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1.

Qual é a relevância da Fiocruz e Conselho Nacional de saúde na


representação nacional para saúde dos brasileiros? Que instituições são
estas? 
O Conselho Nacional de Saú de (CNS) é uma instâ ncia colegiada, deliberativa e permanente do
Sistema Ú nico de Saú de (SUS), enquanto a Fiocruz é a principal instituiçã o nã o-universitá ria
de formaçã o e qualificaçã o de recursos humanos para o SUS. O CNS tem como funçã o a
fiscalizaçã o, o acompanhamento e a monitora da realizaçã o das políticas pú blicas de saú de nas
suas mais diferentes á reas, ele também leva as demandas da populaçã o ao poder pú blico, o que
o torna um dos representantes nacionais da saú de dos brasileiros. Já a Fiocruz contribui com a
saú de pú blica do país através de descobertas científicas, desenvolvimento de pesquisas,
produçã o de vacinas e medicamentos, formaçã o de diversos profissionais atuantes no SUS,
entre outras. 
2. Avanços importantes foram observados após as discussões ocorridas na
conferência de Alma-Ata há 40 anos. Comente sobre os desafios persistentes e
apontados no texto.
 Ao longo desses 40 anos ocorreram diversos avanços na á rea da saú de, contudo também
surgiram vá rios desafios, tais como a persistência das desigualdades sociais, ameaças
ambientais, transformaçõ es tecnoló gicas, mudanças demográ ficas e epidemioló gicas. Os
governos devem assegurar o má ximo de bem estar aos seus cidadã os, de forma igualitá ria, isso
é exigido pela determinaçã o social da saú de e da doença. Todavia, esse ideá rio corresponde a
um custo inviá vel para diversas sociedades, principalmente nos países periféricos, onde há
aumento da pobreza e desigualdades sociais, péssimas condiçõ es sanitá rias e ameaças de
autoritarismo. Além disso, a cobertura de proteçã o financeira por meio de seguros privados ou
pú blicos nã o garante o acesso e acaba resultando na diferenciaçã o de cestas de serviços de
acordo com a renda. Reatualiza a APS seletiva, com seus pacotes mínimos que perpetuam as
desigualdades sociais, concepçã o antagô nica à APS abrangente de Alma Ata. Deve-se ressaltar
que os novos desafios epidemioló gicos e a melhoria na qualidade de atençã o requerem um
investimento na formaçã o de profissionais que atuem na APS. A garantia de condiçõ es
materiais com salá rios justos e direitos trabalhistas para esses profissionais valoriza-os e lhes
confere dignidade, promovendo a qualidade dos processos de atençã o. 
3. A conferência de Alma-Ata serviu de inspiração para o desenho do atual sistema
de saúde criado na Constituição Federal de 1988, em que reconhece o
desenvolvimento econômico, social e do ambiente como determinantes do processo
de saúde. Faça um paralelo entre os princípios do SUS e aqueles que, de fato, você
pôde reconhecer a partir da entrevista com Gisele Tulio – autoridade sanitária da
UBS de Santa Felicidade. 
Princípios do SUS: universalidade, integralidade e equidade. Diretrizes do SUS:
descentralizaçã o, regionalizaçã o, hierarquizaçã o e participaçã o da comunidade. Durante a
entrevista com Gisele Tulio reconheci os princípios e as diretrizes com vá rios exemplos.
Quando ela afirmou que o SUS é para todos, independentemente da condiçã o financeira e
outras características, estava citando a universalidade. No momento em que ela disse que sua
atençã o é adaptada para cada caso, tratando desigualmente os desiguais, percebe-se a equidade.
Além disso, ao demonstrar a comunicaçã o e o direcionamento dos pacientes para cada passo do
atendimento, desde a atençã o bá sica até uma possível operaçã o, é perceptível a integralidade. Já
a descentralizaçã o apareceu ao falar sobre a descentralizaçã o do poder da Uniã o para estados e
municípios. A regionalizaçã o foi constatada ao mostrar que ficam perto da populaçã o a fim de
identificar mais rapidamente os problemas e fazer o correto encaminhamento médico. A
participaçã o da comunidade é essencial para um bom funcionamento do sistema. Além do mais,
é de extrema importâ ncia que os grupos de representantes realizem reuniõ es de controle social,
assim, as necessidades da populaçã o serã o atendidas. 
4. Quais foram as principais propostas defendidas pela reforma sanitária
brasileira? 
A principal proposta defendida pela reforma era o acesso à saú de para todos por meio da
criaçã o de um sistema pú blico universal que garantisse o direito à saú de. Visando a
integralidade, a participaçã o social, conferências de saú de, direito à saú de e universalidade. As
propostas da Reforma Sanitá ria resultaram, na universalidade do direito à saú de, oficializado
com a Constituiçã o Federal de 1988 e a criaçã o do Sistema Ú nico de Saú de (SUS).
 5. Na sua visão, como as políticas públicas devem enfrentar os determinantes
sociais e ambientais de saúde?
 Eu acredito que o Governo deveria investir na qualidade de vida da populaçã o visando uma
prevençã o e uma saú de melhor das pessoas. Investindo por exemplo, em uma boa rede de
esgoto, na coleta e destinaçã o adequada de lixo, em segurança pú blica, numa boa educaçã o,
entre outros fatores. A saú de nã o é uma mercadoria, mas um bem de relevâ ncia pú blica. Os
sistemas pú blicos universais de saú de, gratuitos e de financiamento fiscal que têm a APS como
o coraçã o da rede de atençã o materializam o caminho mais efetivo e eficiente para promover a
equidade e garantir o direito universal à saú de, ‘sem deixar ninguém para trá s’ (FIOCRUZ,
2018) 
6. O que quer dizer a estratégia “Saúde em Todas as Políticas” que busca
promover a saúde da população? Faça conexão e exemplifique com os dois vídeos
de entrevistas (Astana e a da UBS), trabalhados nesta disciplina. 
A estratégia Saú de em Todas as Políticas requer que a saú de da populaçã o seja levada em conta
por outros setores, tanto na geraçã o de conhecimentos, como na implementaçã o de açõ es,
criando espaços comuns de interesse na governabilidade e no estabelecimento de 6 políticas
pú blicas sociais e econô micas, responsabilidade do Estado. Saú de e educaçã o devem, portanto,
ser assumidas como motores do desenvolvimento sustentá vel, como investimento e nã o como
gasto social, que pode ser limitado em conjunturas adversas. Na entrevista da Sala de
Convidados (Astana), comentam sobre essa integralizaçã o dos setores e como um acaba
influenciando o outro. Eles mencionam a necessidade de que haja vigilâ ncia, acompanhamento
e integraçã o de setores diferentes para que haja melhora na violência doméstica, por exemplo,
com instruçõ es adequadas para as mulheres. Enquanto na entrevista da UBS a autoridade
ressalta a importâ ncia da integraçã o com a escola. Ela reforça a necessidade de os agentes
conhecerem os indivíduos e as famílias para uma intervençã o, caso necessá rio. Um exemplo é o
programa saú de na escola, onde abordam por exemplo, como escovar os dentes, já identificam a
presença ou nã o de cá ries, medem o IMC, verificam e ensinam a importâ ncia da carteira de
vacinaçã o, entre outros. 
7. Fale sobre a Cobertura Universal de Saúde (UHC) e sua ambiguidade, citada no
texto (dinheiro e cuidado). Existe diferença entre Cobertura Universal de Saúde e
Sistema Universal de Saúde.
 O principal objetivo da proposta financeira de UHC é a acessibilidade para todos os indivíduos
aos serviços de saú de sem dificuldades financeiras (proteçã o financeira em saú de), reduzindo
pagamentos diretos ao utilizar o sistema evitando gastos enormes. Contudo, acaba resultando
em uma cobertura segmentada conforme sua renda. O indivíduo é elegível ou nã o a depender
das regras de cada seguro e os serviços cobertos dependem da quantia paga, o que traz à tona de
novo as desigualdades. Na percepçã o da UHC o direito à saú de fica restrito ao asseguramento
de um pacote de serviços restrito a ser contratado, reeditando a APS seletiva, concepçã o
contrá ria a APS abrangente afirmada em Alma-Ata. Os sistemas universais de saú de garantem
acesso universal de saú de, pois em sua concepçã o é uma condiçã o de cidadania, para tal,
promovem redistribuiçõ es, garantindo o mesmo acesso aos mais desfavorecidos. Essa proposta
de cobertura universal diminui essa regulaçã o do Estado no sistema de saú de. O Estado
necessita assegurar ou contratar serviços privados para oferecer aos cidadã os que nã o
conseguem pagá -los. Já na UHC a prestaçã o acaba ficando fragmentada, uma vez que utiliza a
ló gica financeira e nã o necessariamente princípios como a territorializaçã o e organizaçã o de
redes, o que causa uma diminuiçã o da efetividade da APS. Além do mais, ela foca na
assistência médica individualizada, sem que o médico conheça a pessoa previamente, tratando
somente a pessoa quando está doente, ao invés de já ajudar a prevenir essa doença.
 8. O que você entende por Saúde Universal defendida pela OPAS? 
Saú de universal é o acesso igualitá rio de todos da comunidade aos serviços de saú de, ou seja,
sem qualquer discriminaçã o e sem dificuldades econô micas. Também deve garantir que todos
tenham acesso aos cuidados que precisam, onde quer que estejam.
 9. A terceirização de serviços de saúde tem sido realizada em diversos países, isso
pode ser uma opção política ou técnica? Comente: 
Essa terceirizaçã o de serviços de saú de é mais uma opçã o política. Em pesquisas recentes é
apontado que nã o há evidências de que mesma seja mais efetiva na melhoria do uso de serviços
de saú de do que a realizada pelo serviço pú blico. Deve-se considerar que essa terceirizaçã o se
opõ e a um dos princípios bá sicos do SUS, a equidade. Saú de nã o é uma mercadoria por falta de
valor no mercado e sim por ser um direito bá sico do cidadã o. Assim, para o bem da sociedade,
o Estado deve assegurar as condiçõ es para que os cidadã os possam utilizar uma atençã o à saú de
adequada e enfrentar os determinantes sociais para promover a saú de. Portanto, essa
responsabilidade pú blica nã o deve ser terceirizada. O usufruto do direito à saú de implica na
capacidade de compartilhar o poder na gestã o do sistema de saú de. Conselhos de Saú de em
todos os níveis de governo constituem a arquitetura democrá tica com base na participaçã o
social (FIOCRUZ, 2018). 
10.Como se dá a Participação Popular nas políticas públicas de saúde no Brasil? 
Ela se dá através do estabelecimento de Conselhos de Saú de em todos os níveis de governo
(nacional, estadual e local), por meio de conferências temá ticas e através das audiências
pú blicas.
 11.Como as desigualdades socioeconômicas e políticas interferem no direito à
saúde? 
As desigualdades socioeconô micas interferem geralmente com condiçõ es sanitá rias precá rias
para os mais pobres, o que leva há uma difusã o de epidemias nessa classe de pessoas e um
aumento de morbidade e de mortalidade. Já as desigualdades políticas sã o perceptíveis com a
corrosã o da coesã o social, aumento do risco de oferta de soluçõ es através de medidas
autoritá rias e deslegitimaçã o dos governos.
12.É necessário revitalizar APS segundo o espírito da Alma ata comente livremente
os 11 itens das páginas 22 e 23 do texto. 
É necessá rio que haja responsabilidade dos governos e sociedades pela garantia do direito
humano fundamental, universal, à saú de e ao acesso a serviços de saú de com equidade, para
isso precisa-se que haja investimento por parte do Estado com utilizaçã o dos fundos pú blicos e
nã o ocorra privatizaçã o desse sistema de saú de. Além disso, é imprescindível uma intervençã o
em todos os â mbitos políticos, para uma melhoria na saú de e em outras á reas interligadas a ela,
tais como: ambiental, educacional, social e econô mica. O governo precisa priorizar o
investimento na saú de e deixar a APS como centro dos sistemas pú blicos, para que consiga
hierarquizar e dividir melhor a atençã o que cada indivíduo precisará . Também é importante que
haja participaçã o da sociedade para um bom funcionamento e para melhorias nesse sistema.

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