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Tipos de personalidade

Apresentação
Seja bem-vindo!

Por mais de vinte anos, Carl Jung estudou a personalidade, identificando processos psicológicos
básicos e suas formas de interação, a fim de definir a personalidade de um indivíduo. Em 1921,
publicou a obra Tipos psicológicos, na qual definiu como tipos as atitudes observáveis nos
indivíduos, caracterizados pelos interesses, referências e habilidades, ou seja, o estado da psique
disposto para a ação ou para uma reação a uma situação determinada. Com relação à avaliação, a
personalidade está ligada, principalmente, aos traços psicológicos, aos estados valores, aos
interesses, às atitudes, ao senso de humor, aos estilos cognitivos, comportamentais e/ou
características individuais.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a tipologia de Carl Jung, os testes psicológicos
validados no Brasil para avaliação da personalidade e a relação dos transtornos de personalidade
com a motivação para crimes.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever os tipos de personalidade a partir da abordagem tipológica de Jung.


• Reconhecer testes psicológicos validados no Brasil para avaliação da personalidade.
• Relacionar transtornos de personalidade como motivação para crimes.
Desafio
O comportamento humano é influenciado por diversos fatores, como as condições do meio,
maturação neurofisiológica e hereditariedade. Piaget delineou os aspectos que agem no
desenvolvimento humano como fisio-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Segundo ele, só
assim é possível entender como e por que o indivíduo se comporta de alguma maneira em certa
situação em determinado momento de sua vida.

Você esta diante de um caso em que o suspeito de cometer delitos tem problemas psicológicos e
precisa avaliar o quanto seu histórico familiar reflete no comportamento atual.
Aponte a câmera para o
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Analise a história acima e indique uma provável hipótese sobre o comportamento de Rui.
Infográfico
A evolução da criação de testes e provas psicológicas acompanha a diversidade teórica e
metodológica da psicologia e das concepções sobre personalidade. cada um desses entendimentos
subsidia diferentes instrumentais de avaliação.

No Infográfico a seguir, você vai conhecer as diversas concepções dos modelos e instrumentos de
avaliação psicológica da personalidade: o modelo psicodinâmico, com a utilização dos testes
projetivos; o modelo cognitivista; o modelo dos traços de personalidade com os inventários; e
outros testes psicométricos mais objetivos.
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É importante lembrar que os testes possuem limitações na compreensão da personalidade, que
necessita de um máximo de detalhes por meio da anamnese, que somente é possível com a escuta e
com dados manifestos e latentes nas entrevistas clínicas. Os resultados dos testes e sua
interpretação devem ser compreendidos em relação ao comportamento da pessoa ao longo da
avaliação, suas condições cognitivas, sociais e culturais e também com a confrontação dos
resultados entre eles.
Conteúdo do livro
A avaliação da personalidade está ligada, principalmente, à avaliação de traços psicológicos, estados
valores, interesses, atitudes, senso de humor, estilos cognitivos e comportamentais e/ou
características individuais. O Indicador Tipológico Myers-Briggs (Myers-Briggs Type Indicator, MTBI;
Myers, 1962), por exemplo, é a medida usada com mais frequência, baseada nos tipos de
personalidade descritos por Carl Jung.

No capítulo Tipos de personalidade, da obra Psicologia e criminologia, você vai conhecer a tipologia
de Carl Jung, os testes psicológicos validados no Brasil para avaliação da personalidade e a relação
dos transtornos de personalidade com a motivação para crimes.
Tipos de personalidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Caracterizar tipos de personalidade, a partir da abordagem tipológica


de Carl Jung.
„„ Reconhecer testes psicológicos validados no Brasil para avaliação da
personalidade.
„„ Relacionar transtornos de personalidade com motivação para
crimes.

Introdução
Por mais de 20 anos Carl Jung estudou a personalidade, identificando
processos psicológicos básicos e sua forma de interação para definir a
personalidade de um indivíduo. Em 1921, publicou a obra “Tipos Psi-
cológicos”. Jung (2012) definiu “tipo” como as atitudes observáveis nos
indivíduos, caracterizadas pelos interesses, referências e habilidades, ou
seja, o estado da psique disposto para uma ação ou reação a uma situação
determinada. No que concerne à avaliação, a personalidade está ligada
principalmente aos traços psicológicos, aos estados valores, aos interesses,
às atitudes, ao senso de humor, aos estilos cognitivos e comportamentais
e/ou às características individuais. O Indicador Tipológico Myers-Briggs
(Myers-Briggs Type Indicator, MTBI), instrumento utilizado com frequência
para avaliar aspectos da personalidade dos indivíduos, foi desenvolvido
pelas estudiosas Katharine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers com base
no trabalho de tipos psicológicos de Jung.
Neste capítulo você aprenderá sobre a tipologia de Carl Jung, os
testes psicológicos validados no Brasil para avaliação da personalidade
e a relação dos transtornos de personalidade com a motivação para
crimes.
2 Tipos de personalidade

Tipos de personalidade – abordagem tipológica


de Carl Jung
Carl Jung (1875 - 1961), psiquiatra suíço e psicanalista, foi o fundador da
Psicologia Analítica. Em 1921 publicou sua obra sobre os tipos psicológicos
(JUNG, 2012), na qual apresenta as duas direções principais da libido – enten-
dida como energia psíquica – conhecidas como extrovertida e introvertida,
dois conceitos teorizados. Jung (2012) acreditava que todos os indivíduos
estariam em alguma dessas posições quanto ao interesse pelo objeto ou pelo
sujeito ou, na movimentação da libido, em direção ao objeto ou ao sujeito.
Porém ambas as posições existem dentro do indivíduo, sendo uma delas
desenvolvida com o objetivo de adaptação.
Na extroversão (iniciativa e ação prática) é dado enfoque ao objeto e, na
introversão (reflexão), ao sujeito. Na atitude extrovertida, a libido, isto é,
a energia psíquica, volta-se naturalmente para o mundo externo de objetos,
fatos e pessoas, caracterizando uma disposição para a ação, a impulsividade, a
comunicabilidade, a sociabilidade e a facilidade de expressão oral. Na atitude
introvertida, a atenção do indivíduo é voltada para o seu mundo interior – suas
impressões, emoções e pensamentos –, favorecendo características como a
hesitação, o pensar antes de agir, a maneira reservada, o retraimento social,
a retenção de emoções, a discrição e a facilidade de expressão no campo da
escrita, com uma ênfase à subjetividade.
Além desses dois tipos básicos, Jung identificou diferenças individuais
entre os extrovertidos e os introvertidos, que atribuiu às diversas maneiras
com que o indivíduo utiliza a mente, ou melhor, às funções psíquicas e/ou
processos mentais que utiliza para se relacionar com o mundo externo ou
interno (LESSA, 2012).
De acordo com Feist, Feist e Roberts (2015, p. 81):

[...] tanto a introversão quanto a extroversão podem se combinar com uma


ou mais das quatro funções, formando oito orientações possíveis, ou tipos.
As quatro funções – sensação, pensamento, sentimento e intuição – podem
ser brevemente resumidas da seguinte forma: a sensação diz às pessoas que
algo existe; o pensamento lhes possibilita reconhecer seu significado; o sen-
timento lhes diz seu valor; e a intuição lhes permite saberem a seu respeito
sem saber como.

Diariamente as pessoas utilizam essas quatro funções, sendo que, por


meio da sensação e da intuição, a situação é percebida diretamente, sem a
intermediação de um juízo ou uma verificação. A sensação é uma função dos
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sentidos, que traz as percepções do mundo através dos órgãos dos sentidos.
Segundo Lessa (2012, documento on-line), pessoas com essa função predo-
minante são aquelas que:

[...] acreditam nos fatos, têm facilidade para lembrar-se deles e importam-se
com o presente, com foco no real e no concreto, são voltadas para o ‘aqui-
-agora’, sendo práticas e realistas; preocupam-se mais em manter as coisas
funcionando do que em conceber novos caminhos.

Feist, Feist e Roberts (2015, p. 82) referem que “[...] as pessoas com sensação
extrovertida percebem os estímulos externos de modo objetivo, de uma forma
muito parecida como esses estímulos existem na realidade”. Suas sensações
não são tão influenciadas por suas atitudes subjetivas. Por outro lado, ainda
segundo os autores:

[...] as pessoas com sensação introvertida são influenciadas por suas sensações
subjetivas de visão, audição, olfato e tato, sendo guiadas por sua interpretação
dos estímulos sensoriais, não pelos estímulos em si; é uma interpretação
subjetiva dos fenômenos objetivos e, quando esta atitude é levada ao extre-
mo, pode resultar em alucinações (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 82).

Na função intuição, a percepção ocorre por meio do inconsciente, e o


entendimento ou a compreensão do ambiente externo ocorre por meio de
pressentimentos, palpites ou inspirações. As pessoas do tipo intuição veem o
todo e não as partes, tendo dificuldades em verificar detalhes. Segundo Feist,
Feist e Roberts (2015, p. 82):

[...] as pessoas intuitivas extrovertidas são orientadas para a percepção


externa de maneira subliminar, podem criar coisas que atendem a uma ne-
cessidade que apenas poucas pessoas perceberam que existia. [...] as pessoas
intuitivas introvertidas são guiadas pela percepção inconsciente de fatos
que são basicamente subjetivos e têm pouca ou nenhuma semelhança com a
realidade externa.

Por estarem relacionadas ao ato de julgar e serem influenciadas pela re-


flexão que propicia o modo de tomada de decisão, as funções pensamento e
sentimento são consideradas racionais, sendo também denominadas funções
de julgamento; a palavra que melhor expressa estas funções é “apreciação”.
Na função pensamento é instituída a conexão lógica e conceitual dos eventos
e situações apreendidas. As pessoas que utilizam a função pensamento são
4 Tipos de personalidade

julgadoras e categorizadoras e distinguem um fato de outro sem envolver a


afetividade. Orientam-se pela razão, sendo mais neutras nos seus posicionamen-
tos e julgamentos. A função que se contrapõe ao pensamento é o sentimento.
As pessoas que utilizam essa função valorizam mais os sentimentos nas suas
avaliações e decisões, atentando mais para a harmonia do clima social; suas
decisões seguem mais o coração (LESSA, 2012).
Segundo Feist, Feist e Roberts (2015, p. 81):

[...] as pessoas com pensamento extrovertido contam com pensamentos concre-


tos, mas elas também podem usar ideias abstratas se estas foram transmitidas
de fora, por exemplo, por pais e professores. Matemáticos, engenheiros e
contadores fazem uso frequente do pensamento extrovertido, pois precisam
ser objetivos. [...] as pessoas com pensamento introvertido reagem aos estí-
mulos externos, porém sua interpretação de um evento é mais colorida pelo
significado interno que trazem consigo do que pelos fatos objetivos em si. [...]
quando levado ao extremo, o pensamento introvertido resulta em pensamentos
místicos improdutivos, os quais são tão individualizados que acabam sendo
inúteis para qualquer outra pessoa.

A função sentimento deve ser diferenciada da emoção. Por sentimento


entende-se a avaliação de cada atividade consciente, sem necessariamente
ter uma emoção. As emoções apresentam-se em qualquer uma das quatro
funções quando suas forças forem aumentadas. Para Feist, Feist e Roberts
(2015, p. 82):

[...] as pessoas com sentimento extrovertido usam dados objetivos para fa-
zerem avaliações. Elas não são tão guiadas por sua opinião subjetiva, mas
pelos valores externos e por padrões de julgamento aceitos. [...] as pessoas
geralmente gostam delas, devido a sua socialização, mas, em sua busca de se
adequarem aos padrões sociais, elas podem parecer artificiais, superficiais
e não confiáveis. [...] as pessoas com sentimento introvertido baseiam seus
julgamentos de valor principalmente em percepções subjetivas, em vez de fatos
objetivos. [...] elas ignoram opiniões e crenças tradicionais, e sua indiferença
quase completa pelo mundo objetivo (incluindo as pessoas), muitas vezes, faz
os indivíduos à sua volta se sentirem desconfortáveis.

Analisando a dinâmica da personalidade, Jung (2012) constatou que uma


das funções se torna distinta e adquire um estágio de dominância, de função
dominante ou principal. Outra função pode ter um desenvolvimento com menor
intensidade e vir a tornar-se uma função auxiliar da primeira. As outras duas
funções (terciária e inferior) permanecerão no inconsciente.
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A função dominante manifesta-se pelo exercício maior na utilização desta


função do que as demais, ficando mais desenvolvida, pois as pessoas buscam
sempre resultados melhores na sua luta pela existência e na adaptação ao
meio. Quanto à função auxiliar ou secundária, por ter se desenvolvido menos,
servirá de apoio à função dominante ou principal, para dar equilíbrio entre
a extroversão e a introversão, e entre o julgamento e a percepção. A função
terciária é o complemento na dinâmica consciente/inconsciente. A função
inferior é a menos desenvolvida, contrapõe-se à função dominante e faz a
ponte para o inconsciente; ou seja, se a função dominante/principal for a
intuição, a função inferior será a sensação que é o seu oposto. Caso a função
inferior ganhe energia e emerja no consciente, será de forma arcaica e infantil,
levando ao desequilíbrio e à neurose (LESSA, 2012).
Segundo Feist, Feist e Roberts (2015, p. 89):

[...] a abordagem de Jung da personalidade foi muito influente no início do


desenvolvimento da psicologia da personalidade. [...] Hoje, a maior parte das
pesquisas relacionadas a Jung foca suas descrições dos tipos de personalidade.
O Indicador Tipológico Myers-Briggs (Myers-Briggs Type Indicator, MTBI;
Myers, 1962) é a medida usada com mais frequência baseada nos tipos de
personalidade de Jung. O MTBI acrescenta uma quinta e uma sexta funções,
julgamento e percepção, à tipologia original de Jung, criando um total de 16
tipos de personalidade possíveis.

O Quadro 1 apresenta os oito tipos de personalidade junguianos.

Quadro 1. Exemplos dos oito tipos junguianos.

Funções Atitudes

Introversão Extroversão
Filósofos, cientistas teóricos, Cientistas, pesquisadores,
Pensamento
alguns inventores contadores, matemáticos
Críticos de cinema subjetivos, Avaliadores imobiliários,
Sentimento
avaliadores de arte críticos de cinema
Artistas, músicos clássicos Degustadores de vinho,
Sensação revisores, músicos populares,
pintores de casa
Intuição Profetas, místicos, Alguns inventores,
fanáticos religiosos reformadores religiosos

Fonte: Adaptado de Feist, Feist e Roberts (2015, p. 83).


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Testes psicológicos validados no Brasil para


avaliação da personalidade
A avaliação psicológica é uma técnica utilizada pelos psicólogos para análise
de determinada pessoa, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre
a dinâmica de sua personalidade para elaborar diagnósticos, prognósticos e
pareceres sobre o seu comportamento. Para tanto, o avaliador deverá organizar
todo os dados e integrar técnicas e metodologias. As avaliações envolvem
várias técnicas, como a entrevista psicológica, as observações, as dinâmicas
de grupo e os testes psicométricos e projetivos.
A utilização dos testes psicológicos visa à obtenção de dados mais objetivos
que auxiliarão na tomada da decisão final do parecer do psicólogo. A inter-
pretação dos dados obtidos nos escores e o respeito às normas de aplicação
possibilitam a inferência de hipóteses, pois, a partir da normatização, os testes
oferecem um parâmetro de comparação do sujeito ou da situação a outros, que
evidenciam características similares. A aplicabilidade dos testes psicológicos
abrange todas as áreas da psicologia que requerem uma avaliação para a análise
do sujeito ou de uma situação, como a psicologia clínica, a psicologia escolar, a
pesquisa, a neuropsicologia, a psicologia organizacional, a psicologia jurídica,
a psicologia do esporte e a psicologia do trânsito. Os testes projetivos são mais
utilizados para a análise da dinâmica da personalidade do sujeito, e os testes
psicométricos são baseados em recursos estatísticos e teorias de medida.
Para Hutz, Bandeira e Trentini (2015):

[...] o teste é conceituado, conforme a Lei nº 4.119/62, como um instrumento


de mensuração de características psicológicas, considerado como método de
uso privativo do psicólogo. É um procedimento sistemático, voltado para a
observação e o registro de comportamentos e das características psicológicas
dos indivíduos, nas suas mais diversas formas de expressão.

Cohen, Swerdlik e Sturman (2014, p. 34) refere que os testes psicológicos


podem diferenciar-se no conteúdo, no formato, nos procedimentos de admi-
nistração e pontuação, bem como na interpretação e na qualidade técnica.
Os testes, mesmo tendo como objetivo medir o mesmo conteúdo, como a
personalidade, podem diferir em função das visões distintas que os seus de-
senvolvedores possuem sobre a personalidade e das convicções e orientações
teóricas que os subsidiaram.
O entendimento e a definição de personalidade abrangem diferentes
significados conforme a orientação dos teóricos e suas linhas de atuação
Tipos de personalidade 7

(psicodinâmica, cognitivista, behaviorista, etc.). No que concerne à avaliação


da personalidade, sua definição está ligada principalmente aos traços psicoló-
gicos, aos estados valores, aos interesses, às atitudes, ao senso de humor, aos
estilos cognitivos e comportamentais e/ou às características individuais. Para
Cohen, Swerdlik e Sturman (2014, p. 394), os traços psicológicos são vistos
como “[...] atribuições feitas na tentativa de identificar linhas de consistência
nos padrões comportamentais”.
No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia desenvolveu o SATESPI, um
sistema de avaliação de testes psicológicos cujo objetivo é divulgar informa-
ções à comunidade e aos psicólogos sobre os testes psicológicos disponíveis.
Abaixo estão listados os principais testes de personalidade validados para
aplicação no Brasil:

1. Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo – EFN (2001


– Casa do Psicólogo)
2. Inventário Fatorial de Personalidade – IFP-R (1999 – LabPam/Univer-
sidade de Brasília)
3. HTP – Casa/árvore/pessoa (2003 – Vetor)
4. DFH III – O desenho da figura humana: avaliação do desenvolvimento
(2003 – LAMP – Laboratório de Avaliação e Medidas Psicológicas –
PUC Campinas)
5. Inventário de expressão de raiva como estado e traço (1992 – Vetor)
6. Inventário de expectativas e crenças pessoais acerca do álcool (1996
– Casa do Psicólogo)
7. Inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp – ISSL (Casa do
Psicólogo)
8. Z-teste – Teste de Zulliger (2004 – Casa do Psicólogo)
9. Rorschach Clínico (2007 – Terceira Margem Editora Didática Ltda.)
10. Escala de Personalidade de Comrey (2009 – Vetor)
11. FTT – Teste de contos de fadas (CEPA)
12. ETPC- Escala de traços de personalidade para crianças (2004 – Vetor)
13. Teste palográfico na avaliação de personalidade (2004 – vetor)
14. Escala de Autenticidade, Agressividade e Inibição – EdAAI (2004
– LabPam)
15. As Pirâmides Coloridas de Pfister (2005 – Casa do Psicólogo)
16. Rorschach – Teoria e desempenho (Sistema Klopfer) (2005 – Editora
Manole Ltda.)
17. Desenho da figura humana – DFH – Escala Sisto (2005 – Vetor)
8 Tipos de personalidade

18. Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender – Sistema de pontuação gradual


– B-SPG (2005 – Vetor)
19. Escala Fatorial de Socialização – EFS (2007 – Casa do Psicólogo)
20. EFEx – Escala Fatorial de Extroversão (Casa do psicólogo)
21. Inventário de Personalidade NEO – NEO PI-R – Revisado (2010 – Vetor)
22. Inventário de Cinco Fatores NEO – FFI-R – versão curta (2010 – Vetor)
23. Bateria Fatorial de Personalidade – BFP (2010 – Casa do Psicólogo)
24. Myers-Briggs Type Indicator – MBTI – Inventário de Tipos Psicológicos
(2010 – Fellipelli Instrumentos de Diagnóstico e Desenvolvimento
Organizacional)
25. Inventário de Depressão de Beck – BDI-II (2010 – Casa do Psicólogo)
26. Escala de Avaliação Tipológica – EAT
27. Escala de avaliação da impulsividade – Formas A e B (2013 – Vetor)
28. Escala para avaliação de tendência à agressividade (2005 – Casa do
Psicólogo)
29. Inventário de expressão de raiva como estado e traço – STAXI 2 (2010
– Vetor)
30. Teste de Zulliger no Sistema Compreensivo – ZSC – forma individual
(2009 – Casa do Psicólogo)
31. Questionário de Personalidade para Crianças e Adolescentes (2012
– Vetor)
32. Inventário Fatorial de Personalidade – IFP-II (2012 – Casa do Psicólogo)
33. Inventário Reduzido dos Cinco Fatores de Personalidade (LabPam –
Universidade de Brasília)
34. Inventário Fatorial de Personalidade – Revisado – Forma reduzida
(2013 – LabPam Saber e Tecnologia)
35. Inventários dos Seis Fatores de Personalidade – IFP6 (2015 – LabPam
Saber e Tecnologia)
36. Z-teste coletivo e individual – Técnica de Zulliger (2016 – Hogrefe)
37. Inventário Dimensional Clínico da personalidade 2- IDCP-2
(2017- Pearson).

Segundo Louzã Neto et al. (2011, p. 73):

[...] o desenvolvimento de testes e provas psicológicas segue a diversidade


teórica e metodológica da psicologia e das concepções sobre personalidade;
cada um desses entendimentos subsidia diferentes instrumentais de avalia-
ção. [...] Tanto o teste de associação de palavras quanto o Indicador de Tipos
de Myers-Briggs são estruturados a partir da abordagem de C.G. Jung. As
teorias dos traços de personalidade sustentam a elaboração dos instrumentos
Tipos de personalidade 9

preferenciais para pesquisas com grandes grupos de indivíduos, inventários e


escalas, como os que foram concebidos pelos autores pioneiros destas teorias,
G. Allport, R. Cattel e H. Einsenck. Uma das concepções mais recentes [...]
possibilitou a elaboração do Inventário de Temperamento e Caráter. Nessa mes-
ma época, surgiu o modelo teórico mais utilizado na atualidade, o modelo dos
“Cinco Grandes Fatores da Personalidade”, de McCrae e Costa, que descreve
as dimensões humanas básicas, sendo estatisticamente consistente com o que
se encontra em uma série de instrumentos anteriores, como o 16-PF, o MMPI,
a Escala de Necessidades de Murray, as escalas de Comrey, entre outros.

Estes autores salientam que nenhum teste por si só é um diagnóstico psico-


lógico, pois possuem limitações na compreensão da personalidade. A avaliação
da personalidade exige o máximo de detalhes possíveis, coletados por meio da
anamnese, com a escuta de dados manifestos e latentes nas entrevistas clínicas.
Os resultados dos testes e sua interpretação dizem respeito ao comporta-
mento da pessoa ao longo da avaliação, às suas condições cognitivas, sociais
e culturais, e à confrontação de resultados diversos. O psicólogo faz uso de
diversos instrumentos que abrangem os conceitos do modelo psicodinâmico,
com a utilização de testes projetivos (HTP, Rorschach, Zulliger, etc.), e utiliza
inventários e outros testes psicométricos mais objetivos para o entendimento
dos traços de personalidade.

Relação dos transtornos de personalidade com


a motivação para crimes
Os transtornos de personalidade são perturbações graves que caracterizam
os indivíduos que possuem uma forma diferenciada de se relacionar com a
sociedade, que afeta os aspectos de sua vida, suas emoções e sentimentos.
Emergem como anomalias no desenvolvimento, consideradas perturbações
da saúde mental. Segundo Louzã Neto et al. (2011, p. 19-20):

[...] a décima edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10),


da organização Mundial da Saúde, considera três possibilidades etiológicas
de transtorno da personalidade: transtornos decorrentes de doença, lesão e
disfunções cerebrais (F07); transtornos específicos de personalidade (F60) e
alterações permanentes de personalidade, não atribuíveis a lesão ou doença
cerebral (F62).

No CID-10 (1993), a codificação F07 corresponde a mudanças de persona-


lidade decorrentes de doenças cerebrais, como tumores, epilepsia, AVC, etc.,
e o código F60 representa transtornos decorrentes de fatores constitucionais
10 Tipos de personalidade

e ambientais, caracterizados por padrões rígidos de comportamento e desa-


daptação interpessoal e social.
Em 1980, no DMS-III (Manual de Diagnóstico e Estatística das Pertur-
bações Mentais, terceira revisão), foi apresentado o termo transtorno de
conduta, compreendido como um conjunto de comportamentos agressivos
e antissociais recorrentes, manifestados por crianças e adolescentes (AME-
RICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1980). Estes comportamentos são
comuns em determinadas faixas etárias e não indicam uma patologia. Nos
critérios atuais do DSM-V-TR (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIA-
TION, 2014), o transtorno de conduta (TC) aparece associado ao transtorno
desafiador de oposição (TDO), que emerge mais precocemente, apresentando
comportamentos menos graves que antecedem os transtornos de conduta. O
Quadro 2 apresenta as principais características de ambos os transtornos, em
material formulado por Louzã Neto et al. (2011).

Quadro 2. Principais características do TDO e TC.

Transtorno desafiador de oposição – TDO

a) Um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador com a


duração mínima de 6 meses, durante os quais quatro (ou mais) dos
seguintes estiveram presentes:
1. frequentemente perde a calma
2. frequentemente discute com adultos
3. frequentemente desacata ou recusa-se ativamente a obedecer a
solicitações ou regras dos adultos
4. frequentemente adota um comportamento deliberadamente
incomodativo
5. frequentemente responsabiliza os outros por seus erros ou mau
comportamento
6. frequentemente mostra-se suscetível ou irrita-se com facilidade
7. frequentemente enraivecido e ressentido
8. frequentemente rancoroso ou vingativo

Nota: considerar o critério satisfeito apenas se o comportamento ocorrer com


maior frequência do que se observa tipicamente em indivíduos de idade e nível de desenvolvi-
mento comparáveis.

b) A perturbação do comportamento causa comprometimento clinicamente


significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
c) Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de
um Transtorno Psicótico ou Transtorno de Humor.
d) Não são satisfeitos os critérios para Transtornos de Conduta e, após os 18 anos,
não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Personalidade Antissocial.
(Continua)
Tipos de personalidade 11

(Continuação)

Quadro 2. Principais características do TDO e TC.

Transtorno de conduta – TC

a) Um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são


violados os direitos individuais dos outros, ou normas, ou regras
sociais importantes próprias da idade, manifestado pela presença
de três (ou mais) dos seguintes critérios nos últimos 12 meses,
com presença de pelo menos um deles nos últimos 6 meses:
Agressão a pessoas e animais:
1. provocações, ameaças e intimidações frequentes
2. lutas corporais frequentes
3. utilização de arma capaz de infligir graves lesões corporais
(p. ex., bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, revólver)
4. crueldade física para com outras pessoas
5. crueldade física para com animais
6. roubo em confronto com a vítima (p. ex., bater carteira, arrancar
bolsa, extorsão, assalto à mão armada)
7. coação para que alguém tivesse atividade sexual consigo
Destruição do Patrimônio:
1. envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com
a intenção de causar sérios danos
2. destruiu deliberadamente o patrimônio alheio (diferente
da provocação de incêndio)
Defraudação ou furto:
1. arrombou residência, prédio ou automóvel alheios
2. mentiras frequentes para obter bens ou favores ou para
esquivar-se de obrigações legais (i.e., ludibria pessoas)
3. roubo de objetos de valor sem confronto com a vítima (p. ex.,
furto em lojas, mas sem arrombar e invadir; falsificação)
Sérias violações de regras:
1. frequente permanência na rua à noite, contrariando proibições
por parte dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade
2. fugiu de casa à noite pelo menos duas vezes, enquanto vivia na
casa dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por
extenso período)
3. gazetas frequentes, iniciando antes dos 13 anos de idade
b) A perturbação do comportamento causa comprometimento clinicamente
significativo do funcionamento social, acadêmico
ou ocupacional.
c) Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios
para Transtorno da Personalidade Antissocial.

Fonte: Adaptado de Louzã Neto et al. (2011, p. 91-92).

O quadro clínico dos jovens diagnosticados com transtornos de conduta apre-


senta também outras disfunções, como baixo rendimento escolar, somatizações
12 Tipos de personalidade

mais frequentes e envolvimento em casos de bullying, tanto como vítima quanto


como agressor. Podem, ainda, ser alvo de atos de violência, desenvolver outras
doenças psiquiátricas e apresentar significativa intersecção com os déficits de
atenção/hiperatividade e neurológicos e os transtornos bipolar e depressivo.
Para se caracterizar um transtorno antissocial, é necessário que o transtorno
de conduta se manifeste antes dos 15 anos, quando as bases biológicas são
estabelecidas e, aliadas aos fatores de risco psicossociais, contribuem para
o desenvolvimento patológico. Porém, nem toda criança ou adolescente que
apresenta um quadro de transtorno de conduta será um adulto antissocial,
e isto se deve aos processos transacionais presentes nas características do
indivíduo e nos diferentes ambientes por onde circula (lar, escola, vizinhança,
comunidade, cultura), que interagem de modo sinérgico.
O aparecimento do transtorno de personalidade antissocial após os 20 anos
sugeriria um quadro de origem orgânica. Ambos os transtornos, de conduta e
de personalidade antissocial, são padrões de comportamento que se desviam das
normas sociais. O transtorno de personalidade antissocial ou psicopática é atribuído
à personalidade adulta. Para Louzã Neto et al. (2011, p. 97), a Figura 1 exemplifica
o desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial ao longo do tempo,
demonstrando como os fatores de risco biológicos e psicossociais interagem.

Negligência
TDAH Abusos
Traumatismo
cranioencefálico
TPAS
Rejeição
TDO Fracasso escolar
Educação
TC
Depres- Autoavaliação
são Desesperança
TDO
Identidade
TC Companhia
Delinquência Álcool e
drogas
TDAH
Álcool e Desinibição
drogas Fissura

Depressão
Desemprego
TPAS
Criminalidade

Figura 1. Exemplo de desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial ao


longo do tempo.
Fonte: Louzã Neto (2011).
Tipos de personalidade 13

Segundo Cruz (2015), o transtorno de personalidade antissocial – psi-


copatia – é de interesse particular para a psicologia forense, pois os seus
portadores geralmente se envolvem em atos criminosos. Neste transtorno,
a insensibilidade (ausência de remorso) se apresenta em grau extremo, com
forte indiferença afetiva. Além disso, o indivíduo comumente apresenta pa-
drão hostil de desrespeito e violação dos direitos dos outros, impulsividade e
intolerância a frustrações. Ainda pode ser identificada capacidade pervertida
para o amor, ao passo que as relações emocionais são passageiras e objetivam
a satisfazer seus próprios desejos.
Os psicopatas demonstram crueldade nos seus crimes, mentem para atrair
suas vítimas, são solitários, mas apresentam características sociáveis e aspecto
encantador, possuem plena convicção de que tudo é permitido e excitam-se
com o risco e o proibido. Quando matam, buscam humilhar as suas vítimas
para reafirmar a sua autoridade. Para o psicopata, o crime é secundário,
interessando-se somente pelo desejo de dominar e sentir-se superior. Cruz
(2015, p. 30) resume o estereótipo do psicopata:

As análises dos perfis de personalidade estabelecem como estereótipos dos


assassinos (existem exceções), homens jovens, de raça branca, que atacam
preferencialmente mulheres, e cujo primeiro crime foi cometido antes dos 30
anos. Alguns têm histórico de infância traumática, devido a maus tratos físicos
ou psíquicos, motivo pelo qual têm tendência a isolar-se da sociedade e/ou
vingar-se dela. Essas frustrações os induzem a um mundo imaginário, melhor
que o real, onde revivem os abusos sofridos, porém desta vez se identificando
com o agressor. Por esta razão, sua forma de matar pode ser de contato direto
com a vítima, utilizando armas brancas, estrangulando, golpeando, quando
nunca utilizando arma de fogo.
14 Tipos de personalidade

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental


disorders: DSM- III. 3rd ed. Washington, DC: APA, 1980.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
CID-10. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições
clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.
COHEN, R. J.; SWERDLIK, M. E.; STURMAN, E. D. Testagem e avaliação psicológica: intro-
dução a testes e medidas. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
CRUZ, D. A. Influência do transtorno de personalidade antissocial no cometimento
de crimes. Revista Científica do ISCTAC, v. 2, n. 6, 2015. Disponível em: <http://isctac.
org/revista/index.php/revistacientifica/article/view/52/45>. Acesso em: 30 mar. 2018.
FEIST, J.; FEIST, J. G.; ROBERTS, T. A. Teorias da personalidade. 8. ed. Porto Alegre: AMGH,
2015.
HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. (Org.). Psicometria. Porto Alegre: Artmed, 2015.
JUNG, C. G. Tipos psicológicos. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
LESSA, E. A teoria dos tipos psicológicos. Rio de Janeiro: Instituto Junguiano, 2012. Dis-
ponível em: <http://www.jung-rj.com.br/artigos/tipos_psicologicos.htm>. Acesso
em: 27 abr. 2018.
LOUZÃ NETO, M. R. et al. Transtornos da personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2011.

Leituras recomendadas
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da personalidade. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
SILVA, I. B.; NAKANO, T. C. Modelo dos cinco grandes fatores da personalidade: análise
de pesquisas. Avaliação Psicológica, v. 10, n. 1, p. 51-62, 2011. Disponível em: <http://
www.redalyc.org/html/3350/335027285007/>. Acesso em: 18 mar. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Dica do professor
Nesta Dica do Professor, você terá a oportunidade de estudar a personalidade de criminosos
sexuais nos eixos estruturais: modo de relação de objeto, incidência do narcisismo e a dinâmica
psíquica. Dessa maneira, poderá entender os motivos que levam à prática desses atos criminosos e
a dinâmica psíquica dentro dessa taxonomia.

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Exercícios

1) Para Jung, a atitude ou a disposição para a manifestação do comportamento são


basicamente de origem extrovertida ou introvertida, porém, foram identificadas diferenças
entre estas posições relativas às diversas maneiras com que o indivíduo utiliza a sua mente,
ou melhor, às funções psíquicas e/ou processos mentais que utiliza para se relacionar com o
mundo externo ou interno. Assinale a alternativa que apresenta as quatro funções psíquicas
identificadas por C. Jung.

A) Neuroticismo, amabilidade, concenciosidade e insensível.

B) Concenciosidade, extroversão, introversão e neuroticismo.

C) Realização, socialização, extroversão e introversão.

D) Estabilidade, neuroticismo, concenciosidade e extroversão.

E) Sensação, pensamento, sentimento e intuição.

2) As avaliações psicológicas envolvem várias técnicas como, a entrevista psicológica, as


observações, as dinâmicas de grupos e, também, a utilização de testes psicométricos e
projetivos. Qual o objetivo da utilização dos testes psicológicos?

A) Os testes psicométricos determinam os diagnósticos realizados pelos psicólogos.

B) Os testes são os principais instrumentos dos psicólogos para a realização de uma avaliação;

C) Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos voltados para a observação e o


registro de comportamentos e das características psicológicas dos indivíduos nas suas mais
diversas formas de expressão.

D) Os testes psicológicos não possuem limitação, tendo uma ampla abrangência no estudo da
personalidade.

E) Os testes psicológicos visam somente ao levantamento dos traços de personalidade.

3) O quadro clínico dos jovens diagnosticados com transtornos de conduta apresenta também
outras disfunções. Quais são elas?
A) Agressividade, afetividade exagerada e compulsividade.

B) Baixo rendimento escolar, somatizações e déficit de atenção/hiperatividade.

C) Transtorno bipolar, drogadização e fracasso social.

D) Ansiedade excessiva, instabilidade emocional e falta de apetite.

E) Somatizações, fracasso social e compulsividade.

4) A crescente incidência de crimes sexuais no cenário brasileiro contemporâneo, em 2019, por


exemplo, a média, aproximadamente, de 180 estupros por dia, no país, é a maior desde
2009. Diante disso, é importante que sejam avaliados possíveis transtornos e disfunções
mentais, associados aos comportamentos criminosos. Assim, dentre as diferentes
abordagens que podem auxiliar a sociedade, de forma geral, a antecipar e prevenir estes
comportamentos, podemos destacar os estudos relacionados à personalidade dos
criminosos sexuais. Assim pensando, sobre personalidade, comportamento criminal e
psicopatia, escolha, a seguir, uma alternativa correta:

A) O teste PCL-R (HARE) pode ser utilizado para avaliar a probabilidade de violência no
comportamento futuro de um indivíduo.

B) Racionalização, Dissociação e Negação são mecanismos de defesa comuns encontrados em


indivíduos que cometem crimes sexuais.

C) O embotamento afetivo (fator 1) e o comportamento socializado (fator 2) são as principais


características do indivíduo com hipótese para psicopatia avaliadas no PCL-R.

D) Durante o comportamento sexual desviado o indivíduo apresenta insegurança para suas


ações.

E) O mecanismo de defesa racionalização, o qual é comumente identificado em criminosos


sexuais, diz respeito à coexistência de duas atitudes psíquicas contraditórias do indivíduo.

5) A avaliação dos testes psicológicos que compara as respostas da pessoa com uma norma
estatística e aponta o nível de ocorrência daquele funcionamento na população é
característica de quais testes?

A) Matrizes progressivas e escalas de inteligências.

B) Teste de apercepção temática e matrizes progressivas.


C) Teste pirâmide de cores e escala de inteligência.

D) Inventários de personalidades e inventários fatoriais.

E) Inventários de personalidade e matrizes progressivas.


Na prática
Gabriela recentemente, teve acesso a uma pesquisa de mestrado realizada em 2008, que utilizou o
Método de Rorschach (um teste projetivo) na avaliação de personalidade de criminosos sexuais.
Foram avaliados dez sujeitos do sexo masculino que cumprem pena em regime semiaberto no
Distrito Federal, condenados pelo crime de estupro, e três deles escolhidos para estudo
individualizado.

• O Método de Rorschach trabalha com os seguintes indicadores:

• Condições intelectuais (modo como o sujeito utiliza os recursos intelectuais).

Capacidade de adaptação à realidade e relacionamento humano (modo de socialização e relação do


sujeito com o real).

Controle afetivo e impulsivo.

• É um instrumento que revela as grandes linhas de estrutura fundamental de um indivíduo, o


dinamismo subjetivo e a estrutura de linguagem, permitindo aferir a conduta do sujeito, sendo
que esta manifesta um reflexo de sua organização cognitiva e do seu funcionamento
emocional interno.

Os protocolos de Rorschach podem ser analisados e, em seguida, interpretados segundo modelos


teóricos diferentes como: psicométrico, fenomenológico, psicanalítico, etc.

É muito utilizado no âmbito da perícia forense, pois facilita a tomada de decisão ao medir as
características de personalidade que são relevantes para o encaminhamento dos processos.

Clique no slide a seguir para saber o que Gabriela descobriu a partir da leitura do material completo
da pesquisa.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Avaliação psicológica
O programa do Conselho Federal da Psicologia aborda o tema avaliação psicológica.

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O que é Transtorno de Personalidade?


A psiquiatra Maria Fernanda Caliani fala sobre os principais transtornos, como o antissocial, o
borderline, etc.

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Tipos psicológicos
A psicanalista Lilian Wurzba fala sobre os tipos psicológicos com base na teoria de C. Jung.

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Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de


crianças
A prática de abuso sexual contra crianças é um fenômeno universal. Ela ocorre em todos os tempos
e lugares e atinge todas as classes socioeconômicas. Enquanto a maioria dos estudos investiga as
vítimas, os poucos estudos sobre agressores se concentram principalmente em dados
demográficos.

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