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Apresentação
Você sabe qual é a função e quais são os elementos que constituem a Rede de Atenção à Saúde
(RAS)? Os sistemas de atenção à saúde estabelecem respostas sociais e, nesse contexto, devem ser
articulados de acordo com as necessidades de saúde da população. Além disso, se organizam pela
atenção às condições agudas e crônicas e podem apresentar-se em um contínuo que vai desde a
fragmentação até a integração.
As RAS são organizadas por meio de um conjunto coordenado de pontos de atenção à saúde para
prestar uma assistência contínua e integral a uma população definida. No Brasil, o tema tem sido
tratado recentemente, mas com uma evolução crescente. Há evidências de que as RAS melhoram
os resultados sanitários e econômicos dos sistemas de atenção à saúde.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os principais atributos das RAS.
Bons estudos.
Você foi contratada como enfermeiro de uma unidade básica de saúde (UBS). Essa unidade, em
especial, tem atendimento de referência para pacientes com transtornos mentais e uso de
substâncias psicoativas. Porém, o acompanhamento dessa população estava prejudicado, pois a
enfermeira anterior não estava envolvida com as demandas desses pacientes.
Logo no seu primeiro mês de trabalho, o município solicitou o resgate desses pacientes, bem como
melhorias no atendimento a eles. Você, como enfermeiro, deve criar estratégias para melhorar
esses processos e atender às demandas exigidas, como a implementação de redes temáticas que
atendam às necessidades desses pacientes.
Qual rede temática você implementaria e quais eixos estratégicos utilizaria para essa
implementação?
Infográfico
A RAS deve se organizar a partir de necessidades, vulnerabilidades, agravos ou doenças que
acometam as pessoas ou as populações. Portanto, em 2011, o Ministério da Saúde, por meio da
pactuação tripartite, priorizou cinco redes temáticas.
Neste Infográfico, você vai ver quais são essas redes e como algumas delas se organizam de acordo
com seus pontos de atuação.
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Conteúdo do livro
Os sistemas de saúde podem ser organizados em duas formas distintas: sistemas de saúde
fragmentados e RAS. As RAS são organizações de ações e serviços de saúde de diferentes
densidades tecnológicas que, quando integradas, buscam garantir a integralidade do cuidado. Pode-
se dizer também que as RAS são pontos de atenção à saúde, ou seja, locais onde são ofertados
serviços de saúde que determinam a estruturação dos pontos de atenção secundária e terciária.
A estrutura operacional das RAS conta com alguns componentes principais: centro de comunicação
(Atenção Primária à Saúde); pontos de atenção (secundária e terciária); sistemas de apoio
(diagnóstico e terapêutico, de assistência farmacêutica, de teleassistência e de informação em
saúde); sistemas logísticos (registro eletrônico em saúde, prontuário clínico, sistemas de acesso
regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde); e sistema de governança (da RAS). Para
que o sistema seja organizado, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria n. 4.279/10,
estabeleceu diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS. Atualmente, as RAS
estabelecidas na portaria dividem-se em: Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência (RUE),
Raps, Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências e Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas.
No capítulo Redes de Atenção à Saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai
aprofundar seus conhecimentos sobre a RAS e sua estrutura operacional.
REALIDADE
SOCIOECONÔMICA
E POLÍTICA
BRASILEIRA
Jaíza Gomes
Duarte Lopes
Revisão técnica:
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Gisele Lozada
Graduada em Administração de Empresas
Especialista em Controladoria e Finanças
ISBN 978-85-9502-450-2
Introdução
A saúde é um elemento essencial na estrutura do Brasil, porque todos
na sociedade precisam utilizá-la, desde o seu nascimento até sua morte.
A forma encontrada para organizar a prestação desse serviço estatal
é chamada de sistema de saúde, que consiste na organização entre
os múltiplos órgãos que atuam nesse setor. Contudo, constatou-se a
necessidade de mudanças estruturais para dar maior celeridade aos
atendimentos de saúde; assim, em 2010, o governo brasileiro, por meio de
uma portaria, implantou as Redes de Atenção à Saúde (RAS) no Sistema
Único de Saúde (SUS). Essa mudança foi efetuada na tentativa de deixar
de lado um sistema fragmentado e hierarquizado para dar lugar a um
sistema integral que desse uma atenção especial aos atendimentos de
saúde básicos e familiares.
Neste capítulo, você vai estudar sobre as Redes de Atenção à Saúde,
como elas se apresentam e seus conceitos. Também vai aprender sobre as
principais características das Redes de Atenção à Saúde, seus atributos e
aqueles elementos que não podem faltar para o seu bom funcionamento.
Por fim, você verá quais são as principais Redes de Atenção à Saúde do
sistema de saúde brasileiro e suas orientações.
2 Redes de Atenção à Saúde
O nível primário da saúde no Brasil diz respeito à saúde da família ou às Unidades Básicas
de Saúde (UBS). O nível secundário é constituído, principalmente, pelas Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs), por alguns hospitais, clínicas de atendimento especializado
e serviços de urgência e emergência. O nível terciário é representado pelos grandes
hospitais do poder público federal ou estadual; nesse nível, atuam especialidades mais
restritas, como a neurocirurgia.
Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde
(Continua)
Redes de Atenção à Saúde 5
(Continuação)
Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde
(Continua)
6 Redes de Atenção à Saúde
(Continuação)
Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde
1. População e região.
2. Estrutura operacional.
3. Modelo de atenção à saúde.
https://goo.gl/ut2vVm
Rede Cegonha;
Rede de Atenção às Urgência e Emergência (RUE);
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS);
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências (Viver Sem Limites);
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
Diretriz (2018) é definida pelo dicionário Aurélio como norma, indicação ou instrução
que serve de orientação. As diretrizes das redes são normas que orientam como deve
ser a sua atuação e como elas devem dirigir suas ações.
Desde a sua criação até 2014, a Rede Cegonha já estava presente em quase todos os
municípios brasileiros e atendia 2,6 milhões de gestantes. Em 2012, um ano após a sua
criação, realizou 18 milhões de consultas de pré-natal em todo país. A Rede Cegonha
procura desenvolver ações de humanização da saúde principalmente na hora do parto.
Para conhecer melhor a Rede Cegonha, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/QrZ74p
https://goo.gl/fEkwzK
https://goo.gl/DF9xnf
Para saber mais sobre a Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/VJWg5R
[...] início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam
múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de estilo de vida, em
um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura (CON-
SELHO..., 2015, p. 95).
Para saber mais sobre a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas,
acesse o link a seguir (CHUEIRI et al., 2014).
https://goo.gl/hfxZAn
BRASIL. As redes de atenção à saúde. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018a. Disponível
em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=atributos_ras>.
Acesso em: 21 fev. 2018.
Redes de Atenção à Saúde 15
BRASIL. Portaria nº 483, de 1º de abril de 2014. Redefine a Rede de Atenção à Saúde das
Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabe-
lece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado. Brasília, DF, 2014. Dispo-
nível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0483_01_04_2014.
html>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF, 2012. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0793_24_04_2012.html>.
Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Brasília, DF, 2011a. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a Política Nacional de Atenção
às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde
(SUS). Brasília, DF, 2011b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt1600_07_07_2011.html>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psi-
cossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS). Brasília, DF, 2011c. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html>. Acesso em: 08 mar. 2018.
BRASIL. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a orga-
nização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2011/
img/07_jan_portaria4279_301210.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Rede Cegonha. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018b. Disponível em: <http://
dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_cegonha>. Acesso em:
21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Atenção às Urgências e Emergências: saúde toda hora. Ministério da
Saúde, Brasília, DF, 2018c. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.
php?conteudo=rede_emergencias>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018d.
Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_
psicossocial>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. Ministério da Saúde, Bra-
sília, DF, 2018e. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.
php?conteudo=rede_deficiencias>. Acesso em: 21 fev. 2018.
CHUEIRI, P. S. et al. Pessoas com doenças crônicas, as redes de atenção e a Atenção Primá-
ria à Saúde. Divulgação em Saúde para Debate, Rio de Janeiro, n. 52, p. 114-124, 2014. Dis-
ponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/142570/000992554.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 08 mar. 2018.
16 Redes de Atenção à Saúde
Leituras recomendadas
BRASIL. Rede Cegonha beneficia mais de 2 milhões de gestantes. Portal Brasil, Brasília,
DF, 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2014/04/rede-cegonha-
-beneficia-mais-de-2-milhoes-de-gestantes>. Acesso em: 08 mar. 2018.
BRASIL. Rede Cegonha oferece atendimento humanizado para gestantes. Portal
Brasil, Brasília, DF, 2015. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/saude/2015/03/
rede-cegonha-oferece-atendimento-humanizado-para-gestantes>. Acesso em: 08
mar. 2018.
BRASIL. Redes Prioritárias. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://
dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_proprietaria>. Acesso
em: 21 fev. 2018.
LABOISSIÈRE, P. SUS compra supercomputadores para unificar dados de prontuários
eletrônicos. Agência Brasil, Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.
com.br/geral/noticia/2016-12/sus-compra-supercomputadores-para-unificar-dados-
-de-prontuarios-eletronicos>. Acesso em: 08 mar. 2018.
MINAS GERAIS. Modelos assistenciais: sistemas, modelos e redes de atenção à saúde.
Belo Horizonte: ESPMG, 2011. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.
br/biblioteca/imagem/4120.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Dica do professor
Segundo o Ministério da Saúde, considera-se que não há como prescrever um modelo
organizacional único para as RAS. Contudo, as evidências mostram que o conjunto de atributos é
essencial ao seu funcionamento. Esses atributos, quando integrados por meio do sistema logístico e
de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer o conjunto de atributos essencial ao funcionamento
das RAS.
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Exercícios
O percentual de pessoas idosas maiores de 65 anos, que era de 2,7% em 1960, passou para
5,4% em 2000 e alcançará 19% em 2050, superando o número de jovens. Uma população
em processo rápido de envelhecimento significa um crescente incremento relativo das
condições crônicas, porque essas condições de saúde afetam mais os segmentos de maior
idade.
A) Condições agudas.
B) Condições crônicas.
C) Doenças transmissíveis.
D) Condições variáveis.
E) Condições instáveis.
B) Caracteriza-se pela formação de relações verticais entre os pontos de atenção com o centro
de comunicação na Atenção Primária à Saúde.
A) O modelo de atenção pretendido com a RAS é fundamentado nas ações curativas, centrado
no cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde dimensionados a partir da
oferta.
B) A RAS deverá, gradativamente, ser suprida apenas por serviços públicos de saúde, não
necessitando de complementação com instituições privadas.
Isso posto, tanto na atenção básica como no ambiente hospitalar, os serviços precisam estar
conectados para atender às exigências da rede. Com isso, oferta-se uma assistência de qualidade e
humanizada para esses pacientes.
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