junior eram
mais sincronizados, traziam melhor resultado. Não havia sinergia entre os membros
da equipe Varsity, eles eram os melhores individualmente, mas juntos, colocavam a
culpa nos outros, queriam mostrar que eram os melhores e isso atrapalhava a
sincronia da guarnição.
O final do texto mostra como os remadores da equipe Varsity estavam abalados,
desanimados sem confiança no companheiro. A confiança necessária entre os
membros da equipe relacionava-se com a psicologia da equipe como um todo. E
isso fazia com que a equipe VJ fosse melhor. Nem sempre 4 + 4 são 8, nesse caso
os 8 não considerados os melhores trabalhando juntos e em sinergia superavam os
os 8 melhores, que individualmente se destacavam.

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