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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANDRESSA MACHADO BARBOSA

RESENHA CRÍTICA:
Trinta anos de Sistema Único de Saúde (SUS)

Balneário Camboriú
2023/2
ANDRESSA MACHADO BARBOSA

RESENHA CRÍTICA:
Trinta anos de Sistema Único de Saúde (SUS)

Trabalho apresentado como requisito para a


obtenção da avaliação parcial na disciplina de
Integralidade do Cuidado do curso de Psicologia da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências
da Saúde.

Professor: Raphael Nunes Bueno.

Balneário Camboriú
2023/2
O texto em questão trata da análise crítica da democratização da atenção à saúde no Brasil,
com foco no Sistema Único de Saúde (SUS). O autor destaca que embora o SUS seja uma
expressão da transição democrática no país, ainda há desafios a serem enfrentados em relação
à democratização da atenção à saúde. Além disso, o autor aponta que a atenção básica
financiada com recursos públicos cresceu exponencialmente, mas o setor privado assistencial
também se expandiu, reduzindo leitos públicos.

É necessário que os profissionais da saúde, incluindo os psicólogos, estejam atentos à


compreensão da relação entre democracia e democratização, para promover ações mais
efetivas e inclusivas na área da saúde. Além disso, é essencial que os profissionais busquem
estratégias efetivas para promover a desprivatização da saúde, contribuindo para a
consolidação de um sistema de saúde universal em um país capitalista periférico.

O texto também destaca que o SUS não é sinônimo de rede estatal e nem todas as pessoas sem
plano de saúde dependem exclusivamente dele. A "saúde suplementar" não pode ser
compreendida como a totalidade do setor privado, e as informações disponíveis sobre a
produção de serviços ambulatoriais e hospitalares são incompletas. Observa-se uma
especialização de setores para a produção de determinados procedimentos, mas é preciso
examinar com cautela essas informações, já que a atenção ambulatorial pública não é pouco
atraente para os investidores em busca de altas taxas de retorno.

Em suma, o texto traz uma análise crítica da democratização da atenção à saúde no Brasil e
destaca a importância da compreensão da relação entre democracia e democratização na área
da saúde, bem como a busca por estratégias efetivas para promover a desprivatização da
saúde. É fundamental que os profissionais da saúde estejam atentos a essas questões para
promover uma saúde mais inclusiva e efetiva para a população brasileira.

A assistência hospitalar no Brasil é distribuída desigualmente entre os setores público,


privado e filantrópico. Embora a rede SUS produza a maioria das internações, os hospitais
privados e filantrópicos têm valores médios de remuneração muito superiores aos hospitais
públicos. Além disso, existem diferentes faixas de preços dentro da assistência suplementar,
que são diferenciadas por modalidade da empresa e por tipo de estabelecimento. Essa
complexa estratificação envolve diversos fatores, como médicos-professores de universidades
públicas, subsídios públicos para demanda e oferta e políticas públicas de crédito e estímulo à
diversificação de atividades. As desigualdades sociais também têm impacto direto nessa
distribuição desigual de recursos. O setor de saúde tem passado por diversas transformações
desde a implementação do SUS, em 1988, e é importante que pesquisadores se dediquem a
entender melhor essas transformações e os interesses envolvidos.

O SUS completa trinta anos de existência e, neste período, enfrentou diversos desafios
relacionados à sua regulamentação, financiamento e gestão. As políticas para a saúde não são
criadas apenas no âmbito do Ministério da Saúde, mas também em outras instâncias de
articulação de demandas e agendas. O atual governo adotou iniciativas regressivas, afetando
ações relativas a demandas identitárias e a segmentos populacionais minoritários. É
importante destacar que a infraestrutura de saúde é praticamente toda de origem privada, o
que evidencia a necessidade de investimentos públicos para garantir o acesso universal à
saúde. O sistema de saúde brasileiro é composto por diversos atores, cada um com seu papel
na construção e implementação das políticas públicas de saúde. O Poder Executivo é
responsável por conceder suporte político e financeiro aos setores privado e filantrópico e a
empresas de planos de saúde. O Poder Legislativo federal é responsável por debater temas
relacionados à assistência à saúde, produção e distribuição de insumos e medicamentos. Já o
Poder Judiciário tem sido um importante ator na garantia do direito à saúde, com diversas
decisões favoráveis a demandas de medicamentos não incorporados pelo SUS e à legitimação
da cobrança do imposto sobre serviços (ISS) de empresas de planos de saúde.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores avanços democráticos no Brasil,


proporcionando acesso à saúde a toda população, independentemente de sua renda.
Entretanto, a disputa política entre setores público e privado tem colocado em risco a
manutenção desse sistema. Forças políticas de centro-direita e empresários do setor da saúde
têm oferecido a ampliação de seus mercados como projeto para o sistema de saúde. Essa
estratégia é um modelo de segregação social e não resolve os problemas e necessidades de
saúde da população. As soluções apresentadas pelo governo e empresários para o SUS têm
sido insuficientes e pouco efetivas. É necessário que haja uma articulação entre um padrão de
desenvolvimento democrático e democratizante para garantir o acesso à saúde a toda
população. Além disso, é preciso que sejam discutidas questões relativas aos direitos
individuais, racismo, igualdade de gênero e modo de produção capitalista para que o SUS
possa ser mantido e aprimorado.
Referências:

L, BAHIA. Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade


Federal do Rio de Janeiro. Praça Jorge Machado Moreira, Rio de Janeiro, RJ 21941-590,
Brasil. https://doi: 10.1590/0102-311X00067218

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