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Redes de Atenção à Saúde

Apresentação
Você sabe qual é a função e quais são os elementos que constituem a Rede de Atenção à Saúde
(RAS)? Os sistemas de atenção à saúde estabelecem respostas sociais e, nesse contexto, devem ser
articulados de acordo com as necessidades de saúde da população. Além disso, se organizam pela
atenção às condições agudas e crônicas e podem apresentar-se em um contínuo que vai desde a
fragmentação até a integração.

As RAS são organizadas por meio de um conjunto coordenado de pontos de atenção à saúde para
prestar uma assistência contínua e integral a uma população definida. No Brasil, o tema tem sido
tratado recentemente, mas com uma evolução crescente. Há evidências de que as RAS melhoram
os resultados sanitários e econômicos dos sistemas de atenção à saúde.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os principais atributos das RAS.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer uma Rede de Atenção à Saúde.


• Definir os principais atributos das Redes de Atenção à Saúde.
• Identificar as redes prioritárias (temáticas) e suas diretrizes.
Desafio
A implementação das RAS aponta para uma melhor eficácia na produção de saúde e melhoria na
eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional. Além disso, contribui para o avanço
do processo de efetivação do Sistema Único de Saúde (SUS) buscando atender aos princípios de
integralidade do cuidado.

A RAS temática deve se organizar a partir da necessidade de enfrentamentos de vulnerabilidades,


agravos ou doenças que acometam as pessoas ou as populações.

Nesse sentido, analise a situação:

Você foi contratada como enfermeiro de uma unidade básica de saúde (UBS). Essa unidade, em
especial, tem atendimento de referência para pacientes com transtornos mentais e uso de
substâncias psicoativas. Porém, o acompanhamento dessa população estava prejudicado, pois a
enfermeira anterior não estava envolvida com as demandas desses pacientes.

Logo no seu primeiro mês de trabalho, o município solicitou o resgate desses pacientes, bem como
melhorias no atendimento a eles. Você, como enfermeiro, deve criar estratégias para melhorar
esses processos e atender às demandas exigidas, como a implementação de redes temáticas que
atendam às necessidades desses pacientes.

Qual rede temática você implementaria e quais eixos estratégicos utilizaria para essa
implementação?
Infográfico
A RAS deve se organizar a partir de necessidades, vulnerabilidades, agravos ou doenças que
acometam as pessoas ou as populações. Portanto, em 2011, o Ministério da Saúde, por meio da
pactuação tripartite, priorizou cinco redes temáticas.

Neste Infográfico, você vai ver quais são essas redes e como algumas delas se organizam de acordo
com seus pontos de atuação.
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Conteúdo do livro
Os sistemas de saúde podem ser organizados em duas formas distintas: sistemas de saúde
fragmentados e RAS. As RAS são organizações de ações e serviços de saúde de diferentes
densidades tecnológicas que, quando integradas, buscam garantir a integralidade do cuidado. Pode-
se dizer também que as RAS são pontos de atenção à saúde, ou seja, locais onde são ofertados
serviços de saúde que determinam a estruturação dos pontos de atenção secundária e terciária.

A estrutura operacional das RAS conta com alguns componentes principais: centro de comunicação
(Atenção Primária à Saúde); pontos de atenção (secundária e terciária); sistemas de apoio
(diagnóstico e terapêutico, de assistência farmacêutica, de teleassistência e de informação em
saúde); sistemas logísticos (registro eletrônico em saúde, prontuário clínico, sistemas de acesso
regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde); e sistema de governança (da RAS). Para
que o sistema seja organizado, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria n. 4.279/10,
estabeleceu diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS. Atualmente, as RAS
estabelecidas na portaria dividem-se em: Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência (RUE),
Raps, Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências e Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas.

No capítulo Redes de Atenção à Saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai
aprofundar seus conhecimentos sobre a RAS e sua estrutura operacional.
REALIDADE
SOCIOECONÔMICA
E POLÍTICA
BRASILEIRA

Jaíza Gomes
Duarte Lopes
Revisão técnica:

Luciana Bernadete de Oliveira


Graduada em Ciências Políticas e Econômicas
Especialista em Administração Financeira
Mestre em Desenvolvimento Econômico Regional

Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário

Gisele Lozada
Graduada em Administração de Empresas
Especialista em Controladoria e Finanças

Alexsander Canaparro da Silva


Bacharel em Administração de Empresas
MBA em Marketing Práticas Avançadas
MBA em Comércio Exterior e Internacional
Mestre em Administração

R429 Realidade socioeconômica e política brasileira [recurso


eletrônico ] / Daniele Fernandes da Silva... et al.; [revisão
técnica: Luciana Bernadete de Oliveira... et al.]. – Porto
Alegre: SAGAH, 2018.

ISBN 978-85-9502-450-2

1. Economia. I. Silva, Daniele Fernandes da.


CDU 338

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147


Redes de Atenção à Saúde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer o que é uma Rede de Atenção à Saúde.


 Definir os principais atributos das Redes de Atenção à Saúde.
 Identificar as redes prioritárias (temáticas) e suas diretrizes.

Introdução
A saúde é um elemento essencial na estrutura do Brasil, porque todos
na sociedade precisam utilizá-la, desde o seu nascimento até sua morte.
A forma encontrada para organizar a prestação desse serviço estatal
é chamada de sistema de saúde, que consiste na organização entre
os múltiplos órgãos que atuam nesse setor. Contudo, constatou-se a
necessidade de mudanças estruturais para dar maior celeridade aos
atendimentos de saúde; assim, em 2010, o governo brasileiro, por meio de
uma portaria, implantou as Redes de Atenção à Saúde (RAS) no Sistema
Único de Saúde (SUS). Essa mudança foi efetuada na tentativa de deixar
de lado um sistema fragmentado e hierarquizado para dar lugar a um
sistema integral que desse uma atenção especial aos atendimentos de
saúde básicos e familiares.
Neste capítulo, você vai estudar sobre as Redes de Atenção à Saúde,
como elas se apresentam e seus conceitos. Também vai aprender sobre as
principais características das Redes de Atenção à Saúde, seus atributos e
aqueles elementos que não podem faltar para o seu bom funcionamento.
Por fim, você verá quais são as principais Redes de Atenção à Saúde do
sistema de saúde brasileiro e suas orientações.
2 Redes de Atenção à Saúde

O que é uma Rede de Atenção à Saúde?


Analisando os sistemas de saúde nacionais e internacionais, o CONASS
(CONSELHO..., 2015) verificou que os sistemas de saúde podem ser or-
ganizados em duas formas distintas: sistemas de saúde fragmentados e
Redes de Atenção à Saúde (RAS).
Os sistemas de saúde fragmentados são a forma mais comum de sistemas
de saúde. Eles são estruturados em pontos de serviços de saúde isolados entre
si; cada serviço age de maneira separada e não existe comunicação entre
eles, de modo que esse sistema não consegue proporcionar um serviço de
atenção contínuo à população. Não existe transmissão de informações entre
os níveis de atenção à saúde, ou seja, o nível primário não se comunica com
o nível secundário, da mesma maneira que não se comunica com o nível
terciário de atenção à saúde.

O nível primário da saúde no Brasil diz respeito à saúde da família ou às Unidades Básicas
de Saúde (UBS). O nível secundário é constituído, principalmente, pelas Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs), por alguns hospitais, clínicas de atendimento especializado
e serviços de urgência e emergência. O nível terciário é representado pelos grandes
hospitais do poder público federal ou estadual; nesse nível, atuam especialidades mais
restritas, como a neurocirurgia.

A hierarquia de complexidade de atendimento é a estrutura predominante


nos sistemas fragmentados – os serviços de atenção são organizados de acordo
com o crescimento da complexidade. No entanto, essa estrutura é fortemente
criticada por determinar que a atenção à saúde dos níveis secundário e
terciário é mais complexa do que a atenção primária. O entendimento de
que os serviços de saúde que exigem mais tecnologias são mais complexos
acaba levando a uma desvalorização dos atendimentos básicos de saúde, que,
muitas vezes, recebem menor atenção e investimentos e afogam os níveis
secundário e terciário de atenção com doenças que poderiam ser facilmente
tratadas na atenção primária.
Redes de Atenção à Saúde 3

Ao contrário dos sistemas fragmentados, as RASs não apresentam essa


hierarquia, são organizadas horizontalmente e todos os níveis de atenção à
saúde têm a mesma importância – se entende que os níveis de tecnologias
utilizados são diferentes, mas a relevância de cada atenção é a mesma. Para
que o sistema de saúde consiga atingir seus objetivos com qualidade de aten-
dimento, é fundamental que cada ponto de atenção à saúde tenha a mesma
importância e investimento para que, assim, os pontos de atenção possam
atuar da forma mais eficiente e fluída.
Essas redes também são organizadas de forma multiprofissional: os sistemas
e serviços de saúde se estruturam unindo e combinando equipes de várias
áreas. Essa formação permite que o sistema atenda a população, solucionando
os problemas de saúde de menor complexidade e encaminhando, caso haja
necessidade, aos serviços especializados.
Nas redes, os agentes de saúde são os responsáveis pelo atendimento aos
pacientes com um cuidado e acompanhamento multiprofissionais, proporcio-
nando um atendimento completo desde o estágio de atenção básica até o estágio
da doença desenvolvida. As redes se organizam para prestar atendimento de
forma contínua — atenção primária, secundária e terciária — e, de forma
integral, promove o cuidado, a saúde e a cura, tanto nas doenças crônicas
quanto nas doenças mais graves.
No Brasil, o Ministério da Saúde, em 2010, por meio da portaria
nº 4.279, estabeleceu diretrizes para a formação da Rede de Atenção à Saúde
no Sistema Único de Saúde. Esse documento define a RAS como: “arranjos
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tec-
nológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico
e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (BRASIL, 2010).
A necessidade de implementar uma rede de atenção integralizada veio da
percepção de que o SUS precisava agir de forma unificada, e não apenas nos
eventos agudos de doenças, pois pode-se verificar que, dentre as doenças da
população brasileira, existe um predomínio de doenças crônicas.
No Quadro 1, extraído do livro “As Redes de Atenção à Saúde” (MENDES,
2011), pode-se ver, de forma estruturada, as diferenças entre sistemas de saúde
fragmentados e as RASs.
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Quadro 1. Sistemas de saúde fragmentados e Redes de Atenção à Saúde: diferenças.

Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde

Forma de Hierarquia Poliarquia


organização

Coordenação Inexistente Feita pela atenção primária


da atenção

Comunicação entre Inexistente Feita por sistemas


os componentes logísticos eficazes

Foco Nas condições Nas condições agudas e


agudas por meio de crônicas por meio de uma
unidades de pronto rede integrada dos pontos
atendimento de atenção à saúde

Objetivo Objetivos parciais Objetivos de melhoria da


de diferentes saúde de uma população
serviços e resultados com resultados clínicos e
não medidos econômicos medidos

População Voltado para População adscrita dividida


indivíduos isolados por subpopulações de risco e
sob responsabilidade da rede

Sujeito Paciente que recebe Agente corresponsável


prescrições dos pela própria saúde
profissionais de saúde

A forma da ação Reativa, acionada Proativa, baseada em planos


do sistema pela demanda de cuidados de cada usuário
dos pacientes realizado conjuntamente pelos
profissionais e pelos usuários

Ênfase das Curativas e Promocionais, preventivas,


intervenções reabilitadoras sobre curativas, cuidadoras
doenças ou condições ou reabilitadoras sobre
estabelecidas determinantes sociais da
saúde, sobre fatores de
risco e sobre as doenças ou
condições estabelecidas

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 1. Sistemas de saúde fragmentados e Redes de Atenção à Saúde: diferenças.

Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde

Modelo de atenção Fragmentado por Integrado, com estratificação


ponto de atenção dos riscos, e voltado para
à saúde, sem os determinantes sociais
estratificação de riscos da saúde, os fatores de
e voltado para as riscos e as doenças ou
doenças ou condições condições estabelecidas
estabelecidas

Planejamento Planejamento da Planejamento da demanda


oferta, definido definido pelas necessidades de
pelos interesses saúde da população adscrita
dos prestadores

Ênfase do cuidado Nos profissionais de Na relação entre equipes


saúde, especialmente multiprofissionais e os usuários
nos médicos e suas famílias e com ênfase
no autocuidado orientado

Conhecimento Concentradas Partilhado por equipes


e ação clínicos nos profissionais, multiprofissionais e usuários
especialmente
médicos

Tecnologia de Fragmentada, pouco Integrada a partir de cartão


informação acessível e com de identidade dos usuários e
baixa capilaridade dos prontuários eletrônicos
nos componentes e articulada em todos os
das redes componentes da rede

Organização Territórios político- Territórios sanitários


territorial -administrativos definidos pelos fluxos
definidos por sanitários da população
lógica política em busca de atenção

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 1. Sistemas de saúde fragmentados e Redes de Atenção à Saúde: diferenças.

Sistema
Característica fragmentado Rede de Atenção à Saúde

Sistema de Financiamento por Financiamento por valor global


financiamento procedimentos em ou por capacitação da rede
pontos de atenção
à saúde isolados

Participação social Participação Participação social ativa


social passiva e a por meio de conselhos
comunidade vista de saúde com presença
como cuidadora na governança da rede

Fonte: Mendes (2011, p. 56-57).

Alguns exemplos de RASs existentes são: rede de atenção à mulher e


à criança; rede de atenção às doenças cardiovasculares; rede de atenção às
doenças oncológicas; rede de atenção às urgências e às emergências. A rede
de atenção à mulher e à criança integra todos os pontos de atenção à saúde dos
diversos níveis de atendimento (primário, secundário e terciário) que prestam
serviços de atendimentos à mulher e à criança. Ainda neste capítulo você verá
com mais detalhe o que são e como funcionam essas redes.

Atributos das Redes de Atenção à Saúde


Nas RASs os serviços primários devem ser descentralizados para proporcio-
nar um atendimento mais perto da população; já os serviços secundários e
terciários, que exigem maior uso da tecnologia, devem ser concentrados. As
RASs são compostas por três elementos:

1. População e região.
2. Estrutura operacional.
3. Modelo de atenção à saúde.

É necessário delimitar um território e identificar e registrar a população


que nele está inserida para construir uma RAS, que tem uma população de
responsabilidade, na qual as famílias cadastradas são divididas em subpopula-
Redes de Atenção à Saúde 7

ções de acordo com os riscos socioeconômicos e sanitários e pelas condições


de saúde apresentadas. Deve existir um sistema de informação eficiente
para que toda a população, pela qual a rede é responsável, seja registrada.

O conhecimento da população de uma RAS envolve um processo complexo,


estruturado em vários momentos: o processo de territorialização; o cadastra-
mento das famílias; a classificação das famílias por riscos sociosanitários;
a vinculação das famílias à Unidade de APS/Equipe do Programa de Saúde
da Família; a identificação de subpopulações com fatores de risco; a identi-
ficação das subpopulações com condições de saúde estratificadas por graus
de riscos; e a identificação de subpopulações com condições de saúde muito
complexas (MENDES, 2011, p. 85).

Segundo Mendes (2011), a estrutura operacional das RASs é composta


por cinco elementos:

1. Centro de comunicação no nível primário.


2. Pontos de serviços e saúde secundários e terciários.
3. Sistemas de apoio.
4. Sistemas logísticos.
5. Sistemas de governança da rede.

É no centro de comunicação no nível primário que ocorrem os fluxos de


informações entre as unidades de Atenção Primária à Saúde (APS). Os pontos
de atenção secundária e terciária são os pontos nos quais se ofertam serviços
especializados e com maior densidade tecnológica – os pontos de atenção
à saúde são diferentes dos estabelecimentos de saúde, porque um hospital
normalmente atende, ao mesmo tempo, várias redes.
Os sistemas de apoio são compostos pelos sistemas de diagnóstico e
terapêutico, de assistência farmacêutica e informação em saúde. Os siste-
mas logísticos são compostos pelos cartões de identificação dos usuários,
prontuários clínicos, sistemas de acesso e sistemas de transporte em saúde.
O quinto e último elemento da estrutura de uma RAS é o sistema de
governança. A governança das redes se dá por meio da administração de
todos os componentes da rede: se uma rede tem uma única instituição, toda
a gestão é exercida naquela instituição, mas se a rede tem vários pontos de
atenção espalhados em várias instituições, a gestão dessa rede deve ser feita
de maneira pluri-institucional. Essa governança pluri-institucional é realizada
da seguinte forma:
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A governança das RASs é, pois, diferente da gerência dos pontos de atenção


à saúde, dos sistemas de apoio e dos sistemas logísticos (gerência hospitalar,
gerência dos ambulatórios especializados, gerência das unidades de APS, ge-
rência do laboratório de patologia clínica, gerência da assistência farmacêutica,
gerência do transporte em saúde etc.) já que cuida de governar as relações
entre a APS, os pontos de atenção secundária e terciária, os sistemas de apoio
e os sistemas logísticos, de modo a articulá-los em função da missão, da visão
e dos objetivos comuns das redes. A governança é um sistema transversal a
todas as redes temáticas de atenção à saúde (MENDES, 2011, p. 157).

O último elemento constitutivo das RASs é o Modelo de Atenção à Saúde


(MAS), que é um sistema de organização da RAS e articula a interação
da população, os focos de atuação dos serviços de atenção à saúde e as
intervenções nas questões sanitárias. Veja como Mendes (2011, p. 209)
define o MAS:

O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento


das RASs, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas
subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema
de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido
em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epi-
demiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado
tempo e em determinada sociedade.

Atributos das RASs no Brasil


O Ministério da Saúde brasileiro entende que não existe a possibilidade de
institucionalizar um modelo único de organização para as RAS no Brasil, mas,
em seu site, enumera 14 atributos gerais que são essenciais para o trabalho e
o desempenho de todas as RAS no SUS:

1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas ne-


cessidades e preferências, que determinam a oferta de serviços de saúde.
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços
de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos,
reabilitação e cuidados paliativos e integram os programas focalizados
em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde
individuais e os coletivos.
3. Atenção Básica à Saúde estruturada como primeiro nível de atenção
e porta de entrada preferencial do sistema, constituída de equipe mul-
Redes de Atenção à Saúde 9

tidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o


cuidado e atendendo às suas necessidades de saúde.
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado.
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e
integração assistencial por todo o contínuo da atenção.
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade,
tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a
diversidade da população.
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar
uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região
de saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto,
médio e longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver
a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o
desempenho dos gerentes e das organizações.
8. Participação social ampla.
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e
logístico.
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com
incentivos pelo alcance de metas da rede.
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da
rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência,
origem étnica e outras variáveis pertinentes.
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas
da rede.
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equi-
dade em saúde.
14. Gestão baseada em resultado.

O governo estipulou a data limite de 10 de dezembro de 2016 para a implementação


do prontuário eletrônico em todo o sistema de saúde. O prontuário eletrônico permite
a unificação dos dados para que os históricos de atendimentos fiquem disponíveis
a todas as redes no país. No mesmo ano, o SUS comprou supercomputadores para
unificar os dados dos prontuários eletrônicos nas redes de saúde, nos quais os dados
da saúde municipal e estadual farão parte da base nacional.
10 Redes de Atenção à Saúde

Para saber mais sobre a implantação da RAS no SUS, acesse


a página do Ministério da Saúde que trata sobre o assunto,
no link ou o código a seguir.

https://goo.gl/ut2vVm

Redes de Atenção à Saúde prioritárias


e suas diretrizes
Após a implantação institucional das RAS no SUS, em 2010, houve um grande
pacto para que se estabelecessem nas regiões de saúde do Brasil cinco redes
principais – redes que foram consideradas prioritárias no atendimento à saúde
da população:

 Rede Cegonha;
 Rede de Atenção às Urgência e Emergência (RUE);
 Rede de Atenção Psicossocial (RAPS);
 Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências (Viver Sem Limites);
 Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.

A Rede Cegonha foi implementada pela portaria do Ministério da Saúde


nº 1.459 de 24 de junho de 2011 e foi uma estratégia lançada pelo governo para
dar maior qualidade de vida às mulheres durante um período tão importante
para elas. A rede acompanha a gestação, o parto, o pós-parto e a criança
nos seus dois primeiros anos de vida, prestando toda a assistência de forma
integralizada. (BRASIL, 2011a).
No artigo quarto da portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, são elencadas
as diretrizes da rede: garantia do acolhimento com avaliação e classificação
de risco e vulnerabilidade; ampliação do acesso e melhoria da qualidade
do pré-natal; garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e
ao transporte seguro; garantia das boas práticas e segurança na atenção ao
parto e nascimento; garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte
e quatro meses com qualidade e resolutividade; e garantia de acesso às ações
do planejamento reprodutivo. (BRASIL, 2011a).
Redes de Atenção à Saúde 11

Diretriz (2018) é definida pelo dicionário Aurélio como norma, indicação ou instrução
que serve de orientação. As diretrizes das redes são normas que orientam como deve
ser a sua atuação e como elas devem dirigir suas ações.

Desde a sua criação até 2014, a Rede Cegonha já estava presente em quase todos os
municípios brasileiros e atendia 2,6 milhões de gestantes. Em 2012, um ano após a sua
criação, realizou 18 milhões de consultas de pré-natal em todo país. A Rede Cegonha
procura desenvolver ações de humanização da saúde principalmente na hora do parto.
Para conhecer melhor a Rede Cegonha, acesse o link a seguir.

https://goo.gl/QrZ74p

A Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) foi implementada


pela portaria do Ministério da Saúde nº 1.600 de 7 de julho de 2011 (BRASIL,
2011b). A RUE busca integrar todos os atendimentos de saúde para humani-
zar o acesso aos serviços de urgência/emergência no SUS. Essa rede tem as
seguintes diretrizes:

[...] a ampliação do acesso e o acolhimento aos casos agudos demandados aos


serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a classifica-
ção de risco e a intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos,
com garantia da universalidade, equidade e integralidade no atendimento às
urgências clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, psiquiátricas, pediátricas
e às relacionadas a causas externas (traumatismos, violências e acidentes)
(CONSELHO..., 2015, p. 69).

Todos os serviços que componham a rede devem estar bem articulados e


alinhados para assegurar um atendimento igualitário, integral e com qualidade
prestado a toda sociedade por meio da qualificação contínua das equipes de
saúde de atenção às urgências e emergências.
12 Redes de Atenção à Saúde

Para saber mais sobre a RUE, acesse o link a seguir.

https://goo.gl/fEkwzK

A Rede de Atenção Psicossocial foi implementada pela portaria do Minis-


tério da Saúde nº 3.008 de 23 de dezembro de 2011. A RAPS faz o atendimento
de pessoas com sofrimento ou transtorno mental, priorizando as necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 2011c).
De acordo com a divulgação do Ministério da Saúde, a RAPS tem como
diretrizes: respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e
o exercício da cidadania; promoção da equidade, reconhecendo os determinantes
sociais da saúde; garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cui-
dado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; ênfase
em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de
cuidado, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares;
organização dos serviços em RAS regionalizada, com estabelecimento de ações
intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; desenvolvimento da lógica
do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com transtornos mentais,
incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas.

Para saber mais sobre a RAPS, acesse o link a seguir.

https://goo.gl/DF9xnf

A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências (Viver Sem Limites) foi


lançada pelas portarias do Ministério da Saúde nº 793, de 24 de abril de 2012,
e nº 835, de 25 de abril de 2012. Essa rede surgiu com o intuito de melhorar e
ampliar o atendimento à saúde das pessoas com deficiência, independentemente
da forma e do estágio em que a deficiência se encontra, e realizar ações de
prevenção de deficiência.
Redes de Atenção à Saúde 13

Na Portaria nº 793 são enumeradas 12 diretrizes para o funcionamento


da rede. A primeira diretriz é o “respeito aos direitos humanos, com garantia
de autonomia, independência e de liberdade às pessoas com deficiência para
fazerem as próprias escolhas” — essa orientação é a principal e todas as
demais diretrizes não norteadas por ela (BRASIL, 2012).

Para saber mais sobre a Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência, acesse o link a seguir.

https://goo.gl/VJWg5R

Doenças crônicas são doenças que apresentam

[...] início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam
múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de estilo de vida, em
um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura (CON-
SELHO..., 2015, p. 95).

Alguns exemplos desse tipo de doença são: hipertensão arterial, diabetes,


AVC, asma e câncer.
As doenças crônicas apresentam uma alta incidência no país e uma grande
representatividade nas causas de morte. Devido a isso, a portaria do Ministé-
rio da Saúde nº 483, de 1o de abril de 2014, criou a Rede de Atenção à Saúde
das Pessoas com Doenças Crônicas, que visa o atendimento integralizado
para as pessoas com doenças crônicas por meio da promoção de serviços
e ações de prevenção, reabilitação, diagnostico, redução de danos, etc.
(BRASIL, 2014).
As 11 diretrizes da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas estão expressas no artigo 25 da portaria do Ministério da Saúde
nº 483 de 2014; as principais são: implementação de sistemas de informação
que permitam o acompanhamento do cuidado; gestão de casos; apoio às de-
cisões clínicas e regulação do acesso aos serviços de atenção especializada,
assim como o planejamento, o monitoramento e a avaliação das ações e
serviços; oferta de apoio diagnóstico e terapêutico adequado para prevenção
e tratamento das doenças crônicas, com efetivação de um modelo centrado
14 Redes de Atenção à Saúde

no usuário, baseado nas suas necessidades de saúde, respeitando-se as di-


versidades étnico-raciais, culturais, sociais e religiosas; e estabelecimento
de estratégias para apoio ao autocuidado de maneira a garantir a autonomia
do usuário, o conhecimento sobre sua saúde e a corresponsabilização dos
atores envolvidos. (BRASIL, 2014).

Para saber mais sobre a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas,
acesse o link a seguir (CHUEIRI et al., 2014).

https://goo.gl/hfxZAn

A Rede Cegonha é o exemplo mais bem-sucedido na implantação das Redes de


Atenção à Saúde pelo SUS. A rede possibilitou a milhares de gestantes acompanha-
mento especializado, com orientações acerca da amamentação, de cuidados com o
bebê, trabalho de parto — antes, essas mulheres não tinham acesso a esses serviços.
A integração entre enfermeiros e médicos aumentou, assim como a integração dos
postos básicos de saúde com as maternidades. Tudo isso possibilitou, além do en-
tendimento da importância da amamentação, o aumento de partos normais sem o
auxílio de aparatos tão tecnológicos, de forma que as mulheres pudessem sentir-se
acolhidas nessa hora tão especial.

BRASIL. As redes de atenção à saúde. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018a. Disponível
em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=atributos_ras>.
Acesso em: 21 fev. 2018.
Redes de Atenção à Saúde 15

BRASIL. Portaria nº 483, de 1º de abril de 2014. Redefine a Rede de Atenção à Saúde das
Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabe-
lece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado. Brasília, DF, 2014. Dispo-
nível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0483_01_04_2014.
html>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF, 2012. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0793_24_04_2012.html>.
Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Brasília, DF, 2011a. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a Política Nacional de Atenção
às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde
(SUS). Brasília, DF, 2011b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt1600_07_07_2011.html>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psi-
cossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS). Brasília, DF, 2011c. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html>. Acesso em: 08 mar. 2018.
BRASIL. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a orga-
nização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2011/
img/07_jan_portaria4279_301210.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.
BRASIL. Rede Cegonha. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018b. Disponível em: <http://
dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_cegonha>. Acesso em:
21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Atenção às Urgências e Emergências: saúde toda hora. Ministério da
Saúde, Brasília, DF, 2018c. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.
php?conteudo=rede_emergencias>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018d.
Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_
psicossocial>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. Ministério da Saúde, Bra-
sília, DF, 2018e. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.
php?conteudo=rede_deficiencias>. Acesso em: 21 fev. 2018.
CHUEIRI, P. S. et al. Pessoas com doenças crônicas, as redes de atenção e a Atenção Primá-
ria à Saúde. Divulgação em Saúde para Debate, Rio de Janeiro, n. 52, p. 114-124, 2014. Dis-
ponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/142570/000992554.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 08 mar. 2018.
16 Redes de Atenção à Saúde

CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. A Atenção Primária e as Redes


de Atenção à Saúde. Brasília, DF: CONASS, 2015. Disponível em: <http://www.conass.
org.br/biblioteca/pdf/A-Atencao-Primaria-e-as-Redes-de-Atencao-a-Saude.pdf>.
Acesso em: 20 fev. 2018.
DIRETRIZ. Dicionário Aurélio de Português Online, São Paulo, 2018. Disponível em:
<https://dicionariodoaurelio.com/diretriz>. Acesso em: 08 mar. 2018.
MENDES, E. V. As Redes de Atenção à Saúde. 2. ed. Brasília, DF: Organização Pan-Americana
da Saúde, 2011. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_
docman&view=download&category_slug=servicos-saude-095&alias=1402-as-redes-
-atencao-a-saude-2a-edicao-2&Itemid=965>. Acesso em: 18 fev. 2018.

Leituras recomendadas
BRASIL. Rede Cegonha beneficia mais de 2 milhões de gestantes. Portal Brasil, Brasília,
DF, 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2014/04/rede-cegonha-
-beneficia-mais-de-2-milhoes-de-gestantes>. Acesso em: 08 mar. 2018.
BRASIL. Rede Cegonha oferece atendimento humanizado para gestantes. Portal
Brasil, Brasília, DF, 2015. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/saude/2015/03/
rede-cegonha-oferece-atendimento-humanizado-para-gestantes>. Acesso em: 08
mar. 2018.
BRASIL. Redes Prioritárias. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://
dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?conteudo=rede_proprietaria>. Acesso
em: 21 fev. 2018.
LABOISSIÈRE, P. SUS compra supercomputadores para unificar dados de prontuários
eletrônicos. Agência Brasil, Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.
com.br/geral/noticia/2016-12/sus-compra-supercomputadores-para-unificar-dados-
-de-prontuarios-eletronicos>. Acesso em: 08 mar. 2018.
MINAS GERAIS. Modelos assistenciais: sistemas, modelos e redes de atenção à saúde.
Belo Horizonte: ESPMG, 2011. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.
br/biblioteca/imagem/4120.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2018.
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Dica do professor
Segundo o Ministério da Saúde, considera-se que não há como prescrever um modelo
organizacional único para as RAS. Contudo, as evidências mostram que o conjunto de atributos é
essencial ao seu funcionamento. Esses atributos, quando integrados por meio do sistema logístico e
de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer o conjunto de atributos essencial ao funcionamento
das RAS.

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Exercícios

1) O movimento da reforma sanitária resultou na criação do SUS; contudo, as reformas


sanitárias continuam sendo necessárias. Atualmente uma nova agenda apresenta-se como
principal objetivo de agregar valor para as pessoas usuárias dos sistemas de atenção à saúde
e de diminuir as iniquidades.

Para alcançar esses objetivos, faz-se necessário:

A) maior quantidade de UBS para atendimento de pessoas com baixa renda.

B) ampliação de serviços altamente especializados.

C) oferta de serviços de acordo com a necessidade política.

D) implantação das RAS.

E) centralização de serviços de atenção primária.

2) A situação de saúde dos brasileiros é analisada nos seus aspectos demográficos e


epidemiológicos. Do ponto de vista demográfico, o Brasil vive uma transição demográfica
acelerada.

O percentual de pessoas idosas maiores de 65 anos, que era de 2,7% em 1960, passou para
5,4% em 2000 e alcançará 19% em 2050, superando o número de jovens. Uma população
em processo rápido de envelhecimento significa um crescente incremento relativo das
condições crônicas, porque essas condições de saúde afetam mais os segmentos de maior
idade.

Diante do anunciado, atualmente, o quadro epidemiológico revela o crescimento de qual


tipo de condições de saúde?

A) Condições agudas.

B) Condições crônicas.

C) Doenças transmissíveis.

D) Condições variáveis.
E) Condições instáveis.

3) De acordo com o Ministério da Saúde, a necessidade das RAs é fundamental para


organização e acompanhamento da saúde da população.

A partir disso, é correto afirmar sobre as RAS:

A) A RAS é um conjunto de ações e de serviços de saúde em que a atenção básica garante a


integralidade da assistência à saúde.

B) Caracteriza-se pela formação de relações verticais entre os pontos de atenção com o centro
de comunicação na Atenção Primária à Saúde.

C) É responsabilidade do governo federal financiar as ações de atenção à saúde indígena. Por


esse motivo, por meio da pactuação tripartite, em 2011, foram priorizadas as redes temáticas
à atenção à saúde indígena.

D) Fundamenta-se na compreensão da atenção primária como primeiro nível de atenção,


enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de
saúde.

E) As RAS têm como função as práticas de cuidados centralizadas na atenção individual.

4) A Portaria n. 4.279/MS, de 30 de dezembro de 2010, estabelece diretrizes para a


organização da RAS no âmbito do SUS.

O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica de ações e de serviços de saúde com


provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada. Além disso,
busca incrementar o desempenho do sistema em termos de acesso, equidade, eficácia clínica
e sanitária e eficiência econômica.

Com base nessa portaria e no tema descrito, assinale a alternativa correta.

A) O modelo de atenção pretendido com a RAS é fundamentado nas ações curativas, centrado
no cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde dimensionados a partir da
oferta.

B) A RAS deverá, gradativamente, ser suprida apenas por serviços públicos de saúde, não
necessitando de complementação com instituições privadas.

C) Caracteriza-se pela formação de relações verticais, pela centralidade nas necessidades em


saúde, de atenção integral, cuidado multiprofissional e compartilhamento de objetivos.
D) Concentra-se no profissional médico a realização da clínica ampliada, na busca do cuidado
integral em saúde.

E) A RAS é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde de diferentes


densidades tecnológicas.

5) A conformação de uma RAS não segue um modelo organizacional único; contudo, as


evidências mostram que o conjunto de atributos é essencial ao seu funcionamento. Entre os
atributos das RAS, é correto afirmar que:

A) a atenção à saúde está centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as


particularidades culturais.

B) a coordenação do cuidado está centrada na média e na alta complexidade.

C) o financiamento bipartite, garantido e suficiente, está alinhado com as metas da rede.

D) a população sem território definido com amplo conhecimento de suas necessidades e


preferências determina a oferta de serviços de saúde.

E) a extensa gama de estabelecimentos de saúde presta prioritariamente serviços curativos e de


reabilitação.
Na prática
A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e
humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde planejamento
familiar, confirmação da gravidez, pré-natal, parto, puerpério, cobrindo até os dois primeiros anos
de vida da criança, tudo dentro do SUS.

Isso posto, tanto na atenção básica como no ambiente hospitalar, os serviços precisam estar
conectados para atender às exigências da rede. Com isso, oferta-se uma assistência de qualidade e
humanizada para esses pacientes.

Confira, Na Prática, um exemplo de implementação de medidas que atendem aos componentes da


Rede Cegonha no ambiente hospitalar.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Avanços e desafios na gestão e implementação da Rede


Cegonha no Brasil
Neste artigo, você vai acompanhar mais sobre os avanços e desafios na gestão e implementação da
Rede Cegonha no Brasil.

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Avanços e desafios da atenção à saúde da população idosa com


doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde
Neste artigo, você vai ler sobre os avanços e os desafios da atenção à saúde da população idosa,
sobretudo daquela com doenças crônicas na atenção primária.

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Melhores práticas na perspectiva de enfermeiros da RAS


Neste artigo, você vai conferir sobre o desenvolvimento de melhores práticas entre enfermeiros de
uma RAS.

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